Luís
Humberto Carrijo: Brasil volta a ser um país de classe média. O segredo foi
fazer o oposto do que a imprensa queria
No mundo real, o país não se
cansa de colher notícias boas. A mais recente foi a de que o Brasil retomou sua
trajetória de inclusão social e voltou a ser um país de classe média, algo que
não se via desde 2015, quando o país era sabotado com as pautas-bomba do
famigerado Eduardo Cunha, ex-presidente do Câmara dos Deputados. O estudo da
Tendências Consultoria, que aponta que 50,1% das famílias estão nas classes C
ou acima, demonstra que sob o governo petista, políticas redistributivas e de
incentivo ao consumo interno foram cruciais para tirar milhões de brasileiros
da pobreza. O segredo do sucesso? Foi fazer exatamente o oposto do que queriam
a imprensa corporativa e o mercado.
Os editoriais dos grandes
jornais brasileiros frequentemente adotam uma narrativa econômica que
privilegia a elite, ignorando os avanços sociais promovidos por políticas
voltadas para a redistribuição de renda. Apesar dos dados positivos em todas as
áreas socioeconômicas sob o governo petista, prevalece no noticiário dessa
mídia o descompasso gritante com a realidade vivida pela maioria da população
com a defesa intransigente de cortes de gastos e superávits primários com
intuito de atender interesses da restrita e exclusiva classe de agentes do
mercado financeiro.
A receita prescrita pelos
jornais — cortes de gastos e superávits fiscais — é uma fórmula clássica de
fracasso que sugere austeridade nociva de controle inflacionário, que
historicamente trouxe consequências devastadoras para a economia e a sociedade:
dívida pública explodindo, indústria sufocada, desmonte de políticas industrial
e de desenvolvimento e juros nas alturas.
Essas medidas não só
comprometem investimentos em saúde, educação e infraestrutura, como também sacrificam
o poder de compra das famílias e aumentam o desemprego. Quem ganha com isso? O
mercado financeiro, que lucra com juros elevados pagos pelo governo. Quem
perde? O povo brasileiro, especialmente os mais pobres.
A insistência em políticas
de austeridade revela um alinhamento dos grandes veículos de comunicação com a
elite econômica, que teme a redistribuição de renda e a redução das
desigualdades sociais. Essa posição, disfarçada sob o manto de
“responsabilidade fiscal”, é, na verdade, uma defesa do status quo e do
privilégio.
Em um governo democrático, o
Estado deve existir para promover a felicidade e o bem-estar da população, como
preconizam os fundamentos filosóficos de uma sociedade justa. Sob essa
perspectiva, as políticas petistas estão alinhadas com a essência do papel
estatal: promover o desenvolvimento humano e reduzir desigualdades. Ignorar
esse papel, como sugerem os jornais, é abdicar da responsabilidade social em
nome de uma suposta estabilidade macroeconômica que só beneficia uma pequena
parcela da sociedade.
Aceitar a receita dos
grandes jornais seria um erro fatal para o governo petista. Além de trair seu
programa histórico de combate às desigualdades, o partido arriscaria alienar
sua base eleitoral, comprometendo suas chances de sobrevivência política. Essa
estratégia seria tão desastrosa quanto Winston Churchill aceitar conselhos de
Adolf Hitler de como vencer a Segunda Guerra Mundial. Assim como Churchill
reconheceu que não se pode vencer o inimigo seguindo suas regras, o PT deve resistir
às pressões dos que não têm compromisso com o povo brasileiro.
Os grandes jornais (O
Globo, Estadão e Folha de S. Paulo), se
praticassem jornalismo objetivo, sem viés ideológico e partidário, em vez de
serem agência de relações públicas do capital financeiro, deveriam admitir os
avanços reais, verificáveis e palpáveis do governo petista, reconhecer que o
verdadeiro propósito do Estado é atender às necessidades da maioria e abandonar
o alarmismo ficcional e a ameaça irreal de descontrole inflacionário como
justificativa para favorecer tão somente uma casta de super privilegiados.
Ao criticar as políticas
petistas que promovem inclusão social, os veículos de comunicação demonstram
que não estão comprometidos em construir um Brasil mais justo e próspero. Cabe
ao governo petista rejeitar a receita de fracasso de contracionismo fiscal e
continuar avançando na construção de uma sociedade onde todos, e não apenas
poucos, possam prosperar.
