Poderá
o jornalismo sobreviver à internet?
As
mudanças estruturais do sistema midiático contemporâneo acompanham, com certa
dose de autonomia, os processos de acumulação financeira no bojo do
desenvolvimento do capital no século XXI. A propalada crise do jornalismo surge
como um epifenômeno de uma crise profunda que afeta a contradição entre capital
e trabalho. O jornalista torna-se, cada dia mais, um trabalhador da informação
(NEVEAU, 2010) flexível e passa a ser constantemente interpelado por formas
intensas de precarização e exploração (FIGARO, 2013). O sistema sociometabólico
do capital (MÉSZÁROS, 2002) ganha novos contornos com o advento do capitalismo
de plataforma (SCHOLZ, 2016) – identificado também na literatura crítica como
capitalismo big data (FUCHS, 2019) e capitalismo
comunicacional (DEAN, 2005). Porém, independente da caracterização operacional,
o capital ainda pode ser entendido como um “motor econômico e suas
racionalidades econômicas irracionais associadas” (HARVEY, 2016, p. 246).
Assim, perpassam pela sua dominação social os intensos mecanismos de alienação
e reificação.
O
amálgama do modelo de produção e reprodução social com a tecnologia
informacional surge como o território no qual se expressa a produção
jornalística, em que os produtos circulam na esfera midiática da internet e são
conduzidos pelos fluxos das redes sociais privadas. Além disso, a elaboração
das rotinas produtivas é delimitada pela mediação desses aparatos e
dispositivos, o que altera os mecanismos tradicionais de elaboração das
notícias. A práxis noticiosa no século XXI, assim, enreda-se na subsunção ao
capital, potencializando a alienação e o estranhamento. “A violência da
tecnologia está na maneira como ela corta o elo entre a pessoa e a interação
sensorial com o mundo” (HARVEY, 2016, p. 246).
A
amarração do trabalho jornalístico nas tecnologias do capitalismo
comunicacional potencializa formas arrojadas de alienação na subjetividade dos
jornalistas, aparecendo como fator limitante do potencial do trabalho em
sentido humanizador. Ao tratar de alienação, a linhagem marxista defendida por
Mészáros (2006) resgata os quatro sentidos principais da categoria, ou seja, os
dispositivos de estranhamento em relação à natureza, ao homem em si mesmo por
meio da alienação de sua atividade produtiva, ao homem com seu ser genérico e
ao homem com seus próximos. Em linhas gerais, a alienação seria a perda de
controle da humanidade sobre sua produção, transferida para uma “força externa
que confronta os sujeitos como um poder hostil e potencialmente destrutivo” (p.
14). Ao pensar esse contexto no interior da nova configuração da ascensão
tecnológica das redes de informação, percebe-se a ampliação de processos de
reificação das práticas sociais, em especial as comunicativas. Essas novas
formas afetam o trabalho jornalístico na maior parte de suas expressões, o que
envolve o enxugamento das redações não só pelos passaralhos constantes, mas
também pelas novas iniciativas que operam na órbita do modelo produtivo
hegemônico e, assim, dependem dos algoritmos das redes para alcançar
visibilidade. Ou seja, há um controle externo, privado, capitaneado pelas
classes dominantes, que delimita o pôr teleológico (LUKÁCS, 2013) do repórter.
A
alienação do jornalista como trabalhador da informação se dá principalmente com
o reconhecimento, na esteira de Morozov (2018), de que a regulação algorítmica,
independente de seus possíveis benefícios, caminha para a criação de um domínio
privado direcionado pelas empresas de tecnologias, o que as coloca como
arquitetas do neoliberalismo. Esse fenômeno se atesta pelas aceleradas
mudanças, consolidadas pela exploração de dados, que transforma os detalhes da
vida de um indivíduo em funções mecânicas a serem ajustadas pela corporação
privada. A tecnologia informacional surge como “uma arma apontada aos fracos e
pobres” (MOROZOV, 2018, p. 173), ampliando as formas de reificação do
capitalismo tardio.
