ORCRIM:
Marçal era peça central em quadrilha financeira e tinha a missão de escolher as
vítimas dos golpes
O
processo no qual o candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) foi
condenado por furto devido à participação em uma quadrilha de fraude bancária
desmente a versão dele de que apenas consertava computadores. Ele foi preso em
2005 durante a operação Pegasus, que desmantelou uma das maiores quadrilhas
especializadas em invasão de contas bancárias pela internet.
Conforme
relatou a Folha de S. Paulo, Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses
de prisão em regime semiaberto pela Justiça Federal, mas a pena prescreveu em
2018.
Segundo
a investigação da Polícia Federal, além de fazer a manutenção dos computadores
do grupo, Marçal operava um programa que captava e-mails para envio de spams,
usados para obter dados bancários das vítimas. Em depoimento, Marçal negou
envolvimento direto na ação, alegando que apenas reiniciava o programa a pedido
de outro integrante do grupo.
No
entanto, o testemunho de um agente da PF contradiz a versão de Marçal.
Questionado em audiência se o atual candidato à prefeitura de São Paulo sabia
das atividades ilícitas da quadrilha, a testemunha afirmou que sim.
"Ah,
sim. Sim. Inclusive tinha um...notebook, né, pra ele operar que foi fornecido
pelo grupo", disse. "Inclusive, o Pablo é... a indicação de que ele
quer enviar, ele próprio enviar, isso demonstra que ele sabe enviar [os emails
mandados pela quadrilha]."
¨
Áudios obtidos pela PF
mostram que Pablo Marçal participava de esquema de golpes bancários
Áudios
obtidos pela Polícia Federal mostram o bolsonarista Pablo Marçal (PRTB),
candidato à prefeitura de São Paulo, conversando sobre a captura de endereços
de e-mails que foram usados para atrair vítimas de um esquema de golpes
bancários, informa o Globo. A conversa foi utilizada pela Justiça para fundamentar a
condenação de Marçal por integrar o grupo criminoso. No entanto, a pena dele
foi extinta por prescrição do processo.
A
quadrilha disparava e-mails com assuntos chamativos, como avisos falsos de
inadimplência e irregularidades no CPF, para atrair vítimas e ter acesso a
senhas. Segundo a sentença, Marçal era o encarregado de capturar listas de
e-mails para que o grupo que o contratou infectasse o computador das vítimas
com programas invasores.
Em
um dos áudios, o ex-coach conversa com acusado de liderar o grupo sobre a
seleção dos e-mails. Um programa era usado para captar as contas que eram de
fato acessadas pelos usuários, aumentando a chance de as vítimas clicarem nos
links maliciosos. “Quero ver a produção de e-mail capturado. Aqueles e-mails
que você capturou no primeiro dia não estavam bons”, disse o chefe do
grupo.
Em
resposta, Marçal perguntou se ele próprio não poderia disparar os e-mails. “Não
tem jeito de eu enviar de lá (endereço onde o grupo se reunia)? Eu mesmo pôr
para enviar os que eu estou pegando?”, questionou. O líder recusa a oferta e
pede para Marçal apenas “capturar os e-mails”.
A
sentença ainda cita outros seis áudios que comprovam a participação de Pablo
Marçal no esquema. Em um deles, o ex-coach afirma que está compactando os
e-mails capturados para enviá-los ao líder do grupo, e diz que dois
computadores estão capturando os endereços eletrônicos e outros dois estão
enviando as mensagens.
Outro
diálogo mostra o comandante do esquema dando orientações a Marçal sobre como
fazer a seleção dos e-mails para evitar endereços inativos. O ex-coach responde
que “vai fazer isso”.
• Articuladores
do partido de Marçal estão sendo investigados por ligação com o tráfico de
cocaína
A
Polícia Civil de São Paulo está investigando dois articuladores do PRTB,
partido de Pablo Marçal, candidato bolsonarista a prefeito de São Paulo, por
suposto envolvimento em atividades criminosas ligadas ao Primeiro Comando da
Capital (PCC). Tarcísio Escobar e Júlio César Pereira, antigos aliados da
cúpula do partido, são acusados de trocar carros de luxo por cocaína, além de
financiar o tráfico e controlar uma casa de prostituição. Eles negam qualquer
ligação com a facção. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
A
investigação começou após a apreensão de armas, drogas e documentos com
Francisco Chagas de Sousa, o "Coringa", que teria ligações com os
dois acusados. Escobar e Pereira estariam envolvidos na entrega de veículos
usados na troca por cocaína, com os lucros divididos entre eles e outros
membros do PCC. Conversas gravadas pela polícia indicam que os dois tinham
conhecimento das transações ilegais.
Apesar
das acusações, Escobar e Pereira ainda participavam de eventos políticos,
inclusive ao lado de Pablo Marçal, até o caso ganhar destaque na mídia. A
liderança do PRTB alega ter cortado relações com Escobar após as revelações,
mas as investigações continuam, envolvendo fraudes imobiliárias e outras
atividades criminosas.
