Carma pode
explicar muitas coisas na vida dos casais
Se a união
entre os sexos é uma lei imposta pela natureza para a perpetuação da espécie,
por que há tantos percalços e desilusões no caminho dos casais que, consciente
ou inconscientemente, não fazem mais que obedecê-la? Pelas religiões e
filosofias gerais, que ensinam que o homem e a mulher foram criados na hora do
seu nascimento ou da concepção, e que seus espíritos não existiam antes, é
impossível descobrir a resposta. Isso não acontece se procurarmos a explicação
na reencarnação, como sugerem doutrinas como a espírita.
Para os
reencarnacionistas, o homem foi criado simples e ignorante, e as vidas
sucessivas não passam de um processo corretivo e educador que tem por fim a
evolução. Nesse programa de vidas sucessivas, as pessoas renascem em diferentes
posições sociais, de saúde, de sexo e de relacionamento, e como a lei é
universal e igual para todos, elas se reencontram com outros membros do seu
grupo, todos em diferentes posições de relacionamento, segundo as necessidades
evolutivas individuais ou grupais.
Assim, uma
pessoa que teve um filho numa vida poderá renascer em outra como seu irmão, seu
filho, sua amiga, seu esposo, etc. Poderá também apresentar-se como pessoa do
outro sexo, como ocorre com os transexuais, os homossexuais, etc. Cada vida tem
por fim proporcionar experiências diversas de trabalho, de relacionamento e de
posição social, assim enriquecendo o espírito humano.
O
casamento é uma prova difícil, pois é nele que duas pes¬soas, muitas vezes
antagônicas, vivem juntas na tentativa de aplainar problemas de relacionamento
e outros oriundos do passado de ambas. Qual seria o método empregado para levar
essas pessoas a se unir? O esquema é o seguinte: quando ainda aguardam a
oportunidade de renascer, no plano espiritual, elas conhecem o seu passado. É
sugerido a elas, então, que, para sanarem problemas desse passado, seria
conveniente tentarem viver juntas. Assim se conheceriam melhor.
Criação de
miragens
Se as duas
aceitam, renascem em épocas adequadas e as lembranças que poderiam dificultar a
união são apagadas de suas memórias. Para ajudá-las a cumprir o que se
propuseram a fazer, o plano espiritual faz com que se encontrem e lança mão de
vibrações amorosas que também criam uma miragem. O moço e a moça se apaixonam e
se casam; mesmo depois que a miragem se desfaz e o amor esfria, eles, para sua
própria tranquilidade e bem-estar, se esforçam para resolver os problemas que
surgem no convívio diário, e que podem incluir os filhos. Assim, enfrentando as
lições que o matrimônio oferece, eles, além de aprenderem, ressarcirão seus
débitos mútuos. Os que abandonam a luta, sem terminar o que se propuseram a
fazer, aumentam seus débitos e repetirão a dose em outras vidas.
Um exemplo
que conhecemos é o caso de uma jovem solteira e de boa família que foi passar
uma longa temporada no exterior, onde se apaixonou por um homem e engravidou.
Temendo a reação da família, ela entregou a criança a duas mulheres, que a
criariam com a ajuda financeira prometida pelo pai.
A moça
depois voltou para o seu país e o pai esqueceu o compromisso que havia
assumido. A criança – um menino – foi então criada pelas mulheres de forma
precária. Descobriu suas origens e revoltou-se com o abandono. Terminou por
tornar-se um delinquente.
Tempos
depois, a mãe voltou ao plano espiritual, onde ficou por algum tempo. Ao se
aproximar a época de retornar à Terra, foi-lhe apresentado um quadro da vida
anterior. Como ela havia adquirido certo grau de espiritualidade, compreendeu
seu erro e se sentiu impelida a ajudar o filho na medida do possível. Assim,
quando lhe foi sugerido que assumisse a responsabilidade de viver perto dele,
ela aceitou e a vida de ambos foi então delineada em grandes traços. Ela
reencarnaria e viveria como sua esposa.
As
lembranças da vida anterior foram varridas e ambos renasceram. De uma forma
estranha, ela se reencontrou com o moço que anteriormente fora o seu filho.
Vieram o namoro e o casamento, que azedou quando o marido se mostrou totalmente
irresponsável. Quando os filhos nasceram, o pai, voltado para si mesmo, pouco interesse
mostrou e, sem ter noções de como viver numa sociedade regida por leis,
metia-se em constantes dificuldades. À esposa (que na encarnação anterior lhe
fizera mal) cabia salvá-lo das consequências, trabalhando para ambos e para a
criação dos filhos. Assim, viveram uma união amarga, em que os incidentes
desagradáveis ocorriam em monótona sequência e só terminaram com o suicídio do
esposo.
Justiça
perfeita
Se
fôssemos procurar nos dogmas das igrejas ocidentais a razão pela qual o Criador
formara duas criaturas tão diferentes, unindo-as depois em matrimônio, só
poderíamos pensar que, por motivos misteriosos, Ele fora profundamente injusto.
Não teríamos condições de compreender por que o marido se comportava daquela
forma nem de explicar por que ela suportava as agruras do casamento quando
poderia ter optado pela separação. Mas para os que sabem como a reencarnação
opera, a justiça se mostra clara e perfeita: uma mãe egoís¬ta e irresponsável
recebe, na qualidade de companheiro, também irresponsável e egoís¬ta, o filho
que abandonara em outra vida. O jovem anteriormente desamparado, sem a mãe que
o protegesse e ensinasse então, é atraído para aquela que fora em parte
responsável pelos erros que cometera em outra vida.
Reencontrando-se,
ambos tiveram condições de resolver ao menos parte dos seus problemas e
aplainar algumas das suas faltas. Quanto ao pai, que desprezara seu compromisso
de ajudar financeiramente na criação do filho, as leis da reencarnação também o
preparam para assumir essa responsabilidade, seja num futuro próximo ou
distante. Em outras palavras, a semea¬dura é livre, mas a colheita é
obrigatória, e o que um semeia outro não colhe.
Vemos
também que o dito popular “os casamentos são feitos no céu” expressa uma
realidade. Se substituirmos a palavra “céu” por “plano espiritual”,
compreenderemos que os casamentos são de fato tramados em outra dimensão.
Fonte:
Planeta
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