¨ No governo
Lula 3, Brasil volta a ser um país majoritariamente de classe média
O Brasil volta a despontar
como um país majoritariamente de classe média graças ao crescimento do emprego
e aos ganhos de renda durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. De acordo com um estudo da Tendências Consultoria, reportado pelo jornal O Globo, o número de
domicílios nas classes C, B e A — rendimentos domiciliares acima de R$ 3,4 mil
— atingiu 50,1% em 2024, superando pela primeira vez desde 2015 a marca de
metade das famílias.
No último trimestre, o
desemprego caiu a 6,1%, segundo dados do IBGE, configurando o menor patamar da
série histórica. Esse cenário favorável tem sido determinante para promover o
avanço social das famílias brasileiras. “Desde 2023 houve migração importante
das famílias da classe D/E para a classe C, decorrente da melhora significativa
do mercado de trabalho no pós-pandemia”, afirma a economista Camila Saito, da
Tendências.
<><> Ascensão social sob o efeito do
emprego e da renda
Tipicamente, as classes C e
B são consideradas a base da classe média, com a renda do trabalho como
principal fonte de sustento. Nos dois primeiros anos do governo Lula 3, o país
viveu uma retomada econômica marcada por políticas de valorização do salário
mínimo. Em 2023 e 2024, houve reajustes acima da inflação, o que ajudou a
impulsionar a massa salarial: “Isso acarretou melhor desempenho dessas classes
em relação às demais”, destaca Camila.
A massa de renda total, que
inclui salários, benefícios sociais e outras fontes (como juros de
investimentos), subiu em média 7% em 2024. Entre as famílias com rendimento de
R$ 3,5 mil a R$ 8,1 mil (classe C), o avanço foi de 9,5%, enquanto a classe B
(R$ 8,1 mil a R$ 25 mil) cresceu 8,7%. Para 2025, a Tendências prevê que a
mobilidade social continue, mas em ritmo mais lento, devido a um cenário
econômico mais moderado. “Nossas estimativas consideram uma tendência de lenta mobilidade
social das famílias para classes de renda superiores. A mobilidade social das
classes D e E deve ser reduzida nos próximos anos, acompanhando um fenômeno
típico de países com alta desigualdade”, explica a economista.
Ela salienta ainda que a conquista
de um emprego não basta para vencer a pobreza extrema, em função das “baixas
remunerações, elevadas desigualdades entre grupos de população ocupada, altas
taxas de informalidade e marcante heterogeneidade entre os setores produtivos.”
<><> Queda histórica do desemprego e
redução da desigualdade
Além do incremento salarial,
o Brasil viu o desemprego atingir o menor nível já registrado pelo IBGE, de
6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024. O nível de ocupação (total de
pessoas com trabalho em relação à população total) chegou a 58,8%, superando a
marca de 2019.
O economista Marcelo Neri,
diretor da FGV Social, avalia que os resultados recentes são “bastante
alvissareiros” e comparáveis ao melhor período de geração de empregos até
então, em 2014, mas com um diferencial: no último ano, também houve queda na
desigualdade. “Nos nossos estudos da nova classe média, três componentes
estavam presentes: crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), como está
havendo nos últimos dois anos; crescimento da renda do trabalho bem acima do
PIB, que está acontecendo também; e agora, em 2024, a queda na desigualdade”,
afirma.
Segundo Neri, até o terceiro
trimestre de 2024, a renda média domiciliar per capita em 12 meses subiu 6,98%,
mas entre os 50% mais pobres, o avanço foi de 10,2%. “A causa principal dessa
alta maior veio da queda do desemprego, que respondeu por 40% do aumento da
renda das famílias”, explica. Esse aquecimento também se reflete na criação de
vagas formais: foram 3,6 milhões de novos postos com carteira assinada de
janeiro de 2023 a setembro de 2024.
¨ Lula
comemora volta do Brasil ao nível de classe média
O
presidente Lula (PT) reagiu pelas redes sociais neste domingo (5) à notícia de
que o Brasil, depois de quase dez anos, retornou em 2024 ao patamar de país de
classe média, com a renda de 50,1% famílias superando R$ 3,4 mil por mês.
