Quem foi Hassan Nasrallah, líder do
Hezbollah morto por Israel?
Hassan Nasrallah,
líder do movimento militante islâmico xiita Hezbollah do Líbano,
foi uma das figuras mais conhecidas e influentes do Oriente Médio.
Ele não era visto em
público há anos por medo de ser assassinado por Israel. E, neste sábado (28/9),
o Hezbollah confirmou sua morte após
um ataque das forças israelenses a Beirute.
Os ataques aéreos
israelenses contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano e em Beirute começaram em 21 de setembro.
Mas segundo as Forças
de Defesa de Israel (IDF), um ataque na noite de sexta-feira (27) atingiu o
quartel-general do grupo libanês em Beirute, onde, segundo as forças
israelenses, Hassan Nasrallah estava.
Leia mais: Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah
após ataques de Israel
Líder religioso xiita, Nasrallah esteve à frente do grupo Hezbollah no Líbano desde
fevereiro de 1992. Esse grupo é atualmente considerado um dos partidos
políticos mais influentes no Líbano, que possui suas próprias forças armadas,
juntamente com o Exército Nacional Libanês.
Nasrallah, popular
tanto no Líbano quanto em outros países árabes, era considerado o principal rosto do Hezbollah e
desempenhou um papel fundamental na virada histórica desse grupo para entrar na
arena política e ganhar poder na estrutura do governo libanês.
Ele mantinha uma relação especial tanto
com a República Islâmica do Irã quanto com seu líder, o aiatolá Ali
Khamenei. Apesar de o Hezbollah ter sido incluído na lista de organizações
terroristas pelos Estados Unidos, nem os
líderes do Irã nem Nasrallah jamais esconderam sua relação próxima.
Hassan Nasrallah tinha
tantos fãs apaixonados quanto inimigos ferrenhos. Por esse motivo, ele não
aparecia em público há anos. No entanto, sua reclusão não privou seus
seguidores de seus discursos, que ocorrem quase toda semana.
Esses discursos eram
vistos, na verdade, como uma ferramenta importante de Nasrallah para exercer
poder, e por meio deles, ele comentava diversas questões no Líbano e no mundo,
buscando exercer pressão sobre seus adversários.
·
Infância e
adolescência
Hassan Nasrallah
nasceu em agosto de 1960 em um dos bairros pobres no leste de Beirute. Seu pai
possuía uma pequena mercearia, e Hassan era o filho mais velho entre nove
irmãos.
Ele tinha apenas cinco
anos quando a guerra civil eclodiu no Líbano, um conflito devastador que
mergulhou este pequeno país à beira do Mar Mediterrâneo em
15 anos de caos, durante os quais os cidadãos libaneses demarcaram fronteiras e
lutaram uns contra os outros com base em sua religião e etnia.
O início da guerra
levou o pai de Hassan Nasrallah a decidir deixar Beirute e retornar à sua
aldeia ancestral no sul do Líbano: uma vila chamada "Al-Bazouriyeh",
cujos habitantes eram xiitas, como muitas aldeias na cidade de "Tyre"
(Sour) na província de "Al-Janub".
Ele passou anos
importantes de sua educação primária e secundária no sul do Líbano, entre os
xiitas. Esses xiitas acreditavam que, durante a era colonial das grandes
potências como o Império Otomano e a França, enfrentaram discriminação e
desigualdade. Esse sentimento persistiu durante o período de independência,
quando as elites cristãs e sunitas ganharam poder.
Nesse período, os
grupos militantes cristãos e sunitas foram acusados de receber ajuda de países
estrangeiros para obter sucesso militar.
Ao mesmo tempo, a
população xiita, que é a maioria no sul do Líbano, além do
Vale de Beqaa no leste do Líbano, juntamente com um pequeno grupo de cristãos
maronitas e ortodoxos, eram considerados a linha de frente das guerras de Israel nos longos anos de estabelecimento do
domínio judeu na Palestina.
Nesse ambiente, Hassan
Nasrallah não apenas se voltou para sua identidade xiita e raízes étnicas, mas,
aos 15 anos, tornou-se membro do grupo político-militar xiita libanês mais
importante da época: o Movimento Amal, um grupo influente e ativo fundado por
um clérigo iraniano chamado Musa al-Sadr.
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Retornando ao Líbano e
à luta armada
Hassan Nasrallah
emigrou para Najaf, no Iraque, aos 16 anos.
O Iraque era, naquela
época, um país instável que vivenciara duas décadas de revoluções consecutivas,
golpes sangrentos e assassinatos políticos. Nesse período, embora Hasan al-Bakr
ainda estivesse oficialmente no poder, Saddam Hussein, o vice-presidente do
Iraque na época, havia ganhado influência significativa.
