Doenças
autoimunes: o que são e quais as mais comuns
O corpo
humano é recheado de complexidades e não é à toa: são infinitas células e
diversos órgãos trabalhando feito pequenas engrenagens para que tudo funcione
da melhor maneira possível — mas nem sempre elas sabem exatamente o que estão
fazendo.
Você sabe
como são causadas as doenças autoimunes? Siga na leitura do texto para entender
mais sobre o assunto e conhecer algumas das mais comuns.
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O sistema imunológico e as doenças
autoimunes
Para que
seja possível entender o que é uma doença autoimune, primeiro é preciso
compreender como funciona o nosso sistema imunológico. Esse é o sistema do
corpo humano responsável por nos defender do ataque de vírus, bactérias e
demais invasões externas.
Bastante
complexo, ele é formado por diversas células e órgãos que devem trabalhar em
conjunto para formar uma grande barreira de proteção. Acontece que o primeiro
passo da atuação desse sistema deve ser o reconhecimento da substância estranha
ou perigosa que entrou em contato com o organismo para, então, trabalhar para
se defender dela. Isso se dá pelos antígenos, que são as moléculas
contidas nesse corpo estranho.
Acontece
que as células dos nossos próprios tecidos também possuem antígenos — e o
problema é quando o sistema imunológico passa a reagir não apenas contra os
antígenos das invasões externas, mas também contra os do nosso próprio corpo.
Com isso, o organismo começa a atacar os próprios tecidos como se eles fossem
invasores e essa reação indevida é conhecida como doença autoimune.
Ainda não
se sabe ao certo o que desencadeia essas reações autoimunes do organismo, mas
existem estudos que relacionam algumas das doenças com desordens endócrinas e
gatilhos ambientais e alimentares, aliados à predisposição genética.
Um exemplo
é quando uma substância do próprio organismo que se encontra em determinada
região do corpo (e, portanto, irrelevante para o sistema imunológico) acaba
sendo liberada na corrente sanguínea por algum motivo e, então, começa a ser
percebida como inimiga pelas células de defesa.
A falha
pode acontecer, também, dentro do próprio sistema imunológico, quando as
células que controlam a produção dos anticorpos se descontrolam e começam a
produzir células que atacam os tecidos internos. Outras vezes, durante uma
batalha contra uma infecção externa, o sistema imunológico pode se perder e
começar a atacar, também, substâncias do próprio organismo.
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Sinais das doenças autoimunes
Como
existem várias doenças autoimunes, é claro que cada uma delas tem seu próprio
conjunto específico de sintomas. No entanto, é possível levar em consideração
alguns sinais que são comuns a muitas delas:
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Inflamações
Dado que
as doenças autoimunes afetam diferentes tecidos do corpo, as inflamações
constantes são um sinal muito relevante de que existe uma desordem no
organismo. Elas podem se revelar tanto por meio de dores quanto de inchaços em
glândulas e até mesmo reações cutâneas, que, muitas vezes, podem ser
confundidas com alergias.
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Dores nas articulações
As dores
articulares causadas pelas inflamações também são muito comuns às doenças
autoimunes, assim como uma certa rigidez nas articulações, especialmente após
longos períodos de repouso ou de atividade prolongada.
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Problemas de coordenação e equilíbrio
Algumas
doenças autoimunes têm impactos neurológicos, já que os tecidos atacados podem
ser os do sistema nervoso. Dessa forma, é muito importante ligar o alerta e
procurar atendimento médico o mais rápido possível caso aconteçam episódios de
vertigem, dificuldade para caminhar, perda de equilíbrio, falta de coordenação e tremores.
Isoladamente,
quaisquer desses sinais não são nenhuma garantia de que exista uma doença
autoimune — no entanto, eles podem ser o ponto de partida para um diagnóstico
precoce que pode frear a evolução da doença e melhorar a qualidade de vida do
paciente. Portanto, é bom ficar atento!
