Zelensky
diz que não encontrou Lula no G7 'por falta de interesse' do Brasil e questiona
'seriedade'
Segundo Zelensky, dizer que os presidentes não se
reuniram porque o líder ucraniano não apareceu, como disse Lula, é uma
declaração de gente que "não é séria ou substantiva".
Em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta
quinta-feira (1º), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, contradisse o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que no G7 seu encontro com Lula
não aconteceu "por falta de interesse do Brasil".
"[…] Já ofereci a realização de uma reunião em
qualquer formato. Já convidei várias vezes o presidente Lula para vir à
Ucrânia. […] No G7, tive várias reuniões bilaterais. Disseram que a gente não
havia tentado nem se esforçado para encontrá-lo, isto não é verdade. Não é
gente séria, substantiva, que está dizendo isso. […] Já me dispus a encontrá-lo
muitas vezes. Acredito que se criará uma nova oportunidade. Alguma coisa não
deu certo [para o encontro] no G7, não quero entrar em detalhes, mas
definitivamente não foi por nossa causa que não deu certo", afirmou o
mandatário ucraniano.
Indagado do porquê é importante criar um tribunal
especial internacional para julgar o conflito e se Kiev espera que o Brasil
apoie a iniciativa – visto que em um primeiro momento Brasília não manifestou
apoio à criação da corte –, Zelensky alfinetou o petista pela falta de apoio
dizendo que o líder brasileiro quer ser "original" em suas propostas.
"Lula quer ser original, e devemos dar essa
oportunidade a ele. Agora, é preciso responder a algumas perguntas muito
simples. O presidente acha que assassinos devem ser condenados e presos? Creio
que, se tiver a oportunidade, ele dirá que sim. Ele encontrará tempo para
responder a essa questão? Ele não achou tempo para se reunir comigo, mas,
talvez, tenha tempo para responder a essa pergunta", afirmou.
O líder ucraniano acrescentou que "tudo o que
quero com meus discursos, com meu encontro com Lula, é dizer que é muito
difícil ir até a América Latina durante a guerra, mas estou disposto e pedi
[para ir] a quase todos os países".
Para entrevista, os jornalistas passaram por cinco
checagens de segurança e só puderam levar seus blocos de anotações, deixando de
fora telefones, bolsas e até as suas próprias canetas, item depois fornecido
aos repórteres pelo governo ucraniano. O temor é que o sinal dos celulares seja
rastreado, relatou a Folha de São Paulo.
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Itamaraty refuta versão de Zelensky e diz que ofereceu
3 horários para reunião com Lula no G7
O Itamaraty contestou as declarações feitas pelo
presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de que o encontro dele com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva à margem do G7 não aconteceu por conta de
"falta de interesse" do Brasil.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores,
o governo brasileiro ofereceu três horários a Zelensky, que não foram aceitos
pelos ucranianos, segundo o jornal O Globo. Em entrevista publicada hoje (1º)
pela Folha de São Paulo, Zelensky questionou a seriedade de quem declarou que o
encontro não aconteceu "por conta do lado ucraniano".
"[…] Disseram que a gente não havia tentado nem
se esforçado para encontrá-lo, isto não é verdade. Não é gente séria,
substantiva, que está dizendo isso. […] Já me dispus a encontrá-lo muitas
vezes. Acredito que se criará uma nova oportunidade. Alguma coisa não deu certo
[para o encontro] no G7, não quero entrar em detalhes, mas definitivamente não
foi por nossa causa que não deu certo", afirmou o mandatário ucraniano.
Em declarações à imprensa no último dia da cúpula do
G7, Lula disse que Zelensky não apareceu.
"Se ele teve um outro problema mais sério, um
encontro mais importante, eu não sei. O dado concreto é que estava marcado aqui
nesse salão às 15h15 o encontro com Zelensky. Esperamos, recebemos informação
de que eles tinham atrasado e, enquanto isso, atendi o [líder do] Vietnã. Ele
foi embora, e a Ucrânia não apareceu. Simplesmente foi isso que
aconteceu", afirmou o líder brasileiro conforme noticiado.
O mandatário ucraniano fez o comentário durante uma
entrevista a sete veículos da imprensa latino-americana, entre eles a Folha.
Zelensky também alfinetou o petista pela falta de
apoio do Brasil para criação de um tribunal específico para o conflito, dizendo
que o líder brasileiro quer ser "original".
