quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

5 anos da Covid-19: relembre o histórico desde 1º caso até fim da emergência

Há exatos cinco anos, no dia 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu alerta sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. Era o início do que se tornaria, no ano seguinte, a pandemia de Covid-19, causada por um novo tipo de coronavírus até então desconhecido.

Desde então até o momento atual, foram mais de 695 milhões de casos confirmados pela doença no mundo, resultando em quase 7 milhões de mortes. Ao longo dos anos, surgiram diferentes variantes do vírus, causando diferentes ondas de infecções e óbitos, além de apresentarem diversidade de sintomas. Até hoje, ainda há muitas questões não respondidas, como as causas por trás da Covid longa ou de reinfecções recorrentes.

A seguir, relembre o histórico da Covid-19 desde o seu surgimento, em 2019, até o fim da emergência de saúde pública global, decretada em 2023.

·        Dezembro de 2019 a fevereiro de 2020: Alerta sobre primeiros casos e identificação de “novo coronavírus”

Em 31 de dezembro de 2019, a OMS recebeu um alerta sobre vários casos de pneumonia “de origem desconhecida” em Wuhan, na China. Tratava-se de uma nova cepa do coronavírus que ainda não tinha sido identificada em humanos.

Os coronavírus já eram conhecidos: eles são um dos principais responsáveis por resfriado comum, ficando atrás apenas do rinovírus. Até então, eram seis coronavírus identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, Sars-Cov (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio).

No dia 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que os casos recentes de pneumonia eram causados por um novo tipo de coronavírus, que, no dia 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de Sars-Cov-2. Popularmente, também ficou conhecido como “novo coronavírus”. Posteriormente, a doença causada por ele foi oficialmente denominada Covid-19.

No dia 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus se constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Esse é o nível mais alto de alerta da entidade e é considerado “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado no dia 26 de fevereiro daquele ano, em um homem de 61 anos com histórico de viagem para Itália, um dos países mais afetados pelo surto, na época.

·        Março e abril de 2020: OMS caracteriza o surto de Covid-19 como pandemia

No dia 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma “pandemia”, ou seja, uma doença que causa surtos simultâneos em vários países e regiões do mundo.

A partir de então, diversas nações começaram a constituir “quarentenas” e medidas de isolamento social, recomendando que suas populações evitassem o contato com outras pessoas a fim de tentar conter a disseminação do vírus.

No dia 17 de março, o Ministério da Saúde foi notificado da primeira morte por Covid-19 no Brasil. A vítima foi um homem de 62 anos que tinha histórico de diabetes e hipertensão. A partir disso, e de outras mortes suspeitas, estados brasileiros começaram a definir medidas temporárias para prevenir o contágio pelo coronavírus, como o isolamento social.

Em abril, foram confirmados mais de um milhão de casos por Covid-19 no mundo. Segundo balanço da Agence France-Presse (AFP), mais de 3,9 bilhões de pessoas — ou seja, metade da humanidade — foram obrigadas ou instadas a se confinar para evitar a propagação do vírus.

·        Junho de 2020: Brasil se torna o país com mais vítimas fatais

No início de junho, o Brasil superou a marca de mil mortos por dia devido à Covid-19, ultrapassando o número de 31 mil óbitos pela doença. No dia 10 daquele mês, o país se tornou líder na média diária de mortes, com 7.197 óbitos em sete dias, superando os Estados Unidos (5.762) e o Reino Unido (1.552).

Segundo semestre de 2020: mundo ultrapassa marca de um milhão de mortes e corrida por vacinas

No final de setembro de 2020, o mundo ultrapassou a marca de 1 milhão de mortes provocadas pelo novo coronavírus, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Os EUA e o Brasil seguiam na liderança, representando, somados, 34% do total de óbitos pela Covid-19 globalmente.

A velocidade da pandemia também chamou atenção na época: enquanto o mundo levou seis meses para registrar as primeiras 500 mil mortes pela doença, foram necessários somente três meses para registrar as outras 500 mil.

