Usinas de energia solar terão capacidade de
reduzir cerca de 2,7 mil toneladas de CO₂ na região Nordeste por ano
De acordo com dados da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a região Nordeste do Brasil é uma
das que mais se destaca no setor de energia solar, e possui o maior volume de
potência instalada, 7,4 GW. Além disso, até o momento, é a que criou a maior
quantidade de empregos no setor: 198 mil admissões realizadas desde o início da
expansão da fonte de energia limpa no Brasil, segundo dados da Associação
Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR).
Dentro deste mercado,
a Trinity Energias Renováveis, uma geradora de energia renovável, gestora e
comercializadora de energia no mercado livre, anunciou o investimento de R$300
milhões para atender a demanda crescente que o setor apresenta, e possui oito
usinas de energia solar já implantadas, sendo cinco no estado do Ceará e três
na Bahia. As unidades, somadas, devem alcançar uma redução de cerca de 2,7 mil
toneladas de CO₂ por ano.
De acordo com João
Sanches, CEO da Trinity, a região possui um potencial enorme, pois possui alta
incidência solar e pouca chuva, características que favorecem a geração de
energia através desta fonte. “Estamos no meio de uma grande discussão sobre
transição energética e descarbonização no mundo, e o nosso país se destaca como
um líder mundial nesta discussão, uma vez que 93% da energia gerada em 2023 foi
por meio de fontes renováveis, como a solar”, afirma o CEO da Trinity, João
Sanches.
O estado do Ceará é o
que teremos maior volume de usinas, hoje temos três usinas implantadas na
cidade de Jaguaruana, uma na cidade de São Gonçalo do Amarante e uma na cidade
de Ipu. Somadas, as usinas deverão atender até 4 mil residências. Até o final de
2024 teremos mais sete unidades concluídas no mesmo estado.
Na Bahia, as UFVs
estão instaladas nas cidades de Morro do Chapéu e Irecê, e tem potência de
conexão de 3 MW, atendendo a cerca de 1,9 mil e 2,1 mil residências,
respectivamente. Já a unidade que será instalada na cidade de Petrolândia, no
estado de Pernambuco, terá potência de conexão de 2,5 MW e deverá atender a 1,7
mil residências.
As usinas, deverão
gerar cerca de 1.000 vagas de emprego temporário e devem durar até a
finalização de cada construção, em média, 6 meses. Todos os profissionais são
terceirizados e são selecionados por empreiteiras locais contratadas pela
Trinity. Ou seja, as 1.000 vagas tendem a ser preenchidas por trabalhadores das
regiões.
Somados, serão mais de
50 mil módulos solares que formarão os complexos, e as UFVs da Trinity na
região nordeste do país terão uma capacidade de redução de CO₂ equivalente ao
plantio de 19 mil árvores por ano.
Além do Nordeste, a
Trinity também quer focar os olhos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e mirar,
em um futuro mais distante, na geração de energia renovável por outra fonte: a
eólica. “Estamos estudando essa possibilidade”, afirma.
• Setor industrial é responsável pelo
consumo de 41% de toda a energia produzida no País
Segundo um estudo
feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor industrial é
responsável pelo consumo de 41% de toda a energia produzida no País. O que
muitos não sabem é que os equipamentos presentes no dia a dia das instalações
fabris, como motores, bombas e compressores, têm um impacto significativo nesta
demanda de energia. Dessa forma, investimentos em eficiência energética se
tornam cruciais para frear o consumo e estimular a competitividade de mercado.
"A falta de
manutenção, o uso inadequado dos aparelhos, equipamentos obsoletos, o
desligamento incorreto e a iluminação ineficiente são as principais causas do
desperdício de energia nestes locais", explica Pricyla Weber Imaral,
promotora da Reymaster, distribuidora de materiais elétricos com sede em
Curitiba e unidade em Joinville.
Segundo a
especialista, apostar em sistemas de controle e substituir equipamentos antigos
por modelos mais eficientes pode auxiliar na gestão energética. "Investir
em automação pode ser uma estratégia eficiente para alcançar a eficiência
energética nas indústrias. Estudos mostram que processos relacionados à
Indústria 4.0 podem diminuir o consumo de energia entre 10% e 20%",
explica Imaral.
Contudo, nem sempre é
fácil implementar medidas energéticas eficientes, pois as empresas enfrentam desafios
como alto custo, retorno do investimento, resistência cultural e ainda a falta
de conhecimento técnico.
“As empresas precisam
entender que, além dos benefícios financeiros, investir em soluções energéticas
melhora a imagem corporativa. Ao se comprometerem com o gerenciamento
responsável desses recursos, as empresas ainda reduzem os riscos regulatórios
alinhados com as tendências de mercado, como a agenda ESG que reúne
recomendações de práticas e comportamentos voltados a três pilares: ambiental,
social e governança corporativa", afirma Pricyla Weber Imaral.
