Amêndoas
de cacau da Bahia e do Pará estão entre as melhores do mundo
Um
produtor de cacau de Ilhéus, sul da Bahia, e uma cacauicultora de Medicilândia,
no Pará, ganharam medalhas de ouro no Cacao of Excellence Awards (CoEx),
premiação que elege as melhores amêndoas de cacau do mundo e que é dividida por
regiões. A cerimônia que anunciou o resultado da edição 2023 foi realizada
ontem (8), durante a Semana do Cacau de Amsterdã (Amsterdan Cocoa Week), na
Holanda. Luciano Ramos de Lima, da Bahia, e Miriam Federicci, do Pará,
receberam a honraria mais alta da premiação para a América do Sul. Já o
produtor Robson Brogni, também do Pará, ganhou a medalha de prata para a mesma
região.
O Cacao of
Excellence é considerado a premiação de maior prestígio do mundo ao reconhecer
produtores de cacau excepcionais pela qualidade superior e diversidade de
sabores de todos os cantos do planeta. Para a edição de 2023, o CoEx recebeu
222 amostras de amêndoas de cacau de 52 origens diferentes provenientes de
quatro grandes regiões: África e Oceano Índico; Ásia e Pacífico; América
Central e Caribe; e América do Sul.
“O Brasil
disputa em uma região muito competitiva, pois a América do Sul reúne os
principais players de cacau fino do mundo. Concorremos com
Equador, Peru, Colômbia e Venezuela, origens mundialmente consolidadas de cacau
de qualidade”, destaca Adriana Reis, gerente de qualidade do Centro de Inovação
do Cacau (CIC), sediado em Ilhéus.
A
semifinal do Cacao of Excellence reúne as 50 melhores amêndoas de cacau do
mundo. Os brasileiros chegaram a essa fase depois de serem premiados no
Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil de 2022, disputa que funcionou
como etapa classificatória para a premiação internacional. Naquele ano, Miriam
Federicci e Luciano Ramos também dividiram o prêmio - ambos em segunda
colocação na categoria de variedade única. Já Robson Brogni empatou com uma
outra cacauicultora paraense no terceiro lugar da categoria mistura de
variedades
O Concurso
Nacional de Cacau Especial é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau e tem o
objetivo de incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na
produção de cacau no Brasil, divulgando o fruto a partir dos chocolates
especiais e promovendo este segmento junto ao consumidor. Além de destacar a
qualidade, a premiação brasileira também analisa as práticas de produção dos
participantes. Essa avaliação se fundamenta no Currículo de Sustentabilidade do
Cacau, um documento de referência em sustentabilidade destinado a produtores de
cacau, profissionais técnicos e instituições. O objetivo é impulsionar a
constante aprimoração da produção, vinculada à diminuição dos impactos adversos
provenientes dessa atividade.
O Concurso
Nacional de Cacau Especial é organizado e executado pelo Centro de Inovação do
Cacau (CIC) em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
(Ceplac), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e
Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).
“O CIC
está muito orgulhoso porque a gente vem construindo essa pauta com a cadeia do
cacau há cinco anos. São cinco anos do Concurso Nacional, que é uma pré-seleção
para o concurso internacional. Esse resultado do CoEx traduz o reconhecimento
da qualidade e da sustentabilidade do cacau brasileiro. É o reconhecimento do
esforço que a cadeia produtiva tem feito em conjunto para promover o nosso
cacau para o mundo”, aponta Cristiano Villela, diretor científico do CIC.
·
Variedades
Para
disputar as premiações nacional e internacional, o baiano Luciano Ramos apostou
na BN34, uma variedade genética nobre que, de acordo com a especialista Adriana
Reis, tem um perfil frutado e floral. Miriam Federicci inscreveu uma variedade
chamada Alvorada 01, cujas notas são cítricas, com frutas amarelas. Já Robson
Brogni levou sua amostra de blend com notas de frutas marrons e
especiarias.
“Pela
primeira vez, temos três pequenos produtores premiados. É um momento de muita
emoção e que representa os esforços de todos que vêm trabalhando para mostrar
que o cacau do Brasil tem potencial de expressar sabores e aromas especiais que
atraiam o mundo”, pontua Adriana, líder do painel sensorial que avalia as
amostras de cacau para o Concurso Nacional de Cacau Especial.
Apoiado
pelo Instituto Arapyaú, o Centro de Inovação do Cacau é uma iniciativa do
Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia (PCTSul) que realiza avaliações
de amêndoas de cacau e chocolate. Trata-se de um laboratório dedicado para
fazer análises físicas, químicas e sensoriais, prestando serviços a produtores
de variados portes, além da indústria processadora de cacau.
Fonte: Por
Lívia Cabral - Assessora de Imprensa
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