Os
modelos de gestão flexível e algorítmica, a intensa individualização dos
trabalhadores, vistos como empresas de si mesmos, a multifuncionalidade e a
disponibilidade total para as atividades são algumas características da
expropriação do intelecto do trabalhador pelo capital. O momento contemporâneo
do sistema de metabolismo do capital tem se manifestado como produto e produtor
de avatares tecnológicos emergentes como “plataformas, big data,
fabricação aditiva, robótica avançada, aprendizagem automática […] e internet
das coisas” (SRNICEK, 2018, p. 9, tradução nossa). O foco nas ditas plataformas
coloca-se em tela por conta de um novo modelo de negócios, monopolizados por
gigantes high tech, que extraem e controlam uma quantidade enorme
de dados. Nesse ínterim, as plataformas são mecanismos do capitalismo
financeiro para gerar rentabilidade e produzir negócios com os recursos
adquiridos por meio da circulação de informação. Com a crise manifestada em
2008, os investimentos em tecnologia passam a conduzir a necessidade do capital
em recuperar a taxa de lucros perdidos nas últimas décadas, algo atestado por
Mészáros (2002) como parte dos terremotos que afetam a estrutura do sistema.
No
mundo do trabalho, a informalidade, as subcontratações e a deterioração de
direitos historicamente constituídos já estavam em andamento, mas é inegável o
quanto a nova economia de compartilhamento impulsiona esses mecanismos,
principalmente com uma massa depauperada e desempregada em busca de
alternativas de renda (SCHOLZ, 2016).
Entendendo
as plataformas como “infraestruturas digitais que permitem que dois ou mais
grupos interajam” (SRNICEK, 2018, p. 45, tradução nossa), percebe-se que a intermediação
comunicativa de usuários, assinantes, clientes, anunciantes, provedores de
serviços, mercadores, distribuidores etc. produz uma esfera em que transações
econômicas são promovidas. Quem controla as plataformas, portanto, gere os
formatos e as regras do jogo, potencializando a circulação e a produção de
mercadorias e serviços. Essas esferas digitais tornam-se, assim,
infraestruturas básicas para a realização dos negócios capitalistas.
Antunes
(2018) aponta que os trabalhadores vinculados às Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) experienciam formas de reificação específicas desses setores
do ramo “intelectualizado”, visto que as plataformas traçam novas maneiras de
envolvimento da subjetividade na interação existente entre o trabalho vivo e a
maquinaria informacional.
Como
a máquina não pode suprimir o trabalho humano, é necessária uma maior interação
entre a subjetividade que trabalha e a nova “máquina inteligente”. Nesse
processo, o envolvimento interativo maquínico pode intensificar ainda mais o
estranhamento do trabalho (ANTUNES, 2018, p. 107).
Esse
desenvolvimento cria rachaduras na vida cotidiana, distanciando o homem de uma
vida autêntica e autodeterminada.
O
trabalho jornalístico tem sido capturado em suas mediações produtivas e na
circulação de seu produto (que caça audiências para as redes) pela estrutura
informacional das TICs. A particularidade de sua atividade situa-se cada dia
mais na valorização do valor, mas claramente resultante de um “trabalho
social, coletivo, complexo e combinado” (ANTUNES, 2018, p. 51, grifo do
autor).
O
trabalhador da informação, o jornalista, portanto, compõe a classe trabalhadora
ampliada que se expande globalmente, sendo alvo da alienação universal que
acomete o modo de produção capitalista em tempos de cooperação complexa mediada
por máquinas informacionais. Além disso, o trabalho vivo do jornalista torna-se
o capital variável diante da automatização do setor da produção material
(BOLAÑO, 2018). Nesse contexto, o jornalista enfrenta as consequências de uma
extrema ampliação, na gestão de seu trabalho e na circulação do produto
noticioso, de mecanismos dados por um novo estágio da exploração do trabalho,
via TICs e plataformas digitais.
