Economia
da Rússia supera sanções e atinge máximo em 2023, com crescimento de 3,6%
O país
cresceu significativamente no último ano, após uma pequena contração em 2022,
com o ministro do Desenvolvimento Econômico explicando os alicerces dessa
evolução.
O PIB da
Rússia cresceu 3,6% em 2023, uma taxa de crescimento quase idêntica à estimada
pelo Ministério para Desenvolvimento Econômico do país, revelou nesta
quinta-feira (8) o Serviço Federal da Estatística russo (Rosstat).
"O
volume do PIB da Rússia em 2023, de acordo com a primeira estimativa, totalizou
171,041 trilhões de rublos [R$ 9,32 trilhões] em preços correntes. O índice do
volume físico do PIB em relação a 2022 foi de 103,6%. O índice-deflator do PIB
em 2023 em relação aos preços de 2022 foi de 106,3%", relatou o Rosstat.
Maksim
Reshetnikov, ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, associou o
crescimento da economia com a demanda do consumidor e do investimento.
"O
crescimento da atividade de consumo foi proporcionado pela renda dos cidadãos,
que no ano passado aumentou 4,6% em termos reais. Em primeiro lugar, devido ao
aumento da remuneração do trabalho dos funcionários, mas um fator importante
também foi o crescimento da renda empresarial, em quase um quarto em termos
reais", detalhou.
"Implementamos
ativamente programas de substituição de importações para apoiar a demanda. Como
resultado, uma contribuição significativa para o crescimento econômico foi
feita pelo setor industrial, orientado para a demanda doméstica", disse ele.
De acordo
com as estimativas do Ministério para Desenvolvimento Econômico, o PIB da
Rússia cresceu em dezembro de 2023 4,6% em relação a 2022, e 5,1% em termos
anuais no quarto trimestre em relação ao ano anterior.
O
crescimento ocorre apesar das sanções sem precedentes na história aplicadas
pelos países ocidentais contra a Rússia a partir de 2022, que se somaram às
aplicadas previamente. Nesse ano, a economia russa contraiu 1,9%.
¨
Ocidente sonha em retirar a Rússia da OSCE,
não gosta de ouvir sua opinião, diz vice-chanceler russo
De acordo
com o vice-ministro russo, a Rússia seguirá emitindo sua opinião na Organização
para a Segurança e Cooperação na Europa, sem se afastar dela, mesmo que os
países ocidentais não gostem disso.
Os países
ocidentais sonham em retirar a Rússia da Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa (OSCE) e estão irritados com o fato de terem que ouvir a
posição de Moscou sobre a agenda atual, disse o vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia em declarações ao canal russo Rossiya 24.
"Trata-se
de uma das poucas plataformas de diálogo que permanece. Vemos que a maioria
agressiva dos blocos ocidentais sonha em nos excluir da OSCE para transformar
essa organização em uma espécie de comunidade política europeia e, em seguida,
declarar que existe uma unidade euroatlântica e euroasiática na qual não há
lugar para a Rússia e Belarus incivilizadas. Esse é o plano", apontou
Aleksandr Grushko.
Ele
acrescentou que os países ocidentais da OSCE estão irritados por serem
literalmente "forçados a ouvir" as avaliações de Moscou, que não
deixa de lado seus princípios quando discutindo a agenda atual.
"Se
falarmos sobre o estado atual, o Ocidente transformou a OSCE em uma plataforma
de confronto. Eles estão terrivelmente irritados com o fato de a OSCE manter a
regra do consenso, e que não podem fazer nada conosco, belarussos e alguns
outros que pensam nas categorias certas", sublinhou o alto responsável
russo.
Ø
'Mundo está entrando na era do caos', diz
secretário-geral da ONU
Em seu
discurso anual de apresentação das prioridades ao Conselho de Segurança, o
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres,
disse que as guerras e conflitos ao redor do mundo estão criando uma realidade
"perigosa e imprevisível".
"Para
milhões de pessoas envolvidas em conflitos em todo o mundo, a vida é um inferno
mortal diário e faminto", disse Guterres na Assembleia Geral da ONU.
Segundo o
secretário-geral, o que descreveu como "era do caos" significa a
criação de uma "perigosa e imprevisível situação de vale-tudo", em um
momento que o Conselho de Segurança vive um "impasse por fissuras
geopolíticas".
Entre as
questões que dividem o conselho, Guterres destacou a guerra de Israel na Faixa
de Gaza. Ele acrescentou que esteve inquieto com as pretensões de Israel em
concentrar sua ofensiva na região sul de Gaza, onde mais de um milhão de
pessoas estão desabrigadas enquanto a localidade sofre com ataques aéreos e
terrestres.
