segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Pablo Marçal detona Bolsonaro: "Errou muito"

O coach e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro em vídeo publicado em suas redes sociais.

A reação de Pablo Marçal ocorre após a divulgação da pesquisa Datafolha nesta quinta-feira (23), que o coloca à frente na disputa em empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL), com 21% e 23% dos votos, respectivamente.

Assim, a ascensão de Pablo Marçal na disputa pela prefeitura de São Paulo despertou a fúria da família Bolsonaro, que apoia Ricardo Nunes (MDB). Nunes foi ultrapassado por Marçal e agora está na terceira posição com 19% dos votos.

Em vídeo publicado em suas redes, Pablo Marçal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "errou muito", que Ricardo Nunes "é comunista" e que a "direita não tem dono".

"Ele tem todo o meu respeito, mas errou muito na escolha de querer apoiar um comunista. Um cara [Ricardo Nunes] que é maquinista, é o candidato mais caro que a gente tem, que é o atual prefeito, que está fazendo milagre com o nosso dinheiro."

Em seguida, Pablo Marçal debocha do ex-presidente: "Um beijo para o Bolsonaro, ele está apoiando o Nunes. Ele não pode tirar a palavra dele, mas a direita não tem dono. A liberdade não tem dono", disse.

•                                          "Marçal está fazendo Bolsonaro cair no mesmo ritmo da ação da Americanas", diz Stoppa

O jornalista Leonardo Stoppa, em participação no programa "30 Minutos" de 23 de agosto, da TV 247, fez uma análise contundente sobre o cenário político atual no Brasil, destacando a ascensão meteórica de Pablo Marçal, ex-coach, que vem abalando as estruturas da extrema-direita brasileira, liderada até então por Jair Bolsonaro. Stoppa não mediu palavras ao afirmar que Marçal está tomando de assalto o espaço que antes era dominado por Bolsonaro, comparando a queda de influência do ex-presidente com a dramática desvalorização das ações da Americanas.

“Marçal tem total controle sobre as redes sociais. Ele sabe tudo de comunicação”, disse Stoppa, sublinhando o que muitos já notavam: Marçal possui uma capacidade inigualável de mobilizar e engajar seu público online, tomando para si canais e plataformas que antes pertenciam ao bolsonarismo. Para Stoppa, essa competência em dominar a comunicação digital é um dos principais fatores que estão fazendo com que Bolsonaro perca espaço rapidamente. “Ele está tomando todos os canais do Bolsonaro,” afirmou.

A analogia de Stoppa entre a derrocada de Bolsonaro e a queda livre das ações da Americanas é uma metáfora poderosa para ilustrar o declínio da relevância política do ex-presidente. “Marçal está fazendo Bolsonaro cair no mesmo ritmo da ação da Americanas”, disse ele, indicando que a rápida ascensão de Marçal é proporcional à perda de valor que Bolsonaro vem sofrendo, não só em termos de popularidade, mas também de apoio entre as elites que antes o sustentavam.

O fenômeno Marçal também representa, segundo Stoppa, a busca por um "novo opressor" dentro da extrema-direita. “Marçal está se oferecendo como um opressor novinho em folha, sem os problemas do Bolsonaro”, analisou o jornalista, indicando que o público da direita radical pode estar disposto a trocar Bolsonaro por um líder que, apesar de igualmente radical, não carrega o mesmo peso de escândalos e rejeição que o ex-presidente acumula. “O público do Pablo Marçal não quer saber nada de tráfico de drogas. Isso não vai pegar”, concluiu Stoppa, referindo-se aos rumores e acusações que envolvem figuras próximas ao ex-coach.

O cenário descrito por Stoppa aponta para uma reorganização das forças dentro da extrema-direita brasileira, com Marçal emergindo como uma figura capaz de liderar esse movimento sem depender da figura de Bolsonaro. Essa mudança de guardas pode ter implicações profundas nas próximas eleições e na maneira como o fascismo à brasileira continuará a se manifestar no cenário político nacional.

•                                          Acovardado, Bolsonaro diz “Não querer se intrometer na briga com o Marçal”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (23) que não quer se envolver no embate entre Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

À CNN, Bolsonaro reiterou seu apoio à reeleição de Nunes e afirmou que o coronel Mello Araújo é o melhor vice para a chapa.

“O meu candidato em São Paulo é o Ricardo Nunes. Nós temos o melhor vice [coronel Mello Araújo]. Eu não quero me intrometer nessa briga em São Paulo com o Marçal. Não tenho tempo para isso. O meu candidato não é o Marçal e ponto final”, destacou.

Recentemente, Bolsonaro criticou um vídeo em que Marçal nega ter pedido seu apoio. Em entrevista à CNN, o ex-chefe do Executivo desmentiu o candidato, afirmando que conversou com ele por cerca de uma hora.

No vídeo, Pablo Marçal alegou que nunca procurou o apoio de Bolsonaro. “Só corrigir uma impressão sua que está errada e da mídia inteira. Eu não fui buscar apoio de Bolsonaro. Eu jamais… Eu nunca que fui lá para pedir apoio dele. Zero”, disse.

