EUA ignoram protesto no Congresso e reforçam apoio a Israel e à Ucrânia
por interesses políticos
Na terça-feira (31), manifestantes ligados ao grupo
antiguerra CODEPINK, que também fez apelos aos EUA para que parem de enviar
armas à Ucrânia, invadiram o Congresso para pedir o fim do conflito em Gaza.
Os manifestantes interromperam o discurso do
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pedindo o fim do conflito entre
Israel e o Hamas.
Durante o protesto no Congresso americano, os
manifestantes gritavam "cessar-fogo agora!", ao mesmo tempo em que os
líderes americanos pediam o financiamento para a segurança nacional, incluindo
US$ 14,3 bilhões (R$ 72 bilhões) em ajuda a Israel.
De acordo com o The Washington Post, 12
manifestantes, que estavam vestidos de rosa e com as mãos pintadas de vermelho
para simbolizar o sangue, foram presos pela Polícia do Capitólio.
O jornal indica que Blinken reconheceu a opinião
dos manifestantes, contudo destacou a necessidade de apoiar seus aliados.
Tanto o secretário de Defesa dos Estados Unidos,
Lloyd Austin, quanto o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmaram que o
apoio financeiro e econômico à Ucrânia e a Israel é de fundamental importância
para os interesses da política internacional dos EUA.
Por sua vez, os republicanos defenderam o apoio a
Israel, considerando um pedido separado à medida que os conservadores tentam
reduzir a ajuda à Ucrânia.
Recentemente, a congressista da Câmara dos
Representantes dos EUA Marjorie Taylor Greene afirmou que o financiamento para
a Ucrânia deveria acabar, e que todo o "apoio" não passa de uma
lavagem de dinheiro às custas do povo americano.
• Militar:
EUA devem retirar tropas do Oriente Médio para não arrastar o país para mais
uma guerra
Os EUA precisam retirar suas tropas do Oriente
Médio para não colocá-las em perigo, disse o tenente-coronel aposentado do
Exército dos Estados Unidos, Daniel Davis, ao canal de TV Fox News.
"Precisamos reduzir nossa vulnerabilidade e
tirar nossos rapazes de lá", observou ele.
De acordo com o coronel, a presença de bases
militares norte-americanas nesta região pode "arrastar os EUA para outra
guerra no Oriente Médio".
"E esta é a pior coisa que pode acontecer hoje
para os interesses nacionais americanos", acrescentou Davis.
Anteriormente, o Comando Central dos Estados Unidos
informou que mais de 20 soldados americanos ficaram feridos em meio ao aumento
de bombardeios de suas bases no Oriente Médio.
Além disso, de acordo com dados do Pentágono,
durante a semana de 17 a 24 de outubro, grupos militares, supostamente ligados
ao Irã, atacaram as tropas dos EUA no Iraque por dez vezes e na Síria por três
vezes contra o pano de fundo da escalada do conflito na Faixa de Gaza.
• Bases
americanas na Síria sofrem novos ataques, mas militares conseguem abater
drones, diz mídia
Na região de Al-Tanf, perto das fronteiras da Síria
com o Iraque e a Jordânia, o sistema de defesa antiaérea dos EUA abateu dois
drones que efetuavam um ataque contra uma base americana, segundo um artigo da
Reuters.
"Dois veículos aéreos não tripulados, que
tinham como alvo uma base dos EUA na região de Al-Tanf, na Síria, foram
abatidos pelo sistema de defesa da base", ressaltou a publicação, citando uma
fonte.
A base de Al-Tanf é uma instalação militar operada
pela coalizão internacional chefiada pelos Estados Unidos. Ela foi estabelecida
em 2014 para combater o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em
vários outros países) no Iraque e na Síria, por isso está localizada na
fronteira da Síria, Iraque e Jordânia, na província síria de Homs.
Mais cedo, uma base dos EUA no campo de Al-Omar, na
zona rural de Deir ez-Zor, no leste da Síria, foi alvo de bombardeios com
foguetes e foram ouvidas quatro explosões, disse uma fonte local à Sputnik.
Foram ouvidas explosões em vilarejos e bairros
próximos ao campo. Os helicópteros e drones americanos decolaram imediatamente
após as explosões, escreve a mídia.
Anteriormente, um alto funcionário do Departamento
de Defesa dos EUA disse que as forças norte-americanas no Iraque e na Síria
foram alvo de 23 ataques com drones ou foguetes nos últimos 13 dias.
