sábado, 27 de janeiro de 2024

Porque D. João VI, fugiu para o Brasil, ao tentar enfrentar Napoleão?

Ao evacuar a capital do império português para o outro lado do Atlântico, Dom João VI impediu que fosse preso e feito refém de Napoleão e forçado a abdicar do trono português em favor do francês como aconteceu com o seu sogro Carlos IV da Espanha - por sinal, Carlos tentou seguir o exemplo do genro de ir para as suas colônias americanas mas foi capturado pelos franceses antes de chegar no porto de Cádis.

Se D. João tentasse dar combate aos franceses (que era algo inútil, o mesmo que suicídio, vista a diferença de forças entre França e Portugal) seria pego e se isso acontecesse o império português estava acabado ali, se desintegraria, Portugal estaria sob ocupação francesa e as colônias como o Brasil e Angola aproveitariam a deixa e declarariam suas independências assim como as colônias espanholas na América estavam fazendo naquele exato momento após virem a Espanha conquistada pelos franceses. Com o rei ainda livre e refugiado no ultramar, ele ainda poderia assegurar o controle sobre as colônias já que tinha transferido o governo para cá e ainda poderia, a partir delas, liderar a resistência na Europa e organizar tropas para a libertação da Metrópole.

A evacuação da corte portuguesa para o Brasil hoje em dia costuma ser vista como um ato de covardia por parte de D. João mas a verdade é que o próprio Napoleão viu isso como um ato de inteligência e prudência e uma jogada de mestre e reconheceu o mérito do rei português nas suas memórias dizendo que D. João foi o único que conseguiu enganar o todo-poderoso Bonaparte - por sinal, a expressão "ficar a ver navios" comum no Brasil e em Portugal, que significa ficar desolado, ser enganado, desiludido, surgiu nesse episódio da história luso-brasileira visto que foi assim que os franceses ficaram ao não conseguirem pôr as mãos em D. João limitando-se a vê-lo num barco em alto-mar rumo ao Brasil.

Além disso, a transferência da capital portuguesa para o Brasil não foi bem uma ideia de D. João VI, não foi algo decidido em cima da hora, que tenha passado pela cabeça dele do nada, nem algo realizado muito às pressas. Reis portugueses anteriores como D. João IV e D. José já cogitavam transferir o governo português para a América. Há vários motivos para isso. Por exemplo, o Brasil era mais defensável que Portugal, o Brasil tem um território muito grande, é praticamente um continente, o que torna mais difícil o avanço - e consequentemente a conquista - por parte de um exército invasor e mais fácil a defesa por parte dos exércitos portugueses e brasileiros.

Já o território de Portugal é minúsculo, o invasor não precisaria avançar muito para capturar a capital portuguesa, era só dar um passo e você já estava em Lisboa, e por isso os portugueses precisavam eliminar a ameaça o mais rápido possível, cada palmo de terra negado ao inimigo era fundamental. Já no Brasil, o seu tamanho, bem como o fato de ser uma terra inóspita, quase inabitada, pouco mapeada e com poucas infraestruturas que poderiam ser utilizadas pelo inimigo, permitiam aos luso-brasileiros se darem ao luxo de usarem táticas de defesa em profundidade, de guerrilhas e de terra arrasada, nas quais quanto mais o inimigo avança pior pra ele mesmo. Nessas, você mata o inimigo pelo cansaço, não pelas balas - foi assim que Napoleão e Hitler foram derrotados na Rússia por exemplo.

Essa necessidade de proteger a capital de invasores que os portugueses tinham era ampliada se lembrarmos que os portugueses eram vizinhos de uns certos falantes de castelhano ali, que além de serem muitos mais numerosos todas as noites iam dormir sonhando com o dia em que iriam finalmente conseguir conquistar a querida Terrinha de uma vez por todas. Já na América, os castelhanos não eram uma ameaça real aos lusófonos, nós é que estávamos na vantagem desse lado do oceano. Falando nisso, desde o século XVII Portugal vinha aumentando consideravelmente seus domínios na América às custas dos espanhóis em diversas guerras e os reis lusos estavam interessados em acompanhar essas conquistas mais de perto.

