quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Falta de libido? Entenda possíveis causas e veja como reverter

A falta de libido pode acontecer com qualquer pessoa e está relacionada a uma série de fatores hormonais, fisiológicos e psicológicos. Ansiedade, estresse, depressão, uso de certos medicamentos e doenças crônicas são algumas das causas mais comuns para a diminuição do desejo sexual.

“A libido é um fenômeno complexo que envolve tanto aspectos psíquicos quanto neurobiológicos, sendo modulada por fatores internos e externos ao organismo. Ou seja, de forma geral, a baixa libido pode estar conectada a fatores como psíquicos ou físicos”, explica Fernanda Purificação, psicóloga e sexóloga, à CNN.

A especialista explica que, apesar de hormônios como a testosterona, em homens, e o estrogênio, em mulheres, estarem profundamente relacionados à satisfação sexual, fatores psíquicos devem ser levados em consideração ao investigar as possíveis causas da falta de libido.

“A falta de desejo em curtos períodos não é necessariamente um problema, mas quando se torna crônica/diária ou afeta negativamente a qualidade de vida, ou o relacionamento, pode ser um sinal de alerta”, alerta Purificação. “É importante ficar atento a um excesso de desinteresse. Também é importante notar se isso atrapalha tanto o comportamento, quanto os sentimentos em relação ao sexo”, orienta.

<><> Quais são as principais causas da falta de libido?

De acordo com a sexóloga, as principais causas físicas para a redução do desejo sexual incluem:

•        Doenças crônicas (diabetes, hipertensão, insuficiência renal e doenças cardíacas);

•        Obesidade;

•        Distúrbios de sono;

•        Sedentarismo;

•        Uso de medicações controladas.

Segundo Purificação, a combinação desses fatores pode variar de uma pessoa para outra. “Preciso ressaltar que, no caso das mulheres, muitas vezes, a falta de libido pode estar associada à pílula anticoncepcional, um pós-parto, menopausa e, até mesmo, um relacionamento ‘fracassado'”.

Nesses casos, alguns exames podem ajudar a identificar a causa da falta de libido, como exames de sangue (testosterona, vitamina b12, estriol, progesterona e glicemia, entre outros) e exames de imagem, em alguns casos. Além disso, a boa avaliação de um profissional de saúde, como ginecologista, urologista ou endocrinologista, pode ajudar na investigação do quadro.

Já entre os fatores psicológicos, os principais são:

•        Estresse;

•        Sobrecarga emocional;

•        Ansiedade;

•        Depressão;

•        Problemas de autoestima;

•        Experiências traumáticas;

•        Problemas no relacionamento (como falta de comunicação e conexão e desconforto na intimidade).

Em relação aos fatores emocionais e psicológicos, a ajuda de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, pode ser útil para identificar traumas e outras causas envolvidas no desinteresse sexual.

<><> Como reverter a falta de libido?

Para Talita Pavarini, enfermeira e líder em práticas integrativas, para tratar a falta de libido é importante, primeiro, compreender que a saúde sexual faz parte da saúde física e mental. “É necessário olhar de maneira generosa e gentil para estas questões que ainda sofrem tabus”, afirma.

Entre as práticas que podem ser adotadas para melhorar o desejo sexual, estão o cuidado com a alimentação, a realização da atividade física, verificar as dosagens hormonais e utilizar ferramentas para diminuição do estresse, como meditação, aromaterapia e psicoterapia.

“O uso de alguns óleos essenciais com aromas afrodisíacos pode ajudar, como o ylang ylang (Cananga odorata), jasmim (Jasminum sambac), patchouli (Pogostemon cablin), óleo essencial de gengibre (Zingiber officinale) e canela-da-China (cascas) (Cinamomum cassia)”, elenca a especialista.

Além disso, é fundamental buscar ajuda de um profissional de saúde para investigar as causas e tratá-las, se necessário. No caso de uso de medicamentos que podem estar associados ao sintoma, é possível avaliar com o médico o ajuste na medicação ou no tratamento, por exemplo.

 

•        Falta de sexo pode fazer mal à saúde? Veja o que dizem os especialistas

A falta de sexo pode acontecer por vários motivos: pela ausência de interesse sexual ou de libido, pela falta de oportunidade ou, então, por escolha própria. Mas, sabendo que o sexo pode trazer vários benefícios para a saúde, já comprovados cientificamente, será que a abstinência sexual poderia trazer impactos negativos no corpo e na mente?

“O sexo faz parte das relações humanas, então é superimportante para a saúde física e emocional. Durante a relação sexual, o corpo libera endorfinas essenciais para o controle do estresse e para o relaxamento, além de melhorar o humor e fortalecer o sistema imunológico”, afirma Carolina Dalboni, ginecologista e sexóloga, à CNN.