"Esse é o país que estamos construindo juntos, onde as famílias têm mais
emprego e renda, mais oportunidades e crescimento econômico", publicou
Lula.
¨ "O
Brasil ser um país de classe média é um desejo público do presidente",
destaca Alckmin
Vice-presidente e ministro
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB)
celebrou o retorno do Brasil ao patamar de um país de classe média e lembrou
que este é um "desejo público" do presidente Lula (PT). Ele ainda
afirmou que todas as medidas econômicas que o governo vem tomando têm como
objetivo combater as desigualdades sociais e que, com o avanço de reformas
econômicas propostas pelo Ministério da Fazenda, aliadas ao equilíbrio fiscal,
a tendência é que o país acumule resultados "ainda melhores".
"O Brasil ser um país
de classe média é um desejo público do presidente Lula. Combater a desigualdade
e tornar o país mais justo para todos, especialmente aos que dependem dos
frutos do seu trabalho, explica todas as medidas que tomamos. Com os avanços
nas reformas econômicas e no equilíbrio fiscal, lideradas pelo ministro
Fernando Haddad, os resultados serão ainda melhores!", publicou Alckmin no
X, antigo Twitter, neste domingo (5).
Dados de um
estudo da Tendências Consultoria, publicados pelo jornal O Globo,
apontam que, em 2024, o número de domicílios nas classes C, B e A (renda acima
de R$ 3,4 mil) atingiu 50,1%, superando pela primeira vez, desde 2015, a marca
de metade das famílias. Esse marco reflete uma recuperação social e econômica
impulsionada por políticas de valorização do salário mínimo e criação de
empregos formais durante o terceiro mandato do presidente Lula (PT).
¨ Luiz Marinho exalta "melhoria da qualidade do
emprego"
O Brasil
voltou a ser considerado um país majoritariamente de classe média, resultado da
combinação de crescimento econômico, aumento da renda do trabalho e redução da
desigualdade. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), destacou o
papel da "melhoria da qualidade do emprego" nesse avanço, em publicação
no X, antigo Twitter, neste domingo (5). Segundo Marinho, "o retorno do
Brasil à condição de país de classe média se deve à melhoria da qualidade do
emprego a partir de 2023".
¨ Boulos
comemora volta do Brasil ao status de país de classe média
O deputado federal Guilherme
Boulos foi às redes sociais neste domingo (5) comemorar o retorno do Brasil,
sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao status de país de
classe média.
"Efeito Lula",
postou Boulos na plataforma X.
O Brasil voltou a ser
predominantemente de classe média em 2024, conforme levantamento da Tendências
Consultoria, divulgado pelo jornal O Globo neste domingo (5).
O estudo revela que 50,1% dos domicílios brasileiros agora pertencem às classes
C, B e A, com renda mensal superior a R$ 3,4 mil, superando, pela primeira vez
desde 2015, a marca de metade das famílias. Esse avanço reflete uma recuperação
econômica sustentada pelo aumento dos níveis de emprego e maior estabilidade no
mercado de trabalho.
¨ Gleisi
critica Globo por "esconder" Lula em matéria sobre volta do Brasil ao
patamar de país de classe média
Um estudo da Tendências
Consultoria, publicado pelo jornal O Globo, revelou um marco significativo na recuperação
social e econômica do Brasil: pela primeira vez desde 2015, mais da metade das
famílias brasileiras está na faixa de renda das classes C, B e A. Em 2024,
50,1% dos domicílios passaram a ter rendimentos superiores a R$ 3,4 mil
mensais. A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), celebrou o
resultado, mas criticou o veículo de comunicação da família Marinho por
"esconder" o verdadeiro responsável pela ascensão social dos
brasileiros no último ano: o presidente Lula (PT). "A ascensão social da
maioria dos brasileiros em 2024 é o resultado direto da retomada do emprego e
do aumento real dos salários no governo do presidente Lula, mas a manchete do
jornal O Globo e o texto da matéria sobre um estudo da Tendências Consultoria
escondem o nome do responsável por essa grande mudança". Ela ainda
criticou políticas neoliberais dos governos anteriores.
