quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Paulo Henrique Arantes: A mentira do momento - Lula, um velhinho incapaz

A única estratégia política da extrema-direita é usar e abusar de fake news. A corja forja mentiras para destruir reputações e instituições. A partir das fakes, planeja golpes para cuja execução não tem competência. Incrível é ver tanta gente ainda acreditando em coisas como a vulnerabilidade das urnas eletrônicas - são as mesmas pessoas que acreditaram, primeiro, na “mamadeira de piroca”, depois, na cloroquina.

De hoje ao fim de 2026, os criadores de mentiras cuidarão de pintar Lula como um velhinho incapaz, com a nada sutil contribuição dos jornalões, revistas semanais e canais de televisão - a tal “grande imprensa”. E com a indisfarçada torcida de “o mercado” para que o presidente passe desta para a melhor.

Numa fatia do cenário internacional predomina uma estratégia política baseada na exploração de costumes, em regras morais hipócritas e na disseminação despudorada de mentiras. Essa forma de fazer política é corriqueira nos Estados Unidos, como confirmam as duas vitórias de Donald Trump.

Não é segredo que essa escola direitista possui um mestre global. A figura de Steve Bannon paira sobre governos e governantes pouco afeitos à democracia. Também nunca se escondeu a proximidade dos Bolsonaros com o estrategista americano, por intermédio de Eduardo, o filho 03 do dito-cujo, deputado federal alcunhado Bananinha. Em outubro de 2021, Bannon disse publicamente que a eleição presidencial brasileira de 2022 seria “a segunda mais importante do mundo”, fundamental para o reerguimento do bloco global de extrema direita. Naufragaram duplamente: perderam a eleição e foram desmascarados na tentativa de golpe.

O método Bannon ancora-se em crenças arraigadas na família brasileira, atrasada, desinformada, patriarcal. Importante salientar que não se trata de um simples movimento conservador, mas anti-civilização. Seu ideólogo passou breve temporada atrás das grades, mas já está solto. Todo cuidado é pouco.

 

¨      Mídia cria o apocalipse para desmoralizar Lula. Por Aquias

A alta do dólar, utilizada como pretexto para criar um cenário apocalíptico, é mais uma peça no velho jogo da mídia golpista: manipular fatos e criar pânico econômico para desgastar governos que priorizam políticas sociais. Esse tipo de narrativa, que "inventa o fim dos tempos", ignora propositalmente o contexto global, em que o dólar tem se valorizado em diversas partes do mundo devido à alta de juros nos Estados Unidos.

O que está por trás dessas manchetes alarmistas não é preocupação com o trabalhador ou com a economia real, mas sim com a manutenção dos privilégios de uma elite bilionária. Quando o governo investe em programas que beneficiam os mais pobres, a mídia, porta-voz dos grandes mercados, responde com terrorismo econômico, enquanto lucros recordes de bancos e especuladores são tratados como “resultados positivos”.

<><> A Alta do Dólar: Um Fenômeno Global

O aumento do dólar não é um fenômeno exclusivamente brasileiro ou decorrente de políticas internas do governo Lula. Como mencionei anteriormente, a valorização do dólar está diretamente ligada à política de juros do Federal Reserve nos Estados Unidos, que tem atraído investidores ao mercado norte-americano. Países emergentes como o Brasil são naturalmente mais vulneráveis a esses movimentos, o que não significa descontrole econômico ou incompetência do governo.

<><> Quem é “O Mercado”?

Quando os jornais, metrópoles, o globo, folha entre outros falam em “o mercado”, ela se refere a um grupo seleto de bilionários, investidores estrangeiros e bancos que movimentam a economia financeira global. Eles não estão preocupados com a inflação no supermercado ou com o desemprego. O que eles querem é uma economia que privilegie seus lucros: juros altos, cortes em políticas sociais e austeridade fiscal. Tudo isso cria um cenário perfeito para eles, mas desastroso para a maioria da população.

Por que “o mercado” não reclamam quando os bancos batem recordes de lucro? Por que não há manchetes revoltadas quando os especuladores ganham bilhões enquanto o trabalhador luta para pagar as contas? Porque essa narrativa não interessa à elite econômica.

<><> O Verdadeiro Golpe Econômico

O verdadeiro golpe econômico é aquele que acontece quando governos cedem às pressões dos mercados e da mídia corporativa, cortando investimentos em saúde, educação e programas sociais para agradar aos investidores. Isso não apenas piora a desigualdade social, mas também prejudica o crescimento econômico do país. A alta do dólar não é consequência de políticas irresponsáveis, mas de um cenário global desafiador. É curioso como a mídia omite essas informações, focando apenas em atacar o governo.

