Lula pede que empresários japoneses
invistam no Brasil e aceita convite para visitar o Japão em 2025
Nesta sexta-feira (3),
foram assinados 36 acordos entre companhias brasileiras e japonesas durante uma
cerimônia em Brasília (DF). Na oportunidade, o presidente brasileiro, Luiz
Inácio Lula da Silva, fez um apelo para que empresários nipônicos ampliem seus
investimentos em território nacional e anunciou que visitará o parceiro
comercial em 2025.
Lula ressaltou que
várias discussões no âmbito do G20, que será sediado neste ano no Brasil, foram
tratadas durante o encontro que teve com o primeiro-ministro japonês, Fumio
Kishida, tais como a transição energética.
"Agora o mundo
está atônito discutindo a questão do clima. O mundo está se dando conta de que
ou a gente cuida do planeta ou ele não cuida mais de nós. As pessoas estão
percebendo que a discussão sobre o aquecimento global é uma coisa mais séria do
que teórica. A América do Sul se apresenta como um lugar de ouro para o
investimento, a discussão de transição energética e a transição climática, e
para produzir energia limpa que se queira produzir."
Kishida destacou que
considera os dois países parceiros estratégicos em temas globais e informou que
Tóquio apoiará as prioridades do Brasil, que preside o grupo este ano.
Ele também citou que
há uma contribuição japonesa para o Fundo Amazônia e uma parceria em prol da
neutralidade do carbono, que envolve biocombustível brasileiro e tecnologia
japonesa.
Lula afirmou que o
fluxo comercial entre Brasil e Japão caiu, aproximadamente, de US$ 18 bilhões
(cerca de R$ 91 bilhões) para US$ 11 bilhões (R$ 55 bilhões) ao ano, cifra que
considera abaixo do potencial.
Ainda, o presidente
brasileiro ressaltou que o país é o local com mais imigrantes japoneses em todo
o mundo, o que aumenta a importância do governo japonês de visitar o Brasil e
ampliar os laços econômicos e diplomáticos.
Na declaração, Lula
também fez o apelo por mais investimentos de empresários japoneses no país,
afirmando que eles não podem perder o mercado brasileiro e apontando que o
Brasil possui estabilidade jurídica, fiscal, econômica e fiscal, além de ter
previsibilidade.
Lula convidou o
primeiro-ministro nipônico para conhecer a cultura de São Paulo, cidade com a
maior comunidade japonesa fora do Japão, e destacou que, recentemente, o país
asiático passou a liberar vistos para brasileiros.
"Eu não sei o que
vocês jantaram ontem, mas pelo amor de Deus, se estiverem em São Paulo,
[Geraldo] Alckmin, você que foi governador do estado, você é o ministro de
Desenvolvimento, [Indústria, Comércio e Serviços], você é o vice-presidente,
leve o primeiro-ministro Fumio para comer um churrasco no melhor restaurante de
São Paulo, para que na semana seguinte ele comece a importar a nossa
carne", brincou Lula.
Ele acrescentou que a
carne brasileira é de qualidade e "mais barata" do que a comprada
pelos japoneses. Segundo o Palácio do Planalto, o Japão importa 70% da carne
bovina que consome e, desse total, 80% é fornecido pelos Estados Unidos e pela Austrália.
Por fim, Lula
aproveitou para destacar que 235 municípios do Rio Grande do Sul foram afetados
pelas chuvas nos últimos dias, que resultaram em 35 mortes, e que o governo
federal tem prestado assistência às vítimas e ao estado gaúcho.
"As primeiras
palavras do ministro Fumio Kishida, da reunião que fizemos, foi de
solidariedade ao povo do estado do Rio Grande do Sul que está sendo vítima de
uma das maiores enchentes de que temos conhecimento. Nunca antes na história do
Brasil tinha havido uma quantidade de chuva num único local."
¨ Lula pede entrada brasileira no bilionário mercado de carne
bovina do Japão
Pleito antigo do
Brasil, o presidente Lula aproveitou a visita do primeiro-ministro Kishida ao
país para solicitar a participação brasileira no bilionário mercado de carne
bovina do Japão. Segundo o Itamaraty, o país asiático importa quase 70% do
produto que consome internamente, com gastos que variam entre US$ 3 bilhões (R$
15,3 bilhões) a US$ 4 bilhões (R$ 30,4 bilhões) anuais.
Desse total, aponta a
pasta, pelo menos 80% da carne bovina vêm de países como Estados Unidos e
Austrália, enquanto o Brasil tenta desde 2005 acessar o mercado japonês. Este
ano, a expectativa é de que os frigoríficos brasileiros sigam na liderança
global das exportações, com uma produção de mais de 2,8 milhões de toneladas de
proteína bovina.
"O presidente
Lula mencionou essa intenção de diversificarmos as trocas comerciais, e eu acho
que um grande objetivo é obtermos acesso ao mercado japonês para a nossa carne
bovina e a ampliação do acesso à carne suína, à qual, por ora, apenas Santa
Catarina está habilitada [a exportar para o Japão]", enfatizou à Agência
Brasil o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do
Ministério das Relações Exteriores.