Apenas dois anos após
a presença de Hassan Nasrallah em Najaf, os líderes do Partido Ba'ath e, em
especial, Saddam, chegaram à conclusão de que deveriam tomar medidas para
enfraquecer ainda mais os xiitas. Uma de suas decisões foi expulsar todos os
estudantes xiitas libaneses dos seminários iraquianos.
Embora Hassan
Nasrallah tenha estudado em Najaf por apenas dois anos e depois tenha tido que
deixar o país, sua presença em Najaf teve um profundo impacto na vida desse
jovem libanês: ele conheceu outro clérigo chamado Abbas Mousavi em Najaf.
Mousavi foi
considerado um dos alunos de Musa al-Sadr no Líbano e, durante sua estadia em
Najaf, foi fortemente influenciado pelas ideias políticas de Ruhollah Khomeini.
Ele era oito anos mais velho que Nasrallah e assumiu rapidamente o papel de um
professor rigoroso e mentor influente na vida de Hassan Nasrallah.
Após retornar ao
Líbano, os dois se juntaram à luta na guerra civil. Desta vez, no entanto,
Nasrallah foi para a cidade natal de Abbas Mousavi no Vale do Beqaa, onde
estudou no seminário local.
·
A revolução iraniana e
a fundação do Hezbollah
Um ano depois de
Hassan Nasrallah retornar ao Líbano, ocorreu uma revolução no Irã. Ruhollah
Khomeini, que havia angariado a admiração de clérigos como Abbas Mousavi e
Hassan Nasrallah, assumiu o poder. Esse evento mudou profundamente a relação
entre os xiitas do Líbano e o Irã. Além disso, a vida política e a luta armada
dos xiitas libaneses foram significativamente influenciadas pelos eventos no
Irã e pela ideologia do islamismo xiita.
Para Hassan Nasrallah,
essa transformação profunda se deveu em grande parte a uma decisão de Ruhollah
Khomeini. Em 1981, Nasrallah se encontrou com o então líder da República
Islâmica do Irã em Teerã. Khomeini o nomeou como seu representante no Líbano para
"cuidar dos assuntos de Hisbah e obter fundos islâmicos".
Posteriormente,
Nasrallah começou a fazer viagens ocasionais ao Irã, estabelecendo relações com
os mais altos níveis de tomada de decisões e poder dentro do governo iraniano.
Os islamistas xiitas
no Irã deram grande importância ao registro histórico e aos laços religiosos
com os xiitas libaneses.
O sentimento
antiocidente era uma pedra angular da versão iraniana do islamismo xiita,
propagada por Ruhollah Khomeini. A política de moldar as notícias no Oriente
Médio tomou a forma do antissionismo, dando manifestação objetiva a essa
postura. Consequentemente, a "causa palestina" tornou-se uma das
principais prioridades na política externa do Irã revolucionário.
Nesse período, o
Líbano, já cercado pela guerra civil e instabilidade, havia se tornado uma base
significativa para combatentes palestinos. Eles tinham uma forte presença no
sul do Líbano, além de Beirute.
Com a crescente
instabilidade no Líbano, Israel atacou o país em junho de 1982, ocupando
rapidamente partes significativas. Israel alegou que o ataque foi em resposta à
agressão palestina.
Pouco depois da
incursão de Israel, os comandantes militares do Corpo de Guardiões da Revolução
Islâmica no Irã (IRGC), experientes em guerra convencional devido ao ataque do
Iraque ao Irã, decidiram estabelecer um grupo miliciano no Líbano totalmente afiliado
ao Irã. Eles escolheram o apelido pelo qual eram conhecidos no Irã como nome
desse grupo: 'Hezbollah', que significa ‘Partido de Deus’.
Em 1985, o Hezbollah
anunciou oficialmente sua fundação. Hassan Nasrallah e Abbas Mousavi,
juntamente com alguns outros membros do movimento Amal, se juntaram a esse
grupo recém-criado. Ele foi liderado por outra figura chamada Subhi al-Tufayli.
Este grupo rapidamente marcou sua presença na política regional realizando
ações armadas contra as forças americanas no Líbano.
·
Liderança
Quando Nasrallah se
juntou ao grupo que viria a ser o Hezbollah, ele tinha apenas 22 anos e,
segundo os padrões dos mulás xiitas, era considerado um novato. Na metade dos
anos 80, à medida que a relação de Nasrallah com o Irã se aprofundava, ele
decidiu se mudar para a cidade de Qom para continuar seus estudos religiosos.
Durante seu tempo no
seminário de Qom, Nasrallah se tornou proficiente em persa e estabeleceu
amizades próximas com muitos líderes político-militares no Irã.
Quando ele retornou ao
Líbano, logo surgiu uma significativa discordância entre ele e Abbas Mousavi.
