Folha se
assume ultraliberal e defende a entrega de Petrobras, Caixa e Banco do Brasil
Neste
domingo, 25, a Folha de S.Paulo publicou um editorial em que defende a
privatização da Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, empresas
que desempenham papéis cruciais para o desenvolvimento econômico e social do
Brasil. O editorial, que glorifica o programa de privatizações iniciado na
década de 1990, revela uma clara adesão ao ideário ultraliberal,
desconsiderando as consequências graves que essa entrega pode ter para o futuro
do país.
A
Petrobras, responsável por grande parte da produção de petróleo e gás no
Brasil, é uma peça central na segurança energética nacional. Entregá-la à
iniciativa privada significa colocar em risco a soberania do país sobre
recursos estratégicos, além de submeter a política energética nacional aos
interesses de grandes corporações internacionais, cujas prioridades certamente
não incluem o bem-estar do povo brasileiro.
A
Caixa Econômica Federal, por sua vez, é a principal operadora de políticas
sociais no Brasil. É através da Caixa que programas como o Minha Casa Minha
Vida são viabilizados, garantindo o direito à moradia para milhões de
brasileiros. A instituição também desempenha um papel vital no financiamento de
projetos de infraestrutura, que são essenciais para o desenvolvimento regional
e a redução das desigualdades sociais e econômicas no país.
O
Banco do Brasil, outro gigante que a Folha sugere ser privatizado, é crucial
para o financiamento agrícola, especialmente para os pequenos e médios
produtores rurais. O BB é responsável por uma grande parte do crédito rural no
Brasil, facilitando o acesso dos produtores a recursos que são fundamentais
para garantir a produção de alimentos, a segurança alimentar e a geração de
empregos no campo.
A
defesa da privatização dessas empresas, como propõe o editorial da Folha,
ignora a função social que essas instituições desempenham. Não se trata apenas
de lucro e eficiência, como o jornal paulista parece sugerir, mas da capacidade
do Estado de garantir o acesso a serviços essenciais para toda a população,
especialmente os mais vulneráveis. A venda dessas empresas poderia resultar em
um aumento significativo no custo desses serviços, tornando-os inacessíveis
para milhões de brasileiros.
O
argumento de que as privatizações anteriores foram bem-sucedidas é, no mínimo,
questionável. Embora algumas delas tenham de fato resultado em melhorias em
certos setores, como a telefonia, outras trouxeram prejuízos consideráveis,
como no caso da energia elétrica, que sofreu com apagões e aumentos
exorbitantes nas tarifas após a privatização.
Além
disso, a Folha argumenta que a permanência dessas empresas sob controle estatal
é motivada por interesses políticos e sindicais. Essa visão reducionista
desconsidera o papel fundamental que essas estatais desempenham na execução de
políticas públicas e na promoção do desenvolvimento econômico de forma
equilibrada e justa.
É
crucial que o debate sobre a privatização seja feito de maneira responsável e
considerando todos os aspectos envolvidos, incluindo os impactos sociais e
econômicos para a população. Entregar a Petrobras, a Caixa e o Banco do Brasil
ao setor privado é, em última análise, colocar em risco a capacidade do Estado
brasileiro de garantir o bem-estar de seus cidadãos.
A
Folha de S.Paulo, ao advogar por essa política de desmonte, assume-se como
defensora do ultraliberalismo, alinhando-se a interesses que não
necessariamente coincidem com o melhor para o Brasil. É fundamental que a
sociedade se mobilize para proteger essas empresas que são patrimônios
nacionais, essenciais para o nosso futuro.
• Esther
Dweck rebate Folha e destaca o papel estratégico das estatais
Neste
domingo, a ministra da Gestão, Esther Dweck, respondeu veementemente ao
editorial da Folha de S.Paulo que defendeu a privatização de três das mais
importantes estatais brasileiras: Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do
Brasil. Em uma série de publicações no X, Dweck criticou o posicionamento do
jornal, sublinhando a importância estratégica dessas empresas para a economia e
a soberania do país.