As Forças Armadas dos EUA têm 24 bases militares e
quatro centros no território da Síria. As bases dos EUA na Síria têm sido
atacadas repetidamente com drones e mísseis, mas geralmente sem consequências.
Brincar
de guerra dá lucro e EUA agora querem 12 submarinos com mísseis balísticos
A Marinha americana anunciou o ambicioso plano para
construir 12 submarinos da classe Columbia equipados com mísseis balísticos
intercontinentais.
O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na
sigla em inglês) divulgou o orçamento para a construção de 12 submarinos da
classe Columbia por um valor superfaturado, o que já é marca registrada de um
governo que usa a guerra para obter lucros.
De acordo com o portal EurAsian Times, esta é mais
uma investida da administração Biden para tentar deter o avanço chinês que,
segundo os últimos relatórios americanos, detém 370 embarcações, enquanto os
Estados Unidos contam apenas com 290.
Espera-se que o primeiro submarino da classe Columbia
entre em operação entre 2024 e 2028.
Os submarinos de mísseis balísticos da classe
Columbia terão um diâmetro de 13, 1 metros e um comprimento de 170,7 metros,
com um deslocamento submergido de 20.810 toneladas.
Hezbollah
pode entrar em conflito contra Israel 'se Hamas estiver em seu último suspiro'
O grupo militante Hezbollah do Líbano entrará no
conflito israelo-palestino se o movimento palestino Hamas estiver esgotado, de
acordo com artigo do The New York Times, citando uma autoridade libanesa.
"Os combatentes [do Hezbollah] disseram que
sua linha vermelha para a intervenção é a destruição do Hamas, e que eles
entrarão na guerra se o grupo estiver em seu último suspiro", ressalta a
mídia.
"O Hezbollah provavelmente não está atacando
Israel com força total para evitar a escalada do conflito. De acordo com o
movimento libanês, o Hamas está em uma boa posição e ainda não precisa de
ajuda", segundo a publicação.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde de
Gaza, mais de 8,5 mil pessoas perderam a vida na ofensiva de Israel — 63% delas
mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil
estão órfãs.
Nesta terça-feira (31), um ataque das Forças de
Defesa de Israel (FDI) atingiu o campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de
Gaza, matando pelo menos 50 civis.
Irã
alerta EUA e pede a Estados muçulmanos que cessem exportações de petróleo e
alimento para Israel
Em reunião na Turquia, chanceler iraniano alerta
Washington e Tel Aviv sobre "elemento surpresa" se um cessar-fogo não
acontecer, já o líder supremo do Irã convocou Estados muçulmanos a paralizarem
exportações para Israel.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein
Amir-Abdollahian, alertou nesta quarta-feira (1º) sobre "duras
consequências" se os ataques continuarem na Faixa de Gaza. O alerta é o
mais recente de uma série de advertências do país persa.
"Se um cessar-fogo imediato não ocorrer na
Faixa de Gaza e os rápidos ataques dos Estados Unidos e do regime sionista
continuarem, as consequências serão duras", disse Amir-Abdollahian sem dar
maiores detalhes.
As declarações do chanceler aconteceram durante uma
conferência de imprensa hoje (1º) em Ancara, na Turquia, onde concedeu uma
entrevista junto ao seu homólogo turco.
Ao mesmo tempo, Amir-Abdollahian afirmou que
prossegue a realização de uma reunião de líderes de países muçulmanos e árabes
para discutir "o fim do genocídio israelense em Gaza".
O ministro disse que a ideia, apresentada pelo
presidente iraniano Ebrahim Raisi, foi discutida em diálogos com altos
funcionários do Catar, Turquia, Arábia Saudita e Egito, acrescentando que Raisi
está com uma viagem programada para Turquia na agenda.
O principal diplomata do Irã lamentou a
"continuação das atrocidades cometidas" na Faixa de Gaza por Israel e
disse que a região está "muito perto de uma decisão importante [que será
tomada] se o genocídio em Gaza não parar", reiterando que se conflito não
terminar imediatamente, a resistência colocará na sua agenda "um movimento
surpresa", sublinhou Amir-Abdollahian segundo a Tasnim.
O ministro iraniano também destacou suas conversas
com autoridades do Hamas e disse que elas o informaram que 50 dos prisioneiros
detidos foram mortos em ataques israelenses aos hospitais de Gaza.
Também nesta quarta-feira (1º), o líder supremo do
Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu aos Estados muçulmanos que cessem as
exportações de petróleo e alimentos para Israel, exigindo o fim do bombardeio
da Faixa de Gaza, informou a mídia.
