quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Por que Jesus se irritou com os vendilhões no templo?

Há um pouco de ficção nessa narrativa. Não há quaisquer dúvidas históricas de que o famoso, primeiro e único Templo de Jerusalém tinha um significado especial, principalmente, para os Judeus. Herodes o construiu como um tática política para agradar Júlio César e, também ganhar moral com alguns Judeus tradicionalistas religiosos, que eram da alta cúpula, ou seja, os Judeus que tinham dinheiro para comprar cargos sarcedotais e, além de indicar algumas pessoas para trabalharem no Templo com entretenimentos (músicas, cultos, o local onde apenas o sumo sarcedote podia entrar, passeios nas demais divisões do Templo com os turistas que, tinham curiosidades sobre aquela estrutura e toda a história por trás da religião dos semitas).

Então, o Templo era um local de comércio que fervilhava na época da páscoa, todos ganhavam dinheiro, os romanos com a segurança, os judeus que vendiam animais para o sacrifício e os sarcedotes, a maioria saduceus. Isso pode ser conferido no livro "Zelota" de Reza Aslan. A fragilidade de uma confirmação que, de fato, Jesus esteve no Templo e expulsou os vendedores parte somente da bíblia, todo o resto é uma construção que visa sanar e justificar as muitas lacunas sobre o motivo da crucificação de Jesus.

Portanto, temos no livro supracitado, a consideração de que, Jesus era da corrente Apocalíptica, e, de como o "zelotismo" (zelo pelas coisas de deus) estava entranhado na crença dos Judeus pobres que, lutavam para ter de volta o seu território e, claro, as tradições religiosas reparadas. Dessa forma, Jesus teria entrado no Templo, na páscoa, e expulsado os vendilhões, afrontando os soldados romanos e interferido diretamente na lucratividade dos envolvidos. Como resultado, ele foi punido pelo crime de sedição e crucificado como um indigente baderneiro.

 

       Você acredita que Deus castiga?

 

Não.

Creio que nós tratamos disso muito bem sozinhos.

Algumas pessoas dizem que, se Deus fosse perfeito, o Mundo deveria ser perfeito.. e tento imaginar o que seria o Mundo perfeito para essas pessoas… algo assim?

Algo cheio de pequenas nuvens, talvez de algodão doce, e apenas populado por pequenos anjinhos que são bonzinhos porque Deus os criou assim e acabou?

Seria isso o "mundo perfeito"? Ou talvez aquele mundo… meio criacionista, meio testemunha de Jeová..?

Em que lobos e ovelhas se abraçam.. e ninguém se alimenta?

Desculpem, mas isso não me parece nada um mundo perfeito. Apenas tolo.

Eu acho que o Mundo está mais perto da perfeição tal como está, do que em qualquer dessas imagens.

Pense bem, no que seria um mundo perfeito… provavelmente seria um mundo sem humanos. Sem sequer pessoas. Sem interesse. Nada perfeito.

Eu acho que o mais importante é termos a possibilidade de nos construirmos a nós próprios… e é nesse sentido que teremos sido criados à Sua semelhança: por sermos criadores.

É isso que torna o Mundo realmente perfeito!

Eu não seria eu sem a revolta que as ditaduras, nazis ou comunistas, me causam. Sem o pasmo que me causa pessoas apoiarem alguém como Chavez, chegando a dar o seu nome a uma praça na Amadora… no mesmo momento em que recebemos refugiados das suas políticas assassinas.

(acabei de apagar dois parágrafos sobre a indignação que tal me causa)

Mas a verdade é que, embora prefira ser definido pelo amor, se não fossem os pecados (erros e assassínios) dessa gente… eu não seria eu.

A moralidade humana não se aplica a Deus (e isto é um conceito que tem sido distorcido para não se aplicar aos deuses, às elites que mandam…).

Porque grande parte da nossa moralidade vem do fato de não sabermos, não termos como saber, todas as consequências das nossas ações.

Deus, por definição, sabe.

Se Deus existir sabe que esta vida é um momento - o que acontece aqui importa apenas enquanto nos forma, nos permite construirmos como pessoas.

Mas, acima de tudo, Deus sabe melhor que nós o que precisamos.

Um pouco como um pai pode insistir que um filho seja vacinado, por mais medo de agulhas que o miúdo tenha!

São Paulo abençoava a fraqueza pois, dizia, "é quando estou fraco que sou forte."

Esta necessidade de nos sentirmos fracos, desamparados, para irmos nós ao encontro de Deus… é muito humana. E pode levar a que pareça um castigo aquilo que é apenas um chamamento.

Afinal de contas… se Deus existe, estar com Ele é a melhor coisa do Universo.

E um ser omnipotente, omnisciente e tudo o mais com certeza arranjaria melhores maneiras de nos castigar. Se o desejasse.

 

       Por que Deus mandou matar?

 

Eu também tinha essas dúvidas quando jovem.

Eu pensava da seguinte maneira: mesmo que Deus seja apenas uma personagem criada pela imaginação humana, por que razão Deus permite a existência do mal? Por que razão ele ordenou genocídios? Por que as pessoas não são capazes de perceber essa contradição tão óbvia?

Minha mente começou a se abrir ao ler "Temor e Tremor" de Sören Aabye Kierkegaard, um filósofo dinamarquês, considerado o primeiro filósofo existencialista. Kierkegaard me deu uma explicação satisfatória para a necessidade da religião. Pelo menos foi como eu interpretei o seu livro.