Além disso, a população do Brasil já estava ultrapassando a de Portugal - em 1822, o Brasil tinha uns 4,5 milhões de habitantes e Portugal uns 3 milhões - e a economia brasileira, com o ouro de MG e o açúcar do nordeste, já respondia pela maior parte da riqueza produzida dentro do império lusitano, principalmente após os portugueses perderem o controle sobre a maior parte da Índia, que era a galinha dos ovos de ouro de Lisboa até então.

Isso tudo fez com que os reis portugueses pós-Restauração (a partir de 1640) despertassem um interesse maior pelo Brasil e buscassem fazer a Coroa se fazer mais presente por cá tendo um controle maior sobre as terras tupiniquins. Isso levou por exemplo à recompra das capitanias hereditárias e à expulsão dos jesuítas do Brasil. Assim, Dom João apenas desenterrou um projeto antigo de seus antepassados e a invasão napoleônica de Portugal era a desculpa que estava faltando para pôr o plano em prática.

 

       Existem descendentes das filhas de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos (Domitila de Castro do Canto e Melo) ?

 

Sim. A marquesa teve com o imperador 4 filhos (isso fora um natimorto), dos quais o menino Pedro de Alcântara Brasileiro (a quem o pai pretendia fazer Duque de São Paulo) e uma menina chamada Maria Isabel de Alcântara Brasileira (que o pai pretendia fazer Duquesa do Ceará) morreram com poucos meses de vida e portanto não deixaram descendência. Mas as duas meninas que chegaram à idade adulta se casaram e tiveram descendência.

Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Duquesa de Goiás se casou com o alemão Ernst Fischler, 2º Conde de Treuberg (que por sinal tinha um parentesco com a família real prussiana) tendo com ele 4 filhos (2 meninas e 2 meninos) e sua descendência ainda vive pela Alemanha até hoje. Já Maria Isabel de Alcântara Bourbon se casou com o nobre brasileiro Pedro Caldeira Brant, Conde de Iguaçu (o filho do Marquês de Barbacena) - foi sua segunda esposa - com o qual teve 7 filhos (3 meninos e 4 meninas).

 

       Dom Pedro II era racista?

 

Taí uma pergunta polêmica! Muitos pintam D. Pedro II como um grande líder, culto, abolicionista, mecenas e unificador. Contudo, isso não significa que ele não estivesse, ainda que vagamente, preso às estruturas sociopolíticas da época em que vivia. Alguns historiadores relatam que na verdade o Império do Brasil foi muito bem sucedido em vender essa imagem de que não era racista e apenas isso.

Não quero aqui cometer uma injustiça, mas me atrevo a dizer que na verdade o último reinado apenas era menos racista e… fim!

•        "A Lei Áurea faz parte de um conjunto de normas e atos destrutivos adotados pelo Império que se somaram à escravidão para branquear a população" Segue o link: 13 de maio - O desfecho hipócrita de um império racista

•        "Nesse momento de mudança, os fazendeiros do Império, temendo que o encolhimento da mão de obra leve a lavoura de café ao colapso, pensam numa alternativa inusitada. Eles decidem que vão substituir os escravos de origem africana por “semiescravos” chineses — ou “chins”, como se diz na época." No fim do Império, Brasil tentou substituir escravo negro por semiescravo chinês

Porém, tem coisas boas, obviamente:

•        Dom Pedro era profundo incentivador da intelectualidade negra: A intelectualidade negra do Império

•        E como não citar a figura de Dom Obá II?

Este era amigo pessoal de D. Pedro II e reza a lenda que chegou a ser um de seus principais confidentes, amigos e conselheiro (fazendo, desde já, a observação fora de um viéis concessionista). Sendo recebido sempre no palácio imperial para expor seus ideais. Outro muito próximo a D. Pedro foi André Rebouças!

 

Fonte: Quora

 

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