sexta-feira, 10 de março de 2023


 Transplante de gene de idosos pode rejuvenescer o coração, diz estudo

Um estudo publicado na revista Cardiovascular Research no dia 13 de janeiro descobriu que um transplante de genes pode rejuvenescer em anos o coração de pessoas com problemas cardíacos, fazendo com que o orgão volte a funcionar normalmente.

Para a realização da pesquisa, os cientistas de universidades da Itália e do Reino Unido se basearam em um estudo de cientistas italianos. O artigo de 2015 descobriu que pessoas que vivem depois dos 90 anos com saúde possuem um gene chamado BPIFB4. Ele é responsável por produzir uma proteína que mantém o funcionamento dos perecitos. Este tipo de célula participa da construção de novos vasos sanguíneos e colabora para o seu bom funcionamento, mantendo o coração saudável por mais tempo.

Os pesquisadores britânicos e italianos coletaram genes BPIFB4 de idosos saudáveis e longevos e, em uma primeira etapa do experimento, o introduziram em camundongos mais velhos. Eles descobriram que a terapia foi capaz de recuperar marcadores do envelhecimento biológico do coração em 10 anos.

Os mesmos genes foram aplicados em ratinhos de meia-idade. Neles, os efeitos da terapia foram, principalmente, o bloqueio do declínio da função cardíaca. A transferência do gene também foi associada à pausa do desenvolvimento da aterosclerose e diabetes.

Terapia dos genes BPIFB4 em humanos

Com os testes bem-sucedidos nos camundongos, os cientistas replicaram o experimento em humanos: eles coletaram células do coração de 24 pacientes idosos com problemas cardíacos graves. Alguns deles já haviam passado por transplante, inclusive.

Eles adicionaram os genes BPIFB4 às células doentes e observaram um processo de rejuvenescimento cardíaco: as células dos pacientes com insuficiência cardíaca voltaram a funcionar normalmente.

“Em pacientes idosos, os pericitos vão funcionando menos conforme os anos passam. Mas adicionando o gene a um tubo de ensaio, observamos o processo de rejuvenescimento cardíaco: as células dos indivíduos idosos com insuficiência cardíaca voltaram a funcionar normalmente, se provando mais eficientes na construção de novos vasos sanguíneos”, explica a pesquisadora Monica Cattaneo, principal autora do estudo, ao site ScienceAlert.

De acordo com os pesquisadores, a rapidez com que o coração se deteriora depende de vários fatores, incluindo as mutações genéticas que codificam proteínas. Agora, eles estão explorando a possibilidade da aplicação da proteína BPIFB4 ao invés do gene — o processo seria mais seguro e direto, segundo eles.

 

Ø  Insuficiência cardíaca: cardiologista lista sinais e fatores de risco

 

A insuficiência cardíaca é caracterizada quando o coração não consegue bombear sangue adequadamente para as necessidades diárias do corpo. Apesar de ser mais recorrente entre as pessoas de idade avançada, a condição também pode se desenvolver em outros momentos da vida, afetando pessoas mais jovens.

A cardiologista Gosia Wamil, da Mayo Clinic Healthcare de Londres, no Reino Unido, explica que, apesar de ser um problema que afeta o coração, a insuficiência pode ser prevenida e tratada.

Confira quais são os sintomas e fatores de risco da insuficiência cardíaca

Fatores de risco

A doença é resultado de dois extremos possíveis: o músculo do coração ficar muito rígido, ou fraco. As duas situações comprometem a circulação, e o sangue pode acabar acabar se acumulando nas pernas, pulmões e em outros tecidos. A principal causa do problema é a doença arterial coronariana, mas hipertensão e diabetes também podem causar o enrijecimento do músculo cardíaco.

 “Manter uma dieta saudável, tratar a obesidade, evitar o tabagismo e o fumo passivo, além de evitar a ingestão de bebidas alcóolicas, podem ajudar a prevenir a insuficiência cardíaca”, diz a cardiologista.

Ela ainda aponta que a apneia do sono, medicamentos usados para tratar cânceres e infecções virais que danificam o músculo cardíaco podem agravar a situação.

Sintomas

Gosia destaca que inchaço no tornozelo, falta de ar, dor no peito, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares e fadiga durante a prática de exercícios físicos devem ser sinais de alerta para o paciente.

“Existem outros sintomas que as pessoas podem não associar à insuficiência cardíaca. Eles incluem tosse persistente, inchaço abdominal, rápido ganho de peso, náusea e falta de apetite. Indivíduos que têm qualquer um desses sinais devem entrar em contato com seu médico”, concluiu.