A corrida pelo desenvolvimento de vacinas para conter a Covid-19 também tomou mais força no segundo semestre de 2020. No final daquele ano, os primeiros imunizantes desenvolvidos — pela Pfizer/BioNTech e Moderna — foram aprovados para uso emergencial em diversos países, após ensaios clínicos.

·        Janeiro de 2021: primeira pessoa vacinada no Brasil e surgimento de nova variante

No dia 17 de janeiro, a Diretoria Colegiada (Dicol) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a da vacina Covishield, produzida pela farmacêutica Serum Institute of India, em parceria com a AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz.

No mesmo dia, a primeira vacina contra a Covid-19 foi aplicada no país. Quem recebeu a dose foi a enfermeira Mônica Calazans. Além da AstraZeneca e da CoronaVac, a Anvisa autorizou o uso de outras duas vacinas no Brasil: a Janssen e a Pfizer.

·        Fevereiro de 2021: iniciam-se as investigações sobre a origem do novo coronavírus

Em fevereiro de 2021, a delegação da OMS investigou, na China, a origem do novo coronavírus. Na época, a principal teoria era de que um animal teria transmitido o vírus aos humanos, provavelmente no mercado de Huanan, em Wuhan. Em paralelo, pesquisadores e autoridades americanos defendem a hipótese do vazamento de um laboratório em um instituto científico de Wuhan.

·        Abril e maio de 2021: variante Delta se torna a mais temida

Desde o início da pandemia de Covid-19, diferentes variantes do vírus surgiram. A primeira a ser identificada foi a Alfa, no Reino Unido. Depois, veio a Beta, originária da África do Sul, e, em seguida, a Gama, detectada no Brasil.

Em 2021, a variante Delta, surgida na Índia, se tornou a variante dominante no mundo, caracterizada por alta transmissibilidade e maior severidade da doença.

·        Novembro de 2021: surge a variante Ômicron e uma nova corrida por vacinas atualizadas

Em novembro de 2021, uma variante ainda mais contagiosa que a Delta surgiu: a Ômicron. Detectada pela primeira vez em Botswana e na África do Sul, ela foi classificada pela OMS como variante de preocupação, já que possuía 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína “spike” — responsável por fazer o vírus entrar nas células, causando a infecção.

Pouco tempo depois, a variante passou a ser considerada mais contagiosa do que a Delta, apesar de seus sintomas serem mais leves. A situação levou a uma nova corrida por vacinas atualizadas com eficácia contra a nova variante, fazendo fabricantes iniciarem estudos para avaliar a eficácia de seus imunizantes contra a Ômicron e suas subvariantes.

·        Março e abril de 2022: flexibilização no uso de máscaras

Após quase dois anos do uso obrigatório de máscaras ter sido decretado, a medida começou a ser flexibilizada na maior parte do país a partir de março de 2022. O uso passou a ser opcional em lugares abertos e, em algumas regiões, em locais fechados.

Em abril do mesmo ano, o uso de máscaras deixou de ser obrigatório em todos os estados brasileiros, com a queda de casos de Covid-19 e o menor registro desde 2 de janeiro. No dia 17 daquele mês, o então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, encerrou a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por Covid-19 no Brasil.

·        Novembro e dezembro de 2022: venda do Paxlovid e reforço da vacina da Pfizer em crianças são aprovados pela Anvisa

Em novembro de 2022, a Anvisa aprovou a venda do Paxlovid, um medicamento para tratamento da Covid-19 para adultos, em farmácias e hospitais particulares. A compra passou a ser feita com receita. Além disso, aprovou o uso pediátrico do Remdesivir contra a doença.

Em dezembro daquele mesmo ano, a Anvisa aprovou a aplicação do reforço da vacina da Pfizer em crianças e adolescentes.

·        Maio de 2023: OMS declara fim da Emergência de Saúde Pública

Em maio de 2023, a OMS declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à Covid-19. A decisão foi tomada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Na época, a autoridade explicou que, apesar do fim da emergência, a Covid-19 não deixou de ser uma ameaça à saúde, e que a propagação mundial da doença continua caracterizada como uma pandemia.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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