sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Economia da Rússia supera sanções e atinge máximo em 2023, com crescimento de 3,6%

O país cresceu significativamente no último ano, após uma pequena contração em 2022, com o ministro do Desenvolvimento Econômico explicando os alicerces dessa evolução.

O PIB da Rússia cresceu 3,6% em 2023, uma taxa de crescimento quase idêntica à estimada pelo Ministério para Desenvolvimento Econômico do país, revelou nesta quinta-feira (8) o Serviço Federal da Estatística russo (Rosstat).

"O volume do PIB da Rússia em 2023, de acordo com a primeira estimativa, totalizou 171,041 trilhões de rublos [R$ 9,32 trilhões] em preços correntes. O índice do volume físico do PIB em relação a 2022 foi de 103,6%. O índice-deflator do PIB em 2023 em relação aos preços de 2022 foi de 106,3%", relatou o Rosstat.

Maksim Reshetnikov, ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, associou o crescimento da economia com a demanda do consumidor e do investimento.

"O crescimento da atividade de consumo foi proporcionado pela renda dos cidadãos, que no ano passado aumentou 4,6% em termos reais. Em primeiro lugar, devido ao aumento da remuneração do trabalho dos funcionários, mas um fator importante também foi o crescimento da renda empresarial, em quase um quarto em termos reais", detalhou.

"Implementamos ativamente programas de substituição de importações para apoiar a demanda. Como resultado, uma contribuição significativa para o crescimento econômico foi feita pelo setor industrial, orientado para a demanda doméstica", disse ele.

De acordo com as estimativas do Ministério para Desenvolvimento Econômico, o PIB da Rússia cresceu em dezembro de 2023 4,6% em relação a 2022, e 5,1% em termos anuais no quarto trimestre em relação ao ano anterior.

O crescimento ocorre apesar das sanções sem precedentes na história aplicadas pelos países ocidentais contra a Rússia a partir de 2022, que se somaram às aplicadas previamente. Nesse ano, a economia russa contraiu 1,9%.

¨      Ocidente sonha em retirar a Rússia da OSCE, não gosta de ouvir sua opinião, diz vice-chanceler russo

De acordo com o vice-ministro russo, a Rússia seguirá emitindo sua opinião na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, sem se afastar dela, mesmo que os países ocidentais não gostem disso.

Os países ocidentais sonham em retirar a Rússia da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e estão irritados com o fato de terem que ouvir a posição de Moscou sobre a agenda atual, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia em declarações ao canal russo Rossiya 24.

"Trata-se de uma das poucas plataformas de diálogo que permanece. Vemos que a maioria agressiva dos blocos ocidentais sonha em nos excluir da OSCE para transformar essa organização em uma espécie de comunidade política europeia e, em seguida, declarar que existe uma unidade euroatlântica e euroasiática na qual não há lugar para a Rússia e Belarus incivilizadas. Esse é o plano", apontou Aleksandr Grushko.

Ele acrescentou que os países ocidentais da OSCE estão irritados por serem literalmente "forçados a ouvir" as avaliações de Moscou, que não deixa de lado seus princípios quando discutindo a agenda atual.

"Se falarmos sobre o estado atual, o Ocidente transformou a OSCE em uma plataforma de confronto. Eles estão terrivelmente irritados com o fato de a OSCE manter a regra do consenso, e que não podem fazer nada conosco, belarussos e alguns outros que pensam nas categorias certas", sublinhou o alto responsável russo.

 

Ø  'Mundo está entrando na era do caos', diz secretário-geral da ONU

 

Em seu discurso anual de apresentação das prioridades ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que as guerras e conflitos ao redor do mundo estão criando uma realidade "perigosa e imprevisível".

"Para milhões de pessoas envolvidas em conflitos em todo o mundo, a vida é um inferno mortal diário e faminto", disse Guterres na Assembleia Geral da ONU.

Segundo o secretário-geral, o que descreveu como "era do caos" significa a criação de uma "perigosa e imprevisível situação de vale-tudo", em um momento que o Conselho de Segurança vive um "impasse por fissuras geopolíticas".

Entre as questões que dividem o conselho, Guterres destacou a guerra de Israel na Faixa de Gaza. Ele acrescentou que esteve inquieto com as pretensões de Israel em concentrar sua ofensiva na região sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas estão desabrigadas enquanto a localidade sofre com ataques aéreos e terrestres.

"Tal ação aumentaria exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário, com consequências regionais incalculáveis", alertou.

