O que
causa a síndrome de FOMO e como lidar com ela
FOMO é
a sigla que vem da expressão “fear of missing out”, que traduzida
significa “medo de ficar de fora”. Também conhecido como síndrome de FOMO, esse
fenômeno é uma realidade há séculos, que possui evidências em textos antigos,
mas que só começou a ser estudado na década de 90. O termo, como é conhecido atualmente,
foi criado em uma pesquisa do Dr. Dan Herman, em 1996.
A síndrome
foi adicionada no dicionário de Oxford em 2013 e definida como a ”apreensão
generalizada de que os outros possam estar tendo experiências gratificantes das
quais alguém está ausente”. A FOMO, portanto, refere-se ao sentimento
(algo como medo) ou percepção de que outras pessoas estão se divertindo e
vivendo melhor que você.
Ela é
caracterizada por sentimentos de ansiedade, estresse, e às
vezes tristeza, associadas ao “medo” de perder alguma coisa, como eventos
sociais, reuniões ou saídas com pessoas queridas.
·
FOMO e as mídias sociais
Embora o
termo FOMO tenha sido criado em 96, especialistas acreditam que o
conhecimento sobre o fenômeno tenha aumentado nos últimos anos em decorrência
da ascensão das redes sociais. De acordo com uma análise publicada
no World Journal of Clinical Cases, o termo “fear of
missing out” ganhou força em 2004, o ano de lançamento do Facebook.
Isso
reforça o poder das redes sociais em fenômenos associados à saúde mental. A
internet e plataformas como o Instagram e o Facebook,
por exemplo, proporcionam o compartilhamento do destaque da vida das outras
pessoas, o que, em resultado, impulsiona a comparação.
Desse
modo, a percepção de “normal” do indivíduo, que observa esses destaques de
fora, fica distorcida. Os eventos perdidos, festas sem convite e saídas entre
amigos, que muitas vezes não ocorrem com frequência, parecem mais recorrentes
do que o comum.
No
entanto, boa parte da população parece ignorar, ou esquecer, que as redes
sociais são plataformas utilizadas, na maioria das vezes, para a recordação
exclusiva de bons momentos. A vida normal, a rotina e os afazeres do dia a dia
não são refletidos com a veracidade e frequência que ocorrem.
·
O que causa a Síndrome de fomo?
Em geral,
acredita-se que a FOMO é resultante de um desejo natural pela conexão
social. E, enquanto diversos fatores contribuem para esses sentimentos, o maior
motivo que causa esse fenômeno é a ascensão das mídias sociais — afinal, o uso
de smartphones já foi associado ao medo de críticas negativas
e até mesmo positivas por outros, além dos diversos efeitos negativos que
apresenta na saúde mental.
Uma pesquisa publicada
pela Psychiatric Research, por exemplo, evidenciou que a FOMO não
está relacionada à uma idade ou gênero específico, e sim ao uso dessas
plataformas. Ou seja, as mídias sociais impulsionam esses sentimentos e acabam
multiplicando os efeitos negativos da falta de conexão social nas
pessoas.
Assim, o
medo de estar perdendo algo, mesmo sem a ação das redes sociais, é comum e pode
afetar pessoas de qualquer idade. O senso de pertencer a um grupo,
portanto, não é uma consequência exclusiva da internet, o que
evidencia que, mesmo antes do termo FOMO ou do crescimento das mídias
sociais, outras pessoas também partilhavam desses sentimentos.
“Quando
nos sentimos parte de uma comunidade e os outros nos aprovam, nos sentimos
melhor sobre nós mesmos. Quando não temos esse senso de aprovação da
comunidade, nos sentimos pior sobre nós mesmos”, disse Erin Vogel, Ph.D.,
psicóloga social e professora associada do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade de Oklahoma.
·
Como saber se tenho FOMO?
Embora o
conhecimento sobre a síndrome de FOMO, ela não é uma condição
diagnosticável. Entretanto, de acordo com um relatório de 2021 do Technological
Forecasting and Social Change, ela pode apresentar alguns sintomas. São
eles:
- Verificação
obsessiva de mídias sociais para saber o que as outras pessoas estão
fazendo;
- Sentimentos
negativos ao comparar a própria vida com a das outras pessoas;
- Sentir-se
mentalmente exausto das mídias sociais;
- Obsessão
com a própria agenda, marcando diversos eventos ao mesmo tempo.
Além
disso, esse medo de perder algo pode aumentar alguns outros sintomas e
transtornos relacionados à saúde mental, incluindo:
- Depressão
- Ansiedade
- Baixa
auto-estima
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Como curar a FOMO?
Como já
mencionado, a FOMO não é uma condição diagnosticável, portanto, não
possui um tratamento específico. No entanto, por ser consequente da saúde
mental, a terapia e outros tratamentos decorrentes da psicologia podem
ajudar.
Por outro
lado, algumas técnicas simples podem ajudar na superação da FOMO, são
elas:
- Lembrar-se
de que as mídias sociais e o que é retratado nelas não reflete a
realidade;
- Fazer
um “detox digital” pode te ajudar a se desprender do ciclo vicioso
de verificar as redes sociais;
- Começar
um diário pode auxiliar na identificação do que desencadeia alguns
sentimentos associados à FOMO;
- Praticar
métodos de mindfulness,
como a yoga e a meditação;
- Procurar
conexões verdadeiras e passar um tempo real fora das redes sociais;
- Focar
sua energia em atividades que são importantes para você.
“Quando se
trata de tratar a FOMO, o objetivo principal deve ser o controle, e não a
abstinência. Seja intencional e consciente sobre o uso das redes sociais.
Observe quais contas ou aplicativos tendem a fazer você se sentir pior e pare
de seguir ou exclua-os”, disse a Dr. Nathalia Dattilo, instrutora de psicologia
em Harvard.
Fonte:
eCycle
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