sábado, 4 de maio de 2024

Lula pede que empresários japoneses invistam no Brasil e aceita convite para visitar o Japão em 2025

Nesta sexta-feira (3), foram assinados 36 acordos entre companhias brasileiras e japonesas durante uma cerimônia em Brasília (DF). Na oportunidade, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um apelo para que empresários nipônicos ampliem seus investimentos em território nacional e anunciou que visitará o parceiro comercial em 2025.

Lula ressaltou que várias discussões no âmbito do G20, que será sediado neste ano no Brasil, foram tratadas durante o encontro que teve com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, tais como a transição energética.

"Agora o mundo está atônito discutindo a questão do clima. O mundo está se dando conta de que ou a gente cuida do planeta ou ele não cuida mais de nós. As pessoas estão percebendo que a discussão sobre o aquecimento global é uma coisa mais séria do que teórica. A América do Sul se apresenta como um lugar de ouro para o investimento, a discussão de transição energética e a transição climática, e para produzir energia limpa que se queira produzir."

Kishida destacou que considera os dois países parceiros estratégicos em temas globais e informou que Tóquio apoiará as prioridades do Brasil, que preside o grupo este ano.

Ele também citou que há uma contribuição japonesa para o Fundo Amazônia e uma parceria em prol da neutralidade do carbono, que envolve biocombustível brasileiro e tecnologia japonesa.

Lula afirmou que o fluxo comercial entre Brasil e Japão caiu, aproximadamente, de US$ 18 bilhões (cerca de R$ 91 bilhões) para US$ 11 bilhões (R$ 55 bilhões) ao ano, cifra que considera abaixo do potencial.

Ainda, o presidente brasileiro ressaltou que o país é o local com mais imigrantes japoneses em todo o mundo, o que aumenta a importância do governo japonês de visitar o Brasil e ampliar os laços econômicos e diplomáticos.

Na declaração, Lula também fez o apelo por mais investimentos de empresários japoneses no país, afirmando que eles não podem perder o mercado brasileiro e apontando que o Brasil possui estabilidade jurídica, fiscal, econômica e fiscal, além de ter previsibilidade.

Lula convidou o primeiro-ministro nipônico para conhecer a cultura de São Paulo, cidade com a maior comunidade japonesa fora do Japão, e destacou que, recentemente, o país asiático passou a liberar vistos para brasileiros.

"Eu não sei o que vocês jantaram ontem, mas pelo amor de Deus, se estiverem em São Paulo, [Geraldo] Alckmin, você que foi governador do estado, você é o ministro de Desenvolvimento, [Indústria, Comércio e Serviços], você é o vice-presidente, leve o primeiro-ministro Fumio para comer um churrasco no melhor restaurante de São Paulo, para que na semana seguinte ele comece a importar a nossa carne", brincou Lula.

Ele acrescentou que a carne brasileira é de qualidade e "mais barata" do que a comprada pelos japoneses. Segundo o Palácio do Planalto, o Japão importa 70% da carne bovina que consome e, desse total, 80% é fornecido pelos Estados Unidos e pela Austrália.

Por fim, Lula aproveitou para destacar que 235 municípios do Rio Grande do Sul foram afetados pelas chuvas nos últimos dias, que resultaram em 35 mortes, e que o governo federal tem prestado assistência às vítimas e ao estado gaúcho.

"As primeiras palavras do ministro Fumio Kishida, da reunião que fizemos, foi de solidariedade ao povo do estado do Rio Grande do Sul que está sendo vítima de uma das maiores enchentes de que temos conhecimento. Nunca antes na história do Brasil tinha havido uma quantidade de chuva num único local."

¨      Lula pede entrada brasileira no bilionário mercado de carne bovina do Japão

Pleito antigo do Brasil, o presidente Lula aproveitou a visita do primeiro-ministro Kishida ao país para solicitar a participação brasileira no bilionário mercado de carne bovina do Japão. Segundo o Itamaraty, o país asiático importa quase 70% do produto que consome internamente, com gastos que variam entre US$ 3 bilhões (R$ 15,3 bilhões) a US$ 4 bilhões (R$ 30,4 bilhões) anuais.

Desse total, aponta a pasta, pelo menos 80% da carne bovina vêm de países como Estados Unidos e Austrália, enquanto o Brasil tenta desde 2005 acessar o mercado japonês. Este ano, a expectativa é de que os frigoríficos brasileiros sigam na liderança global das exportações, com uma produção de mais de 2,8 milhões de toneladas de proteína bovina.