Sabino, que tem apreço pelo bolsonarismo, sabe bem a quem serve. Não é a você, mas aos seus patrões, que detestam tudo o que Lula faz na questão social.

A crítica vinda desse comentarista, disfarçada de análise econômica, não é neutra nem objetiva. Ela é direcionada, tem lado e serve aos interesses daqueles que se incomodam profundamente com qualquer avanço social no país. Sempre que o governo Lula implementa políticas voltadas à valorização do salário mínimo, à inclusão dos mais pobres ou ao fortalecimento dos programas sociais, surge uma avalanche de textos acusando o governo de “descontrole” ou “golpe econômico”.

O que realmente incomoda esses setores – representados pela mídia tradicional e seus comentaristas – não é o dólar, a inflação ou o equilíbrio fiscal, mas sim a ideia de que o Brasil pode ser um país menos desigual, onde os mais pobres têm direito a dignidade. Eles preferem um país com juros altos e concentração de renda, onde o mercado financeiro e os bilionários lucram sem limites, enquanto milhões lutam para sobreviver.

Não nos enganemos: o discurso deles é sobre poder e privilégio, não sobre o futuro do país ou a qualidade de vida da população e para isso vale tudo, até mesmo anunciar o fim do mundo para o Brasil.

 

¨      Corrida ao dólar pela especulação da Faria Lima em 2025 sinaliza tumultuada sucessão presidencial. Por César Fonseca

O mercado, sob onda especulativa, corre para o dólar, quanto mais são adiadas medidas de taxação de grandes fortunas, ganhos isentos de pagamento de imposto de renda em lucros e dividendos, indefinição sobre a tarifa média sobre bens e serviços na reforma tributária e ganhos generalizados sobre fundos especulativos que não se transformam em investimentos produtivos, enquanto não se tem horizonte quanto à redução das taxas de juros.

A economia tende à semi-estagnação em face do acumulado de indefinições que afetam a microeconomia e que adiam tomadas de decisões dos agentes econômicos, também, de olho no que vai acontecer depois da posse, em 20 de janeiro, do presidente americano, Donald Trump, e suas promessas protecionistas contra o Brasil, conforme ameaçou, nesta segunda.

Ao mesmo tempo, crescem incertezas diante da resistência do Congresso em aprovar o pacote fiscal do governo devido ao que os congressistas consideram lentidão na liberação das emendas parlamentares, depois das regras determinadas pelo Supremo Tribunal Federal para que sejam identificados nomes e origens dos que destinam recursos orçamentários obrigatórios às suas bases.

As chantagens se avolumam para pressionar o Planalto a soltar as verbas reclamadas pelos parlamentares.

Ao mesmo tempo, eles temem ser identificados e, consequentemente, punidos pela opinião pública, fugindo da acusação de promoção e distribuição de verbas secretas, consideradas escândalo pela justiça.

A falta de transparência é total e o receio no parlamento é o de que identificações claras dos autores das emendas e suas respectivas transferências aos destinatários nas prefeituras incriminam quem não estiver agindo corretamente, sujeitos às punições legais etc.

Os transgressores seriam ou não passíveis de punição pela Lei da Ficha Limpa, acusados de crime de colarinho branco?

AMBIENTE TUMULTUADO

Tudo isso cria o ambiente de resistência à aprovação do pacote fiscal, o que dá argumento ao mercado, como deixou clara a ata do Copom, para especular no mercado futuro de dólar, de modo a pressionar a taxa de juro.

Já se prenuncia para as duas próximas reuniões do BC(janeiro e fevereiro) em que são previstas novas altas da Selic, podendo levá-las aos 14%, no primeiro semestre de 2025, e a 15% e picos, no segundo semestre.

Estariam criadas circunstâncias nocivas às decisões dos agentes econômicos no ano de véspera da eleição presidencial de 2026, para prejudicar as pretensões do presidente Lula de disputar com vantagem a reeleição.

A oposição, portanto, motiva-se diante de tal conjuntura, marcada por incertezas, para especular na política e na economia, com vistas a se viabilizar frente às cogitações eleitorais que favorecem um quarto mandato para o presidente Lula, no período 2026-2030.

Os oposicionistas, portanto, empenham-se em barrar a ascensão do presidente, de modo a conseguir minar sua popularidade, bombeando  incerteza, como demonstra pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, em que 35% apoiam e 34% rejeitam o governo.

É a prova de que a polarização política segue firme e tende a se ampliar, se o Congresso direitista e o mercado continuarem o jogo combinado de deixar confusa, em escala crescente, a situação econômica e financeira.

OPOSIÇÃO APOSTA NO CAOS

O fato concreto é que a possibilidade de deixar tudo em suspense favorece a onda especulativa, capitaneada pela Faria Lima, no compasso do dólar na casa dos R$ 6,20, culpando o governo por estimular o que chama de dominância fiscal, adicionalmente potencializada pela crítica do presidente Lula contra os juros extorsivos.