O
termo “novo” diz respeito a existência de um aprofundamento e radicalização da
subsunção real do trabalhador ao capital a partir da utilização das plataformas
digitais, sendo que tal radicalização decorre da capacidade existente nas
plataformas de gerenciar em tempo real todas as atividades desempenhadas pelo
trabalhador coletivo à ela subordinado, aumentando assim o controle do capital
sobre o processo de trabalho e, consequentemente, atualizando como os processos
de produção tipicamente capitalistas se expressam na contemporaneidade (AMORIN;
MODA, 2020, p. 62).
A total
subsunção real dos jornalistas ao capital ainda aparece como uma tendência dada
pelo crescimento da plataformização de suas frentes de ação. Figueiredo (2018),
por exemplo, aponta que há uma impossibilidade da subsunção real do trabalho
jornalístico ao capital. Para ele, a relação com as fontes, desenvolvida de
forma muito própria por cada profissional, a estética textual, também
específica e dependente de certo talento desenvolvido e a necessária apuração e
interpretação do material coletado são características insubstituíveis pela
maquinaria do capital. Todavia, o grau de estranhamento envolvido na mecânica
do trabalho jornalístico é capaz de (como item do pacote das mediações de
segunda ordem) distanciar os repórteres de uma possibilidade crítica e da
potencial superação da reificação turbinada pelas TICs.
Os
modelos de atuação do jornalista nos ambientes digitais, nas chamadas redações
virtuais, e a sempre cobrada interação desses trabalhadores nas redes sociais
demonstram o quanto suas rotinas produtivas são atravessadas pelas plataformas.
A gestão do trabalho utiliza de mecanismos que, longe de dominar o complexo,
como a Uber, modificam a relação entre os tempos de trabalho e da vida1 e intensificam
o domínio sobre o trabalho, hegemonicamente direcionado pela lucratividade dos
conglomerados de comunicação digital, que dominam, via seus algoritmos, a
mediação jornalística com a sociedade.
A
ascensão do perfil do empreendedor de si mesmo, trabalhador informal sem
direitos trabalhistas, que no Brasil é a regra, coloca em cena uma contradição
entre o futuro do trabalho, a mudança tecnológica e o papel da mão de obra para
o capital. A ideologia difundida aponta que as inovações tecnológicas são
decisivas para a lucratividade diante dos concorrentes, mas a imensa exclusão
dada pelo desemprego estrutural traz “um gigantesco excedente de populações
redundantes potencialmente rebeldes” (HARVEY, 2016, p. 107).
Não
obstante, a alienação universal empreendida pelo sistema sociometabólico do
capital tiraniza a subjetividade, expandindo uma personalidade típica adequada
à forma hegemônica de produção mediada pelas TICs. Há, nesse desenvolvimento,
uma hiperinflação da individualidade, colocando os trabalhadores no papel de
empresas, contaminados pela lógica contábil de perdas e ganhos, flexíveis em
todos os complexos de sua sociabilidade e com seus pores teleológicos (LUKÁCS,
2013) aviltados pela expansão irrefreável do capital, que se multiplica nas
redes aliado à corrosão e à expropriação da força de trabalho.
Contaminados
pelo espírito comercial e escravizados pela universalização da
forma-mercadoria, os trabalhadores do século XXI são desumanizados e tornam-se
ferramentas da reificação das relações sociais. “A realização egoísta é a
camisa-de-força imposta ao homem pela evolução capitalista, e os valores da
‘autonomia individual’ representam a sua glorificação ética” (MÉSZÁROS, 2006,
p. 237). O individualismo burguês, agora reprojetado no epíteto de perfil na
seara das big techs, apenas amplia o abismo entre os homens.
De
forma particular, os jornalistas são profissionais que têm passado por uma
gradual aceleração desses estranhamentos e, com a transformação da
infraestrutura de seu trabalho, são interpelados pelas plataformas digitais nas
gramáticas operacionais de seu trabalho (rotinas produtivas) e na difusão do
conteúdo produzido no campo das mediações algorítmicas das plataformas de
publicidade (SRNICEK, 2018). O jornalismo hegemonizado pela mediação digital e
as mutações advindas da ascensão dos smartphones e do consequente
aumento do alcance das redes sociotécnicas produziram novos modelos de atuação
para o profissional da comunicação.
