IMPUNIDADE:
Bolsonaro ou Lira, quem tem mais acusações de crimes no Brasil?
Páreo
duro. Jogo difícil, embora o ex-presidente Bolsonaro tenha longa
carreira de acusações contra si, como as rachadinhas, a Wal do Açaí, o crime de pesca em área protegida (que ele reverteu, mas voltou a valer), além de todos os
outros que teriam sido cometidos durante seu período na presidência.
As
acusações contra Arthur Lira começam de sua
ex-mulher, Jullyene Lins, que o acusa de tê-la
agredido, estuprado e feito alienação parental dos filhos, além de comandar
esquema de corrupção em Alagoas. Sem contar vários documentos atestados em
Cartório que ela diz provarem que Lira sonegou bens à Receita Federal e ao TSE,
o que acarretaria, de inicio, cassação de seu mandato.
A Revista
Pública fez longa reportagem e o site De Olho nos Ruralistas um
dossiê que confirmariam as acusações da ex-esposa de Lira. O único
resultado das reportagens foi a censura de ambas, a pedido da defesa de Lira,
embora a censura esteja oficialmente extinta no Brasil.
No
entanto, os dois continuam por aí, como se as acusações se referissem a outro
Bolsonaro e outro Lira, não aos dois.
O
ex-presidente, agora sem a caneta do poder, na frente de padaria acenando para
os poucos carros que passam, como boneco de posto, e lançando produtos como
curso e até um calendário, segundo alguns como forma de esquentar dinheiro.
Lira,
ainda presidente da Câmara, segue ameaçando o governo, querendo comandar o
orçamento do país. Encosta o governo na parede, se recusa a ir a cerimônias
oficiais, ameaça ministros, como se ele fosse o escolhido com seus pouco mais
de 200 mil votos para governar o país e não o presidente Lula com seus mais de
60 milhões de votos.
Deve muito
disso à incompetência com que foi conduzida a investigação do caso de corrupção
escancarada do kit robótica em Alagoas, que acabou tendo todas as provas
anuladas pelo ministro Gilmar Mendes, atendendo orientação da PGR de Aras, a
pedido da defesa de Lira.
As provas
foram anuladas, mas os crimes não. Se eles existem — e parecem abundantes no
caso do kit robótica — que as investigações sejam feitas agora por quem tem
competência para isso, a Polícia Federal. O que não pode é ficar impune.
O caso das
fazendas que teriam sido sonegadas também. Os documentos da senhora Jullyene
Lins são verdadeiros? Houve sonegação de Lira à Receita e ao TSE?
O que
estão esperando? Uma nova crise institucional? É esse o objetivo? Emparedar
novamente um governo popular para voltar ao reino do mercado patrão, da
continência à bandeira dos Estados Unidos?
·
'Chantagista-geral da República', diz
Glauber Braga sobre Arthur Lira
O deputado
federal Glauber Braga (Psol-RJ) fez fortes críticas ao presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), durante entrevista à TV 247. Ele afirma que Lira, apesar
de ser extremamente eficaz em conduzir uma agenda 'pró-mercado', começa a
sofrer pressão de seus próprios colegas diante das ameaças do parlamentar.
Segundo
Braga, Lira não 'aguentaria' se a mídia exercesse mais pressão sobre sua
atuação. 'Lira não resistiria a uma semana intensa de Jornal Nacional. É mais
sofisticado que o Cunha. Ele sabe conquistar os parlamentares através do antigo
orçamento secreto. A articulação dele também é para fora, garantindo que
determinados setores o apoiem. O Lira foi mais eficaz do que seus antecessores
para entregar resultados ao sistema financeiro. Agora ele ameaça o tempo
inteiro com reforma administrativa', disse Braga.
'Ele não
esconde sua proximidade com os banqueiros. Ele é um agente de mercado sentado
na presidência da Câmara. Ele se utiliza da cadeira de presidente da Câmara
para fazer ameaças e ser o chantagista-geral da República. Temos que enquadrar
o Lira. Pela primeira vez estou sentido os deputados fazendo críticas públicas
ao Lira, o que não acontecia em 2023, quando ele nadou de braçadas',
acrescentou.
Na
abertura do ano legislativo, na segunda-feira (5), Lira disparou ameaças ao
Executivo, comandado pelo presidente Lula, cobrando 'respeito'. O presidente da
Câmara disse ainda que a desoneração da folha de pagamento e outras
"conquistas" do Congresso Nacional não podem ser alteradas.
Ø
Noblat: Lira, o político mais rejeitado
pelos brasileiros e Moro vem logo depois
Sabe quem
é o político mais rejeitado do Brasil, segundo a mais recente pesquisa de
opinião pública do instituto Atlas Intel, divulgada ontem, e que entrevistou
7.405 brasileiros entre os últimos dias 28 e 31 de janeiro? A margem de erro da
pesquisa é de um ponto percentual para mais ou para menos.