• Bilionário
financia as baixarias de Pablo Marçal em São Paulo; saiba quem ele é
O
bilionário bolsonarista Helio Seibel, um dos principais nomes no setor de
madeira e construção, doou R$ 100 mil à campanha de Pablo Marçal (PRTB) para a
Prefeitura de São Paulo. Seibel é proprietário do Grupo Ligna, que controla
gigantes como a Dexco (fabricante das marcas Deca e Hydra) e a rede Leo
Madeiras, além de deter participação na Klabin, uma das maiores empresas de
papel e celulose do país. O empresário já havia feito grandes contribuições em
2022, quando destinou mais de R$ 1,3 milhão para as campanhas de Tarcísio de
Freitas e Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo.
A
doação de Seibel evidencia uma divisão entre os apoiadores de Bolsonaro, que
declarou apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), rival de Marçal na disputa
eleitoral. Apesar disso, parte do eleitorado bolsonarista parece preferir
Marçal, que tem se apresentado com um discurso mais agressivo para atrair os
votos conservadores. Até o momento, Marçal arrecadou R$ 544 mil, com os R$ 100
mil de Seibel e outra doação do empresário Helvio Paulo Ferro representando as
maiores contribuições de sua campanha.
Helio
Seibel, além de apoiar Marçal, tem um histórico de financiamento a políticos de
extrema-direita. Em 2020, ele contribuiu com R$ 170 mil para a campanha do
vereador Rubinho Nunes, conhecido por ter liderado a proposta de CPI das ONGs
na Cracolândia. Seibel é uma figura influente entre os círculos conservadores e
suas doações refletem seu interesse em moldar a política pública em linha com
suas convicções bolsonaristas.
• Bilionário
que doou para campanha de Marçal também financiou Bolsonaro e Tarcísio
O
bilionário Helio Seibel, maior investidor da candidatura de Pablo Marçal (PRTB)
à prefeitura de São Paulo, também financiou as campanhas do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas em 2022, informa o
Metropoles. Para Bolsonaro, a doação foi de R$100 mil. Já para Tarcísio, foram
duas parcelas que totalizaram R$200 mil. Ele também financiou a candidatura do
deputado Ricardo Salles (Novo-SP).
A
doação de Seibel para Pablo Marçal representa a divisão entre bolsonarismo nas
eleições em São Paulo. O ex-presidente apoia oficialmente a candidatura do
prefeito Ricardo Nunes (MDB). No entanto, Nunes enfrenta dificuldades para
capitalizar o voto da extrema-direita após o crescimento de Marçal.
Seibel
tem um patrimônio de mais de R$2,5 bilhões e é proprietário do Grupo Ligna, que
controla gigantes como a Dexco (fabricante das marcas Deca e Hydra) e a rede
Leo Madeiras, além de deter participação na Klabin, uma das maiores empresas de
papel e celulose do país.
• Mais da
metade dos Pix recebidos por Pablo Marçal vem de CPFs de fora de SP
O candidato à prefeitura de São Paulo e coach
extremista Pablo Marçal (PRTB) declarou ter recebido, até essa terça-feira
(20), R$ 544 mil em doações de apoiadores, mas um detalhe chama a atenção desta
arrecadação: De acordo com apuração do portal Metrópoles, dados do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) mostram que 53% desse montante vêm de doadores cujos
CPFs são de fora do estado de São Paulo.
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Problemas com a justiça
O
Ministério Público Eleitoral (MPE) de São Paulo pediu a suspensão do registro
de Pablo Marçal.
O
pedido para Marçal ocorreu por abuso de poder econômico em razão, segundo a
promotoria, da forma como foram utilizados nas redes sociais seus vídeos
durante a pré-campanha eleitoral.
• Marçal
burla decisão judicial e volta a associar Boulos e MST ao uso de cocaína
Após
a Justiça Eleitoral ordenar a remoção de uma publicação considerada difamatória
contra Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) continuou sua campanha de
ataques ao adversário. Na noite de terça-feira (20/08), o juiz Murillo D’Avila
Vianna Cotrim exigiu que a Meta, proprietária do Instagram, retirasse o
conteúdo ofensivo de Marçal, que insinuava, sem evidências, que Boulos era
usuário de drogas.
Desafiando
a decisão judicial, Marçal postou um novo vídeo em suas redes sociais onde
conversa com um personagem vestido de "comunista", com um boné do MST
e nariz coberto de farinha, simulando o uso de cocaína ao fazer gestos com o
dedo no nariz. Ele manteve o tom provocativo, afirmando que "bolos são
feitos com muita farinha", numa clara alusão ao uso de cocaína.
Essa
atitude de Marçal tem gerado críticas severas, não apenas de Boulos, que já
repudiou as acusações diversas vezes, mas também de outros candidatos que
condenam o uso dos debates eleitorais para criar sensacionalismo em vez de
discutir propostas concretas para a cidade.
Além
das reações negativas, Marçal enfrenta o risco de cassação de seu registro de
candidatura, já que está sob investigação por múltiplas irregularidades. A
Justiça também determinou que um vídeo de resposta de Boulos seja publicado em
até 48 horas nas redes de Marçal, como parte das penalidades impostas por suas
ações na campanha.