A especialista explica que existem diversos estudos que relatam a relação entre a atividade sexual contínua e o fortalecimento do sistema imune, devido aos estímulos sensoriais que a prática oferece ao corpo. “Tudo isso sem contar que o sexo fortalece a relação interpessoal e a conexão com o parceiro. Então, para a saúde mental, principalmente, o sexo saudável é de extrema importância”, completa Dalboni.

Quando há o orgasmo durante o sexo, os benefícios podem ser ainda maiores. Segundo Tamara W. Zanotelli, sexóloga e terapeuta sexual, o clímax pode ajudar no relaxamento e a promover um sono reparador. “Durante a atividade sexual, o corpo libera hormônios como a endorfina e a serotonina, que promovem sensações de prazer e relaxamento e isso gera um bem-estar muito grande”, afirma, à CNN.

É fundamental lembrar, no entanto, que os benefícios do sexo são obtidos por meio de uma relação consensual e saudável.

<><> Efeitos da falta de sexo no corpo

Se o sexo traz tantos benefícios para a saúde, faz sentido pensar que a sua falta traz efeitos negativos? Não necessariamente. Segundo Zanotelli, os efeitos não são os mesmos para todas as pessoas. “De fato, algumas pessoas não sentem nenhum impacto negativo na saúde mental devido à falta de sexo, isso pode acontecer”, afirma a sexóloga.

Vale lembrar que, se a abstinência sexual for uma escolha da própria pessoa, é provável que não haja efeitos negativos na saúde mental. No entanto, quando a situação é outra, pode haver, sim, impactos negativos na saúde.

“Alguns estudos indicam que pessoas jovens que ficam de 20 a 30 dias sem sexo, aproximadamente, podem causar irritabilidade, nervosismo e ansiedade“, afirma Dalboni. “Algumas pessoas também têm uma sensação de frustração importante que pode levar à depressão e à raiva. Então, é importante haver essa liberação de substâncias relaxantes que ocorre durante o sexo”, acrescenta.

Além disso, em relacionamentos sérios e casamentos, a falta de sexo pode gerar problemas de conexão entre os parceiros. “A atividade sexual é uma parte importante do vínculo emocional. Então, a ausência de sexo leva a uma sensação de desconexão, insatisfação e, às vezes, diminuição da intimidade de um casal, além de gerar impacto negativo na autoestima”, completa Zanotelli.

Já em relação à saúde física, a abstinência sexual também pode trazer efeitos negativos, segundo estudos. “Alguns artigos falam que o homem que fica sem ejacular por muito tempo tem mais chances de câncer de próstata. Também ocorre uma diminuição da vasodilatação e, em alguns casos, a atrofia vaginal, ou seja, encurtamento da vagina“, afirma Dalboni.

<><> Quando o problema é falta de libido, o que fazer?

Quando a falta de sexo ocorre por ausência de interesse ou de libido, é importante investigar o que pode estar por trás disso. “É importante avaliar se houve traumas psicológicos ou se há problemas fisiológicos, se isso pode estar acontecendo devido ao uso de determinados medicamentos, que podem atrapalhar bastante a vontade de sexo. É sempre um conjunto de fatores”, explica a ginecologista.

Fatores hormonais também estão relacionados à falta de libido e devem ser analisados, assim como fatores metabólicos. “Nesse caso, além do apoio psicológico, é necessário buscar ajuda médica para entender o que pode ter levado a essas alterações”, orienta Dalboni.

No ponto de vista psicológico, transtornos mentais, como a depressão, também podem levar ao desinteresse sexual, conforme explica Zanotelli. “Pessoas com depressão podem deixar de sentir prazer em várias áreas da vida, incluindo o sexo”, afirma. “Problemas de relacionamentos, como conflitos e falta de comunicação, também diminuem o desejo sexual”, completa.

O estilo de vida, como o sedentarismo e a má alimentação, também pode levar à redução da libido. “O exercício ajuda a regular e a melhorar o humor, a aumentar a energia, assim como uma dieta bem equilibrada. Uma pessoa que não se cuida nesse âmbito pode ter uma diminuição da libido”, acrescenta a sexóloga.

Vale lembrar que a desinteresse sexual e libido podem acontecer com qualquer faixa etária e gênero, e seus efeitos também podem ser diferentes de uma pessoa para outra, independentemente da idade. “Durante a juventude, devido às questões hormonais, os efeitos da abstinência podem ser mais intensos. Já em adultos e idosos, os efeitos podem ser mais associados aos fatores emocionais e serem momentâneos”, afirma Zanotelli.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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