Em face da incerteza, diz a Faria Lima, os especuladores correm para o dólar, deixando a situação ainda mais instável.

2024 está terminando com notícias positivas para o crescimento econômico, com inflação sob relativo controle e avanço do PIB, com queda na taxa de desemprego.

Porém, o mercado, pescador em águas turvas, preanuncia condições incertas para 2025 que dificultariam a repetição de 2024.

Os governistas, afetados pela ação combinada de mercado especulativo com Congresso dominado por maioria conservadora, teriam diante de si crescentes impossibilidades que favoreciam os oposicionistas na disputa presidencial.

 

¨      Lula é candidato. Por Oliveiro Marques

Luiz Inácio Lula da Silva é candidatíssimo à reeleição em 2026. Essa é a única conclusão possível após sua entrevista à jornalista Sonia Bridi, exibida no Fantástico no último domingo.

Com lucidez e tranquilidade, Lula tratou do acidente que resultou em uma delicada cirurgia. Avaliou as revelações sobre a participação de Braga Netto no plano golpista que incluía seu assassinato com firmeza, na medida certa. Respondeu à inoportuna pergunta sobre a Lava Jato com clareza e elegância. Fez um balanço dos dois anos de seu mandato demonstrando absoluto domínio do governo. E ainda colocou o mercado e seus porta-vozes em seus devidos lugares.

Se não bastasse a demonstração de vigor físico e intelectual para encarar mais um mandato, calando as torcidas contrárias de alguns “abutres” da sociedade brasileira, Lula, ainda que implicitamente, deixou claro o propósito que assumiu para si: recolocar o Brasil no caminho que trilhava ao final de seu segundo mandato, antes de ser desviado por pautas-bomba, golpes e, especialmente, pelo governo Bolsonaro.

Os últimos quatro anos representaram um desmonte profundo da máquina pública federal — isso é um fato. Reconstruí-la não foi, nem será, um trabalho que se encerre com uma medida provisória ou com a criação de novos ministérios. A reestruturação levará tempo. Foram 48 meses de ataques sistemáticos, que transformaram o caos em regra nos órgãos federais. Para deixar a “boiada passar”, era necessário derrubar cercas e portões, não é verdade?

Esse cenário, obviamente, reduziu a velocidade da retomada do projeto de país idealizado e construído por Lula. Não será possível alcançar plenamente seus objetivos em um único mandato. Será preciso mais tempo. Afinal, o ponto de partida, em janeiro de 2023, foi de destruição total de políticas públicas, especialmente daquelas voltadas para os mais pobres. E Lula, que não é de deixar as coisas pela metade, concorrerá a mais um mandato para concluir sua tarefa.

Portanto, enquanto a direita ainda vive incertezas sobre quem a representará, no campo da centro-esquerda e da esquerda, a realidade é clara: Lula estará nas urnas pela sétima vez.

¨      Lula calou quem dizia que ele estava fora do páreo. Por Alex Solnik

A alta estava prevista para segunda-feira, mas, para surpresa de quase todos, Lula foi liberado domingo às 11 da manhã.

Só não foi surpresa para a Globo que, a essa hora, já tinha um cenário montado no próprio hospital e uma repórter de Brasília para fazer a matéria.

Essa “agilidade” só foi possível porque alguém avisou a Globo, na véspera, que a alta tinha sido antecipada e negociou a matéria quentíssima.

Isto é, a Globo foi a primeira e única a ter essa informação exclusiva, que só pode ter partido de dentro do hospital, e de dentro do governo.

A outra possibilidade é a alta ter sido antecipada justamente para dar tempo de entrar no “Fantástico”.

É evidente que as outras emissoras ficaram putas, se sentiram alijadas do processo, passadas para trás, mas o fato é que nenhuma delas tem um programa de tanta audiência e repercussão nacional quanto o “Fantástico”.

E Lula precisava desmontar logo, de uma vez por todas, as mentiras cabeludas que circulam no mundo virtual desde sua internação, seja sobre a sua saúde, seja sobre a reeleição.

Ninguém obrigou o presidente a dar uma entrevista à Globo, ela só aconteceu por decisão dele e permissão da equipe médica.     

O erro foi não ter exigido que fosse ao vivo.

Por isso, a Globo ficou à vontade para contestar, na edição, duas afirmações de Lula, quanto à sua presunção de inocência ao ser preso e sobre os juros altos.

Mas o objetivo principal foi alcançado. 

Lula calou quem dizia que ele estava fora do páreo de 2026.

 

Fonte: Brasil 247

 

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