 

Ø  Beber pouca água aumenta risco de insuficiência cardíaca, diz estudo

 

Segundo uma pesquisa feita pelo National Heart, Lung, and Blood Institute, nos Estados Unidos, o consumo de água está ligado às chances de desenvolver insuficiência cardíaca. Foram analisados dados de 16 mil adultos que vem sendo acompanhados há 30 anos.

O estudo, publicado no European Heart Journal, mostra que o corpo bem hidratado mantém os níveis de sódio controlados e o funcionamento saudável do coração. Cerca de 11,5% dos indivíduos com quantidades consideradas normais de sódio no organismo, que não tinham diabetes, obesidade ou insuficiência cardíaca, acabou desenvolvendo a condição.

O risco aumentou em 39% se o nível de sódio estivesse maior que 143 mmol/L (a quantidade normal fica entre 135 e 145 mmol/L) na meia-idade. Se a quantia de sal fica entre 142,5 e 143 mmol/L, há um aumento de 62% nas chances de desenvolver hipertrofia ventricular esquerda, condição que reduz a capacidade do coração de bombear sangue e pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca.

Quanto mais sal há no organismo, menores são os níveis de fluidos, e vice-versa. A ingestão de líquido suficiente é essencial para manter a proporção de sódio no patamar considerado normal. Segundo os pesquisadores, além de apostar em uma dieta saudável, evitando alimentos ricos em sódio, é importante manter o consumo de água, inclusive na velhice. A recomendação é de uma média de 1,5 a 2,1 litros por dia para mulheres e 2 a 3 litros para homens.

“Semelhante à redução da ingestão de sal, beber bastante água e manter-se hidratado são maneiras de ajudar nossos corações e podem ajudar a reduzir os riscos de doenças cardíacas a longo prazo”, explica Natalia Dmitrieva, principal autora do estudo.

 

Ø  Menopausa prematura pode levar à insuficiência cardíaca, diz estudo

 

Um estudo realizado com 1,4 milhões de mulheres constatou que quanto mais cedo acontece a menopausa, maiores as chances de a paciente desenvolver insuficiência cardíaca. A pesquisa foi realizada por uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade da Coreia e divulgada no site da Sociedade Europeia de Cardiologia. De acordo com os pesquisadores, essa relação acontece devido à diminuição do hormônio estrogênio, que acelera o surgimento de condições no coração.

O grupo tinha como objetivo confirmar pesquisas prévias que indicavam a relação entre a menopausa precoce e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No estudo, foram coletados dados de mulheres com mais de 30 anos que já haviam passado pela menopausa, e foram atendidas pelo sistema nacional de saúde da Coreia. As participantes foram acompanhadas por um período de 10 anos. Desse grupo, 3% desenvolveu problemas cardíacos e 3,2% foram diagnosticadas com fibrilação atrial, um tipo de arritmia que causa batimento cardíaco irregular e acelerado.

Mulheres que experimentaram a menopausa prematura, isso é, antes dos 40 anos, apresentaram 39% de chance de desenvolverem insuficiência cardíaca, enquanto naquelas que passaram pela menopausa entre 45 e 49 anos, a chance foi de 11%.

As participantes que experimentaram a menopausa prematura também tiveram risco 9% maior de terem fibrilação atrial quando comparadas às que chegaram à menopausa mais tarde. O grupo também considerou outros fatores de saúde que influenciam o surgimento de problemas cardíacos, como tabagismo, sobrepeso e idade avançada.

“Mulheres com menopausa prematura devem estar cientes que têm mais chance de desenvolverem insuficiência cardíaca ou fibrilação atrial do que suas colegas e familiares. Isso pode ser uma boa motivação para melhorar hábitos de vida, como parar de fumar e praticar exercícios”, afirmou a autora principal do estudo, Ga Eun Nam, na divulgação da análise. Ela indica que fatores específicos de cada sexo biológico devem ser considerados tanto quanto questões de estilo de vida quando se trata de problemas cardiovasculares.

A menopausa acontece quando uma mulher não menstrua há um ano, e ocorre normalmente entre 45 e 55 anos. No entanto, os sintomas podem começar antes, dando início a um período chamado de perimenopausa. Estima-se que 1% das mulheres começa o período de maneira prematura, ou seja, antes dos 40 anos.

 

Fonte: Metrópoles

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