Hepatite C e B predomina entre jovens e adultos na Bahia
O mês de setembro foi escolhido para a
conscientização da população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e
tratamento das hepatites virais, sendo o dia 28 de julho reconhecido como o Dia
Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. No Brasil, foram registrados 750
mil casos no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação do Ministério da
Saúde de 2000 a 2022.
Dados recentes da Secretaria de Saúde da Bahia
(Sesab) apontam para um declínio nas taxas de mortalidade pelos vírus A, B e C,
de 0,7 por 100 mil habitantes em 2013 para 0,4 em 2022 em todo o estado. Nos
primeiros seis meses deste ano, foram registrados 154 casos do Vírus B, 153
casos do Vírus C e 22 casos de outros vírus, totalizando 331 casos na capital
baiana.
Ainda de acordo com a Sesab, a Bahia registra maior
número de casos de hepatite A na população menor que 10 anos. Para o vírus B, a
população adulta jovem, de 30 a 39 anos (28,5%), e de 20 a 29 anos (21,8%), é a
mais acometida, seguida por pessoas entre 40 e 49 anos, representando 20,7% dos
casos. Já a hepatite C concentra-se mais na faixa etária de 50 a 59 anos, com
33,1% dos casos, seguida pela faixa de 60 a 69 anos, com 22,4%.
Atualmente, a hepatite C apresenta uma discreta
predominância no sexo masculino, com 57,5% dos registros nessa população (M/F
1,5). Já para o vírus B, o sexo feminino é mais afetado, representando 52,6%
dos casos (M/F 0,8). No caso da hepatite A, não há uma predominância regular
por sexo, alternando a razão de sexo M/F de 1,5 a 0,5 ao longo dos anos.
De acordo com a infectologista Giorgia Torresini,
que atua no Hospital do Círculo, a falta de diagnóstico é comum em pacientes
com hepatite porque são, na maior parte das vezes, infecções silenciosas. “Isso
faz com que a doença possa evoluir por décadas sem diagnóstico. O avanço da
infecção compromete o fígado, e, como consequência, o paciente pode ter fibrose
avançada ou cirrose. São doenças que podem levar ao desenvolvimento de câncer e
necessidade de transplante do órgão”, explica a médica.
A Secretaria Municipal de Saúde pontuou como as
pessoas são infectadas pelos diferentes tipos de hepatite. "As mais comuns
são as hepatites B e C, que são transmitidas através do sangue, o que pode
acontecer durante o parto ou com compartilhamento de objetos perfurocortantes,
e também pelo contato com secreções corporais, isso inclui relações sexuais sem
preservativo. O tipo A da doença também tem um número considerável de casos no
país, e pode ser contraída por meio fecal-oral (contato de fezes com a boca). A
doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de
saneamento básico e de higiene pessoal", informou.
Por fim, a SMS informou que a testagem rápida com
diagnóstico para hepatites virais pode ser realizada nos Multicentros de Saúde
de Salvador e nas unidades básicas de saúde da rede municipal, com resultado em
até 30 minutos. Os exames podem ser feitos de segunda a sexta-feira, exceto aos
feriados, das 8h às 17h, por demanda espontânea e ordem de chegada.
<><> Saúde promove ações de diagnóstico
e tratamento às hepatites virais
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) intensifica,
na última semana do mês de julho, a importância de prevenir, diagnosticar e
tratar a população acometida pelas hepatites virais, em alusão à campanha Julho
Amarelo. Ao longo de todo o mês, são realizadas ações educativas nas unidades
de saúde de Salvador, visando sensibilizar os usuários, com a distribuição de
informativos e preservativos interno e externo, bem como realização de
palestras, além do incentivo para a vacinação e testagem.
A hepatite é uma infecção que atinge o fígado,
causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são
infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando
presentes, elas podem se manifestar como cansaço, febre, mal-estar, tontura,
enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras.
As mais comuns no Brasil são as hepatites B e C,
que são transmitidas através do sangue, o que pode acontecer durante o parto ou
com compartilhamento de objetos perfurocortantes, e também pelo contato com
secreções corporais, isso inclui relações sexuais sem preservativo. O tipo A da
doença também tem um número considerável de casos no país, e pode ser contraída
por meio fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem grande relação
com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene
pessoal.
• Vacinas
As 160 salas de vacinação da rede disponibilizam o
imunizante para a hepatite B, que está disponível para todas as faixas etárias.
Já a dose contra hepatite A está no calendário aos 15 meses, mas pode ser feito
até 4 anos 11 meses e 29 dias (não vacinados) e grupos especiais conforme
definido pelo Ministério da Saúde.
• Testagem
A testagem rápida com diagnóstico para hepatites
virais pode ser realizada nos Multicentros de Saúde de Salvador e nas unidades
básicas de saúde da rede municipal, com resultado em até 30 minutos. Os exames
estão disponíveis de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados, das 8h às 17h,
por demanda espontânea e ordem de chegada. O procedimento é simples, realizado
com sigilo e discrição do paciente e muito importante para quebrar a cadeia de
transmissão do vírus.
• Assistência
integral
Os pacientes com o resultado positivo realizam
novos exames confirmatórios e são encaminhados para os ambulatórios
especializados na assistência integral a pessoa com o diagnóstico de hepatite.
Os ambulatórios ficam dentro dos Multicentros Carlos Gomes e Vale das
Pedrinhas, que oferecem ainda atendimento médico multidisciplinar e
medicamentos para o tratamento.
O Serviço Municipal de Assistência Especializada
(Semae), no Multicentro Liberdade, também acolhe as pessoas com o agravo. Cerca
de dois mil pacientes são atendidas nas unidades especializadas.
• Número
De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a
2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no
Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640
(36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos
de hepatite D.
Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte
entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos
(76,2% do total de óbitos por hepatites virais).
As hepatites B e C são as principais causas de
doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer).
Dessa forma, a carga de doenças resultante das hepatites virais representa uma
questão importante para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que
apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite sabe que tem o vírus. O órgão global
projeta ainda que cerca de 400 milhões de indivíduos estejam infectados pelos
vírus das tipologias B e C em todo o mundo. Nesse sentido, o incentivo ao
diagnóstico precoce é fundamental para parar a cadeia de transmissão da
patologia.
Fonte: Tribuna da Bahia
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