quarta-feira, 26 de julho de 2023

Hepatite C e B predomina entre jovens e adultos na Bahia

O mês de setembro foi escolhido para a conscientização da população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais, sendo o dia 28 de julho reconhecido como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. No Brasil, foram registrados 750 mil casos  no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do  Ministério da Saúde de 2000 a 2022.

Dados recentes da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) apontam para um declínio nas taxas de mortalidade pelos vírus A, B e C, de 0,7 por 100 mil habitantes em 2013 para 0,4 em 2022 em todo o estado. Nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados 154 casos do Vírus B, 153 casos do Vírus C e 22 casos de outros vírus, totalizando 331 casos na capital baiana.

Ainda de acordo com a Sesab, a Bahia registra maior número de casos de hepatite A na população menor que 10 anos. Para o vírus B, a população adulta jovem, de 30 a 39 anos (28,5%), e de 20 a 29 anos (21,8%), é a mais acometida, seguida por pessoas entre 40 e 49 anos, representando 20,7% dos casos. Já a hepatite C concentra-se mais na faixa etária de 50 a 59 anos, com 33,1% dos casos, seguida pela faixa de 60 a 69 anos, com 22,4%.

Atualmente, a hepatite C apresenta uma discreta predominância no sexo masculino, com 57,5% dos registros nessa população (M/F 1,5). Já para o vírus B, o sexo feminino é mais afetado, representando 52,6% dos casos (M/F 0,8). No caso da hepatite A, não há uma predominância regular por sexo, alternando a razão de sexo M/F de 1,5 a 0,5 ao longo dos anos.

De acordo com a infectologista Giorgia Torresini, que atua no Hospital do Círculo, a falta de diagnóstico é comum em pacientes com hepatite porque são, na maior parte das vezes, infecções silenciosas. “Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, e, como consequência, o paciente pode ter fibrose avançada ou cirrose. São doenças que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão”, explica a médica.

A Secretaria Municipal de Saúde pontuou como as pessoas são infectadas pelos diferentes tipos de hepatite. "As mais comuns são as hepatites B e C, que são transmitidas através do sangue, o que pode acontecer durante o parto ou com compartilhamento de objetos perfurocortantes, e também pelo contato com secreções corporais, isso inclui relações sexuais sem preservativo. O tipo A da doença também tem um número considerável de casos no país, e pode ser contraída por meio fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal", informou.

Por fim, a SMS informou que a testagem rápida com diagnóstico para hepatites virais pode ser realizada nos Multicentros de Saúde de Salvador e nas unidades básicas de saúde da rede municipal, com resultado em até 30 minutos. Os exames podem ser feitos de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados, das 8h às 17h, por demanda espontânea e ordem de chegada.

<><> Saúde promove ações de diagnóstico e tratamento às hepatites virais

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) intensifica, na última semana do mês de julho, a importância de prevenir, diagnosticar e tratar a população acometida pelas hepatites virais, em alusão à campanha Julho Amarelo. Ao longo de todo o mês, são realizadas ações educativas nas unidades de saúde de Salvador, visando sensibilizar os usuários, com a distribuição de informativos e preservativos interno e externo, bem como realização de palestras, além do incentivo para a vacinação e testagem.

A hepatite é uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

As mais comuns no Brasil são as hepatites B e C, que são transmitidas através do sangue, o que pode acontecer durante o parto ou com compartilhamento de objetos perfurocortantes, e também pelo contato com secreções corporais, isso inclui relações sexuais sem preservativo. O tipo A da doença também tem um número considerável de casos no país, e pode ser contraída por meio fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal.

•        Vacinas

As 160 salas de vacinação da rede disponibilizam o imunizante para a hepatite B, que está disponível para todas as faixas etárias. Já a dose contra hepatite A está no calendário aos 15 meses, mas pode ser feito até 4 anos 11 meses e 29 dias (não vacinados) e grupos especiais conforme definido pelo Ministério da Saúde.

•        Testagem

A testagem rápida com diagnóstico para hepatites virais pode ser realizada nos Multicentros de Saúde de Salvador e nas unidades básicas de saúde da rede municipal, com resultado em até 30 minutos. Os exames estão disponíveis de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados, das 8h às 17h, por demanda espontânea e ordem de chegada. O procedimento é simples, realizado com sigilo e discrição do paciente e muito importante para quebrar a cadeia de transmissão do vírus.

•        Assistência integral

Os pacientes com o resultado positivo realizam novos exames confirmatórios e são encaminhados para os ambulatórios especializados na assistência integral a pessoa com o diagnóstico de hepatite. Os ambulatórios ficam dentro dos Multicentros Carlos Gomes e Vale das Pedrinhas, que oferecem ainda atendimento médico multidisciplinar e medicamentos para o tratamento. 

O Serviço Municipal de Assistência Especializada (Semae), no Multicentro Liberdade, também acolhe as pessoas com o agravo. Cerca de dois mil pacientes são atendidas nas unidades especializadas.

•        Número

De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D. 

Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). 

As hepatites B e C são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer). Dessa forma, a carga de doenças resultante das hepatites virais representa uma questão importante para o Sistema Único de Saúde (SUS).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite sabe que tem o vírus. O órgão global projeta ainda que cerca de 400 milhões de indivíduos estejam infectados pelos vírus das tipologias B e C em todo o mundo. Nesse sentido, o incentivo ao diagnóstico precoce é fundamental para parar a cadeia de transmissão da patologia. 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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