E o
segundo político mais rejeitado, sabe quem é? Na véspera do segundo turno da
eleição presidencial de 2022, e considerando apenas os votos válidos,
descontados os brancos e nulos, a Atlas Intel cravou que Lula derrotaria
Bolsonaro por 53,2% a 46,8%. Abertas as urnas, Lula venceu Bolsonaro por apenas
50,9% a 49,1%. Um sufoco.
De volta à
nova pesquisa da Atlas Intel que procurou saber um monte de coisas – entre
elas, quais são os políticos mais rejeitados. Não se apresse em citar Bolsonaro
e Lula. Bolsonaro é o quarto mais rejeitado (51%) numa lista de dezessete, e
Lula (45%), o décimo. Depois de Bolsonaro vem Janja (49%), e em seguida
Michelle (48%).
Os dois
políticos mais rejeitados pelos brasileiros são: em segundo lugar, Artur Lira
(62%), presidente da Câmara dos Deputados. E isolado na liderança, três pontos
percentuais à frente de Lira, vem… (Pausa para suspense.) Vem Sergio Moro,
senador pelo Paraná, o ex-chefão de triste memória da Lava-Jato, que corre o
risco de ser cassado.
A imagem
negativa de Moro cresceu 20 pontos percentuais desde a pesquisa anterior do
instituto, aplicada em novembro do ano passado. Agora, apenas 22% dos
entrevistados avaliam Moro positivamente. Uma pena, não é mesmo (conteúdo com
ironia)? O político menos rejeitado é o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (34%).
(Alô, alô,
Tarcísio, comemore, mas não se assanhe. Ouça Gilberto Kassab, presidente do
PSD, seu secretário, que conhece o humor dos paulistas melhor do que você, que
é carioca e um estranho no ninho. Para os paulistas, o Estado interessa mais do
que o país. Candidate-se à reeleição em 2026 e espere chegar 2030. Você tem
idade para isso.)
Lira não
precisa de conselhos. É, como se diz, uma peça velha e com larga experiência na
política. Se acha que deve trombar com o governo federal para fazer seu
sucessor na Câmara e eleger-se senador, que trombe, ora. Só não deve esquecer
que está trombando com uma peça muito mais velha e experiente, que já viu tudo
e passou por tudo.
Não se
arrependa depois, porque será tarde. Devagarinho, a popularidade de Lula
aumenta, a crer-se na pesquisa Atlas Intel e em outras pesquisas semelhantes. O
Congresso nunca foi tão forte como é hoje, e deve muito a Lira por isso. Mas o
mandato de Lira de presidente da Câmara acaba daqui a um ano, e o de Lula em
2026.
Lula é um
encantador de serpentes quando quer agradar alguém, mas contra adversários
arrogantes e metidos a sabichões costuma ser mau que nem um pica-pau. Pica-pau
é pouco. Pior é uma jararaca, e Lula já se apresentou como ao ser levado
coercitivamente para depor à Polícia Federal em março de 2016.
Em visita
ao Rio de Janeiro, Lula ouviu uma declaração de amor do governador bolsonarista
Cláudio Castro:
“O cara
fala que vai fazer o maior investimento da história do meu estado. Não vou
aplaudir esse cara?”.
Ø
Legislativo não pode ser carimbador nem
chantagista – Por Chico Alencar
Há um ano,
tive a honra de representar o PSOL/Rede na disputa da presidência da Câmara dos
Deputados, enfrentando o deputado Arthur Lira (PP-AL). Na época, alertamos o
governo: "Quanto mais votos Lira receber, mais poder de barganha terá.
Vocês vão ter que lidar com a chantagem permanente do Centrão". Não
adiantou. Lira teve apoio do PT e foi eleito de maneira quase unânime – contra
o nosso voto, é claro.
Infelizmente,
o que se viu ao longo de 2023 demonstra que a nossa previsão estava correta. O
discurso do presidente da Câmara na primeira sessão deste ano do Congresso
Nacional, que marca a retomada dos trabalhos legislativos, é mais um capítulo
numa relação de chantagem permanente com o Poder Executivo.
Essa
postura é ruim para o país. Estamos lidando com verbas públicas. Portanto, a
primazia tem que ser das políticas públicas, não dos interesses paroquiais. O
Legislativo tem que ser crítico e propositivo. Fiscalizador e, quando em jogo o
interesse público, colaborativo.
Não
queremos um Parlamento "redutor" e "fragmentador" de
políticas públicas. Que apequene o Orçamento com 50 bilhões de reais em emendas
paroquiais, meramente localistas, para "fidelizar" currais
eleitorais.
Nossa
Câmara Federal tem um dos maiores percentuais do mundo destinado às emendas dos
deputados. Um exagero desmedido, que aumenta a cada ano.
Não
defendemos um parlamento “carimbador” das decisões do Executivo, mesmo que
sejamos base do governo, mas também não podemos ter um Legislativo que faça o
Executivo de refém! Ou que o Orçamento da União fique manietado por emendas
individuais.
Não
podemos ter um Legislativo fisiológico, que troque votos por cargos no
Executivo ou pelo pagamento das tais emendas individuais.
O
toma-lá-dá-cá é o intestino grosso da pequena política.
Fonte:
Fórum/Brasil 247/Metrópoles
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