Ucrânia fora da OTAN? Vice de Trump coloca
neutralidade de Kiev na agenda, diz analista
Candidato à vice-presidência
pelo Partido Republicano, J.D. Vance quer processo de paz para a Ucrânia com
zona desmilitarizada e neutralidade de Kiev. Retomando termos do Comunicado de
Istambul de 2022, proposta republicana contrasta com ausência de projeto de paz
do Partido Democrata, disseram analistas à Sputnik Brasil.
Na última semana, o
plano de paz para a Ucrânia do candidato à presidência dos EUA, Donald Trump,
foi detalhado pelo seu candidato a vice, J.D. Vance. Segundo o republicano, a
neutralidade ucraniana e a criação de uma zona desmilitarizada seriam os primeiros
passos para selar a paz no Leste Europeu.
Anteriormente, o
candidato à presidência Donald Trump já havia se comprometido a iniciar os
diálogos de paz antes mesmo de assumir um eventual novo mandato. De acordo com
Vance, o primeiro passo seria conversar com russos, ucranianos e europeus para
estabelecer as linhas gerais do plano de paz.
"E o mais
provável é que a atual linha de demarcação entre a Rússia e a Ucrânia se
transforme em uma zona desmilitarizada", disse Vance em entrevista ao
podcast Shawn Ryan Show.
Segundo ele, a
administração republicana teria reservas quanto a lançar ofensiva militar para
retirar tropas russas da Crimeia, questionando "quantas vidas
norte-americanas isso custaria". "Se a resposta é mais do que zero,
então eu estou fora dessa", declarou Vance.
Outro ponto relevante
da proposta de Vance é garantir a neutralidade ucraniana, o que significaria a
não adesão de Kiev a alianças militares como a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN).
"A Ucrânia
manteria a sua soberania independente e a Rússia receberia a garantia de
neutralidade da Ucrânia – de que não vai aderir à OTAN, de que não vai aderir a
instituições aliadas", disse Vance. "O acordo no final seria algo
nessa linha."
A especialista em
segurança russa e mestre em Relações Internacionais pela Universidade Estadual
do Rio de Janeiro (UERJ), Larissa Caroline Silva, notou a importância da
neutralidade ucraniana para Moscou, lembrando que a possível entrada de Kiev na
OTAN é uma das causas profundas do conflito.
"Recentemente, o
[presidente russo Vladimir] Putin voltou a mencionar a neutralidade da Ucrânia,
lembrando que ela é imprescindível para a Rússia", disse Silva à Sputnik
Brasil. "Uma proposta de paz que traga esse tema para a mesa fará mais
sentido para Moscou."
A garantia de
neutralidade ucraniana foi um dos grandes trunfos do processo de paz da
primavera europeia de 2022, que deixou russos e ucranianos muito próximos de um
acordo. De acordo com a revista norte-americana Foreign Affairs, o acordo
também previa a desmilitarização de Kiev, aliada a garantias de segurança
fornecidas por países do Conselho de Segurança da ONU, Alemanha, Israel,
Polônia, Itália e Turquia.
O texto do acordo,
chamado Comunicado de Istambul, detalhava o apoio militar que a Ucrânia
receberia do Ocidente em caso de agressão externa, incluindo interdição do
espaço aéreo, fornecimento de armas e intervenção militar direta.
No entanto, pressões
exercidas por líderes ocidentais inviabilizaram a assinatura do acordo, fato
corroborado não só pelos próprios negociadores, como pelo então
primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett.
Recentemente, a
ex-embaixadora dos EUA na OTAN, Victoria Nuland, confirmou durante entrevista a
oposição ocidental ao acordo de paz, declarando que "pessoas fora da
Ucrânia", como "nós e os britânicos", teriam "questionado
se esse era um bom acordo, e nesse ponto ele desmoronou".
Passados mais de dois
anos de confronto militar, a retomada do debate sobre a neutralidade ucraniana
poderia, de fato, reabrir o processo de negociação entre as partes
beligerantes. No entanto, é prematuro prever o nível de aceitação que a
proposta do candidato à vice-presidência dos EUA, J.D. Vence, terá entre as
autoridades russas e ucranianas, alerta a doutoranda em Relações Internacionais
pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (PUC-SP/UNESP/UNICAMP), Nathana
Garcez Portugal.