"Os bombardeios em Gaza devem parar
imediatamente, [...] o caminho das exportações de petróleo e alimentos para o
regime sionista deve ser interrompido. Estados muçulmanos não devem cooperar
economicamente com o regime sionista, mas denunciar estas catástrofes e crimes
veementemente e sem hesitação em todos os fóruns internacionais", disse
Khamenei.
O aiatolá prosseguiu suas declarações argumentando
que a questão central hoje em dia não é a guerra israelense em Gaza, mas sim a
"batalha entre a verdade e a falsidade", e a luta entre o poder da fé
e o poder da arrogância.
"É claro que o poder da arrogância vem acompanhado
de pressão militar, bombardeios, bem como calamidades e crimes […]",
afirmou.
Por fim, Khamenei acrescentou que "a escalada
e as circunstâncias do que está acontecendo devem ser esclarecidas. O regime
sionista deve ser condenado e todo o mundo muçulmano deve ser mobilizado contra
ele", acrescentou o líder.
Retorno
de Bashar: ataque de EUA e Israel não impede volta da Síria ao jogo regional,
diz analista
EUA e Israel intensificaram ataques contra alvos na
Síria na última semana, alegando temer entrada de milícias ligadas ao Irã no
conflito com o Hamas. Saiba por que essa campanha militar pode não ser
suficiente para reverter a volta da Síria ao tabuleiro político no Oriente
Médio.
Na segunda-feira (30), o Departamento de Defesa dos
EUA informou que suas bases militares no Iraque e na Síria teriam sido atacadas
23 vezes em menos de 15 dias, em um contexto de escalada de tensões no Oriente
Médio, em função do conflito israelo-palestino.
"De 17 a 30 de outubro, as forças dos EUA e da
coalizão foram atacadas pelo menos 14 vezes diferentes no Iraque e nove vezes na
Síria, por meio de uma combinação de drones e foguetes de ataque
unidirecionais, totalizando 23 ataques até agora", informou o Departamento
de Defesa dos EUA em seu site oficial. "Muitos desses ataques foram
interrompidos com sucesso por nossos militares. A maioria não conseguiu atingir
os seus objetivos."
A alegação de Washington foi realizada após o país
realizar campanha de ataques aéreos contra o território da Síria, utilizando
caças F-16 e munições guiadas de precisão. O Pentágono justifica a violação ao
território soberano da Síria, alegando estar atacando milícias ligadas ao
Hezbollah e ao Irã.
Mas os EUA não são os únicos que realizaram ataques
no território sírio no mês de outubro. As forças de Israel atacam o território
sírio periodicamente, mirando objetos de infraestrutura, como os aeroportos de
Damasco e Aleppo.
"Existe certa naturalidade no trato dos
ataques que Israel e EUA realizam na Síria, e na continuada ocupação de parte
do território por parte de Washington, como se a Síria não fosse um país
soberano", disse o professor livre-docente de Relações Internacionais da
PUC-SP, Reginaldo Nasser, à Sputnik Brasil.
Com o governo de Damasco fragilizado após mais de
dez anos de guerra civil, Israel e EUA não enfrentam resistência militar síria
aos seus repetidos ataques.
"O governo da Síria não tem condições de
entrar em conflitos armados, já que segue muito enfraquecido e inicia o seu
processo de reconstrução somente agora", considerou o professor
livre-docente.
Apesar da presença de milícias armadas financiadas
pelo Irã no país ser uma realidade, Nasser não acredita que os sírios devam ser
castigados pelas ações do Hamas, grupo que não nutre ligações com Damasco.
"Os líderes do Hamas ficam locados no Catar,
mas quem é apontado como culpado de tudo é o Irã. E quem sofre bombardeios são
o Líbano e a Síria – as partes mais frágeis da região", notou o professor.
Apesar de serem aliados, os objetivos dos ataques
dos EUA e de Israel na Síria nem sempre são os mesmos, acredita a professora de
Relações Internacionais e assessora do Instituto Brasil-Israel, Karina Stange
Calandrin.
"Israel tem maior preocupação com a presença
do Irã e do Hezbollah na Síria, que considera uma ameaça direta para a sua
segurança", disse Calandrin à Sputnik Brasil. "Já os EUA se preocupam
mais com a presença da Rússia no país."
Para ela, o perigo de escalada do conflito na Faixa
de Gaza para as Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel desde
1967, é real. Uma ofensiva israelense na área teria o objetivo de enfraquecer o
Hezbollah.
