segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Quase 61% dos municípios do Nordeste melhoraram a nota no Ideb em 2023

Dos 18 municípios que obtiveram nota acima de 9 nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano ) do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica  (Ideb) em 2023, 17 estão no Nordeste. Estes números mostram o avanço da Região na educação fundamental ao longo dos últimos anos. Análise realizada pela Coordenação de Estudos e Pesquisas da Sudene mostra que a rede pública de 60,7% dos municípios nordestinos melhorou os resultados entre 2021 e 2023 no principal indicador da qualidade de ensino do Brasil. Vale destacar que o único município a tirar nota 10 no país foi Pires Ferreira, no Ceará – há 16 anos, sua nota era de 3,7.

O país só atingiu a meta do Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental, fixada em nota 6. Considerando as notas dos estados, oito dos nove do Nordeste melhoraram seus resultados entre os anos de 2021 e 2023 – apenas a Bahia manteve a mesma nota nas duas avaliações, 5,3. Todos superaram a meta regional, de 5,2. Apenas Ceará (6,6) e Alagoas (6), no entanto, alcançaram a meta do Brasil. 

 Do total de municípios do Nordeste (1.794), 20,1% superaram a meta nacional (6). Importante ressaltar que 57% dos municípios da Região conseguiram atingir a sua própria meta da rede pública dos anos iniciais do Ensino Fundamental, estabelecida para o ano de 2021. Este resultado é próximo ao Sul e Centro-Oeste cujos percentuais correspondem a 56,7% e 55%, respectivamente, e demonstra ser um avanço comparado ao Sudeste (36,2%) e Norte (24,%).

De acordo com o diretor de Planejamento, Álvaro Ribeiro, responsável pela área de estudos e pesquisa da Sudene, a educação é um dos sete eixos estratégico do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. A universalização do acesso à educação infantil e ao ensino fundamental e médio é um dos objetivos explicitados no PRDNE. “A educação é fundamental para a melhoria da formação de capital, que impacta positivamente na competitividade da nossa Região”, afirmou.

 Ao analisar os dados em cada estado, a equipe da Sudene observou que a rede pública municipal do Nordeste, nos anos iniciais, apresentou avanços. Chama a atenção o estado do Ceará – 83% dos municípios melhoraram suas notas em relação à última avaliação do Ideb. “O investimento contínuo em educação e com objetivos evidentes mostra a sua importância. Mesmo num estado que já tem municípios com altas notas, estas permanecem crescendo, gerando uma sinergia, um efeito-demonstração positivo para todas as gestões públicas municipais. Já deixou de ser um fato pontual, um ou outro município, uma ou outra escola, para ser generalizada a qualidade do Ensino Fundamental naquele estado”, comentou o coordenador Desenvolvimento Territorial, o economista José Farias.

Mais da metade dos municípios dos estados do Ceará (83%), do Maranhão (78%), de Alagoas (77%), de Pernambuco (61%), do Rio Grande do Norte (61%) e do Piauí (56%) incrementaram suas notas entre os anos de 2021 e 2023. Esse dado pode ser considerado reflexo do desempenho das escolas – 100 unidades educacionais do país com maior desempenho no Ideb são do Nordeste. O Ceará concentra o maior número de unidades (68), Alagoas (31) e uma de Pernambuco.

De acordo com José Farias, os estudantes de um ensino fundamental de qualidade em 2024 serão potenciais alunos de graduação ou ensino técnico em uma década e terão a chance de chegar ao mercado de trabalho em melhores condições, trazendo para os pequenos e médios municípios do Nordeste uma geração mais exigente e com maior capacidade de gerar riqueza, não apenas monetária, mas com inquietação e com o germe da inovação, para o território onde habitam.

“Uma geração que recebe uma educação de melhor qualidade tem condições de tratar melhor o seu destino e colaborar mais efetivamente para o desenvolvimento de um território. Isto é bem relevante para o desenvolvimento de mais longo prazo na nossa região”, destacou José Farias.