"Tal
ação aumentaria exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário, com
consequências regionais incalculáveis", alertou.
O
secretário-geral também criticou os Estados que procuram reforçar os seus
arsenais de armas de destruição em massa, medidas que, segundo ele, servem
apenas para aumentar a insegurança global e inflamar tensões regionais.
"Depois
de décadas de desarmamento nuclear, os Estados estão a competir para tornar os
seus arsenais nucleares mais rápidos, mais secretos e mais precisos",
disse ele.
Guterres
afirmou que, embora o Conselho de Segurança tenha sofrido divisões no passado,
a situação atual pode ser descrita como "mais profunda e mais
perigosa".
"Durante
a Guerra Fria, mecanismos bem estabelecidos ajudaram a gerir as relações entre
as superpotências", disse ele. "No mundo multipolar de hoje, tais
mecanismos estão faltando", acrescentou.
Em seu
discurso, ele também apelou para que os Estados "façam as pazes com o
planeta", e se comprometam com as agendas climáticas, ajudando a diminuir
as emissões prejudiciais e trabalhando para gradualmente parar com a utilização
de combustíveis fósseis.
·
Senado dos EUA avança em projeto de
financiamento de US$ 95 bi a Ucrânia, Israel e Taiwan
Divergências
entre democratas e republicanos com relação a inclusão de recursos para
investimentos na fronteira entre os Estados Unidos e México arrastam discussões
na Casa e levaram a rejeição de um primeiro projeto. Porém, nesta quinta-feira
(8), Senado aprovou o andamento do texto que retirou recursos para o controle
migratório.
Em meio às
divergências com os parlamentares republicanos, que dominam a Câmara dos
Representantes, o Senado dos EUA aprovou o avanço das discussões do projeto de
lei com financiamento suplementar de US$ 95 bilhões (R$ 479,3 bilhões) para
Ucrânia, Israel e Taiwan.
Anteriormente,
os senadores rejeitaram a proposta que incluía medidas para a política de
fronteiras e migração, principalmente na região próxima ao México. Conforme a
nova proposta, que seguirá em discussão no parlamento, serão US$ 60 bilhões (R$
299 bilhões) para Kiev e outros US$ 14 bilhões (R$ 69,9 bilhões) destinados
para Israel.
"É
uma ideia terrível apresentar e aprovar um projeto de lei que tenta proteger as
fronteiras de outros países antes de protegermos as nossas", disse o
senador republicano Rand Paul, que votou contra o avanço do texto e apelou aos
legisladores para abordarem primeiro a segurança interna.
Na última
quarta (7), o Senado havia rejeitado o mesmo projeto, porém com a previsão
total de US$ 118 bilhões (R$ 589,2 bilhões) por conta de inclusão de US$ 20,2
bilhões (R$ 100,8 bilhões) somente para a proteção das fronteiras do país com o
México. O texto era apoiado pelo presidente Joe Biden, que tenta a reeleição
neste ano em meio ao cansaço com dos eleitores do país com apoio ao conflito na
Ucrânia.
O líder da
maioria no Senado dos EUA , Chuck Schumer, disse que espera chegar a um acordo
com os republicanos sobre um processo para alterar o projeto. Segundo o
democrata, os senadores continuarão trabalhando na legislação até que "o
trabalho esteja concluído".
·
'Corrupção fora de controle'
No fim de
janeiro, o senador norte-americano JD Vance chegou a pedir aos seus colegas
republicanos que rejeitem qualquer ajuda adicional à Ucrânia, depois de um
relatório recente do Pentágono ter documentado falhas no monitoramento de mais
de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em armas enviadas para o país.
"Simplesmente
não temos ideia para onde foi muito do nosso dinheiro para a Ucrânia. A
corrupção está fora de controle. Mais uma razão para rejeitar mais ajuda",
comentou o senador JD Vance (republicano por Ohio).
Ø
'Pensei que ia morrer. A situação aqui está
difícil': o que enfrentam os mercenários na Ucrânia?
"A
situação aqui esta difícil", afirmou um dos mercenários colombianos a
serviço das Forças Armadas ucranianas ao descrever a situação no front.
Outro
soldado do país sul-americano explicou os motivos pelos quais foram para a
Ucrânia, e, segundo ele, estes não são ideológicos.
Desde o
início da operação militar especial russa na Ucrânia, Kiev tem buscado
ativamente a contratação de mercenários de outros países, utilizando suas
missões diplomáticas no exterior diante da ausência de qualquer proibição
categórica. O grupo é denominado Voluntários Internacionais para a Ucrânia.
