quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

7 perguntas e respostas sobre miomas

Os miomas afetam a saúde das mulheres em todo o mundo. Novas técnicas e métodos têm sido desenvolvidos para tornar o tratamento desse tipo de tumor mais eficiente, mas, apesar disso, dúvidas sobre o problema são comuns. Por isso, o especialista em Ginecologia e Obstetrícia Dr. Alexandre Silva e Silva responde as principais questões sobre o assunto. Confira!

·        1. O que são miomas? 

Os miomas são tumores benignos que surgem na matriz extracelular, o tecido que faz a junção entre as fibras musculares uterinas. Geralmente, iniciam-se do tamanho de uma célula e, com o passar do tempo, respondem aos estímulos hormonais e passam a crescer e ganhar volume. 

·        2. Quais são as causas dos miomas? 

De acordo com o médico, as causas dos miomas não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que alterações das células tronco uterinas , mudanças nos níveis hormonais como o aumento da quantidade de estrogênio, contato com substâncias químicas e herança genética podem influenciar o seu desenvolvimento da doença. 

·        3. Como identificar precocemente esse tipo de tumor? 

É preciso sempre fazer um acompanhamento e check–up médico para identificar os miomas o mais breve possível. Também é importante observar alguns sintomas característicos como aumento do sangramento menstrual , dores abdominais, cólicas e aumento do volume abdominal. “Em alguns casos, podem apresentar dores durante ou após as relações sexuais, urgência miccional, obstipação intestinal (intestino preso) e dificuldade para engravidar”, explica o Dr. Alexandre Silva e Silva. 

·        4. Miomas têm cura? 

Sim, mas a cura, na grande maioria dos casos, só ocorre com a retirada do útero, o que não é a melhor opção para mulheres que ainda desejam gestar. O controle da doença pode ser feito com o uso de hormônios que podem ser veiculados através de DIUs medicados com progesterona ou com implantes hormonais contendo antiestrogênicos potentes, com a intenção de impedir o seu crescimento e controlar os sintomas. 

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Infelizmente, nem todas as pacientes respondem bem a esses tratamentos hormonais. O tratamento cirúrgico conservador, preservando o útero, é com certeza o mais indicado para aquelas mulheres que desejam gestar . Através de procedimentos minimamente invasivos, os nódulos de mioma podem ser removidos e a anatomia e função do útero podem ser restaurados, mantendo assim a capacidade reprodutiva dessas pacientes. 

“Vale ressaltar que não são todos os casos em que são possíveis de preservação uterina, pois em alguns deles, os miomas crescem tanto e estão tão grandes que ao serem removidos não permitem mais a reconstrução e restauro do órgão. O quanto antes as mulheres com diagnóstico de mioma tiverem acesso à tratamento especializado, maiores serão as chances de preservação”, afirma o ginecologista. 

·        5. Mulheres negras têm mais chances de ter miomas? 

Sim, mulheres afrodescendentes têm uma maior predisposição para desenvolver miomas uterinos, sendo praticamente duas vezes maior que a média. “Não se sabe exatamente o que causa esse maior risco, mas há indicativos que exista uma relação com a maior concentração de estrogênio concentrada no sangue dessa população”, explica o Dr. Alexandre. 

·        6. Estilo de vida pode influenciar no crescimento dos miomas?

Sim, pode. A ingestão de alimentos à base de soja, por exemplo, pode causar o crescimento dos miomas devido a presença do que chamamos de fitoestrogênios em sua composição.

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A dieta rica em carne vermelha e carne de frango (não orgânico), também pode influenciar no crescimento de miomas uterinos. Tanto o gado quanto o frango de granja pode receber tratamentos para crescer mais rápido e ganhar peso. Portanto, esse tipo de carne contém substâncias que são ricas em fatores de crescimento que podem estimular os miomas.

Consumir líquidos em garrafas plásticas também pode ser um fator importante para o crescimento dos miomas devido às substâncias químicas contidas no plástico e que podem causar o crescimento de miomas. Por outro lado, dietas ricas em frutas e vegetais (que não sejam soja) e a prática de exercícios físicos parecem ser uma medida protetora.

·        7. Qual o melhor método para fazer o diagnóstico?

O melhor método para fazer o diagnóstico de miomas uterinos é a ultrassonografia pélvica e transvaginal. Porém, ao receber o diagnóstico ultrassonográfico de miomas uterinos, se houver interesse de preservar o útero , é necessária a realização de uma ressonância nuclear magnética de pelve com contraste para esclarecer melhor as relações que os miomas têm com o útero. Isso permite que o cirurgião faça um planejamento mais detalhado e ofereça um tratamento mais preciso e eficaz.

 

Ø  Veja o que é adenomiose e as possíveis causas

 

Doença que atinge mulheres em período reprodutivo, a adenomiose, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta uma em cada dez mulheres. A condição é caracterizada pela presença de tecido endometrial misturado ao miométrio, junção que causa dores e sangramento nas mulheres, acentuando-se no período menstrual.

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O especialista em reprodução humana Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, afirma que um terço das pacientes com a doença são assintomáticas e que o problema atinge mulheres entre 35 e 50 anos que já engravidaram. “Nos casos em que as mulheres sofrem com os sintomas, como dores, cólicas, também pode haver uma dificuldade para engravidar”, explica.

Ainda não é definida uma causa específica para a adenomiose, porém existem algumas teorias de que ela pode ser adquirida por resultado de traumas vivenciados pelo útero. Algumas situações que contribuem para o aparecimento da condição são curetagem, gravidez, cesariana e laqueadura de trompas.

·        Formas de diagnóstico da adenomiose

Para chegar ao diagnóstico da doença, é preciso consultar um ginecologista e, ao relatar os sintomas, fazer exames como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, que constatará ou não o problema.

“Em caso em que os exames apontem a presença de adenomiose, o tratamento será definido de acordo com o grau e a extensão da disfunção, que pode ser focal/localizada ou difusa, e pode ser feito com remédios ou cirurgias. Tudo depende de cada caso”, afirma o Dr. Nilo Frantz.

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Na difusa, segundo o especialista, existe a presença de glândulas e tecidos por toda a extensão interna do útero, fazendo com que ele aumente de tamanho. Enquanto na localizada, essas glândulas e tecidos ficam em uma determinada região do útero, parecendo um mioma.

·        Adenomiose e gravidez

Grávidas e mulheres com intenção de engravidar podem ser afetadas pela adenomiose. “A doença pode afetar a gestação causando abortos de repetição, dificuldades de fixação do embrião no útero, gravidez ectópica, entre outros problemas, já que a adenomiose altera o funcionamento do organismo”, explica o Dr. Nilo Frantz.

·        Formas de tratamento e fertilidade

Nos casos cirúrgicos, feitos por videolaparoscopia, o procedimento traz melhoras na taxa de fertilidade e também de sucesso em gestações com o auxílio da fertilização in vitro . Já nos casos em que o tratamento é medicamentoso, com auxílio de anticoncepcionais, estes têm intuito de ajudar na remissão da doença e no aumento da fertilidade, fator importante na hora da implantação do embrião na FIV.

De qualquer forma, a mulher que possui a doença precisa que o seu caso seja avaliado com o ginecologista e, em seguida, com um profissional de reprodução humana para a indicação do tratamento que a auxilie no processo de uma futura gestação. Geralmente, a fertilização in vitro é a mais indicada nessas situações.

 

Fonte: Portal EdiCase

 

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