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Conheça 7 doenças autoimunes
Como dito
anteriormente, essa desordem no sistema imunológico pode refletir em qualquer
tecido do corpo e, por isso, existem muitas doenças autoimunes diferentes.
Listamos, a seguir, sete das mais comuns, seus sintomas e formas de controle.
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1. Lúpus
O lúpus é
uma doença autoimune que pode afetar diferentes tecidos do corpo, desde a pele
até o cérebro, e, portanto, precisa ser cuidado de perto para que não evolua
para casos mais graves.
Segundo
o Ministério da Saúde, a doença pode se manifestar de três maneiras, que têm causas
diferentes:
- Lúpus
Sistêmico
- Lúpus
Discoide
- Lúpus
neonatal
Ainda
existem, também, casos de lúpus induzido por medicamentos ou drogas, que acabam
por provocar sintomas semelhantes aos da doença — mas que não são autoimunes e
tendem a desaparecer junto com o fim do uso das substâncias.
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Sintomas
Os sintomas do lúpus podem variar bastante, de acordo com a área do corpo
afetada pela doença. Os principais, no entanto, são: febre,
fadiga, dor nas articulações, rigidez muscular, inchaços, vermelhidões e lesões
na pele, sensibilidade à luz solar, dificuldade para respirar, queda de cabelo,
mal-estar generalizado e dores de cabeça.
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Diagnóstico
Não existe
nenhum exame ou teste específico para lúpus, e é preciso se atentar bem aos
sinais para não perder a chance do diagnóstico precoce, já que, por serem muito
variados, eles podem se relacionar a diversas outras condições.
Para além
dos sintomas e das avaliações clínicas, é possível diagnosticar a doença com
segurança por meio de exames de sangue, urina e testes de anticorpos.
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Tratamento
O lúpus
não tem cura e, como toda doença crônica, é tratada de forma paliativa, por
meio do controle dos sintomas. Os quadros leves podem ser tratados com o uso de
anti-inflamatórios, corticóides de baixa dosagem e de uso tópico, para
tratar as lesões da pele.
Já os
quadros graves precisam ser tratados com corticóides de alta dosagem, que
funcionam como imunossupressores e, dessa forma, minimizam o ataque do sistema
imunológico — tanto ao próprio corpo quanto aos invasores externos, o que faz
com que o organismo fique com baixa imunidade e, portanto, precise ser
observado muito de perto. Nos casos ainda mais graves, é preciso utilizar
drogas citotóxicas, que bloqueiam o crescimento celular e impedem o avanço da
doença.
Embora a
doença não tenha cura, quando os tratamentos são conduzidos da maneira adequada
é possível praticamente eliminar os sintomas, o que faz com que o paciente
tenha uma “vida normal”. Tanto o acompanhamento da doença como os
tratamentos são oferecidos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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2. Psoríase
A psoríase
é uma doença autoimune que se restringe às células dermatológicas, ou seja, à
pele. As crises da doença, períodos em que se formam mais lesões, estão
relacionados a gatilhos como o estresse, baixa imunidade do organismo devido a
outras infecções, uso de certas medicações e, até mesmo, banhos muito quentes.
Assim como
o lúpus, a psoríase também pode ser categorizada em diferentes tipos, que
variam principalmente em relação às partes do corpo atingidas:
- Psoríase
vulgar
- Psoríase
palmoplantar
- Psoríase
ungueal
- Psoríase
invertida
- Psoríase
eritrodérmica
- Psoríase
artropática
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Sintomas
O nível
das lesões cutâneas causadas pela psoríase variam de pessoa para pessoa e de
acordo, também, com o grau de evolução da doença. Enquanto nos casos mais leves
pode haver apenas um leve desconforto, os mais graves podem ser bastante
dolorosos.