A tão
criticada figura do jornalismo sentado, que significa a apuração feita de forma
aligeirada, à distância dos acontecimentos, corre, assim, o risco de virar
regra. A possível práxis noticiosa que poderia contribuir em processos de
conhecimento do singular, cristalizado pelo jornalismo (GENRO FILHO, 2012), é
fagocitada pelas regras e limites da maquinaria informacional dos grandes
conglomerados da internet. Esse movimento cimenta duas tendências
contraditoriamente próximas, a saber:
- o estranhamento
da subjetividade do repórter, interpelado em sua atividade pelas
plataformas de comunicação (que amplia o controle dos contratantes) e
- na difusão
alienada de seu produto nas malhas das redes sociais, constrangido pelos
ditames da arquitetura dessas redes em favor da economia da atenção.
Nesses
fluxos de quantificação de interações e exploração de dados, a veracidade dos
conteúdos não é o mais importante, já que a amplitude do irracionalismo circula
com rapidez no ecossistema tecnológico do capitalismo tardio. O exemplo das
propaladas fake news é uma expressão fenomênica da comunicação
nas redes informacionais. Os agentes que comandam a plataformização no setor
jornalístico incutem, de forma negativa, a positividade social dessa prática,
como dito, centrada na disseminação de conhecimentos capazes de oferecer uma
cartografia dos fatos sociais.
A
intensificação dos processos de alienação dados pelo capitalismo em momento de
plataformização do trabalho acomete os jornalistas do ponto de vista não só do
enfraquecimento de sua subjetividade e corrosão de seu papel enquanto sujeito
histórico, mas também de um conjunto de epifenômenos que se manifestam na
condição precária da profissão. Além do desemprego estrutural, da
multifuncionalidade, da disponibilidade total e de remunerações e contratos
flexíveis, há altos riscos para a saúde dos repórteres.
Outra
questão relevante a ser destacada é que a “bomba-relógio” das jornadas
excessivas começa a produzir seus efeitos sobre a saúde dos trabalhadores e
trabalhadoras do jornalismo, em uma categoria em que 45% trabalham além de 8h
diárias. Contudo, avaliamos que seus sintomas estão apenas começando a
aparecer, considerando a crise do modelo (empresa) de jornalismo tradicional –
que tem gerado redução de postos de trabalho, aumento de jornada e precarização
do exercício profissional. (PONTES; LIMA, 2019, p. 15).
A
hegemonia de processos tecnológicos que cruzam a profissão, tanto na atividade
laboral quanto na disseminação do produto jornalístico, adiciona novas e graves
esferas de alienação humana no capitalismo manipulatório que se desenha desde a
segunda metade do século passado. Ainda que não constitua a totalidade das
formas de expressão jornalística, o futuro predominantemente delineado para o
jornalista é de trabalhador informal precário, flexível, desregulamentado,
gerido por ambientes tecnológicos informacionais e cada vez mais alheio à
autonomia de seu trabalho e ao controle sobre os processos de circulação de seu
produto, a notícia.
Em
síntese, as transformações que afetam a classe trabalhadora na
contemporaneidade relacionam-se com o contexto profissional jornalístico,
consequência da sua raiz orgânica com o sistema de metabolismo social
imperante. Portanto, torna-se muito difícil desvencilhar-se dessas amarras sem
questionar as bases econômicas e materiais da alienação. “As possibilidades de
realizações limitadas, isto é, de escapar de possibilidades de estranhamento
que se limitam ao plano individual é, em princípio, bem mais restrita no
capitalismo” (LUKÁCS, 2013, p. 754). Os jornalistas cada dia mais absorvem os
estranhamentos decorrentes do alto grau de proletarização que, via plataformas
informacionais e corrosão de direitos conquistados, adentra em suas esferas de
atuação, limitando-os em seu papel socialmente constituído (bem como suas
alternativas diante desses ataques).