Na época, Mousavi apoiava o aumento da atividade e influência síria no Líbano
sob a liderança de Hafez Assad. Por outro lado, Nasrallah insistia que o grupo
se concentrasse em ataques contra soldados americanos e israelenses.
Nasrallah se viu em
minoria dentro do Hezbollah, e pouco depois foi nomeado como
"representante do Hezbollah no Irã". Essa posição o levou de volta ao
Irã e, ao mesmo tempo, o distanciou do Líbano.
Superficialmente,
parecia que a influência do Irã sobre o Hezbollah estava diminuindo e, apesar
do amplo apoio de Teerã, influenciar as decisões do Hezbollah se mostrava
desafiador.
A tensão aumentou a
ponto de, em 1991, Subhi al-Tufayli ser removido do cargo de Secretário-Geral
do Hezbollah devido à sua oposição à afiliação do grupo com o Irã. Abbas
Mousavi foi nomeado em seu lugar.
Após a remoção de
Al-Tufayli, Hassan Nasrallah, cujas opiniões sobre o papel da Síria no Líbano
aparentemente se ajustaram, voltou ao seu país e efetivamente se tornou o
segundo no comando do grupo Hezbollah.
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Comando do Hezbollah
Abbas Mousavi foi
assassinado por agentes israelenses menos de um ano depois de ser eleito
Secretário-Geral do Hezbollah. No mesmo ano, 1992, a liderança desse grupo caiu
nas mãos de Hassan Nasrallah.
Na época, ele tinha 32
anos, e muitos consideraram sua escolha relacionada às suas conexões especiais
com o Irã. Mesmo na perspectiva de muitos clérigos xiitas, ele carecia de
educação religiosa suficiente, e por essa razão, ele retomou seus estudos simultaneamente.
Uma importante
iniciativa de Hassan Nasrallah na época foi a nomeação de alguns filiados e
membros do "Hezbollah" nas eleições libanesas. Um ano havia se
passado desde que a Arábia Saudita mediou na guerra civil libanesa e em seu
término. Nasrallah decidiu tornar o braço político do Hezbollah um ator sério
no país, ao lado de seu braço militar.
Como resultado dessa
estratégia, o Hezbollah conseguiu conquistar oito assentos no parlamento
libanês.
Ao mesmo tempo, o
grupo "Hezbollah" ainda era acusado de planejar e executar operações
terroristas. O bombardeio do Centro Judaico AMIA na Argentina e o ataque à
embaixada israelense na Argentina ocorreram durante esse período.
Enquanto isso, com
base no Acordo de Taif, que encerrou a guerra civil libanesa, o Hezbollah foi
autorizado a manter suas armas. Naquela época, Israel havia ocupado o sul do
Líbano, e o Hezbollah, como organização que lutava contra a força de ocupação,
permaneceu armado. Na prática, essas armas se tornaram legítimas e legais.
O apoio financeiro do
Irã ao grupo Hezbollah do Líbano também permitiu a Nasrallah oferecer bem-estar
e serviços sociais a muitos xiitas libaneses, formando uma rede complexa de
escolas, hospitais e associações de caridade. Essa política, que continua até
os dias de hoje, se tornou um dos aspectos importantes do movimento
político-social dos xiitas no Líbano.
·
A retirada de Israel e
a popularidade de Nasrallah
Em 2000, Israel
anunciou que se retiraria completamente do Líbano, encerrando sua ocupação nas
regiões do sul do país.
O grupo Hezbollah
celebrou esse evento como uma grande vitória, e o crédito por essa conquista
foi atribuído a Nasrallah.
Foi a primeira vez que
Israel deixou unilateralmente o território de um país árabe sem um acordo de
paz, e muitos cidadãos árabes da região consideraram isso uma conquista
importante.
No entanto, desde
então, a questão das armas do Líbano se tornou uma das questões importantes
relacionadas à estabilidade e segurança do Líbano.
A retirada de Israel
do Líbano justificou a legitimidade do Hezbollah permanecer armado, levando
tanto grupos políticos rivais quanto potências estrangeiras a pedir o
desarmamento do grupo - um pedido ao qual Nasrallah nunca concordou.
Posteriormente,
Nasrallah chegou a um acordo de troca de prisioneiros durante negociações com
Israel, resultando na libertação de mais de 400 prisioneiros palestinos,
libaneses e cidadãos de outros países árabes.
Nesse momento,
Nasrallah parecia mais poderoso e influente do que nunca, e seus rivais na
política libanesa enfrentavam um sério desafio ao confrontá-lo e impedir a
expansão de sua influência e poder.
·
O assassinato de
Hariri e a retirada da Síria
Mas em 2005, após o
assassinato de Rafic Hariri, o primeiro-ministro do Líbano na época, a opinião
pública mudou. Hariri era considerado um dos políticos mais importantes
próximos à Arábia Saudita, que havia feito extensos esforços para evitar o
aumento do poder do Hezbollah.