• Filha de
Boulos sofre bullying após Marçal inventar fake news sobre uso de drogas:
“chega da escola chorando”
Durante
sabatina da CNN nesta terça-feira (20), o candidato à Prefeitura de São Paulo
Guilherme Boulos (PSOL) relatou, emocionado, que sua filha sofreu bullying na
escola devido à fake news propagada por Pablo Marçal (PRTB), que afirmava, de
forma leviana, que Boulos seria usuário de drogas.
"Eu
sou pai de duas filhas, um cidadão inventa uma história sobre uso de drogas.
Minha filha chega da escola chorando, porque provocaram ela na escola com
isso", relatou Boulos.
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Agressões continuam, mesmo com intervenção da Justiça
Após
a Justiça Eleitoral ordenar a remoção de uma publicação difamatória contra
Guilherme Boulos, Pablo Marçal continuou sua campanha de ataques. Na noite de
terça-feira (20), o juiz Murillo D’Avila Vianna Cotrim determinou que a Meta,
proprietária do Instagram, retirasse o conteúdo ofensivo de Marçal, que
insinuava, sem provas, que Boulos era usuário de drogas.
Desafiando
a decisão judicial, Marçal postou um novo vídeo em suas redes sociais, no qual
aparece conversando com um personagem vestido de "comunista", usando
um boné do MST e com o nariz coberto de farinha, simulando o uso de cocaína ao
fazer gestos com o dedo no nariz. Ele manteve o tom provocativo, afirmando que
"bolos são feitos com muita farinha", numa clara alusão ao uso de
cocaína.
• Justiça
Eleitoral manda PF investigar Pablo Marçal por fake news contra Boulos
A
Justiça Eleitoral determinou que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito
contra Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo. A decisão,
segundo o jornal O Estado de S. Paulo, foi tomada após o deputado federal
Guilherme Boulos (Psol) apresentar uma notícia-crime acusando Marçal de
disseminar notícias falsas contra ele. O juiz Augusto Drummond Lepage, da 346ª
Zona Eleitoral de São Paulo, acolheu a manifestação do Ministério Público
Eleitoral e encaminhou o caso à PF para investigação.
O
promotor eleitoral Nelson dos Santos Pereira Júnior solicitou a investigação de
Marçal por supostos crimes de calúnia, difamação e divulgação de fatos
inverídicos no contexto eleitoral. Esses crimes, previstos nos artigos 323, 324
e 325 do Código Eleitoral, podem resultar em penas de até quatro anos de
reclusão, além de multa.
A
denúncia foi apresentada pela campanha do Psol após um debate eleitoral na TV
Bandeirantes, na quinta-feira (8), onde Marçal insinuou, sem provas, que Boulos
seria usuário de drogas. No mesmo dia, Marçal chamou Boulos de “cheirador de
cocaína” em vídeos postados em suas redes sociais.
Boulos
também pediu a remoção dos vídeos e direito de resposta nas redes sociais de
Marçal. A Justiça Eleitoral atendeu parcialmente ao pedido, determinando a
remoção dos vídeos. Além disso, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
(TRE-SP) ordenou que Marçal apague outros três vídeos com acusações falsas
contra Boulos. Até o momento, Pablo Marçal não se manifestou sobre a decisão.
• Bolsonaristas
ignoram comando de Bolsonaro e trocam Nunes por Marçal
Lideranças
bolsonaristas têm demonstrado insatisfação com o apoio de Jair Bolsonaro (PL)
ao atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição.
Entretanto, evitam mostrar esse descontentamento publicamente para não
confrontar o ex-mandatário. Nos bastidores, parlamentares do PL e aliados,
incluindo membros do Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio
de Freitas, articulam apoio a Pablo Marçal (PRTB).
Marçal,
que foi preso em 2005 durante a operação Pegasus, que desmantelou uma das
maiores quadrilhas especializadas em invasão de contas bancárias pela internet,
é visto por muitos partidários do ex-mandatário como o que mais representa os
valores do bolsonarista e a da extrema direita na capital paulista. Ele foi
condenado a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto pela
Justiça Federal, mas a pena prescreveu em 2018
Segundo
o UOL, ordens de Bolsonaro têm restringido influenciadores de direita de apoiar
Marçal nas redes sociais, evitando críticas a Ricardo Nunes. Bolsonaristas se
queixam da impossibilidade de apoiar publicamente um candidato que consideram
mais alinhado às pautas conservadoras. Marçal, por sua vez, tem ganhado força
ao adotar um discurso mais agressivo e evocar símbolos característicos do
bolsonarismo e da extrema direita.
Marçal
tem levado bolsonaristas a divergirem pela primeira vez de Bolsonaro. Para
alguns, o apoio do ex-mandatário a Nunes está mais relacionado à política
interna do PL, especialmente às articulações do presidente da legenda, Valdemar
Costa Neto. Com o crescimento de Marçal nas últimas semanas, o cenário político
começa a mudar.
Fonte:
Brasil 247
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