•                                          "Se tem gente que vota no Pablo Marçal, isso é uma doença da sociedade”, diz Pedro Serrano

Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Pedro Serrano abordou temas relacionados à soberania popular exercida pelo voto e à atuação do Judiciário na política brasileira. Serrano destacou que a solução para problemas como a ascensão de figuras controversas, como Pablo Marçal, não se encontra nas instituições judiciais, mas sim na política. "Se tem gente que vota no Pablo Marçal, isso é uma doença da sociedade. Essa doença não é resolvida no Judiciário, é resolvida na política”, afirmou.

Serrano também criticou a tendência de limitar a soberania popular no sistema político, mencionando a influência dos Estados Unidos. "Os Estados Unidos sempre se deram mal com a democracia e a soberania popular. Nós estamos importando isso de alguma forma. A gente está limitando, a meu ver, excessivamente a soberania popular no sistema. E não há modo de transformar o país sem ser pela soberania popular. Pela vontade das elites burocráticas de Estado e econômica não vamos longe, historicamente está demonstrado isso. Então, eu acho que, com todos os ônus que tem, tem que deixar o povo decidir o máximo que der porque é o nosso único caminho de transformação", declarou.

Para o jurista, é fundamental que haja mobilização popular para enfrentar questões sociais e políticas. "Não dá pra confiar só em uma solução institucional. Nós precisamos de movimento popular organizado, precisamos de povo articulado, precisamos produzir consciência social, precisamos denunciar os abusos e mostrar que são abusos, precisamos mudar essa afetividade. Aliás, francamente, precisamos recuperar o papel de revolta pra esquerda. Nós não somos sistema. Não somos nós que somos sistema. E é isso que eu acho que é o caminho de disrupção que a gente tem."

Serrano defendeu que o Judiciário pode conter avanços autoritários, mas que a solução definitiva é política. "A solução é política. É o mesmo problema que nós temos hoje: a solução do bolsonarismo é política, ela não tá no Judiciário. O Judiciário consegue conter e nós temos que aplaudir o Judiciário por ter contido. Mas não vamos resolver a questão enquanto a gente não resolver lá na sociedade, na rua que a gente resolve. Rua no sentido simbólico, na sociabilidade que nós vamos resolver isso", explicou.

Ao abordar a soberania popular, Serrano criticou a Lei da Ficha Limpa, defendendo que o povo deve ter a última palavra nas eleições. "Só tem um caminho de transformar o país, que é a soberania popular. Às vezes traz problemas, como a gente está vendo, mas eu acho melhor conviver com os problemas que uma soberania popular plena traz do que com a soberania popular amesquinhada. [...] Lei da Ficha Limpa, sou contra. Sempre fui. Quer dizer, é inconstitucional, o sujeito tem uma decisão de segundo grau condenando-o em um crime e ele está impedido de participar da eleição? Deixa o povo decidir. Não teve nem trânsito em julgado, é uma decisão que pode estar errada. O Lula foi impedido de participar desse tipo de coisa."

Serrano concluiu enfatizando que "Quem tem que transformar a realidade é a soberania popular, é o povo, é a política. É esse ambiente que deve transformar a realidade. [...] Hoje, a gente está a favor porque acontece com o nosso adversário, mas isso vai se voltar contra a gente, essencialmente. Os nossos adversários estão no poder há 500 anos no Brasil, eles não precisam de eleição para manter seu poder. Quem precisa de eleição para conseguir transformar um pouco essa estrutura de poder somos nós."

•                                          Contra Marçal, Nunes convoca influencers bolsonaristas para falar a língua da direita

O crescimento de Pablo Marçal, candidato do PRTB, nas pesquisas eleitorais para a prefeitura de São Paulo, levou a campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), a acelerar suas estratégias para conter o avanço do adversário.

Entre as ações estudadas, segundo o jornal O Globo, estão o enfrentamento direto ao ex-coach, com a exposição de problemas de seu passado, e a reformulação da comunicação digital para se alinhar melhor à linguagem dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com um integrante da equipe de Nunes, é crucial que as redes sociais do prefeito se conectem mais diretamente com o público bolsonarista, adotando um “código” de comunicação que ressoe com esses eleitores. Contudo, os aliados dele garantem que o prefeito não pretende se “bolsonarizar”. A estratégia é manter sua imagem como um político de “centro-direita”, evitando o terreno da polarização.

Para reforçar essa estratégia, a campanha planeja relembrar momentos em que Nunes teve o apoio do eleitorado bolsonarista, como na eleição passada, quando apoiou Bolsonaro apesar da orientação do MDB em favor de Lula (PT). Além disso, a equipe do prefeito pretende destacar ocasiões em que ele criticou figuras como Joice Hasselmann, para minimizar o impacto negativo de vídeos que o associam a adversários do bolsonarismo.

Paralelamente, há um movimento para reaproximar influenciadores de direita que se distanciaram de Ricardo Nunes. A campanha reconhece que Pablo Marçal conseguiu atrair uma parte significativa desse grupo, mas acredita que ainda é possível reconquistar esses apoiadores. Nesse contexto, a influência da família Bolsonaro é vista como fundamental.