O senso comum e da moralidade criam constantemente constrangimentos para quem deve exercer o poder e a autoridade. O desenvolvimento social exige algo superior que permita ao homem em posição de comando romper os limites da moralidade e do senso comum. Apenas a religião permite dar esse salto extremamente arriscado e, muitas vezes, destrutivo. Nós sobrevivemos nos escombros desses desastres.

Mas, ainda me restava uma dúvida: por que razão é tão difícil para as pessoas perceberem essa contradição? Se os filósofos sabem disso, por que o homem comum não é capaz de entender?

Eu comecei a achar a resposta para essa questão ao ler o livro "O Que é Ideologia" de Marilena Chauí, em 1982. Na época, eu tinha 29 anos de idade e esperava o nascimento do meu primeiro filho. Eu tinha uma enorme curiosidade sobre o assunto, que eu desconhecia totalmente, mas não tinha muito tempo para leituras. O livro, de pouco mais de cem páginas, me atraiu pela promessa de esgotar o assunto rapidamente. Não imaginei até onde ele me levaria. O livro me mostrou o quanto eu era ignorante sobre coisas básicas da filosofia. Isso me deixou muito incomodado.

Tentando me aprofundar um pouco mais no assunto, eu comprei o livro "A Dialética Materialista: Categorias e Leis da Dialética" de Alexandre Cheptulin. Eu imaginei que esse livro fosse uma espécie de introdução à dialética, dirigida a pessoas que estavam iniciando a estudar o assunto. Mas, ao tentar ler o livro, já no primeiro capítulo, eu percebi que não seria fácil.

Como engenheiro, minha formação era positivista. Eu considerava os modelos lógico-matemáticos as únicas ferramentas adequadas para a compreensão da realidade. Os avanços da matemática, principalmente com o desenvolvimento da teoria da complexidade (que à época era chamada teoria do caos) parecia indicar que ela tinha respostas para tudo. Portanto, eu não tinha a ideia da importância da dialética.

A compreensão de como a consciência se desenvolve socialmente a partir da ação humana sobre a natureza é fundamental para entender a sociedade e porque Deus é necessário. Somente Deus tem o poder de autorizar os homens a usar a ideologia para fazer com que as pessoas cooperem umas com as outras, em condições de total desequilíbrio e injustiça. Sem isso, não haveria sociedades complexas.

Deus manda matar e manda que os poderosos façam outras coisas ainda mais cruéis. Esse é o mistério da fé.

 

       Se Deus não queria que Adão e Eva comessem do fruto proibido por que criou a tal árvore? Se o objetivo era apenas testar sua obediência qual a necessidade disso se Deus é onisciente?

 

Toda essa parte de Gênesis é uma grande poesia. O povo Hebreu, no cativeiro da Babilônia (586 aC) se apropria dos Mitos desses povos e faz uma releitura, a Serpente geralmente é símbolo de outros povos, e também da medicina. Como em tantos Mitos, o homem/mulher desobedecem (superam) os deuses, se apropriando da inteligência (em alguns Mitos se apropria do fogo, ou abre uma caixa do conhecimento ou dos males).

"Assim, a história de Adão e Eva, narrada tanto na Bíblia quanto no Alcorão, refere-se a um suposto casal primordial criado por Deus, os primeiros seres a habitarem o Planeta, o homem criado do barro e a mulher, sua metade complementar, gerada de uma costela extraída dele. Mas, na realidade, este seria mais um símbolo judaico-cristão e islâmico. A palavra ‘Adão’ vem do hebraico Adam, significando ‘ser humano, humanidade’, portanto dificilmente se referiria a um homem específico."

Acredito que para a época em que foi escrito, o Mito fazia sentido. Devo admitir que tem mais coesão que outras lendas, onde a humanidade surge do sangue dos deuses e que se rebela contra o criador tentando ou conseguindo matá-lo.

De qualquer forma, a humanidade descobre o conhecimento e ganha a propriedade de "duvidar" de Deus. Assim perde seu paraíso da ignorância e daí em diante a busca pelo conhecimento nunca mais parou, o que te propiciou fazer esse questionamento de agora.

 

       Qual lenda judaica é abominada pelo cristianismo?

 

Nas lendas rabínicas, Lilith é a primeira esposa de Adão, ela assertivamente reivindica a igualdade com seu parceiro. Lilith é despachada do jardim e uma esposa mais complacente, Eva, toma seu lugar.

De forma implícita em Gênesis 2:23 revela essa suposta ex-mulher de Adão:"Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’, porquanto do ‘homem’ foi extraída”.

Dando a entender que havia uma mulher que não era ossos dos ossos, nem carne da carne de Adão. E que Adão não ousava a chamar de "Mulher".

 

       Todos esperam um salvador ao invez de agirem e fazerem a vida melhor!

 

- Os indianos estão esperando por Kalki há 3.700 anos.

- Os budistas estão esperando por Maitréia há 2.600 anos. -

- Os judeus esperam pelo Messias há 2500 anos.

- Os cristãos esperam por Jesus há 2000 anos.

- Sunnah está esperando pelo Profeta Issa há 1400 anos.

- Os muçulmanos esperam por um messias da linha de Maomé há 1300 anos.

- Os xiitas estão esperando por Mandi há 1080 anos.

- Os Drusos estão esperando por Hamza ibn Ali há 1000 anos.

A maioria das religiões adota a ideia de um "salvador", e afirma que o mundo continuará cheio de maldade até que esse salvador chegue e o encha de bondade e justiça.

Talvez o nosso problema neste planeta seja que as pessoas esperam que alguém venha resolver seus problemas em vez de fazê-lo elas mesmas!

(Licença poética - as pessoas esperam que alguém venha ser bom o suficiente porque elas em sua maioria não querem ser.)

 

Fonte: Quora

 

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