As
primeiras levas de voluntários vieram principalmente de Estados pós-soviéticos
ou de língua inglesa. Falar russo ou inglês facilitou a integração deles nas
tropas ucranianas, conforme relatou Aleksandr Shaguri, oficial do Departamento
de Coordenação de Estrangeiros nas Forças Armadas da Ucrânia, à Associated
Press (AP). Em suas palavras, em 2023 o Exército desenvolveu uma infraestrutura
de recrutadores, instrutores e oficiais operacionais subalternos de língua
espanhola.
O que
enfrentam os mercenários na Ucrânia?
Um homem,
conhecido pelo codinome Checho, contou à agência que "questões de
princípio" o levaram a viajar para Kiev em setembro passado. Ele estima
que só em sua unidade havia cerca de 100 outros combatentes colombianos que
fizeram a mesma viagem.
"Pensei
que ia morrer […]. A situação aqui é difícil. Estamos sujeitos a
bombardeamentos constantes, mas continuaremos a lutar", disse à AP,
acrescentando que quando algo corre mal, é difícil para os familiares obterem
informações sobre seus entes queridos.
Ele citou
um colombiano que perdeu contato com seu primo, Óscar Triana, após sua chegada
à Ucrânia, em agosto de 2023. Seis semanas depois, o soldado aposentado de
Bogotá parou de postar atualizações em suas redes sociais.
Ø
Iraque pede saída de coalizão liderada
pelos EUA e fala em ameaça à estabilidade do país
Diante do
ataque com drone coordenado pelos Estados Unidos na noite de quarta-feira (7)
em Bagdá, o governo do Iraque voltou a reagir hoje e disse que é necessário,
"mais do que nunca", encerrar a missão das forças da coalizão
liderada pelos norte-americanos no país.
O ataque
aconteceu na região leste da capital iraquiana, quando um drone bombardeou um
veículo utilitário esportivo das forças Al-Hashd al-Shaabi, um corpo
paramilitar, no bairro de Al-Mashtal. Pelo menos três pessoas foram mortas,
entre eles Abu Baqir al-Saadi, comandante da Kataib Hezbollah, grupo armado no
Iraque apoiado pelo Irã e que tem vínculos com o outro movimento iraquiano.
O Irã
também reagiu e afirmou que o ataque dos EUA é uma "ameaça à paz e à
segurança".
·
Assassinato 'insensato' em bairro
residencial
O
porta-voz militar do primeiro-ministro do Iraque, Yahya Rasoul, declarou em
comunicado que as forças norte-americanas, "mais uma vez", cometeram
um assassinato insensato em pleno bairro residencial de Bagdá.
"Esse
caminho incentiva o governo iraquiano, mais do que nunca, a encerrar a missão
da coalizão internacional, que se tornou um fator de instabilidade para o
Iraque", disse Rasoul, de acordo com a agência Xinhua.
Para o
porta-voz, o ataque com drone ainda "mina todos os acordos entre o Iraque
e os Estados Unidos".
"Responsabilizamos
a parte americana e as forças da coalizão pelas repercussões dessas perigosas
ações que ameaçam a segurança e a proteção do país e claramente minam todas as
conversações em curso entre o Iraque e a coalizão liderada pelos Estados Unidos",
acrescentou.
Já o
Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) declarou em postagem na rede
social X (antigo Twitter) que não hesitará em "tomar as medidas
necessárias para proteger o nosso povo e responsabilizar todos aqueles que
ameaçam a segurança das nossas forças".
·
Início frustrado para encerrar a presença
dos EUA
A primeira
rodada para discutir o fim da coalizão liderada pelo governo norte-americano no
Iraque ocorreu em 27 de janeiro. Porém, mais tarde, três soldados do país foram
mortos depois de um ataque próximo à fronteira da Jordânia com a Síria, o que
esfriou as negociações. O país acusou a Resistência Islâmica no Iraque, apoiada
pelo Irã, de realizar o atentado.
Logo após
o ataque, o porta-voz do Comando Conjunto de Operações do Iraque, Tahsin
al-Khafaji, também comentou a situação. Segundo ele, a ação compromete todos os
entendimentos existentes entre os dois países. O ataque a um carro deixou três
pessoas mortas e outras duas feridas na região leste de Bagdá.
O
porta-voz responsabilizou os EUA e as forças da coalizão pelas consequências
perigosas dessas ações, que ameaçam a segurança do país e minam claramente
todos os acordos bilaterais. Ele destacou que o ataque representa uma clara
violação da soberania iraquiana, colocando a região em situação de perigosas
repercussões.
"Nós
responsabilizamos o lado dos EUA e as forças da coligação pelas repercussões
dessas ações perigosas que ameaçam a segurança do país e minam claramente todos
os acordos que ocorrem entre as duas partes", disse o porta-voz.
Fonte:
Sputnik Brasil
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