sábado, 10 de fevereiro de 2024

7 perguntas e respostas sobre reencarnação

Confira uma síntese das perguntas mais comuns sobre reencarnação e suas respostas, oriundas de fontes como escolas orientais, o espiritismo e as pesquisas de Ian Stevenson, o mais conhecido estudioso do assunto.

·        Para que serve a reencarnação?

O conceito de reencarnação recoloca num patamar de equilíbrio todas as injustiças observadas no mundo – por exemplo, nascer rico ou miserável, com deficiências físicas, morrer ainda criança ou depois dos 100 anos. As reencarnações seriam necessárias para, depois de diversas jornadas terrestres, a alma adquirir o equilíbrio intelectual e espiritual requerido em um novo estágio de existência.

·        Se tivemos vidas passadas, por que não nos lembramos delas?

Segundo as escrituras védicas, o trauma do nascimento nos faz esquecer tudo sobre nossas vidas anteriores. Muitos adeptos da ideia da reencarnação observam que lembrar-se de informações sobre vidas passadas poderia ser um fator de perturbação, ao fazer a pessoa perder o foco na existência presente e na resolução das questões que ela envolve.

·        O que trazemos, então, de nossas vidas passadas?

Traços de caráter, personalidade, qualidades e habilidades. O caso de Mozart, compositor desde os 4 anos de idade, seria um exemplo disso. Para vários estudiosos, porém, crianças-prodígio como Mozart possuem uma característica mental própria que lhes dá uma memória de alta retenção e uma habilidade incomum para organizar pensamentos.

·        Quantas encarnações teremos ao todo?

É impossível precisar isso, pois cada alma segue uma trajetória evolutiva particular. É a maior ou menor rapidez ao conquistar o estado de equilíbrio psicoespiritual que vai ditar o número de reencarnações.

·        Em que momento ocorreria a reencarnação?

Os espíritas afirmam que a ligação da alma com o corpo existe desde a fecundação, mas não há certeza absoluta sobre isso.

Ian Stevenson estudou o caso de um menino indiano, Jasbir Lal Jat, que aos 3 anos quase morreu de varíola. Depois da recuperação, seu comportamento mudou drasticamente; ele dizia que morava a 30 km de distância, pertencia à casta brâmane e recusava os alimentos que a mãe preparava no chão, por não serem feitos segundo os costumes de sua classe.

Seu modo de expressar-se também se sofisticara. Ele disse chamar-se Sobha Ram na vida anterior e que morrera ao cair de uma carruagem. Stevenson conseguiu confirmar 38 informações dadas por Jasbir sobre Sobha Ram. Para o pesquisador, poderia tratar-se de um caso de reencarnação, embora a hipótese de possessão espiritual não devesse ser descartada.

·        Qual é o tempo que se passa entre duas encarnações?

É variável. Segundo o espiritismo, esse intervalo tem relação com a gradação do resgate a ser cumprido na vida seguinte – os mais endividados permanecem menos tempo no outro plano. Mas casos estudados por Ian Stevenson e as reencarnações dos dalai lamas, por exemplo, parecem indicar que existem outros fatores a ser considerados.

·        Quem atinge a perfeição não volta a reencarnar?

Para escolas orientais e ocidentais, a reencarnação não é necessária nesse estágio, mas algumas almas regressam à matéria em missões de grande importância para a coletividade (por exemplo, mestres, santos, bodhisattvas).

 

       Reencarnação pela ciência: em busca de provas

 

Comprovar a reencarnação segundo os parâmetros limitados da ciência atual ainda parece um sonho impossível, embora o pesquisador canadense-americano Ian Stevenson (professor da Universidade da Virgínia falecido em 2007) tenha levado esse campo a avanços consideráveis.

As pesquisas envolvendo o tema analisam evidências que podem ser classificadas em três tipos diferentes. O primeiro deles se refere a episódios nos quais as pessoas falam espontaneamente sobre fatos e lembranças do que teria sido uma vida anterior. O segundo deriva da regressão hipnótica, e o terceiro está relacionado a mensagens do tipo mediúnico. Conheça mais sobre eles a seguir.