"O
editorial da Folha hoje desconhece o papel estratégico das estatais para a
economia brasileira, incluindo setor financeiro e energético", declarou a
ministra, destacando que a defesa da privatização feita pelo jornal ignora o
impacto social e econômico das estatais no desenvolvimento do Brasil.
Dweck
enfatizou a relevância da Caixa Econômica Federal no financiamento
habitacional, afirmando que "dois em cada três reais usados em crédito
habitacional no Brasil, para todas as faixas de renda, vêm da Caixa Econômica
Federal." Além disso, ela lembrou que o Banco do Brasil desempenha um
papel vital no agronegócio e na agricultura familiar: "O Banco do Brasil é
responsável por grande parte dos empréstimos que movem o agronegócio e a
agricultura familiar no Brasil. Ambos bancos apresentaram resultados sólidos em
seus balanços recentes."
A
ministra também ressaltou o papel crucial da Petrobras na segurança energética
do país, afirmando que a empresa "ampliou em 2023 a sua produção e segue
com solidez financeira mesmo com as oscilações do mercado internacional."
Dweck ainda destacou a importância da estatal na transição energética:
"Além de seguir garantindo autossuficiência brasileira em petróleo, sua
capacidade de investimento e desenvolvimento tecnológico é fundamental para o
Brasil ocupar um papel de vanguarda na transição mundial para a energia
limpa."
Respondendo
ao argumento de que as estatais poderiam funcionar melhor sob controle privado,
Dweck lembrou que "Banco do Brasil e Petrobras já são empresas de capital
aberto. Ambas seguem regras de transparência e gestão para participação na
Bolsa de Valores." Ela sublinhou que as empresas públicas existem para
implementar uma estratégia de desenvolvimento inclusivo e sustentável,
afirmando que "as empresas públicas existem porque fazem parte de uma
estratégia responsável de desenvolvimento inclusivo, sustentável e de longo
prazo. É assim no Brasil e em economias como as da OCDE."
Finalizando
suas declarações, Esther Dweck reiterou o compromisso do governo Lula em
fortalecer as estatais: "No governo Lula, seguiremos trabalhando para
fortalecer e modernizar as estatais e seus mecanismos de governança para que
contribuam cada vez mais para a reconstrução do Brasil."
• "Folha
quer um país comandado pelo rentismo parasitário", diz Cappelli
O
presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo
Cappelli, usou as redes sociais para criticar o editorial da Folha de S. Paulo
deste domingo (25) que defende a privatização da Petrobras, Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil, empresas que desempenham papéis cruciais para o
desenvolvimento econômico e social do Brasil. Segundo Cappelli, “a Folha se
rendeu à extrema direita neoliberal” e quer ”um país dirigido pelo rentismo
parasitário”.
"Querem
fazer o que nem a Ditadura teve coragem. Destruir de vez o patrimônio nacional
e a capacidade do Brasil construir seu próprio destino. Querem um país dirigido
pelo rentismo parasitário. A Folha se rendeu à extrema direita neoliberal,
rasgou sua história. Tempos sombrios", postou Capelli no X, antigo
Twitter.
• "Folha
é entreguista e está a serviço de interesses poderosos, que não são os do
Brasil", diz Gleisi
A
presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann criticou o
editorial da Folha de S. Paulo deste domingo (25) que defende a privatização da
Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, empresas que desempenham
papéis cruciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Segundo
Gleisi, o editorial “escancara a cobiça privatista' e “evidencia que o jornal
está a serviço de poderosos interesses, mas não do Brasil”.
