Após cinco anos de luta na BA, prédio que
ameaçava terreiro mais antigo do Brasil começa a ser destruído
O prédio construído
irregularmente ao lado do Terreiro da Casa Branca, templo de Candomblé mais
antigo do Brasil, já está, em média, 12% demolido. O processo começou no último
dia 5 de agosto e está sendo feito manualmente, para não correr risco de
desmoronamento e afetar os imóveis vizinhos.
Segundo o diretor de
Fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur)
Antônio Lins, a previsão de conclusão da obra é em outubro. Até o momento,
apenas o último andar do prédio foi totalmente demolido. “A cada andar que
vamos baixando, a demolição se torna mais segura e mais rápida, porque vai
tirando o peso da estrutura”, explica. O imóvel irregular tinha cinco andares.
Os vizinhos laterais
do prédio ganharam direito ao aluguel social da prefeitura para deixar as
residências durante o projeto civil. O
terreiro, por sua vez, foi isolado com tela e a praça da Casa de Omolu -
usada para os rituais sagrados do Orixá Omolu - está interditada até que as
obras de demolição sejam finalizadas.
A equede e advogada do
terreiro Isaura Genoveva diz que a comunidade recebeu a notícia com alívio. “É
a certeza de não vai mais existir ameaça ou risco de desabamento do prédio”,
afirma.
Após a demolição, a
gestão municipal irá revitalizar a área. De acordo com o titular da Secretaria
de Cultura e Turismo (Secult) Pedro Tourinho, o edifício proveniente da obra
irregular será totalmente demolido para receber nova estrutura que vai abrigar
um memorial da Casa Branca.
O desmonte do edifício
vizinho será realizado por irregularidades na construção, a exemplo da ausência
de alvará de construção, de projeto arquitetônico e estrutural. Em caso de
desabamento, a estrutura corria risco de cair sobre o tempo religioso.
O edifício erguido
também não tinha autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) para construir ao lado de edificações e objetos tombados, como
é o caso da Casa Branca. O local religioso está situado no Engenho Velho da Federação,
em Salvador, e foi o primeiro terreiro a ser reconhecido e tombado como
Patrimônio Histórico do Brasil.
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Denúncia começou em 2019
Há cinco anos, os
responsáveis pelo Terreiro da Casa Branca formularam denúncia ao Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre as ameaças do prédio
vizinho.
Para os
candomblecistas, o prédio tirava a privacidade das cerimônias religiosas, uma
vez que tinha vista para o terreno do terreiro e, consequentemente, rituais
sagrados. Por isso, foi determinado o fechamento das janelas do edifício com
vista para a casa, garantindo que os ritos ocorressem de maneira reservada.
Em 2020, a queixa foi
feita no Ministério Público (MP), que abriu um inquérito civil. A mobilização
se intensificou no final de 2023 e culminou na garantia da proteção do
território.
A procuradoria do
Iphan chegou a obter decisão judicial para a demolição parcial da construção,
mas ela foi, posteriormente, revogada.
A gestão municipal, no
entanto, decretou o interesse público da área para a desapropriação do imóvel,
que será agregado ao espaço do terreiro como equipamento cultural.
Em julho, a prefeitura
de Salvador iniciou a desapropriação do imóvel.
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Terreiro foi tombado na década de 80
O Terreiro da Casa
Branca – em iorubá, Ilê Axé Iyá Nassô Oká – foi o primeiro terreiro tombado
pelo Iphan. Ele foi reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro e inscrito
nos livros do Tombo Histórico e Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em
1984.
Conforme o acervo do
Iphan, por volta da primeira metade do século XIX, três africanas da nação Nagô
fundaram um terreiro de Candomblé em uma roça nos fundos da Igreja da
Barroquinha, no centro da cidade. Por conta da perseguição, a comunidade
transferiu o terreiro para o Engenho Velho.
Atualmente, o terreiro
possui uma edificação principal - a Casa Branca - e diversas Casas de Santo
distribuídas em volta. O tombamento inclui uma área de 6.800 metros quadrados
(m2) com edificações, árvores e objetos sagrados.
• Jerônimo fala sobre situação do antigo
Centro de Convenções, abandonado desde a gestão Rui Costa
O governador da Bahia,
Jerônimo Rodrigues (PT), falou nesta terça-feira (20), sobre como está a
situação do antigo Centro de Convenções, localizado no bairro da Boca do Rio,
em Salvador. O imóvel e o terreno estão sem utilidade há oito anos.
Segundo Jerônimo, o
espaço já não comporta o equipamento, além de citar o Centro de Convenções construído
pela prefeitura em uma muito maior. "Desde o governo Rui que a gente já
sabia que ali não comporta, o tamanho já não comporta mais o centro de
convenções. A Justiça está tratando do antigo centro de convenções, haveremos
aguardar para ver o que fazermos, mas é um terreno muito valorizado, é um
terreno público, portanto a gente não vai brincar", pontuou o gestor
durante entrega de ambulâncias no pátio da Secretaria de Saúde (Sesab).
Jerônimo disse que
encomendou uma proposta não só para centro de convenções, mas também "um
plano diretor que a gente pudesse fazer uma recuperação do Centro Histórico,
garantir a mobilidade das pessoas de Salvador".
Ainda de acordo com o
governador, a ideia é ter um equipamento que possa fortalecer a economia da
região onde o projeto vai ser desenhado.
• Fenagro 2024: Data para 33ª edição da
Feira Nacional da Agropecuária já está definida
A 33ª edição da Feira
Nacional da Agropecuária (Fenagro) acontecerá entre os dias 29 de novembro e 8
de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador. A data da emblemática festa
agrícola foi definida em meio à 11ª ExpoRural, em Salvador, na última quinta-feira
(15/8).
"A feira é uma
vitrine para o agronegócio baiano, que tem um papel fundamental na geração de
emprego e renda. O Governo do Estado, através da Seagri, está comprometido com
a realização da Fenagro, que sem dúvidas, será lembrada como a maior e melhor
edição de todos os tempos". Explicou Almir Lins, presidente da Associação
Accoba, entidade promotora do evento.
De açodo com Lins, a
decisão de realizar a Fenagro neste período foi unânime. Quem esteve presente à
reunião de articulação foi o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação,
Pesca e Aquicultura da Bahia, Wallison Tum,
que enfatizou a relevância do evento para a Bahia.
Para garantir o
sucesso desta edição, foi criado um grupo de trabalho com a representação de
diversas secretarias e entidades ligadas ao setor da pecuária, para definir
estratégias, alocar recursos e organizar todas as etapas do evento. A primeira
reunião do grupo está marcada para o dia 27 de agosto.
Vale ressaltar que a
Fenagro retorna após hiato de cinco anos em função da pandemia. A expectativa
para este ano é receber um público superior a 100 mil pessoas.
Fonte: Correio/BNews
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