Em postagem nas redes
sociais neste domingo (5), Gleisi afirmou que os resultados demonstram o
impacto positivo de políticas de valorização do salário mínimo, geração de
empregos formais e ampliação de investimentos públicos. Segundo ela, essas
iniciativas contrastam com o "desmonte" promovido por gestões anteriores,
como a de Jair Bolsonaro (PL) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
<><> Crítica ao
modelo neoliberal
Gleisi Hoffmann destacou que
o sucesso das políticas de inclusão social implementadas pelo governo Lula
contrasta com o fracasso das políticas neoliberais promovidas após o golpe
contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Para a deputada, a recuperação
atual só foi possível devido à reversão de anos de "desemprego,
precariedade e salários congelados" durante os governos Michel Temer (MDB)
e Jair Bolsonaro.
Além disso, Gleisi alertou
para os desafios que ainda ameaçam o processo de inclusão social. Entre eles,
citou a política monetária "absurdamente contracionista" do Banco
Central e a pressão por cortes nos investimentos públicos. "Apesar das
dificuldades, o presidente Lula conseguiu colocar o Brasil no rumo certo outra
vez", concluiu.
<><> Políticas
de valorização salarial e emprego formal
Os dados indicam que o
fortalecimento do mercado de trabalho foi crucial para a ascensão social. A
renda média das classes C e B, que formam a base da classe média brasileira,
cresceu significativamente em 2024: os rendimentos domiciliares da classe C (R$
3,5 mil a R$ 8,1 mil) aumentaram 9,5%, enquanto na classe B (R$ 8,1 mil a R$ 25
mil), o crescimento foi de 8,7%.
Destaca-se, ainda, a
política de reajuste do salário mínimo acima da inflação, implementada pelo
governo Lula. Além disso, a geração de 3,6 milhões de novos empregos formais
entre janeiro de 2023 e setembro de 2024 foi determinante para elevar a renda
das famílias e estimular o consumo interno.
¨ Reforma da
renda será discutida após eleição da presidência da Câmara e Senado, diz Haddad
O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, anunciou que o governo federal aguardará a eleição da
presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para iniciar a
discussão sobre a reforma da renda no Congresso Nacional. A declaração foi
feita após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), onde
também foram abordados assuntos relacionados à agenda econômica de 2025 e à
votação do Orçamento deste ano.
De acordo com Haddad, a
principal prioridade do governo, neste início de ano, é a aprovação da Lei
Orçamentária Anual (LOA). “A votação da LOA é a prioridade do governo neste
momento”, afirmou o ministro, de acordo com a CNN Brasil.
A legislação orçamentária,
que deveria ter sido aprovada em dezembro de 2024, ainda não foi ratificada
pelo Congresso Nacional. Entretanto, com a falta da aprovação formal, a União
pode continuar realizando o pagamento das despesas essenciais, como salários e
aposentadorias.
Haddad também comentou sobre
a reforma da renda em andamento no governo, que passou por uma revisão devido a
uma “inconsistência” identificada pela equipe econômica. O ministro explicou
que a Receita Federal ainda não havia processado o novo modelo da reforma por
conta da sobrecarga de trabalho no final do ano, mas afirmou que isso deve ser
resolvido nos próximos dias.
Questionado sobre a solução
para a inconsistência mencionada anteriormente, Haddad respondeu de forma
objetiva: “Vou saber hoje”. O processo de ajustes e revisões no orçamento e nas
propostas fiscais do governo ainda está em andamento, como destacou o ministro:
“Temos que falar com o relator [senador Angelo Coronel] para ajustar o
orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas no
final do ano passado”, disse o ministro
Sobre a possibilidade de
aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a saída de
dólares do Brasil, Haddad foi claro em descartar a medida. Segundo o ministro,
o governo está focado em recompor a base fiscal por meio de propostas
legislativas já em trâmite no Congresso e não em mudanças drásticas, como o
aumento do IOF.
“Não existe discussão de
mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo.
Estamos recompondo a base fiscal por meio das propostas que estão sendo
endereçadas ao Congresso Nacional”, explicou Haddad.
Ainda segundo a reportagem,
em relação à oscilação do dólar, o ministro apontou que o mercado está passando
por um processo de “acomodação natural”, destacando que o estresse financeiro
global no final de 2024 afetou tanto os Estados Unidos quanto o Brasil. Haddad
também citou declarações de moderamento feitas pelo presidente eleito dos
Estados Unidos, Donald Trump, que contribuem para a expectativa de uma
estabilização do câmbio.
Fonte: Brasil 247
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