sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Orcrim Pablo Marçal: articuladores de campanha trocaram carros de luxo por cocaína para o PCC

Integrantes do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), relacionados ao presidente nacional Leonardo Avalanche e ao influenciador digital Pablo Marçal, são investigados por supostamente trocar carros de luxo por cocaína, destinada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, conduzida pela Polícia Civil, envolve Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, segundo informa o jornal Estado de S. Paulo.

Os suspeitos, que negam envolvimento com o crime organizado, foram ligados a negociações que supostamente financiaram o tráfico de drogas, gerando lucros significativos. Os eventos desencadearam com a apreensão de armas e drogas em posse de Francisco Chagas de Sousa, apelidado de Coringa, em agosto de 2020. Os investigadores descobriram que Coringa agia no tráfico interestadual, usando veículos como pagamento de drogas.

Em 30 de julho de 2020, Gordão teria solicitado a Coringa auxílio para vender um veículo BMW X5, mencionando que Escobar explicaria o negócio. Essas transações são parte de um esquema que inclui a venda de drogas e a divisão de lucros entre os envolvidos, conforme relatórios da polícia.

Adicionalmente, foram encontradas evidências de atividades criminosas em um telefone celular de Gordão, com conversas que indicavam o controle de membros da facção e a coordenação de punições. A investigação continua em andamento, com novas descobertas sendo reveladas periodicamente.

Embora Marçal tenha levantado acusações sem provas contra o psolista Guilherme Boulos sobre uso de cocaína, é a sua campanha que se vê cada vez mais envolvida com o tráfico de drogas e com o crime organizado.

•        Condenado por participação no "novo cangaço" atua no PRTB de Pablo Marçal

Edílson Ricardo da Silva, ex-policial militar envolvido em um ataque a uma companhia da Polícia Militar em Guararema, na Grande São Paulo, em uma ação do chamado “novo cangaço”, e no roubo de caixas eletrônicos de uma agência bancária em 2009, foi condenado a sete anos de prisão pela Justiça Militar e a mais dois anos e quatro meses pela Justiça Comum. Ele foi preso em junho de 2013 e solto em maio de 2014, mas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, atualmente, Edílson está concorrendo ao cargo de vereador em Mogi das Cruzes e é vice-presidente do PRTB no município.

Edílson faz parte do mesmo grupo de Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio Cesar Pereira, conhecido como Gordão. Ambos são apontados como articuladores informais do PRTB, partido do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal. Tarcísio e Gordão foram acusados de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC.

De acordo com a denúncia, da promotoria, Edílson teria ajudado a planejar o ataque ao quartel da 3.ª Companhia do 17.º Batalhão da Polícia Militar em 2 de agosto de 2009. Os assaltantes, usando informações de Edílson, invadiram o quartel e depois a agência do Bradesco, levando R$ 39 mil - cerca de R$ 110 mil em valores atualizados - e dez armas.

O Inquérito Policial-Militar revelou que Edílson manteve contato com indivíduos envolvidos em atividades ilícitas e com membros do PCC, como Joaquim Renato Lobo de Brito e Anderson Paixão Bertoldo. A condenação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça Militar (TJM).

Edílson está concorrendo pela primeira vez ao cargo de vereador em Mogi das Cruzes e é vice-presidente do PRTB local. O presidente do partido em Mogi é José Roberto Rodrigues Junior, também candidato a prefeito. Edílson participou de eventos partidários ao lado de Tarcísio Escobar e Leonardo Avalanche.

Ainda conforme a reportagem, “Escobar participou ativamente na articulação político-partidária do PRTB em território paulista, nas regiões de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Marília, São José do Rio Preto, Olímpia e Catanduva. No evento de Marília ele estava junto também de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura da capital, na cidade de Marília, em maio deste ano, durante o período de pré-campanha. Já Gordão, teve participação mais discreta. Ele aparece apenas em um registro de reunião política em Pindamonhangaba”.

•        Eduardo Bolsonaro diz que Marçal não tem moral para acusar ninguém de uso de cocaína

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o coach de extrema-direita Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, não tem moral para acusar ninguém de ser "cheirador", em razão das reportagens do Estado de S. Paulo, que acusam os articuladores de sua campanha de venderem carros de luxo para a compra de drogas, em articulação com o PCC, o Primeiro Comando da Capital.

Este vídeo demonstra um racha na extrema-direita e o desejo da família Bolsonaro de não permitir que a liderança deste campo seja tomada por um novo personagem, como Marçal. "Não existe direita no Brasil, existe Bolsonaro", disse ele. O deputado também afirmou que muitos personagens têm a ânsia de destruir seu pai para tomar o seu lugar na liderança deste campo político.