O secretário-geral também criticou os Estados que procuram reforçar os seus arsenais de armas de destruição em massa, medidas que, segundo ele, servem apenas para aumentar a insegurança global e inflamar tensões regionais.

"Depois de décadas de desarmamento nuclear, os Estados estão a competir para tornar os seus arsenais nucleares mais rápidos, mais secretos e mais precisos", disse ele.

Guterres afirmou que, embora o Conselho de Segurança tenha sofrido divisões no passado, a situação atual pode ser descrita como "mais profunda e mais perigosa".

"Durante a Guerra Fria, mecanismos bem estabelecidos ajudaram a gerir as relações entre as superpotências", disse ele. "No mundo multipolar de hoje, tais mecanismos estão faltando", acrescentou.

Em seu discurso, ele também apelou para que os Estados "façam as pazes com o planeta", e se comprometam com as agendas climáticas, ajudando a diminuir as emissões prejudiciais e trabalhando para gradualmente parar com a utilização de combustíveis fósseis.

·        Senado dos EUA avança em projeto de financiamento de US$ 95 bi a Ucrânia, Israel e Taiwan

Divergências entre democratas e republicanos com relação a inclusão de recursos para investimentos na fronteira entre os Estados Unidos e México arrastam discussões na Casa e levaram a rejeição de um primeiro projeto. Porém, nesta quinta-feira (8), Senado aprovou o andamento do texto que retirou recursos para o controle migratório.

Em meio às divergências com os parlamentares republicanos, que dominam a Câmara dos Representantes, o Senado dos EUA aprovou o avanço das discussões do projeto de lei com financiamento suplementar de US$ 95 bilhões (R$ 479,3 bilhões) para Ucrânia, Israel e Taiwan.

Anteriormente, os senadores rejeitaram a proposta que incluía medidas para a política de fronteiras e migração, principalmente na região próxima ao México. Conforme a nova proposta, que seguirá em discussão no parlamento, serão US$ 60 bilhões (R$ 299 bilhões) para Kiev e outros US$ 14 bilhões (R$ 69,9 bilhões) destinados para Israel.

"É uma ideia terrível apresentar e aprovar um projeto de lei que tenta proteger as fronteiras de outros países antes de protegermos as nossas", disse o senador republicano Rand Paul, que votou contra o avanço do texto e apelou aos legisladores para abordarem primeiro a segurança interna.

Na última quarta (7), o Senado havia rejeitado o mesmo projeto, porém com a previsão total de US$ 118 bilhões (R$ 589,2 bilhões) por conta de inclusão de US$ 20,2 bilhões (R$ 100,8 bilhões) somente para a proteção das fronteiras do país com o México. O texto era apoiado pelo presidente Joe Biden, que tenta a reeleição neste ano em meio ao cansaço com dos eleitores do país com apoio ao conflito na Ucrânia.

O líder da maioria no Senado dos EUA , Chuck Schumer, disse que espera chegar a um acordo com os republicanos sobre um processo para alterar o projeto. Segundo o democrata, os senadores continuarão trabalhando na legislação até que "o trabalho esteja concluído".

·        'Corrupção fora de controle'

No fim de janeiro, o senador norte-americano JD Vance chegou a pedir aos seus colegas republicanos que rejeitem qualquer ajuda adicional à Ucrânia, depois de um relatório recente do Pentágono ter documentado falhas no monitoramento de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em armas enviadas para o país.

"Simplesmente não temos ideia para onde foi muito do nosso dinheiro para a Ucrânia. A corrupção está fora de controle. Mais uma razão para rejeitar mais ajuda", comentou o senador JD Vance (republicano por Ohio).

 

Ø  'Pensei que ia morrer. A situação aqui está difícil': o que enfrentam os mercenários na Ucrânia?

 

"A situação aqui esta difícil", afirmou um dos mercenários colombianos a serviço das Forças Armadas ucranianas ao descrever a situação no front.

Outro soldado do país sul-americano explicou os motivos pelos quais foram para a Ucrânia, e, segundo ele, estes não são ideológicos.

Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, Kiev tem buscado ativamente a contratação de mercenários de outros países, utilizando suas missões diplomáticas no exterior diante da ausência de qualquer proibição categórica. O grupo é denominado Voluntários Internacionais para a Ucrânia.