Conforme o embaixador,
o país apresenta atualmente uma condição sanitária muito superior a 2005,
inclusive com áreas livres de febre aftosa sem vacinação do gado. "Então
essa condição precisa ser reconhecida porque o Brasil exporta para mais de 90 mercados
de carne bovina", acrescentou Saboia.
·
Exportação de etanol ao Japão
Na pauta econômica, o
presidente Lula também deve discutir o aumento da exportação brasileira de
etanol ao Japão, considerado superior ao de países fornecedores como os Estados
Unidos, por conta da eficiência energética do combustível feito à base da cana
de açúcar.
O Brasil ainda quer
ampliar a parceria com o país asiático, que é o segundo maior parceiro
econômico do país no continente, atrás apenas da China na transição energética,
com a expectativa de investimentos japoneses em energia renovável.
"80% ou mais da
energia consumida no Japão é importada, e boa parte dela é de fontes não
renováveis. Então o Japão também possui capacidade de investir, de apostar na
ampliação da energia renovável no Brasil, para que nós possamos também ampliar
a nossa vocação de potência de energia renovável", pontuou o embaixador,
que lembrou da assinatura entre os dois países de um acordo para financiamento
do programa brasileiro de recuperação de áreas degradadas do Cerrado, o
terceiro maior bioma do país.
O primeiro-ministro
japonês foi recebido por Lula às 9h30, no Palácio do Planalto, com uma comitiva
de 35 líderes empresariais. Também devem ser firmados acordos nas áreas de
ciência e tecnologia, além de cibersegurança e agricultura. Após uma rápida
agenda no Paraguai, Kishida retorna ao Brasil para um encontro com empresários
em São Paulo, com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).
¨
Petrobras inicia
retomada das obras do polo petroquímico em Itaboraí, antigo Comperj
A Petrobras lançou
processo de licitação pública para contratação construção e conclusão de
unidades do Polo GasLub, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, antigo Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
As obras do complexo,
voltado para o refino do petróleo e produção de insumos de alto valor agregado,
foram interrompidas em 2015, em consequência da Operação Lava Jato que apontou
indícios de corrupção em contratos entre empresas e o então Comperj.
A expectativa é de que
até 10 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados durante a fase de
execução das obras.
A Petrobras informou
ainda que após a conclusão das obras, "o conjunto de unidades terá
capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos
lubrificantes de Grupo II, além de 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de
querosene de aviação (QAV-1), de baixíssimo teor de enxofre".
Ainda segundo a
estatal, serão construídas e concluídas unidades de Hidrocraquamento Catalítico
(HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Isomerização por
Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades, off-sites e dutos
extramuros.
"A nova planta
vai viabilizar o processamento de correntes intermediárias oriundas da Reduc e
eliminar restrições operacionais, adequando grande parte das instalações e
unidades do antigo Comperj, compatibilizando eficiência e rentabilidade",
conclui a nota.
¨ Brasil tem queda de 2,7% na produção de petróleo e gás em março,
aponta ANP
A produção brasileira
de petróleo e gás natural em março registrou um recuo de 2,7% na comparação com
o mês anterior. Conforme balanço da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), no período foram produzidos 4,262 milhões de barris de
óleo equivalente por dia (boed).
Porém, na comparação
com o mesmo mês do ano passado, a produção registrou uma alta de 6,8%, apontou
a agência. O principal produto brasileiro é o petróleo, que registrou 3,356
milhões de barris por dia (bpd) no período, uma alta de 7,7% na comparação com
o mesmo mês de 2023.
Ainda conforme o
levantamento da ANP, 78,6% da produção brasileira de petróleo e gás está
concentrada no pré-sal, que em março atingiu 3,349 milhões de boed em 150 poços
de extração, uma alta de 0,4% em relação a fevereiro.
·
Campos marítimos representam quase 98% da
produção
A extração dos campos
marítimos brasileiros representa 97,6% do petróleo nacional e ainda 87% do gás
natural, segundo a agência. Além disso, 89% dos poços são operados pela
Petrobras. O pré-sal da bacia de Santos é a região com a maior produção do
país.
Em abril, a companhia
brasileira chegou a anunciar a descoberta de uma reserva de petróleo em águas
ultraprofundas da bacia Potiguar, localizada entre os estados do Ceará e do Rio
Grande do Norte. É a segunda descoberta na região neste ano, que fica em uma
profundidade de 2.196 metros, na chamada Margem Equatorial brasileira.
"A companhia
possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambiente de águas
profundas e ultraprofundas, sem qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao
meio ambiente, o que, associado à capacidade técnica e experiência acumulada em
quase 70 anos, habilitam a companhia a abrir novas fronteiras e lidar com total
segurança [com] suas operações na Margem Equatorial", disse à época o
presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Fonte:
Sputnik Brasil
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