Os
sintomas podem ser: pele bastante ressecada, por vezes rachada e com
sangramentos, manchas vermelhas com escamas esbranquiçadas, coceira, dor, unhas
grossas e amareladas e, até mesmo, dor e rigidez nas articulações, nos casos da
psoríase artropática.
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Diagnóstico
O
diagnóstico de psoríase é feito, principalmente, por meio do exame clínico. Em
alguns casos, pode ser requisitada uma biópsia da pele.
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Tratamentos
A psoríase
não tem cura, mas, se tratada da maneira adequada, pode ter seus sintomas
bastante controlados e reduzidos. Os tratamentos são individualizados e variam
de acordo com a evolução da doença e as respostas do organismo do paciente. Em
geral, proteger a pele da exposição solar, mantê-la hidratada e utilizar
medicamentos tópicos sobre as lesões quando elas aparecem já são formas
bastante satisfatórias de controlar o quadro clínico.
Em casos
mais graves, protocolos medicamentosos (tanto orais quanto injetáveis) podem
ser recomendados pelos médicos, assim como sessões de fototerapia.
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3. Espondilite Anquilosante
A
espondilite anquilosante é uma espécie de artrite que se caracteriza pela
inflamação dos tecidos conjuntivos da coluna, das grandes articulações (como
ombros e quadris) e dos dedos dos pés e das mãos, causando dor e rigidez.
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Sintomas
O sintoma
mais comum da espondilite é a dor nas costas, que varia bastante de intensidade
de um paciente para outro e, geralmente, é mais intensa à noite e logo pela
manhã. Dor na região lombar, espasmos musculares e rigidez das articulações
também são sinais complementares da doença, assim como irritações nos olhos,
perda de apetite e fadiga excessiva.
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Diagnóstico
O
diagnóstico de espondilite anquilosante é realizado, principalmente, por meio
da análise dos sintomas clínicos e do histórico familiar do paciente. Exames de
sangue, radiografias e até mesmo ressonâncias magnéticas podem ser requisitadas
para complementação.
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Tratamento
A
espondilite anquilosante não tem cura, e o tratamento se dá por meio da
prevenção dos sintomas. A principal recomendação para os pacientes é o da
prática regular de exercícios físicos, que reduzem muito os problemas de
rigidez e dor articular e fortalecem os músculos. Anti-inflamatórios costumam
ser receitados para amenizar a dor das crises, e outros medicamentos podem ser
receitados caso a caso para conter o avanço da doença e os problemas
articulares.
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4. Vitiligo
Vitiligo é
um distúrbio de pigmentação que ataca os melanócitos (células que produzem o
pigmento da pele). Por conta disso, começam a aparecer manchas brancas na pele,
em várias partes do corpo.
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Sintomas
Os
sintomas do vitiligo se reduzem ao aparecimento das manchas brancas na pele,
que devem ser ainda mais protegidas do sol, pois ficam mais sensíveis e
suscetíveis a queimaduras graves.
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Diagnóstico
O vitiligo
é facilmente diagnosticado pela análise clínica, já que sua aparência é
bastante característica. Em alguns casos, é realizado um exame com iluminação
diferenciada para distinguir a doença de outros motivos que podem clarear a
pele.
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Tratamento
Não existe
cura para o vitiligo, e o tratamento deve ser bastante individualizado, de
acordo com cada caso, com a evolução da doença e o nível de amplitude das
manchas no corpo. Tecnologias como o laser e, até mesmo, o transplante de
melanócitos, podem ser utilizadas para repigmentar a pele.
É muito
importante, no entanto, reforçar a proteção da pele com o uso constante de
filtro solar, para evitar maiores problemas.
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5. Artrite reumatóide
A artrite
reumatóide se caracteriza pelo ataque do sistema imunológico às nossas
articulações, o que provoca inchaço, rigidez e dores que acabam por limitar os
movimentos do indivíduo. O avanço das inflamações, quando a doença não é
controlada, pode até causar deformidades e degeneração nos ossos.
