Síndrome
de Turner: características e riscos
A síndrome
de Turner é uma doença congênita, presente desde o nascimento, que afeta
apenas pessoas do sexo biológico feminino. Essas pessoas normalmente nascem com
dois cromossomos X, porém, indivíduos com essa condição apresentam danos,
modificações ou a completa ausência desse cromossomo. Apesar de não existir
cura para a condição, existem tratamentos que ajudam com alguns sintomas.
Segundo
um estudo da
revista Communication Biology, o caso mais antigo de síndrome
de Turner ocorreu durante a Idade do Ferro (de 1.200 a.C. a 1.000 d.C.)
.
·
Quais são os sintomas da síndrome de
Turner?
Cada
pessoa com síndrome de Turner apresenta características diferentes;
as manifestações mais frequentes são baixa estatura, mal funcionamento
dos ovários e
dos hormônios
sexuais.
Outros
sinais e características físicas da síndrome de Turner são:
- Ter
um crescimento lento comparado a outras crianças;
- Puberdade atrasada;
- Altura
média de um metro e 20 centímetros;
- Não
desenvolve a menstruação;
- Ovários
menores do que o normal;
- Baixos
níveis de hormônios sexuais, como o estrogênio;
- Baixa
fertilidade;
- Orelhas
alongadas e diferentes;
- Linha
capilar baixa na parte de trás da cabeça;
- Maxilar
inferior pequeno e recuado, o que pode afetar o desenvolvimento e a
colocação dos dentes;
- Peitoral
largo;
- Pescoço
curto e largo ou pescoço com membranas (dobras de pele extra);
- Pé
chato;
- Braços
que apontam para fora do corpo (cubitus valgus);
- Unhas
e unhas dos pés estreitas;
- Ausência
de uma articulação em determinado dígito (dedo da mão ou do pé),
tornando-o mais curto do que os outros;
- Manchas
pela pele;
As
características da síndrome de Turner se desenvolvem antes, durante e
depois do nascimento da criança. Algumas podem surgir até mesmo durante a
infância, adolescência e vida adulta. Geralmente a condição é diagnosticada um
pouco depois do bebê nascer, mas existem quadros de diagnóstico tardio.
·
Quais as causas da síndrome de Turner?
Os seres
humanos têm dois pares de 23 cromossomos, 46 no total, sendo 22 deles pares
numerados (autossomas) e um par de cromossomas sexuais. Cada criança recebe um
cromossomo de cada um dos pais. No caso de pessoas do sexo masculino, o bebê
recebe um cromossomo X e um Y, enquanto pessoas do sexo feminino recebem dois
cromossomos X.
A síndrome
de Turner ocorre quando a pessoa, de sexo biológico feminino, tem um
defeito no cromossomo X, ou simplesmente não tem o cromossomo. Ainda não se
sabe exatamente o que causa essa condição e cientistas acreditam que ela não
está relacionada ao histórico familiar.
·
Tipos de síndrome de Turner
Monossomia
X: nesse caso, a pessoa tem apenas um cromossomo X, em vez de dois. Um
erro faz com que as células não se dividam de maneira correta, fazendo com que
haja a ausência de um dos cromossomos sexuais;
Síndrome
de Turner em mosaico: algumas células da pessoa tem os dois cromossomos,
enquanto outras têm apenas um. Isso pode acontecer aleatoriamente na gestação,
durante a divisão celular;
Síndrome
de Turner hereditária: em casos muito raros, a síndrome de Turner pode
ser passada de pai para filho;
·
Como diagnosticar a síndrome de Turner?
O
diagnóstico da síndrome de turner pode acontecer a qualquer momento
do desenvolvimento da criança, mesmo após o nascimento. Entretanto, em alguns
casos, é possível identificar a condição durante o pré-natal. Para isso, são
utilizados os seguintes exames:
Testes
pré-natais não invasivos: este exame de sangue, realizado na gestante,
identifica a probabilidade de o feto desenvolver problemas cromossômicos;
Ultrassom
durante a gestação: pode apontar se o feto apresenta alguma característica
comum da síndrome de Turner;
Amniocentese
e coleta de amostras de vilosidades coriónicas: análise do líquido amniótico da
placenta. Nele é possível identificar geneticamente se o feto tem a síndrome;
·
Qual o tratamento da síndrome de Turner?
Não existe
cura para a síndrome de Turner, porém é possível adotar algumas terapias
que ajudam a controlar os sintomas da condição. O principal tratamento
relacionado a síndrome é o uso de reposição hormonal, para que a criança
consiga passar pela puberdade.
Hormônio
de crescimento: injeções de hormônios de crescimento que, quando aplicados
ainda na infância, podem aumentar a altura média das pacientes com síndrome
de Turner;
Terapia
com hormônio estrogênio: uso de
hormônio sexual para que a pessoa possa passar pela puberdade, ter
desenvolvimento dos seios, da menstruação e melhorar o funcionamento de órgãos
como o coração e fígado;
Progestinas
cíclicas: medicamentos que induzem a menstruação regular, podem ser prescritos
a partir dos 11 ou 12 anos de idade;
·
Complicações relacionadas com a síndrome de
Turner
Devido ao
impacto da síndrome de Turner no desenvolvimento de diversos sistemas
corporais, alguns pacientes com este diagnóstico podem ter complicações
decorrentes da condição Os principais riscos são:
- Problemas
cardíacos: muitos recém-nascidos com síndrome de Turner podem
desenvolver anormalidades no coração ou na estrutura do sistema
cardiovascular, como problemas na artéria aorta;
- Hipertensão: o
risco de pressão alta aumenta devido a alta probabilidade de condições
cardiovasculares;
- Perda
auditiva: pessoas com a síndrome podem apresentar perda auditiva
devido ao baixo funcionamento dos nervos do ouvido. Infecções frequentes
também podem causar esse problema;
- Problemas
nos rins: a má formação dos rins é uma característica comum da síndrome
de Turner. Apesar desse fator não causar problemas médicos graves, aumenta
as chances de infecções urinárias;
- Transtornos
de visão: maior risco de baixo controle sobre os movimentos oculares,
conhecido como estrabismo;
- Doenças
autoimunes: aumenta o risco de hipotiroidismo, devido à doença
autoimune tireoidite de Hashimoto. Existe também um risco de
diabetes, doença celíaca ou
a doença inflamatória intestinal;
- Problemas
ósseos: o impedimento no desenvolvimento da estrutura óssea pode
aumentar o risco de escoliose, arredondamento da parte superior das costas
para a frente (cifose) e osteoporose;
- Infertilidade
e gestação de risco: pessoas com síndrome de Turner, comumente,
são inférteis ou podem desenvolver complicações que colocam o feto em
risco durante a gestação.
Fonte:
eCycle
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