Ø CNOOC da China inicia produção de gás natural no Brasil em maior bloco de
águas profundas do mundo
Em um comunicado emitido nesta quinta-feira (1º), a
petrolífera estatal chinesa CNOOC anunciou o começo de produção de crude e gás
natural no campo de Búzios 5 no Brasil.
A extração está sendo feito através de uma
plataforma flutuante, com capacidade para armazenar 1,4 milhão de barris de
crude por dia, que foi convertida na China em julho de 2022 e chegou ao Brasil
em fevereiro, relata o Diário de Notícias.
O poço é a quinta fase do campo petrolífero de
Búzios, na costa sudeste brasileira. Com profundidade média de 1.900 metros a
2.200 metros, o campo é o maior campo de petróleo pré-sal em águas profundas do
mundo, com produção diária de 600.000 barris.
A CNOOC disse que já instalou cinco poços que
produzirão até 150 mil barris de crude e seis milhões de metros cúbicos de gás
natural por dia.
A subsidiária brasileira da CNOOC possui 7,34% do
reservatório compartilhado de Búzios, que é 88,99% de propriedade da Petrobras.
A estatal chinesa pagou US$ 1,9 bilhão (R$ 9,59
bilhão) à petrolífera brasileira no ano passado para garantir uma participação
de 5% em um acordo de compartilhamento de produção no campo, segundo a Reuters.
O comunicado publicado hoje (1º) garantiu que o
projeto vai "contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria de
petróleo e gás, economia e sociedade do Brasil".
A CNOOC é a maior produtora offshore de petróleo e
gás da China e investiu em vários campos tecnicamente mais desafiadores no
exterior, à medida que busca aumentar a produção.
Ø Zelensky deixa claro que não irá à cúpula da OTAN e faz ultimato à
aliança, diz mídia
O jornal Financial Times relatou que o presidente
ucraniano, Vladimir Zelensky, deixou claro para os líderes da OTAN que não
comparecerá à cúpula de julho em Vilnius, Lituânia, a não ser que seja proposto
um roteiro para o ingresso de Kiev na aliança.
Além do plano para o ingresso na aliança, Zelensky
também quer garantias específicas da aliança, segundo o FT.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia,
Dmitry Kuleba, afirmou que a Ucrânia não ficará satisfeita com nenhuma outra
decisão da cúpula de julho a não ser o convite para ingressar na aliança.
Anteriormente, o presidente ucraniano afirmou que o
país não ingressaria na OTAN até o final do conflito, mas gostaria do apoio de
parceiros e um convite para a adesão.
Em setembro de 2022, Zelensky anunciou a candidatura
da Ucrânia para integrar a OTAN de forma agilizada.
O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens
Stoltenberg, reconheceu que a posição do bloco sobre o direito de cada país
determinar seu próprio caminho e sobre a política de "portas abertas"
se mantém, enfatizando que a aliança não pouparia esforços em ajudar Kiev a se
defender.
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Tenente-general americano: OTAN é mais forte, mas
ainda não está pronta para confronto com Rússia
Aliança Atlântica fez grande progresso,
especialmente com a adesão da Finlândia, mas continua incapaz de responder
adequadamente a um potencial ataque russo, afirmou o tenente-general reformado
Ben Hodges, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa.
Hoje (31), durante a conferência Globsec em
Bratislava, o tenente-general reformado alertou que no caso de um confronto, a
Organização do Tratado do Atlântico Norte teria que proteger não apenas as
cidades portuárias, mas toda a Europa, relatou a agência de notícias polonesa
Niezalezna. De acordo com ele, a OTAN ainda não está pronta para uma potencial
guerra com a Rússia.
Durante seu discurso, ex-comandante americano
reconheceu que a OTAN tinha feito progressos significativos, incluindo
países-membros individuais.
"No entanto, ainda estamos muito longe de onde
deveríamos estar se quisermos lutar contra o ataque russo", disse ele.
Segundo Hodges, embora a OTAN tenha se fortalecido
com a adesão da Finlândia, a aliança ainda é incapaz de mostrar a Moscou a
capacidade de enviar rapidamente tropas. Como exemplo, ele citou as ferrovias
estatais alemãs, que tinham apenas vagões de carga suficientes para transportar
uma brigada e meia blindada simultaneamente.
"Isso é tudo o que podemos fazer, 1,5
tripulação, e devemos ser capazes de mover dez ou 12 de cada vez",
explicou Hodges.