Com foco na
sustentabilidade, esse conceito tem se tornado uma pauta comum no mercado e
tende a se fortalecer cada vez mais, acompanhando as demandas do público, as
alterações nos hábitos de consumo e as inovações no universo empresarial. Por
isso, as marcas buscam implementar ações mais sustentáveis em suas operações.
Isso pode trazer benefícios financeiros, competitivos e organizacionais, e,
além disso, a natureza agradece.
Diante desse cenário,
a especialista cita três formas para as empresas economizarem energia de forma
eficiente:
1.EFICIÊNCIA DOS
MOTORES PODEM REDUZIR A CONTA EM ATÉ 50%
Pode não parecer, mas
na indústria, o que mais consome energia são os motores. O maquinário pesado é
um dos principais fatores de consumo energético, pois depende principalmente de
motores elétricos, que precisam de uma grande quantidade de energia para funcionar,
especialmente durante a partida e a parada do equipamento.
Para auxiliar nesses
momentos críticos, os inversores de frequência desempenham um papel
fundamental. Eles são importantes para as máquinas, pois reduzem o pico da
corrente de partida, evitando desgaste mecânico do motor e aumentando sua vida
útil. Segundo a promotora da Reymaster, em aplicações como bombas, ventiladores
e exaustores, é possível alcançar uma economia de energia de até 50%,
dependendo do perfil de consumo.
Além disso, os
inversores fotovoltaicos têm evoluído bastante com as novas tecnologias de
conectividade, proporcionando maior eficiência e controle remoto. A promotora
conta que, ao implementarem a tecnologia, as empresas chegaram a reduzir o
consumo de energia em 20% e os custos de manutenção em 30%.
Ainda para reverter o
alto consumo, muitas fábricas estão apostando no Centro de Controle de Motores
Inteligentes (CCM). Esses painéis são conectados a qualquer equipamento que
consuma energia elétrica, promovendo o uso racional e sustentável dos recursos
naturais, permitindo, assim, que a indústria economize.
2.DISJUNTORES
CONECTADOS EVITAM PARADAS INESPERADAS
Para prevenir
sobrecargas no sistema elétrico e evitar apagões - e consequentemente parada da
produção e até mesmo problemas maiores -, o disjuntor, um interruptor elétrico,
também é um aliado para a economia de energia. Projetado para proteger
circuitos elétricos contra danos causados por falhas na alimentação elétrica,
essa medida garante a segurança das instalações. O disjuntor desliga
automaticamente a energia em situações de risco, como curtos-circuitos e
sobrecargas.
Atualmente, existem no
mercado dos disjuntores conectados, que são alinhados ao conceito iOT. “A
conectividade em disjuntores permite monitoramento remoto, detecção de falhas,
manutenção preditiva e maior controle sobre o sistema elétrico, resultando em eficiência,
produtividade e redução de custos. Além disso, pode ajudar a prevenir acidentes
e incidentes, enviando alertas em caso de falhas ou problemas nos disjuntores“,
diz a promotora.
Ainda segundo ela,
atualmente, os disjuntores 3VA2 da Siemens com conectividade nativa são uma
tendência forte no mercado de automação industrial, permitindo a coleta e
análise de dados em tempo real para identificar problemas potenciais, otimizar
a manutenção e reduzir o consumo de energia.
1. ILUMINAÇÃO EM LED E CONECTADA É A
TENDÊNCIA
O mercado de
luminotécnica nacional é impulsionado pela necessidade de redução no consumo e
no valor da conta de energia elétrica. "Projetos luminotécnicos
personalizados têm o potencial de aumentar a eficiência energética dos
estabelecimentos, proporcionando economia de energia. Um exemplo disso é a
utilização de luminárias com LED integrado, que se tornou a principal
tecnologia em empresas de todos os segmentos, gerando uma economia de mais de
50% no consumo", conta a especialista da Reymaster Materiais Elétricos.
Apostar em produtos
com sensor de presença, onde a luz é acionada apenas quando há movimento nos
espaços, é uma boa maneira de economizar energia. Investir em automação seria
outra alternativa para a eficiência energética. Por meio de dispositivos móveis
ou controles de voz, a iluminação automatizada permite apagar, acender e
regular a intensidade das luzes dos cômodos conforme a necessidade, gerando
menores custos na conta de energia.
"Atualmente
existem no mercado luminárias conectadas em nuvem, que podem ser desligadas por
meio de um clique em um dispositivo móvel, como o celular. Uma gestão simples e
muito eficaz", conclui Pricyla Weber Imaral.
Fonte: Bendita
Imagem/Engenharia de Comunicação
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