As primeiras levas de voluntários vieram principalmente de Estados pós-soviéticos ou de língua inglesa. Falar russo ou inglês facilitou a integração deles nas tropas ucranianas, conforme relatou Aleksandr Shaguri, oficial do Departamento de Coordenação de Estrangeiros nas Forças Armadas da Ucrânia, à Associated Press (AP). Em suas palavras, em 2023 o Exército desenvolveu uma infraestrutura de recrutadores, instrutores e oficiais operacionais subalternos de língua espanhola.

O que enfrentam os mercenários na Ucrânia?

Um homem, conhecido pelo codinome Checho, contou à agência que "questões de princípio" o levaram a viajar para Kiev em setembro passado. Ele estima que só em sua unidade havia cerca de 100 outros combatentes colombianos que fizeram a mesma viagem.

"Pensei que ia morrer […]. A situação aqui é difícil. Estamos sujeitos a bombardeamentos constantes, mas continuaremos a lutar", disse à AP, acrescentando que quando algo corre mal, é difícil para os familiares obterem informações sobre seus entes queridos.

Ele citou um colombiano que perdeu contato com seu primo, Óscar Triana, após sua chegada à Ucrânia, em agosto de 2023. Seis semanas depois, o soldado aposentado de Bogotá parou de postar atualizações em suas redes sociais.

 

Ø  Iraque pede saída de coalizão liderada pelos EUA e fala em ameaça à estabilidade do país

 

Diante do ataque com drone coordenado pelos Estados Unidos na noite de quarta-feira (7) em Bagdá, o governo do Iraque voltou a reagir hoje e disse que é necessário, "mais do que nunca", encerrar a missão das forças da coalizão liderada pelos norte-americanos no país.

O ataque aconteceu na região leste da capital iraquiana, quando um drone bombardeou um veículo utilitário esportivo das forças Al-Hashd al-Shaabi, um corpo paramilitar, no bairro de Al-Mashtal. Pelo menos três pessoas foram mortas, entre eles Abu Baqir al-Saadi, comandante da Kataib Hezbollah, grupo armado no Iraque apoiado pelo Irã e que tem vínculos com o outro movimento iraquiano.

O Irã também reagiu e afirmou que o ataque dos EUA é uma "ameaça à paz e à segurança".

·        Assassinato 'insensato' em bairro residencial

O porta-voz militar do primeiro-ministro do Iraque, Yahya Rasoul, declarou em comunicado que as forças norte-americanas, "mais uma vez", cometeram um assassinato insensato em pleno bairro residencial de Bagdá.

"Esse caminho incentiva o governo iraquiano, mais do que nunca, a encerrar a missão da coalizão internacional, que se tornou um fator de instabilidade para o Iraque", disse Rasoul, de acordo com a agência Xinhua.

Para o porta-voz, o ataque com drone ainda "mina todos os acordos entre o Iraque e os Estados Unidos".

"Responsabilizamos a parte americana e as forças da coalizão pelas repercussões dessas perigosas ações que ameaçam a segurança e a proteção do país e claramente minam todas as conversações em curso entre o Iraque e a coalizão liderada pelos Estados Unidos", acrescentou.

Já o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) declarou em postagem na rede social X (antigo Twitter) que não hesitará em "tomar as medidas necessárias para proteger o nosso povo e responsabilizar todos aqueles que ameaçam a segurança das nossas forças".

·        Início frustrado para encerrar a presença dos EUA

A primeira rodada para discutir o fim da coalizão liderada pelo governo norte-americano no Iraque ocorreu em 27 de janeiro. Porém, mais tarde, três soldados do país foram mortos depois de um ataque próximo à fronteira da Jordânia com a Síria, o que esfriou as negociações. O país acusou a Resistência Islâmica no Iraque, apoiada pelo Irã, de realizar o atentado.

Logo após o ataque, o porta-voz do Comando Conjunto de Operações do Iraque, Tahsin al-Khafaji, também comentou a situação. Segundo ele, a ação compromete todos os entendimentos existentes entre os dois países. O ataque a um carro deixou três pessoas mortas e outras duas feridas na região leste de Bagdá.

O porta-voz responsabilizou os EUA e as forças da coalizão pelas consequências perigosas dessas ações, que ameaçam a segurança do país e minam claramente todos os acordos bilaterais. Ele destacou que o ataque representa uma clara violação da soberania iraquiana, colocando a região em situação de perigosas repercussões.

"Nós responsabilizamos o lado dos EUA e as forças da coligação pelas repercussões dessas ações perigosas que ameaçam a segurança do país e minam claramente todos os acordos que ocorrem entre as duas partes", disse o porta-voz.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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