"É difícil de
prever se essas condições serão aceitáveis, no entanto elas parecem ser mais
interessantes do que as atuais propostas do Partido Democrata [dos EUA]",
disse Portugal à Sputnik Brasil. "O governo democrata não realiza nenhum movimento
no sentido de uma proposta de resolução do conflito que minimamente aproximaria
as partes a um processo de paz."
A especialista Larissa
Silva concorda e lembra que, quando o assunto é Ucrânia, a abordagem das
candidaturas Trump e Kamala divergem de maneira significativa. Segundo ela,
"do lado republicano temos uma possível proposta de paz com neutralidade
ucraniana, enquanto do lado democrata temos o reforço do apoio militar e
financeiro da OTAN à Ucrânia."
Além disso, existem
sinais de que a candidata democrata Kamala Harris poderá modificar a posição da
atual administração Biden em relação à Ucrânia não para negociar a paz, mas sim
para reforçar o apoio militar ocidental a Kiev.
"A mídia
especializada aponta para uma postura mais incisiva de Kamala em relação ao
apoio norte-americano a Kiev, já que ela quer manter a influência de Washington
na Ucrânia via OTAN", notou Portugal. "Ela poderá inclusive garantir
ainda mais apoio militar dos EUA, em áreas nas quais o governo Biden hesitou em
alguns momentos."
Segundo Portugal, uma
eventual administração Kamala também solicitará que aliados europeus reforcem o
apoio fornecido a Kiev, "pressionando ainda mais os participantes da OTAN
a se comprometer com ajuda".
<><> Lugar
para os EUA no processo de paz?
Apesar do debate em
torno da proposta de Vance, o Partido Republicano pode utilizar a pauta
ucraniana para fins puramente eleitorais, já que parte do eleitorado
norte-americano demonstra certa fadiga quanto a conflitos internacionais,
apontam as especialistas. Mas, uma vez no poder, as promessas de campanha nem
sempre são cumpridas.
Ademais, a posição de
Trump e Vance não impede que congressistas democratas e republicanos coloquem
obstáculos contra propostas de paz para o conflito ucraniano. Nesse contexto,
outros interlocutores, como China, Índia e Brasil, devem continuar como potenciais
mediadores entre Moscou e Ucrânia, acredita Portugal.
"As propostas de
China, Índia e Brasil têm impacto muito importante por virem de países do
BRICS, que é um sistema que desafia o ordenamento construído pelos EUA",
disse Portugal. "Em alguma medida, eles estão mais próximos da Rússia e
têm suas propostas recebidas com maior apreço do que as vindas dos EUA."
Por outro lado, a
especialista Larissa Silva acredita que "será muito difícil que um
processo de paz bem-sucedido para a Ucrânia não passe pelos EUA". Para
ela, ainda que Washington não seja o protagonista de um eventual acordo, teria
que estar presente na mesa de negociações.
O conflito ucraniano
teve destaque entre os temas de política externa no recente debate presidencial
norte-americano entre os candidatos Donald Trump e Kamala Harris. A pesquisa
eleitoral da ABC News atualizada nesta quarta-feira (18) indica 48,3% das intenções
de votos para a candidata democrata, contra 45,3% para seu rival republicano.
No entanto, o sistema eleitoral norte-americano conta com a figura do colégio
eleitoral e, portanto, o voto popular não necessariamente decide o pleito.
¨
Pentágono teme que
Israel esteja prestes a lançar operação terrestre contra o Hezbollah, diz mídia
Pouco depois da onda
de detonações mortais de pagers que o governo libanês e o movimento Hezbollah
atribuíram a Tel Aviv, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, postou
uma mensagem enigmática nas redes sociais indicando que seu país estava passando
para uma "nova fase na guerra".
O Departamento de
Defesa dos EUA está "muito preocupado" com uma guerra terrestre que
irrompe entre Israel e o Hezbollah na esteira da onda de explosões mortais de
pagers e outros dispositivos eletrônicos no Líbano, informou o The Wall Street
Journal.
O Pentágono está
alarmado que a situação esteja perto de "sair do controle", disse um
alto funcionário.
"Você faria isso
como uma forma de moldar algo antes de fazer outra coisa", disse um
ex-oficial da defesa ao veículo, em um aceno ao momento das detonações.
