quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Surto de mpox: Organização Mundial da Saúde não indica isolamento social pela doença

Embora tenha declarado a mpox uma emergência em saúde pública, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não aconselha seus Estados-membros a implementarem o isolamento social, mais conhecido como lockdown.

Nesta terça-feira (20), o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, reforçou que o cenário mpox — independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 — não configura "uma nova COVID-19".

"Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo. […] Sabemos como controlar a mpox e, no continente europeu, os passos necessários para eliminar completamente a transmissão", disse Kluge.

<><> No Brasil

A ministra da Saúde brasileira, Nísia Trindade, afirmou na última quarta-feira (14) que a mpox (abreviação para "monkeypox", termo em inglês), antes conhecida como varíola dos macacos, não é motivo para alarde, mas que o aumento exponencial da doença na África merece atenção por parte do Brasil.

A OMS declarou mais cedo emergência de saúde pública de importância internacional devido ao avanço da doença em países africanos e à identificação de uma nova cepa do vírus, mais mortal, chamada clado 1B.

A decisão foi influenciada pelo registro de casos fora da República Democrática do Congo, onde as infecções têm aumentado há mais de dois anos, além de uma mutação que facilitou a transmissão do vírus.

"Tivemos reunião com especialistas há duas semanas e vamos analisar questões como vacina. Não há motivo de alarme, mas sim de alerta […]. Certamente não será uma vacinação em massa, caso se faça necessário", disse ela após cerimônia no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, quando anunciaram novos investimentos para a Nova Indústria Brasil.

A ministra informou, ainda, que o governo federal deve criar um comitê de operação de emergência para combater a doença.

•        Argentina isola navio proveniente do Brasil após possível caso de mpox, diz governo

O governo da Argentina comunicou nesta terça-feira (20) que mantém isolado um navio que vinha do porto de Santos, em São Paulo, após um dos tripulantes apresentar sintomas compatíveis com mpox, antes chamada de varíola dos macacos.

"O Ministério da Saúde ativou o protocolo de emergência devido a sintomas compatíveis com varíola símica em um tripulante de um navio proveniente do Brasil. Assim, a embarcação não poderá entrar no porto. Além disso, foi solicitado controle médico a bordo de toda a tripulação, e amostras das lesões serão coletadas conforme a indicação de vigilância epidemiológica", informou a Casa Rosada.

De acordo com a pasta argentina, o agente marítimo que representa a embarcação informou às autoridades de Saúde das Fronteiras que um dos tripulantes de nacionalidade hindu apresenta lesões cutâneas com aspecto vesicular predominantemente no tronco e rosto, compatíveis com sintomas de mpox, motivo pelo qual foi isolado do restante da tripulação.

"Dessa forma, foi ativado o protocolo de emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII), foi solicitado controle médico a bordo de toda a tripulação e pessoal de práticos, e amostras das lesões serão coletadas conforme a indicação de vigilância epidemiológica", acrescentou a nota.

Assim, a embarcação com destino ao Porto San Lorenzo, em Santa Fe, no leste do país, ficará ancorada no rio Paraná e apenas profissionais de saúde poderão embarcar.

"O pessoal de Saúde das Fronteiras subirá a bordo com as medidas de proteção apropriadas, realizará uma inspeção e toda a tripulação ficará em quarentena até que os resultados dos exames estejam disponíveis", afirmou o comunicado do governo argentino.

Além disso, o ministério esclareceu que na Argentina "ainda não foram registrados casos com a nova variante", declarada como evento de saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"No entanto, o Ministério da Saúde da nação continua priorizando as ações de vigilância epidemiológica para a detecção, diagnóstico precoce, atendimento adequado e implementação de medidas de isolamento e rastreamento de contatos de possíveis casos", pontua.

Segundo o governo, também foram reforçadas as recomendações para alertar todos os responsáveis pelas fronteiras nos pontos de entrada terrestre, portos e aeroportos.

Emergência de saúde pública internacional

No dia 14 de agosto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou a mpox como "emergência de saúde pública de importância internacional", devido ao aumento dos casos da doença nos países africanos e sua propagação para outros continentes.

A doença pode ser transmitida entre animais e seres humanos, com sintomas de febre, dor de cabeça e muscular, inflamação nos gânglios linfáticos, calafrios, exaustão, além de erupções e pústulas nas mãos e rosto.

Atualmente é considerada endêmica da África central e ocidental. A transmissão ocorre por contato próximo com uma pessoa infectada, um animal portador ou objetos contaminados.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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