“As
estatais brasileiras tiveram lucros somados de R$ 197 bi em 2023, dos quais R$
49 bi foram para a União na forma de dividendos e participações. Petrobras, BB
e Caixa foram responsáveis por R$ 170 bi desse lucro, e é justamente sobre
estas três que a Folha, em seu editorial de capa, escancara a cobiça privatista
no editorial desavergonhado deste domingo. Diante desses números, dizer que o
conjunto das estatais seria “custosamente mantido” pelo Estado é mentira
grosseira. Afirmar que as privatizações feitas pelos governos neoliberais foram
“bem-sucedidas”, diante de descalabros com o serviço de energia de São Paulo ou
de escândalos como o subfaturamento da Vale e da Eletrobrás é menosprezar o
bom-senso.O entreguismo da Folha evidencia que o jornal está a serviço de
poderosos interesses, mas não do Brasil”, escreveu Gleisi no X, antigo Twitter.
• "Editorial
da Folha é afronta a nossa soberania e deve ser repudiado", diz Lindbergh
O
deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o editorial da Folha de S.
Paulo deste domingo (25)que defende a privatização da Petrobras, Caixa
Econômica Federal e Banco do Brasil, empresas que desempenham papéis cruciais
para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Em uma postagem na rede
social X, antigo Twitter, o parlamentar destaca que “a Folha escancara os
interesses privados sobre ativos estratégicos do país”. “A quem interessa
Petrobras, BB e Caixa privados? Certamente não é ao povo brasileiro. O
editorial é uma clara afronta à nossa soberania e deve ser repudiado”, pontuou
Lindbergh no texto.
“A
Folha faz editorial mentiroso hoje para defender a privatização da Petrobras,
do Banco do Brasil e da Caixa. As estatais são lucrativas e deram retorno
bilionário para a União em 2023. O editorial mente ao dizer que a maior parte
do povo brasileiro é a favor das privatizações, que as privatizações no Brasil
são um sucesso e que as empresas públicas são “custosamente” mantidas pelo
Estado. A Folha escancara os interesses privados sobre ativos estratégicos do
país no setor de petróleo e gás e também no sistema financeiro. A quem
interessa Petrobras, BB e Caixa privados? Certamente não é ao povo brasileiro.
O editorial é uma clara afronta à nossa soberania e deve ser repudiado!”, disse
Lindbergh na postagem.
A
presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) também
criticou o editorial e afirmou que “o entreguismo da Folha evidencia que o
jornal está a serviço de poderosos interesses, mas não do Brasil”. Também nas
redes sociais, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI), Ricardo Cappelli, disse que a Folha “quer um país dirigido pelo
rentismo parasitário” e que o jornal paulista “se rendeu à extrema direita
neoliberal”.
• "O
capitalismo não entrega o que promete e transforma as pessoas em
ressentidas", diz Belluzzo
Em
uma crítica contundente ao sistema capitalista e seus efeitos sobre a
sociedade, o renomado economista Luiz Gonzaga Belluzzo apontou como o
neoliberalismo, em particular, tem contribuído para o crescimento da extrema
direita em várias partes do mundo. Segundo Belluzzo, o capitalismo financeiro
cria uma promessa ilusória de ascensão social e vitória na concorrência, mas a
realidade é que a maioria das pessoas acaba frustrada, nutrindo ressentimentos
que se manifestam politicamente.
“A
configuração do capitalismo financeiro provoca nas pessoas admiração pelos
valores da ascensão social, da vitória na concorrência, mas a maioria perde. O
capitalismo não entrega aquilo que promete. Isso vai transformando as pessoas
em ressentidas, que buscam outras soluções”, afirma Belluzzo, em entrevista ao
Valor. Para o economista, esse ressentimento tem sido capitalizado por forças
políticas de extrema direita, que oferecem respostas simplistas para questões
complexas, alimentando o ciclo de descontentamento e polarização.
Belluzzo
também relaciona a ascensão da extrema direita ao discurso econômico dominante,
que desconsidera as consequências sociais das políticas neoliberais. Ele
critica a falta de espaço para outras visões econômicas na mídia e na opinião
pública, o que, segundo ele, reforça a concentração de poder nos mercados
financeiros e marginaliza abordagens que consideram a economia como parte da
vida social.