"Com certeza é uma possibilidade real, que
Israel deve evitar a qualquer custo. O Hezbollah é muito mais poderoso e tem
mais experiência de guerra do que o Hamas", disse Calandrin. "Então
uma escalada [nas Colinas de Golã] seria mais perigosa em termos militares para
Israel do que o conflito com o Hamas [na Faixa de Gaza]."
• EUA
em baixa no Oriente Médio
Em um cenário no qual o apoio incondicional a
Israel impõe altos custos diplomáticos aos EUA no Oriente Médio, a presença de
outras potências, como Rússia e China, é ainda mais desafiadora.
"Neste momento a situação dos EUA na região é
muito complicada", disse Nasser. "O presidente dos EUA, Joe Biden,
não foi recebido por Jordânia e Egito, e a política de Washington vem sendo
alvo de críticas por parte de Catar e Arábia Saudita."
O afastamento dos EUA também é resultado de pressão
da opinião pública, fortemente mobilizada em ondas de protestos pró-Palestina
no mundo árabe, apontou o professor livre-docente.
"O poder da rua árabe é grande e os países da
região não têm interesse que os protestos se aqueçam novamente",
considerou Nasser. "Portanto, há forte pressão da opinião pública para que
os governos locais se afastem ainda mais de EUA e Israel."
• Vitória
para Damasco?
A diminuição da influência dos EUA na região pode
favorecer o processo de normalização das relações entre o governo de Damasco e
os demais países árabes, acredita Nasser.
"Damasco pode sair fragilizada militarmente,
mas não politicamente. A Síria vinha em um processo chamado de normalização de
suas relações com os demais países árabes, inclusive com as monarquias do golfo
[Pérsido], algumas das quais financiaram ações contra o governo de Bashar
Al-Assad", considerou o professor de Relações Internacionais.
Em maio deste ano, a Síria foi readmitida na Liga
Árabe, após mais de dez anos suspensa do órgão, em passo considerado
fundamental para o início de negociações de paz no país. Na época, Washington
criticou a decisão do órgão.
"Não acreditamos que a Síria mereça a
readmissão na Liga Árabe neste momento", disse o porta-voz dos EUA,
acrescentando que as sanções impostas por Washington contra Damasco
permanecerão em pleno vigor.
A redução da influência dos EUA no Oriente Médio,
portanto, pode reforçar a reconciliação entre países árabes e o papel
diplomático de instituições multilaterais da região.
"Apesar das tensões com Israel, o que vemos
agora é uma diminuição das tensões entre os países árabes – o que é raro,
diga-se de passagem", disse Nasser. "O acordo entre Irã e Arábia
Saudita, mediado pela China, foi fundamental para selar essa tendência."
Esse contexto pode favorecer a Síria, que precisará de apoio político e
financeiro externo para reconstruir o país, após mais de dez anos de guerra
civil, intervenções externas e sanções econômicas impostas pelos EUA.
"Os fundos de investimentos dos países do
golfo [Pérsico] poderão ter papel fundamental na reconstrução da Síria, […] e
essa é só mais uma das vantagens da diminuição de tensões entre os países
árabes", concluiu Reginaldo Nasser.
Kim
Jong-un quer auxiliar Palestina no conflito com Israel, diz agência de
inteligência
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, teria ordenado
a seus agentes governamentais a encontrarem maneiras de auxiliar a Palestina no
conflito contra Israel. A informação é da agência de notícias sul-coreana
Yonhap, citando o legislador do Partido do Poder Popular (PPP), Yoo Sang-beom.
Segundo o conservador Yoo, um relatório do Serviço
Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS, na sigla em inglês) aponta que
Pyongyang está buscando maneiras de fornecer armas aos grupos militantes
atuantes na região, além de outros países do Eixo da Resistência — grupo
composto por nações islâmicas contrárias à presença dos Estados Unidos e de
Israel na região.
Kim já teria auxiliado grupos como o Hamas e o
Hezbollah no passado, fornecendo artilharias e armas antitanque.
Ainda segundo o serviço de inteligência, a
estratégia usada pelo Hamas — de utilizar rápidos lançamentos de foguetes e
manter uma mobilidade constante — poderia servir de inspiração para Kim Jong-un
no conflito da península coreana.
Atualmente, ambas as Coreias se encontram em
guerra, embora um armistício esteja em vigor, cessando as hostilidades armadas.
Fonte: Sputnik Brasil
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