A raiva pública foi
direcionada ao grupo Hezbollah e seu principal apoiador militar dentro do
Líbano, a Síria, que foram acusados de estar envolvidos no assassinato de
Hariri. Como resultado de enormes manifestações da oposição em Beirute, a Síria
anunciou que retiraria suas forças do país.
No entanto, quando as
eleições parlamentares foram realizadas no mesmo ano, não apenas os votos do
Hezbollah aumentaram, mas o grupo também conseguiu enviar dois de seus membros
para o governo e assumir o controle de dois ministérios, aproveitando seus assentos
parlamentares.
A partir daí,
Nasrallah posicionou seu grupo como entidade nacionalista leal ao Líbano,
pronto para fornecer um "mártir" pelo país e contra se submeter à
dominação de outras potências.
No verão de 2006,
militantes do Hezbollah invadiram Israel, matando um soldado e fazendo reféns
dois outros. A resposta de Israel foi um ataque feroz que durou 33 dias,
durante os quais quase 1.200 libaneses foram mortos.
O resultado dessa
guerra foi o aumento da popularidade de Nasrallah, que foi retratado nos países
árabes como a última pessoa resistindo a Israel.
Ao final da guerra, o
Hezbollah ainda se recusou a se desarmar. Além disso, o grupo desempenhou um
papel fundamental na reconstrução das ruínas deixadas pela guerra - um papel
que, segundo os oponentes da República Islâmica no Irã, foi possibilitado pelo
generoso apoio financeiro de Teerã.
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Aumento de poder e
consolidação da posição de Nasrallah
Com o aumento do poder
do Hezbollah, os rivais — especialmente políticos sunitas libaneses — insistiam
que o grupo havia formado um governo dentro do governo, afirmando que suas
atividades enfraqueceriam a segurança e a economia do país.
Em 2007, após meses de
conflito político, o governo libanês decidiu que o sistema de telecomunicações
controlado pelo Hezbollah deveria ser desmantelado e que os assuntos de
telecomunicações deveriam estar sob controle exclusivo do governo. Nasrallah
não apenas rejeitou essa decisão, mas em pouco tempo, suas milícias tomaram o
controle total de Beirute.
Essa ação de Nasrallah
foi amplamente criticada pelos países ocidentais. No entanto, após negociações
políticas, ele conseguiu aumentar o poder de seu grupo no gabinete libanês e, o
que é mais importante, garantir o direito de veto nas decisões do gabinete.
Em 2008, apesar da
redução no número de assentos do Hezbollah no parlamento libanês, Nasrallah
conseguiu manter o direito de veto.
No mesmo ano, o
gabinete libanês aprovou que o Hezbollah poderia manter suas armas.
A partir daí, Hassan
Nasrallah se tornou uma figura que praticamente nenhum dos elites políticos
libaneses conseguia remover do cenário ou diminuir seu poder.
Nem a renúncia dos
primeiros-ministros que se opuseram a ele e nem mesmo a intervenção sem
precedentes de Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita,
conseguiram enfraquecê-lo.
Pelo contrário, ao
longo desses anos, com o apoio da República Islâmica do Irã, Nasrallah
conseguiu navegar por crises históricas como a Primavera Árabe, a
guerra civil na Síria e a contínua crise econômica no Líbano.
Em 8 de outubro de
2023 - um dia após o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, que desencadeou
a guerra em Gaza - os combates anteriormente esporádicos entre o Hezbollah e as
forças israelenses aumentaram.
O Hezbollah passou a
disparar contra posições israelenses, em solidariedade aos palestinos.
Em um discurso em
novembro, Nasrallah disse que o ataque do Hamas foi "100% palestino em termos
de decisão e execução", mas que os disparos entre seu grupo e Israel eram
"muito importantes e significativos".
O grupo lançou mais de
8.000 foguetes no norte de Israel e nas Colinas de Golã ocupadas por Israel.
Também disparou mísseis antitanque contra veículos blindados e atacou alvos
militares com drones explosivos.
As Forças de Defesa de
Israel (IDF) retaliaram com ataques aéreos e fogo de tanques e artilharia
contra posições do Hezbollah no Líbano.
Em seu discurso mais
recente, Nasrallah culpou Israel por detonar milhares de pagers e aparelhos de rádio usados por membros do Hezbollah, um
ataque que matou 39 pessoas e feriu milhares de outras, e disse que o país
"cruzou todas as linhas vermelhas". Ele reconheceu que o grupo sofreu
um "golpe sem precedentes".
Pouco depois, Israel
intensificou dramaticamente os ataques ao Hezbollah, lançando ondas de
bombardeios que mataram quase 800 pessoas.
Fonte: BBC News
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