•        Papel da Sudene na viabilização da nova política industrial brasileira é destaque em agenda com empresários

Articuladora do processo de territorialização da nova política industrial brasileira, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste reuniu representantes da fabricante de vidros Vivix, do grupo Cornélio Brennand, e da Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás), nesta quinta-feira (22), para discutir a agenda de adensamento de cadeias produtivas que promovam o desenvolvimento regional. O encontro é um desdobramento das ações da Autarquia para identificar oportunidades de mercado no Nordeste que dialoguem com as propostas da Nova Indústria Brasil (NIB) e outras políticas setoriais.

A aproximação entre as empresas promovida pela Sudene buscou estabelecer os primeiros diálogos para analisar a aproximação dos empreendimentos para colaboração voltada ao desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde. A ideia é diminuir a dependência do Brasil na importação de insumos, a exemplo dos frascos de vidro utilizados pela empresa de hemoderivados, atualmente originários da Alemanha. “Estamos falando aqui de uma oportunidade de não só promover a indústria nacional, mas de fortalecer a cadeia produtiva do Sistema Único de Saúde, o SUS. E com potencial de fornecimento não apenas para a própria Hemobrás, mas também a outras unidades de saúde, como a Fiocruz, por exemplo”, explicou o superintendente Danilo Cabral. A avaliação do gestor foi ecoada pelo diretor de Administração e Finanças da Hemobrás, André Pinho.

Apesar de atuarem em mercados bem distintos, Vivix e Hemobrás têm em comum o fato de contarem com instrumentos da Sudene para fortalecimento do setor produtivo. A primeira conta com financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), além de incentivos fiscais e da participação no programa PE 4.0, de revitalização da indústria pernambucana. A estatal vinculada ao Ministério da Saúde, por sua vez, também conta com a redução da carga tributária do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPF) para a realização de novos investimentos, além de ser signatária de um acordo de cooperação técnica com a Autarquia federal.

“A criação desse ambiente de discussão, aproximação e de contribuição pela Sudene é fundamental”, avaliou o chairman do Grupo Cornelio Brennand, Flávio Goes. O empresário ratificou a importância destes instrumentos para a instalação e manutenção de indústrias no Nordeste. “88% da produção de vidro no Brasil está concentrada nas regiões Sudeste e Sul. Qualquer empresa tenderia a se instalar nestas regiões, que são o centro consumidor. A variável que muda a equação é o incentivo fiscal. Não é uma benesse. É um fator de desenvolvimento regional”, defendeu.

Empregando 421 profissionais e gerando outros 1.500 empregos indiretos, a Vivix, segundo a empresa, a única representante genuinamente nacional na fabricação de vidros planos, com capacidade instalada de 900 toneladas por dia. Para o presidente da empresa, Henrique Lisboa, contar com o apoio da Sudene fortalece o valor agregado das atividades da empresa. “A Sudene é parceira da Vivix em todo o processo de desenvolvimento e ampliação de portifólio. Temos incentivos e a nossa participação no programa de indústria 4.0. A nossa indústria é intensiva de tecnologia. Temos uma área específica de transformação digital na empresa que tem se nutrido dessa troca de experiências”, relatou.

Como integrante do grupo de trabalho de territorialização da nova política industrial brasileira, a Sudene atua para mapear as principais aglomerações industriais da região, os sistemas produtivos existentes e as capacidades locais. A ideia é dar mais assertividade e precisão ao monitoramento dos impactos da NIB. Neste sentido, Danilo Cabral destacou também a importância do restabelecimento do comitê de instituições financeiras vinculado ao Conselho Deliberativo da Autarquia.

As empresas sinalizaram positivamente para uma aproximação na tentativa de encontrar situações oportunas de colaboração.

A agenda também foi acompanhada pelos diretores Álvaro Ribeiro (Planejamento) e José Lindoso (Administração), além dos coordenadores Pabllo Brandão (Gestão Institucional), Wandemberg Rodrigues (Fundos de Desenvolvimento e Financiamento) e José Farias (Desenvolvimento Territorial).

 

Fonte: Ascom Sudene

 

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