Integrantes do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), relacionados ao presidente nacional Leonardo Avalanche e ao influenciador digital Pablo Marçal, são investigados por supostamente trocar carros de luxo por cocaína, destinada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, conduzida pela Polícia Civil, envolve Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, segundo informa o jornal Estado de S. Paulo.

Os suspeitos, que negam envolvimento com o crime organizado, foram ligados a negociações que supostamente financiaram o tráfico de drogas, gerando lucros significativos. Os eventos desencadearam com a apreensão de armas e drogas em posse de Francisco Chagas de Sousa, apelidado de Coringa, em agosto de 2020. Os investigadores descobriram que Coringa agia no tráfico interestadual, usando veículos como pagamento de drogas.

Em 30 de julho de 2020, Gordão teria solicitado a Coringa auxílio para vender um veículo BMW X5, mencionando que Escobar explicaria o negócio. Essas transações são parte de um esquema que inclui a venda de drogas e a divisão de lucros entre os envolvidos, conforme relatórios da polícia.

Adicionalmente, foram encontradas evidências de atividades criminosas em um telefone celular de Gordão, com conversas que indicavam o controle de membros da facção e a coordenação de punições. A investigação continua em andamento, com novas descobertas sendo reveladas periodicamente.

Embora Marçal tenha levantado acusações sem provas contra o psolista Guilherme Boulos sobre uso de cocaína, é a sua campanha que se vê cada vez mais envolvida com o tráfico de drogas e com o crime organizado.

•        Bolsonaro dá patada em Pablo Marçal no Instagram, que se irrita e retruca; Eduardo o compara a Mourão

Jair Bolsonaro (PL) deu uma "patada" no candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) pelo Instagram nesta quinta-feira (22). Em uma postagem em que Bolsonaro falava sobre uma suposta "revolução ferroviária" que teria sido implementada no Brasil durante seu governo, Pablo Marçal comentou: "Pra (sic) cima capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós". Bolsonaro, então, respondeu com ironia: "Nós? Um abraço".

Marçal não gostou da mensagem de Bolsonaro e retrucou, irritado: "Isso mesmo presidente. Coloquei 100 mil na sua campanha, te ajudei com os influenciadores, te ajudei no digital, fiz você gravar mais de 800 vídeos. Por te ajudar, entrei para a lista de investigados da PF. Se não existe o nós, seja mais claro".

Ainda que seja bolsonarista e, segundo aliados de Jair Bolsonaro, seja o candidato a prefeito de São Paulo que mais representa o bolsonarismo, Pablo Marçal não tem o apoio do ex-mandatário. Bolsonaro se aliou ao atual prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). No entanto, Marçal vem tentando colar sua imagem à de Bolsonaro, na tentativa de se apropriar dos eleitores bolsonaristas da capital paulista.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi outro a reagir ao comentário de Marçal na postagem de Jair Bolsonaro. O parlamentar comparou o candidato ao ex-vice presidente e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos). "Estranho. Em 2022 vc (sic) disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha 1 dedo a menos. Só acordou agora? Tá (sic) parecendo até o Mourão...".

 

•        Marçal, o caluniador. Por Alex Solnik

As redes sociais oferecem um campo propício para o caluniador profissional.

A calúnia, tal como o câncer, propaga-se rapidamente e tal como os demônios, nunca volta à Caixa de Pandora.

O caluniador profissional sabe que a “relação custo-benefício” é sempre favorável a ele.

O estrago que faz é instantâneo e enorme; a punição demora e é branda.

A Justiça obriga a publicar direito de resposta da vítima da calúnia nas redes sociais do caluniador, mas isso não resolve o problema, porque o caluniador já instalou a dúvida na cabeça do eleitor ao divulgar a calúnia. E essa dúvida não há direito de resposta que remova.

O caluniador diz que o outro é isso e aquilo, sem provas; o “acusado” diz que não é, também sem provas. Fica a  palavra de um contra a palavra do outro.

O caluniador coloca sua vítima na defensiva. E vira herói da bolha que o apoia.

Marçal cresce entre os bolsonaristas porque tem a “coragem” de caluniar o candidato de Lula, que é o principal inimigo do bolsonarismo, o que Ricardo Nunes não faz com a virulência exigida.

Marçal pode não ser o candidato oficial de Bolsonaro, mas se transforma, aos poucos, no candidato oficial do bolsonarismo. 