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Sintomas
Os
sintomas da artrite reumatóide são, principalmente, dores e inchaços nas
articulações, rigidez e dificuldade de movimentação. Podem aparecer também
episódios de febre baixa, redução do apetite e cansaço excessivo.
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Diagnóstico
O
diagnóstico da artrite reumatóide é confirmado por um reumatologista, por meio
do exame clínico, de radiografias das articulações e eventuais exames de
sangue.
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Tratamento
A artrite
reumatóide não tem cura, mas são várias as classes de medicamentos utilizadas
para amenizar os sintomas, como os anti-inflamatórios e remédios que atuam nas
células de defesa do corpo. É preciso, também, adotar hábitos saudáveis que
envolvam a prática regular de atividade física para garantir uma saúde maior às
articulações.
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6. Doença celíaca
A doença
celíaca é uma forte intolerância do sistema imunológico ao
glúten, proteína encontrada em cereais como o
trigo, a aveia, a cevada, o centeio e seus derivados. Isso acontece quando o
organismo do paciente não possui a enzima responsável pela digestão do glúten,
o que faz com que o sistema imunológico comece a reagir contra o acúmulo da
substância e atacar as mucosas do intestino.
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Sintomas
Os
sintomas da doença celíaca são muito semelhantes aos sintomas de várias outras
doenças gastrointestinais: incômodos intestinais, barriga estufada, gases,
ânsia de vômito, diarreia, perda de peso e mal-estar.
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Diagnóstico
Como os
sintomas são muito parecidos com o de qualquer outro problema gástrico, não é
possível chegar ao diagnóstico apenas por meio da avaliação clínica. Em geral,
são realizados exames de sangue com o objetivo de encontrar os anticorpos
responsáveis pelo problema e realizar uma biópsia do intestino delgado.
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Tratamento
Como não
existe cura para a doença celíaca e, tampouco, medicamentos capazes de amenizar
o quadro, o melhor protocolo a se seguir é o da dieta restritiva, que elimina
todos os produtos com glúten da rotina do paciente. Para que essas alterações
alimentares sejam conduzidas de forma adequada e saudável, o ideal é contar com
o acompanhamento de um nutrólogo ou nutricionista.
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7. Doença de Crohn
A doença
de Crohn é uma inflamação crônica do trato gastrointestinal que pode afetar
todos os órgãos do sistema, mas, na maioria dos casos, aparece entre a parte
inferior do intestino delgado e o intestino grosso.
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Sintomas
O
principal sintoma da doença de Crohn são os períodos de diarréia intensa que
podem ou não ser acompanhados de sangramento retal. Cólica abdominal, perda de
apetite e emagrecimento são sinais bastante comuns.
Febre
baixa persistente, gases em excesso, necessidade de evacuar com urgência,
cansaço excessivo e manchas vermelhas na pele também são sintomas que podem
estar relacionados com a condição.
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Diagnóstico
O
diagnóstico da doença de Crohn depende da avaliação dos sintomas e de uma série
de exames clínicos e laboratoriais. É preciso investigar o indivíduo para
descartar as hipóteses de outras doenças e, então, se chegar ao diagnóstico, já
que alguns sintomas da doença de Crohn e até mesmo eventuais evidências
físicas, como fissuras no intestino e no ânus, também podem estar relacionados
a outras condições de saúde.
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Tratamento
A doença
de Crohn não tem cura e, portanto, após o diagnóstico inicia-se um
acompanhamento constante ao paciente, que deve levar em consideração tanto as
possibilidades de tratamentos medicamentosos quanto de mudanças de estilo de
vida que melhorem sua saúde e bem-estar. Com o acompanhamento e uma atenção
constante à saúde, é possível levar uma vida normal.
Agora que
você já tirou suas dúvidas sobre as doenças autoimunes e algumas das mais
comuns, continue acompanhando a plataforma Sempre Bem para se informar
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comportamento e bem-estar.
Fonte:
Sempre Bem
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