Na conferência, ele também chamou a atenção para a
guerra eletrônica, durante a qual, disse ele, a Rússia está indo muito bem.
"Qualquer um que fale em um telefone ou rádio
desprotegido será morto dentro de três a quatro minutos. Nenhum desses grupos
de combate fortificado pode falar com segurança com qualquer outra pessoa do
grupo de combate americano na Polônia", admitiu o general.
Segundo a sua avaliação, a OTAN tem agora de levar a
sério a questão da interoperabilidade, dos arsenais de munições, da defesa
antiaérea e antimíssil.
"Os russos mostraram claramente que usarão
armas de precisão multimilionárias contra edifícios residenciais. Portanto, não
se trata apenas da proteção de Gdansk, Klaipeda ou outros aeroportos e portos
marítimos – trata-se da proteção de 500 milhões de cidadãos europeus. Não
estamos prontos para isso", resumiu.
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MD russo: grupo de militantes ucranianos tentou
entrar na Rússia usando um rio, explodiu em minas
O Ministério da Defesa da Rússia relatou mais
detalhes sobre o incidente da manhã de quinta-feira (1º) na fronteira com a
Ucrânia, que envolveu uma tentativa de entrada de efetivos de Kiev.
Na manhã desta quinta-feira (1º) o agrupamento de
tropas Zapad (Ocidente) da Rússia frustrou uma nova tentativa do regime de Kiev
de realizar um ataque contra civis na cidade de Shebekino, na região de
Belgorod, Rússia, comunicou o Ministério da Defesa da Rússia, que apresentou
uma cronologia dos eventos.
Às 03h57 (horário local, 21h57, no horário de
Brasília), após uma hora de bombardeio na fronteira russo-ucraniana, no posto
de controle da estrada internacional de Shebekino, e nas áreas residenciais do
vilarejo Novaya Tavolzhanka, o inimigo tentou atacar na direção de Volchansk
com três veículos blindados de combate, quatro picapes e 30 efetivos. O fogo de
artilharia atingiu o inimigo, destruindo um veículo blindado de combate e até
dez dos militantes. O inimigo se retirou na direção de Pletenevka, de acordo
com o ministério.
Além dele, continua, um grupo terrorista de 15
militantes tentou entrar em território russo ao longo da margem esquerda do rio
Siversky Donets, na direção de Gatischevo, Novaya Tavolzhanka. Os terroristas
ucranianos se explodiram em um campo minado e seus restos foram destruídos pela
artilharia russa.
Houve ainda um outro grupo terrorista ucraniano,
composto por 20 militantes e dois veículos blindados de combate, que avançou
pela margem direita do Siversky Donets em direção a Novaya Tavolzhanka,
explicou o órgão militar. Os insurgentes foram dispersados, com eles perdendo
oito combatentes e um dos veículos.
Às 04h57 (horário local, 22h57, no horário de
Brasília) a Força Aeroespacial da Rússia foi mencionada como tendo efetuado
dois ataques no território da Ucrânia contra as reservas inimigas, nas áreas de
Ogurtsovo e Gatischevo.
Entre as 06h05 e 06h45 (horário local, 00h05 e
00h45, respetivamente, no horário de Brasília), formações terroristas
ucranianas, em uma tentativa de intensificar seus esforços, fizeram outra
tentativa de invadir o território russo, agora a partir dos distritos de
Pletnevka e Volchansk. O ataque envolveu até 70 militantes, cinco tanques,
quatro veículos blindados de combate, sete picapes e um caminhão Kamaz.
As forças russas infligiram perdas ao inimigo entre
as 06h10 e 06.50 (horário local, 00h10 e 00h50, respetivamente, no horário de
Brasília), o que o forçou a se retirar na direção de Zhovtnevoe. Os terroristas
ucranianos perderam 12 soldados, dois veículos blindados de combate e uma
picape durante os combates, acrescentou o Ministério da Defesa da Rússia.
Já de 07h00 e 09.50 (horário local, 01h00 e 03h50,
respetivamente, no horário de Brasília) os terroristas em retirada e as
reservas inimigas foram atingidos por nove ataques aéreos perto de Ogurtsovo,
Pletenevka, Staritsa e Volchansk.
No total, mais de 50 terroristas ucranianos, quatro
veículos blindados de combate, um lançador múltiplo de foguetes BM-21 Grad e
uma picape foram destruídos na área da fronteira ucraniana, resumiu o
ministério russo.
Fonte: Sputnik Brasil
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