·        Memórias espontâneas

Esse grupo inclui ocorrências de sonhos, déjà vu, lembranças pós-traumáticas e experiências espontâneas (em geral apresentadas por crianças) de lembranças de vidas passadas. Nesta última subdivisão se encontram os casos mais sólidos, na opinião de Stevenson e de outros pesquisadores.

Segundo Stevenson, as crianças são o objeto preferido de estudos reencarnatórios porque a possibilidade de que elas tenham absorvido informações por meio de mídias diversas é bem reduzida. Em geral, elas começam a falar sobre essas “memórias” antes de ser alfabetizadas e as descrevem de forma bem simples, como se não se preocupassem com o fato de alguém acreditar ou não nelas. Como a pessoa morta teria falecido pouco antes do nascimento da criança na qual ela reencarnaria, fica mais fácil também reunir testemunhos de indivíduos que possam confirmar ou não dados dessa vida passada.

Sob esse prisma, as recordações do tipo déja vu têm importância muito menor. O general americano George S. Patton, herói da II Guerra Mundial, teve experiências famosas nesse terreno. Em 1943, após bater as tropas do Eixo na Sicília, por exemplo, o general passou algum tempo na ilha para conhecê-la. Ele interrompeu seu guia diversas vezes para falar sobre locais e detalhes de fatos históricos obscuros. Surpreso, o guia perguntou-lhe no fim se já havia visitado a Sicília e ele respondeu: “Acho que sim.”

Sonhos relacionados à reencarnação podem envolver tanto informações sobre uma vida passada quanto mensagens para uma mulher grávida relativas à existência anterior de seu bebê (estas últimas são mais comuns em culturas que aceitam a ideia de reencarnação).

Uma mulher britânica, por exemplo, sonhava constantemente que ela e um amiguinho caíam de uma galeria alta sobre um piso de mármore, num antigo pátio. Ao visitar uma casa abandonada, ela reconheceu o lugar e, ao ver dois retratos na parede, identificou-os como os de seus “pais”. Em seguida, descobriu que, séculos antes, um menino e uma menina, filhos do casal retratado, haviam caído daquela galeria e morrido.

Após um tombo no qual quase perdeu a vida, outra mulher britânica, então com 3 anos, passou a dizer que a Inglaterra não era seu país. Quando adulta, ela foi ao Museu Britânico e concluiu que sua morada anterior era o Egito, onde teria vivido como uma sacerdotisa. Tal era a força dessa conclusão que ela se casou com um egípcio e mudou-se em definitivo para o país africano.

·        Regressão hipnótica

Esse grupo, que abrange recordações extraídas sob hipnose ou terapia de vidas passadas (TVP), foi o responsável por reintroduzir o tema reencarnação em grande escala no Ocidente. Esse marco ocorreu em 1954, quando o hipnólogo amador Morey Bernstein causou um grande impacto nos Estados Unidos ao divulgar em jornais a história de Ruth Simmons, uma jovem dona de casa paciente sua que, sob hipnose, declarou se chamar Bridey Murphy e ter vivido na Irlanda no início do século 19.

Embora a moça fornecesse diversas informações verificáveis sobre Bridey e a vida cotidiana irlandesa daquela época, o caso posteriormente perdeu força porque muitos estudiosos disseram que a moça poderia simplesmente ter descrito dados lidos, vistos ou ouvidos quando ela era criança. Muitos profissionais que trabalham com a TVP, aliás, dizem que os conteúdos revelados por seus pacientes não representam necessariamente vidas passadas.

·        Mediunidade

Nesse grupo, detalhes sobre vidas passadas seriam transmitidos por médiuns – por exemplo, os relatos de reencarnações feitos pelo médium americano Edgar Cayce. Segundo os pesquisadores, esses são os casos mais vulneráveis a fraudes, e mesmo os dados mais críveis colhidos dessa forma podem ter sido obtidos consciente ou inconscientemente pelo médium em outras fontes de informação.

 

Fonte: Planeta

 

 

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