As 3 batalhas que mudaram a história
Muitos foram os confrontos entre nações que mudaram
o curso dos acontecimentos da humanidade. Algumas guerras se tornaram notórias
tanto pela intensidade de seus conflitos bélicos, como pelos efeitos que
produziram para países e regiões após seu término.
Uma delas, por exemplo, conhecida como a guerra
mais sangrenta da América Latina, resultou no extermínio de quase metade da
população de um dos países envolvidos, como contam os historiadores, e teve o
Brasil envolvido.
Para relembrar esses confrontos, National
Geographic fez uma seleção de três batalhas que mudaram para sempre o destino
de alguns de seus envolvidos.
• 1.
Waterloo, a derrota de Napoleão Bonaparte
O fim da era napoleônica na Europa culminou com a
derrota das tropas francesas lideradas por Napoleão Bonaparte em 18 de junho de
1815, na chamada Batalha de Waterloo.
Um artigo da National Geographic Espanha intitulado
"Waterloo, Napoleon's decisive defeat" (“Waterloo, a derrota decisiva
de Napoleão”), conta que o fracasso e a subsequente captura do comandante
francês significaram o fim de sua liderança política na região e o domínio da
França na Europa.
A derrota também foi o pontapé inicial para a
disseminação de ideias revolucionárias pelo continente, desencadeando
"sentimentos nacionalistas e movimentos anti-imperialistas" contra
monarquias e líderes.
A Batalha de Waterloo aconteceu após nova tentativa
de Bonaparte de retomar o poder. Ele fugiu de seu exílio forçado, na ilha
mediterrânea de Elba (hoje território italiano), para onde foi mandado em
decorrência do Tratado de Fontainebleau.
Cerca de um ano após ter sido exilado, porém, em 20
março de 1815, o líder militar francês voltou a Paris com a intenção de retomar
o posto de Imperador, iniciando, assim, um período da história chamado “Governo
de Cem Dias”, como conta o artigo National Geographic Espanha.
O objetivo de Bonaparte e seus militares era
recuperar o poder na região, mas outras nações europeias estavam determinadas a
impedi-lo. Por esse motivo, foi criada a aliança conhecida como Sétima
Coalizão, composta por tropas do Reino Unido, Prússia, Áustria e Rússia.
As tropas britânicas lideradas pelo Duque de
Wellington enfrentaram o exército napoleônico nas proximidades do vilarejo de
Waterloo, atual Bélgica, onde "não apenas seu avanço seria interrompido,
mas seu sonho efêmero de reconstruir seu império", diz o artigo publicado
pela editora na Espanha.
Finalmente, a vitória da Sétima Coalizão significou
a retirada das tropas napoleônicas e a subsequente captura de seu líder, que
foi condenado a um segundo exílio na ilha de Santa Helena, onde passou os
últimos seis anos de sua vida.
• 2. As
invasões dos Estados Unidos no México
A batalha diplomática entre o México e os Estados
Unidos determinou que a cidade do Texas fizesse parte da lista de estados
norte-americanos em meados do século 19. Na fotografia, o atual muro
fronteiriço entre Estados Unidos e México atravessa a zona montanhosa entre El
Paso e Juárez.
No início do século 19, os Estados Unidos iniciaram uma política
expansionista em direção ao sul de seu território, redefinindo a fronteira que
separava o estado norte-americano de seu país vizinho, o México.
Um artigo intitulado "The American
Invasion" (“A invasão americana”), publicado pela Secretaria de Defesa
Nacional no site oficial do governo mexicano, afirma que a primeira medida que
daria início a expansão territorial estadunidense foi a compra da Louisiana, em
1803, e a assinatura do Tratado de Adams-Onís com a Espanha, que cedeu a posse
da península da Flórida ao estado governo norte-americano.
O México, por sua vez, conquistou sua independência
em setembro de 1821 e iniciou uma série de negociações com os Estados Unidos
para definir os limites territoriais entre os dois países.
A primeira disputa territorial entre eles se deu
pelo território onde hoje fica o atual estado do Texas. Na época, ele fazia
parte do território mexicano pró-independência, de acordo com o governo
mexicano, em documento publicado em 2015.
Por sua vez, os legisladores do Texas preferiram
ser um território independente a ser anexado a qualquer um dos países, de modo
que milhares de emigrantes e fazendeiros se estabeleceram pacificamente na
província do Texas em 1823.
Após quase dez anos de disputas territoriais, o
governo mexicano tentou recuperar a "província rebelde", que, segundo
o documento, havia sido financiada econômica e militarmente pelo governo dos
Estados Unidos para sustentar sua independência até que, em 1845, a república
texana foi anexada aos Estados Unidos.
Essa derrota na região levou os Estados Unidos a
comprar outros territórios que, na época, pertenciam ao México. Assim, três
anos depois, por meio de guerras e tratados, os estadunidenses ganharam o
controle dos atuais estados da Califórnia, Nevada, Utah, Novo México, Texas,
Colorado, Arizona e partes de Wyoming, Kansas e Oklahoma, informa o documento
histórico mexicano.
• 3. A
guerra mais sangrenta da América Latina
Entre 1864 e 1870, ocorreu na América Latina a
Guerra da Tríplice Aliança, tristemente conhecida por ser o confronto mais
sangrento e mais longo da história da região, informa o Museo Nacional Casa del
Acuerdo, um complexo histórico-cultural do Ministério da Cultura da Argentina.
O confronto, popularmente conhecido pelos nomes de
Guerra do Paraguai, Grande Guerra ou Guerra de Guasú, opôs os membros da
Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) ao Paraguai. O conflito se
transformou em uma guerra de extermínio do povo paraguaio e levou a um colapso
demográfico de 60% a 69% de sua população, como explica o Ministério da
Argentina.
O conflito teve origem em 1863, quando um conflito
liberal derrubou o governo federal no território que hoje é o Uruguai. A ação
foi comandada pelo general e político uruguaio Venancio Flores, que contou com
o apoio do governo brasileiro.
Diante do avanço brasileiro em terras uruguaias, um
general paraguaio chamado Francisco Solano López se posicionou contra a
derrubada e pegou em armas a favor do Uruguai, declarando guerra ao Brasil.
Essa decisão, de acordo com um artigo publicado em 2011 pela Secretaria
Nacional de Cultura do Paraguai, foi baseada no medo da ocupação territorial do
Paraguai após a intervenção do país vizinho.
Em 1865, Brasil, Argentina e o novo governo
uruguaio assinaram o Tratado da Tríplice Aliança e se comprometeram a derrubar
o governo paraguaio. A guerra terminou cinco anos depois com o assassinato do
comandante Solano López e a ocupação do Paraguai pelas tropas da aliança. A
população paraguaia foi reduzida pela metade dos 500 mil habitantes que possuía
no início da guerra e sua economia (majoritariamente agrícola e pecuária)
também foi afetada, como conclui o documento do ministério argentino.
Fonte: National Geographic Brasil
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