 

•        A bolha dentro da bolha – e o poder de Pablo Marçal. Por Marconi Moura de Lima Burum

Quando assisti aos lances do debate entre Donald Trump e Joe Biden (eleição dos EUA) e vi que, como no velho faroeste, sem lei, sem regras, sem limites, Trump podia mentir e dissimular à vontade, pensei: “Copiamos o que há de pior daquele país… Então, este será o tom das campanhas para prefeituras no Brasil em 2024!”. Dito e feito: Pablo Marçal é o Trump na disputa para comandar a cidade mais importante da América Latina. E nada – por agora – consegue frear o ímpeto bandido deste moço, pois, mesmo tendo as lições de enfrentamento do fascismo imprimidas por Alexandre de Moraes nas eleições de 2022, o Brasil (suas instituições coloniais) não estão preparadas para este velho (novo) faroeste tropical.

Faz alguns meses, escrevi um artigo acerca da importância de se tipificar o crime de Fake News ao menos para enchentes (e outros impactos climáticos), pandemias, catástrofes em geral e demais tragédias que causem comoção nacional. Cheguei a redigir a minuta de um projeto de Lei e enviei para dezenas e dezenas de congressistas brasileiros. Por incrível que pareça, a “mira” (ou justificação personalizada) para meu anteprojeto se chamava “Pablo Marçal”. É verdade que outros também, como este criminoso mencionado, usaram das Fake News e mecanismos sofisticados de falácias que constroem pós-verdades durante as enchentes do Rio Grande do Sul, agravando sobremaneira o socorro às vítimas. Portanto, vi nestes sujeitos a nata podre que torna emergente tipificar crimes dessa natureza para emplacar algum freio quanto às consequências de seu poder destruidor. Mas infelizmente ninguém, nenhum deputado ou senador levou a sério o que apresentei.

Tudo isso que escrevi até agora é para dizer que estamos presos. Trata-se de uma metabolha. A bolha dentro da bolha do fascismo e do delírio. Pablo Marçal se tornou tão poderoso que não há lei – ao menos por hora – que possa impedir suas reiteradas mentiras digitais contra seus adversários. A deslealdade neste ringue das eleições municipais permite que criminosos sem qualquer medição de aplicação de escrúpulos possa tripudiar à vontade: i) do(s) concorrente(s); ii) do Poder Judiciário; iii) da sociedade; e iv) da lógica mínima de civilidade e ética de uma dada comunidade. Em síntese: fomos convidados sem querer para dentro da bolha de Pablo Marçal; para assistir a seu fétido espetáculo, sua maldita performance.

Ocorre que esta bolha é uma criatura. Seu criador, em uma bolha maior, é o bolsonarismo. Com um detalhe ainda mais assustador: a criatura está querendo ser maior que o criador. Vejamos.

Jair Messias Bolsonaro apoia para a reeleição à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes. É o mesmo Nunes que tem a máquina administrativa e os bilhões do orçamento da maior cidade do cone sul para “comprar” uma eleição. Este tal Nunes também tem o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (outro de um escrúpulo ultra neoliberal). Nunes também tem na bagagem a maioria dos partidos políticos que guardam poderosa cifra do Fundo Partidário e do horário eleitoral nas mídias. Mesmo assim, com este arsenal, Nunes afunda nas pesquisas eleitorais, dando espaço para o sentido contrário, a saber, o crescimento de Marçal na corrida de 2024.

Portanto, a bolha de Bolsonaro permitiu a criação de uma bolha interna que inibe que os sujeitos tornados gados (gadificados) pelo “mito” o escutem e votem no Nunes. Ao contrário: o bolsonarismo migra dia após dia para Marçal. E Bolsonaro e seus/suas “fascistetes”, ou vão ter de migrar para Marçal – a fim de não perder todo o domínio cognitivo dessa gente – ou de fato a criatura engolirá o criador.

Em síntese: Pablo Marçal é o sumo (o caldo estragado) dessa nova sociedade dos meios digitais sem regramento e das mentiras cruéis autorizadas e não silenciadas. E é também o extrato de nossa omissão: dos democratas de um país tonto e sem leme – quanto à sua lógica de civilização – em cujo imperativo é apagar incêndios que inibam a destruição total de nosso conceito de sociedade e nada mais robusto e perene que isso.

Destarte, pagamos um preço muito alto por nossos erros (do campo democrático – nos excessos de um republicanismo gratuito). Daí ficar a pergunta: quantos “Marçais” e quantos “Bolsonaros” ainda dominarão, e por quanto tempo, o debate de anti/civilização neste País?

O fato é que a bolha de Pablo Marçal – que é ainda o pior dos lugares de existência – já está aos poucos conquistando o território da bolha de Jair Bolsonaro. Resta saber se encontraremos mecanismos (e forças) para furar de uma vez por todas essa redoma – a fim de não incorrer no risco de que todos sejamos sequestrados de uma vez por todas para dentro dessa tragédia civilizatória. Há que se instituir um limite agora!

 

Fonte: Brasil 247

 

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