A falta de apoio explícito de Jair Bolsonaro a Nunes, aliada ao sucesso do ex-coach nas redes sociais, criou uma divisão entre os eleitores bolsonaristas. Mesmo com recentes gestos de apoio do ex-presidente e seu filho Eduardo ao candidato à reeleição, será necessário um esforço maior para unificar a extrema-direita em torno do prefeito, segundo membros da campanha.

Essa divisão na base de apoio era um cenário previsto pela equipe de Nunes, especialmente quando o deputado Ricardo Salles (PL-SP) cogitava sua candidatura. No entanto, o surgimento de Marçal como um concorrente forte, com um domínio surpreendente das redes sociais e carisma, representa um desafio maior do que o inicialmente esperado, conforme avalia um estrategista da campanha do prefeito.

•                                          Fiador de Marçal é flagrado em voo com chefe do PCC

Investigações recentes apontam para possíveis conexões entre membros do PRTB, partido do candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo notório por liderar o narcotráfico no Brasil.

Segundo Paulo Cappelli, colunista do Metrópoles, Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, foi visto em um voo particular com dois homens ligados a organizações criminosas, incluindo o PCC e o Novo Cangaço. Avalanche é considerado um dos principais apoiadores da candidatura de Marçal.

Durante o voo, estavam presentes Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente do PRTB-SP, investigado por supostamente negociar carros de luxo por drogas com o PCC, e Edilson Ricardo da Silva, candidato a vereador em Mogi das Cruzes e condenado por integrar uma quadrilha que realizou ataques violentos, incluindo um roubo a caixas eletrônicos.

Em uma conversa revelada de fevereiro deste ano, Avalanche teria admitido a um colega de partido suas relações com membros do PCC. As implicações dessas conexões são profundas, considerando a influência política e o histórico criminal envolvido.

•                                          Acusado de relação com PCC, Marçal tenta se desvincular e chama integrantes de seu partido de “bandidos”

O coach Pablo Marçal (PRTB), um condenado pela Justiça a cinco anos e quatro meses de prisão por integrar uma quadrilha de fraudes a banco, e que é candidato a prefeito de São Paulo, resolveu reagir ao principal assunto do dia envolvendo seu nome: as acusações de que mantém relações estreitas com o PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior organização criminosa do Brasil e que opera em pelo menos 24 países. No entanto, o forasteiro goiano que quer comandar a maior cidade brasileira o fez de forma um pouco incomum e complicada.

Durante uma sabatina da Record TV, Marçal chamou os aliados de seu partido, muitos deles próximos e que bancaram sua candidatura, de “bandidos”, porque a polícia e o Ministério Público vêm descobrindo elo deles com o PCC.

“Como eu já fui investigado, fiquem à vontade. Pau nesses bandidos... Todos do meu partido que tiverem qualquer ligação com quem quer que seja, pau nesses bandidos”, disse o coach, com sua habitual informalidade oral.

Para tentar se desvencilhar da acusação, Marçal colocou a culpa na existência de partidos políticos, que são obrigatórios na legislação brasileira para que alguém lance seu nome na disputa por um mandato. “Partido é aquela coisa que mais atrapalha”, começou dizendo.

“Eu sonho é com o Brasil, meu partido é o Brasil. Eu sonho com o brasileiro podendo se candidatar sem partido político. O PCC está infiltrado em quase tudo. Eles fizeram virar uma megaoperação de empreendedorismo. Eu não tenho nada com esses caras”, acrescentou Marçal, nitidamente irritado com o questionamento.

Ele ainda insistiu que as acusações são por mera estratégia política de seus adversários, que tentam “manchar” seu nome. Na manhã desta sexta (23), Tabata Amaral (PSB), também candidata à Prefeitura de São Paulo, veiculou uma propaganda eleitoral na qual mostra um complexo organograma em que Marçal supostamente seria uma figura central na estrutura do PCC.

“Todo mundo quer me associar com qualquer tipo de coisa. Não me curvo para bandido, para crime. Cada um que se lasque”, falou ainda o candidato.

•                                          Disputa pelo Senado gera tensão entre Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal

Os ataques do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), têm como objetivo as eleições de 2026, conforme informou o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. Eduardo, o terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem planos de concorrer a uma das duas vagas ao Senado, um cargo que também seria almejado por Marçal.

De acordo com aliados do clã Bolsonaro, Marçal pode estar utilizando sua candidatura à prefeitura de São Paulo como uma estratégia para fortalecer sua posição para a disputa ao Senado daqui a dois anos.

Nesse cenário, ele seria um rival direto de Eduardo Bolsonaro na busca pelos votos da direita, o que poderia comprometer os planos de Jair Bolsonaro de eleger dois senadores de confiança.

O ex-presidente já teria um acordo com o governador Tarcísio de Freitas para a disputa pelo Senado. Um dos candidatos seria indicado por Bolsonaro, provavelmente Eduardo, enquanto Tarcísio indicaria o outro nome.

 

Fonte: Fórum/Brasil 247/O Cafezinho

 

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