Como
vimos, nos últimos anos, o jornalismo enquanto prática e como indústria de
produção de notícias ficou nas mãos das gigantes de tecnologia. Elas
tornaram-se a esfera de circulação de informações privilegiadas e o
comportamento do público passou a ser direcionado pela sua intermediação. A
distribuição de notícias ficou a cargo dessas plataformas, que obscurecem os
mecanismos algorítmicos de busca com ajuda da economia da atenção. Assumindo o
transporte dos pacotes noticiosos, a ascensão desses conglomerados originados
no Vale do Silício produziu uma perda do valor de mercado do jornalismo. Com a
mudança no paradigma da imprensa, os jornalistas se tornaram o alvo fácil de um
conjunto de reestruturações, demissões e rearranjos, o que fragilizou essa
categoria de profissionais, agora próximos de um trabalhador de informação
flexível.
Mas com
a possibilidade de se ampliarem os produtores, aspecto contraditório do
monopólio das redes sociotécnicas, muitos jornalistas passaram a buscar
alternativas fora do espectro da imprensa convencional, no sentido de uma
produção mais autônoma, autoral e comprometida politicamente com pautas
progressistas. Então o que poderia ser um passo importante no avanço contra os
estranhamentos incrustados no sistema sociometabólico de reprodução do capital,
todavia, passa a ser capturado pelas regras desconhecidas do complexo das
plataformas e suas estratégias de valorização na mineração de dados.
Por um
lado, as empresas de comunicação reorganizam o seu chão de fábrica por meio das
redações integradas e via gestão do trabalho por ferramentas tecnológicas
próprias ou hegemônicas (WhatssApp, Google Meet etc.), proletarizando cada dia
mais os profissionais, o que precariza o trabalho vivo e consolida a
reificação. Em outra ponta, as iniciativas de produção jornalística
independente, alternativa e com outras perspectivas, por dificuldades
financeiras e de outros recursos, não têm espaço de construção capaz de mudar o
quadro de dependência com as TICs, mas se esforçam em expandir seus conteúdos
nas franjas do sistema. A alienação dos jornalistas, como fenômeno genérico,
faz-se regra também onde a exceção poderia apresentar saltos na reorganização
de saídas anticapitalistas. O estranhamento com a atividade produtiva permanece
uma constante.
O mundo
do trabalho ganha novos contornos que refazem os desafios da luta de classes. A
particularidade do jornalismo, conforme foi explicitado neste texto, participa
das tendências gerais do movimento de imbricação tecnológica na produção e
reprodução da vida. O trabalhador jornalista ilustra bem o processo de
alienação enquanto conflito entre o desenvolvimento das capacidades humanas
pelas forças produtivas e a conservação (ou o esfacelamento) da personalidade
humana (LUKÁCS, 2013). O fato de ser produtor de conhecimento relevante para a
vida social paradoxalmente coloca esse profissional em uma posição extremamente
importante para os desafios políticos das classes subalternas. Nesse sentido,
processos de fortalecimento da consciência necessária de que mudanças
estruturais são urgentes podem tornar-se pauta para um jornalismo
crítico-emancipatório.
A Aufhebung (suprassunção),
no sentido exposto por Mészáros (2016), da autoalienação do trabalho pressupõe
um conjunto de operações que colocam a instituição de um novo motor de produção
social, emancipatória e igualitária, na ordem do dia. O debate sobre a construção
de um novo modelo tecnológico informacional capaz de potencializar os
indivíduos também merece destaque, bem como o controle social dos mecanismos
produtivos pelos trabalhadores livremente associados. O jornalista pode
contribuir com esse desafio em dois movimentos distintos, mas interconectados:
por meio da sua emancipação enquanto sujeito histórico (parte da luta conjunta
com outros trabalhadores) e como produtor de conteúdos capazes de alimentar a
compreensão da realidade, algo fundamental para a superação da barbárie social
materializada pelo capital.
Fonte:
Por Rafael Belan, em Outras Palavras

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