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Galípolo no Banco Central
Em
meio a essa discussão sobre os efeitos nocivos do capitalismo, Belluzzo também
comentou sobre o atual cenário econômico brasileiro e a possível indicação de
Gabriel Galípolo como o novo presidente do Banco Central (BC). Galípolo, que
atualmente é diretor de política monetária do órgão, é descrito por Belluzzo
como uma pessoa “de muitas dimensões” e “muitas qualidades”. “Ele sabe
perfeitamente que não vai escrever um livro no BC”, afirma Belluzzo, que é
amigo e colaborador de Galípolo em diversas obras.
Sobre
a recente fala de Galípolo, que sugeriu que o BC não descartava uma alta dos
juros, Belluzzo avalia que a atitude foi acertada. “Ele sabe que as convicções
e as palavras funcionam para orientar os mercados”, diz o professor. Contudo,
Belluzzo também aponta que não é o momento para uma elevação da Selic,
ressaltando que Galípolo não afirmou categoricamente que era hora de aumentar a
taxa, mas sim que isso não estava descartado.
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Retranca do mercado
Belluzzo
ainda comparou o governo Lula 3 a um time de futebol que quer atacar, ou seja,
investir e realizar transformações, mas que enfrenta uma retranca imposta pelo
mercado financeiro e seu discurso constante sobre o risco fiscal. Para ele,
essa situação tem dificultado a ação do Estado e a mobilização dos
investimentos necessários para o desenvolvimento do país.
Por
fim, o economista sugeriu que o Banco Central poderia adotar uma postura mais
ativa no câmbio, utilizando instrumentos como o swap para se proteger das
instabilidades cambiais, em vez de simplesmente vender dólar à vista e esgotar
as reservas. Segundo Belluzzo, os movimentos recentes no câmbio têm mais
relação com fatores externos do que com questões fiscais internas, e o BC
precisa estar atento a essa dinâmica global.
• "Assim
como construíram a volta do Lula, podem construir a volta do Bolsonaro",
diz Paulo Nogueira
Em
entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o economista Paulo
Nogueira Batista Jr. analisou o cenário político brasileiro e as ações da elite
econômica em relação aos governos de Lula e Bolsonaro. Paulo Nogueira Batista
afirmou que "a elite brasileira não hesita em se aliar à extrema-direita
bolsonarista, sempre que acha conveniente", relembrando que isso já
aconteceu no passado. Ele destacou que "o objetivo é evitar um Lula super
fortalecido em 2026" e "manter Lula no cabresto".
O
economista alertou que "assim como construíram a volta do Lula, podem
construir a volta do Bolsonaro". Segundo Batista, "o objetivo é
manter o presidente da República sempre pressionado e obrigado a
negociar".
• Paulo
Guedes, que solapou a economia, quer ser o candidato da direita em 2026
O
ex-ministro da Economia Paulo Guedes tem manifestado a interlocutores do Rio de
Janeiro e São Paulo o desejo de ser o candidato da direita à Presidência da
República em 2026. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo,
Guedes já iniciou conversas com interlocutores no Rio de Janeiro e em São Paulo
visando levar o plano adiante.
Ainda
conforme a reportagem, ele acredita que há um vácuo no campo ideológico da
direita, especialmente com Jair Bolsonaro (PL) inelegível, e está convencido de
que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não será
candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Guedes,
que completou 75 anos recentemente, ocupou o Ministério da Economia - atual
Ministério da Fazenda - durante o governo Jair Bolsonaro. Sua gestão à frente
da pasta foi marcada por um processo acelerado de privatização de empresas
estatais e pelo corte de recursos em diversos setores, como educação, saúde, e
Previdência.
Fonte:
Brasil 247
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