"O presidente Lula mencionou essa intenção de diversificarmos as trocas comerciais, e eu acho que um grande objetivo é obtermos acesso ao mercado japonês para a nossa carne bovina e a ampliação do acesso à carne suína, à qual, por ora, apenas Santa Catarina está habilitada [a exportar para o Japão]", enfatizou à Agência Brasil o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.

Conforme o embaixador, o país apresenta atualmente uma condição sanitária muito superior a 2005, inclusive com áreas livres de febre aftosa sem vacinação do gado. "Então essa condição precisa ser reconhecida porque o Brasil exporta para mais de 90 mercados de carne bovina", acrescentou Saboia.

·        Exportação de etanol ao Japão

Na pauta econômica, o presidente Lula também deve discutir o aumento da exportação brasileira de etanol ao Japão, considerado superior ao de países fornecedores como os Estados Unidos, por conta da eficiência energética do combustível feito à base da cana de açúcar.

O Brasil ainda quer ampliar a parceria com o país asiático, que é o segundo maior parceiro econômico do país no continente, atrás apenas da China na transição energética, com a expectativa de investimentos japoneses em energia renovável.

"80% ou mais da energia consumida no Japão é importada, e boa parte dela é de fontes não renováveis. Então o Japão também possui capacidade de investir, de apostar na ampliação da energia renovável no Brasil, para que nós possamos também ampliar a nossa vocação de potência de energia renovável", pontuou o embaixador, que lembrou da assinatura entre os dois países de um acordo para financiamento do programa brasileiro de recuperação de áreas degradadas do Cerrado, o terceiro maior bioma do país.

O primeiro-ministro japonês foi recebido por Lula às 9h30, no Palácio do Planalto, com uma comitiva de 35 líderes empresariais. Também devem ser firmados acordos nas áreas de ciência e tecnologia, além de cibersegurança e agricultura. Após uma rápida agenda no Paraguai, Kishida retorna ao Brasil para um encontro com empresários em São Paulo, com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).

¨      Petrobras inicia retomada das obras do polo petroquímico em Itaboraí, antigo Comperj

A Petrobras lançou processo de licitação pública para contratação construção e conclusão de unidades do Polo GasLub, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

As obras do complexo, voltado para o refino do petróleo e produção de insumos de alto valor agregado, foram interrompidas em 2015, em consequência da Operação Lava Jato que apontou indícios de corrupção em contratos entre empresas e o então Comperj.

A expectativa é de que até 10 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados durante a fase de execução das obras.

A Petrobras informou ainda que após a conclusão das obras, "o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, além de 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1), de baixíssimo teor de enxofre".

Ainda segundo a estatal, serão construídas e concluídas unidades de Hidrocraquamento Catalítico (HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Isomerização por Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades, off-sites e dutos extramuros.

"A nova planta vai viabilizar o processamento de correntes intermediárias oriundas da Reduc e eliminar restrições operacionais, adequando grande parte das instalações e unidades do antigo Comperj, compatibilizando eficiência e rentabilidade", conclui a nota.

¨      Brasil tem queda de 2,7% na produção de petróleo e gás em março, aponta ANP

A produção brasileira de petróleo e gás natural em março registrou um recuo de 2,7% na comparação com o mês anterior. Conforme balanço da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período foram produzidos 4,262 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

Porém, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a produção registrou uma alta de 6,8%, apontou a agência. O principal produto brasileiro é o petróleo, que registrou 3,356 milhões de barris por dia (bpd) no período, uma alta de 7,7% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Ainda conforme o levantamento da ANP, 78,6% da produção brasileira de petróleo e gás está concentrada no pré-sal, que em março atingiu 3,349 milhões de boed em 150 poços de extração, uma alta de 0,4% em relação a fevereiro.

·        Campos marítimos representam quase 98% da produção

A extração dos campos marítimos brasileiros representa 97,6% do petróleo nacional e ainda 87% do gás natural, segundo a agência. Além disso, 89% dos poços são operados pela Petrobras. O pré-sal da bacia de Santos é a região com a maior produção do país.

Em abril, a companhia brasileira chegou a anunciar a descoberta de uma reserva de petróleo em águas ultraprofundas da bacia Potiguar, localizada entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. É a segunda descoberta na região neste ano, que fica em uma profundidade de 2.196 metros, na chamada Margem Equatorial brasileira.

"A companhia possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambiente de águas profundas e ultraprofundas, sem qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao meio ambiente, o que, associado à capacidade técnica e experiência acumulada em quase 70 anos, habilitam a companhia a abrir novas fronteiras e lidar com total segurança [com] suas operações na Margem Equatorial", disse à época o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

 

Fonte: Sputnik Brasil

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