Israel transferiu
recentemente uma divisão composta por milhares de soldados de comando e
paraquedistas que estavam operando em Gaza para o norte, a publicação citou
fontes dizendo. Embora Israel não tenha convocado reservas, pode começar uma
operação em menor escala em breve, de acordo com autoridades de defesa dos EUA
não identificadas.
Medos de uma iminente
operação terrestre israelense no sul do Líbano foram citados em uma reunião do
Pentágono pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na segunda-feira
(16). A onda de explosões levou o risco de uma guerra regional completa a novos
patamares, observou o veículo. Depois de falar com seu colega israelense Yoav
Gallant, Austin teve a impressão de que Tel Aviv estava se preparando para
novas opções militares em relação ao Líbano, disse uma autoridade de defesa dos
EUA.
Austin pediu ao
ministro da Defesa israelense para "dar tempo às negociações diplomáticas
terem sucesso", de acordo com o porta-voz do Pentágono, major-general
Patrick Ryder. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, enfatizou na
quarta-feira (18) que era "imperativo que todas as partes se abstivessem
de quaisquer ações que pudessem agravar o conflito".
Na terça-feira (17),
milhares de pagers usados por membros do movimento Hezbollah detonaram em
diferentes partes do Líbano. As autoridades libanesas disseram que 12 pessoas
morreram e cerca de 3.000 ficaram feridas pela detonação dos dispositivos. O
país enfrentou outra onda de explosões na quarta-feira, com rádios portáteis
também explodindo. Cerca de 20 pessoas foram mortas e mais de 450 ficaram
feridas nos subúrbios de Beirute e no Vale do Bekaa, de acordo com o Ministério
da Saúde libanês. O Hezbollah e as autoridades libanesas culparam Israel pelo
incidente e prometeram retaliar.
A mídia relatou que os
pagers foram usados pelo Hezbollah como um sistema de comunicação fechado menos
suscetível a hackers e espionagem. Outros dispositivos detonados, de acordo com
várias apurações, incluíram walkie-talkies, telefones e scanner de impressão
digital. A Sputnik não conseguiu verificar as informações sobre a lista
completa de dispositivos explodidos.
O ministro da Defesa
israelense postou uma mensagem em sua conta no X na quarta-feira, anunciando
que Israel estava embarcando em "uma nova fase na guerra" ao
"alocar recursos e forças para a arena do norte".
Israel não fez nenhuma
declaração oficial sobre as explosões.
Enquanto analistas
militares especularam em entrevistas para a Sputnik que os serviços de
inteligência dos EUA poderiam estar por trás das explosões, Washington se
apressou em se distanciar do incidente com os dispositivos. Os EUA não tiveram
envolvimento com os ataques eletrônicos contra o Hezbollah, disse a Casa Branca
ainda na quarta-feira.
O secretário-geral da
ONU, António Guterres, também comentou na quarta-feira que as detonações de
pagers no Líbano podem ser uma ação preventiva antes de uma grande operação
militar que deve ser evitada a todo custo.
"Obviamente, a
lógica de fazer todos esses dispositivos explodirem é fazê-lo como um ataque
preventivo antes de uma grande operação militar. Então, tão importante quanto o
evento em si é a indicação de que este evento confirma que há um sério risco de
uma escalada drástica no Líbano, e tudo deve ser feito para evitar essa
escalada", afirmou Guterres a jornalistas em uma coletiva de imprensa.
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EUA dizem que não vão
apoiar operações ofensivas de Israel, diz Pentágono após ataques no Líbano
Os Estados Unidos
apoiarão operações defensivas, mas não ofensivas de Israel, disse a
vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, nesta quinta-feira (19). A
declaração acontece em meio às escaladas das tensões no Líbano após diversos
ataques israelenses.
"Estamos lá na
defesa de Israel, caso precisemos intervir em sua defesa. Não vamos apoiar
operações ofensivas em solo, seja no norte ou em Gaza", afirmou Singh
durante uma coletiva de imprensa, ao ser questionada se os EUA apoiariam uma
ofensiva israelense no território libanês.
Desde o início da
guerra de Israel contra a Faixa de Gaza, onde mais de 41 mil palestinos já
morreram, as tensões também aumentaram na fronteira do país com o Líbano.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores libanês, cerca de 100 mil pessoas
foram forçadas a deixar suas casas no sul do Líbano devido aos bombardeios de
Israel. O lado israelense relatou que 80 mil residentes do norte de Israel
também foram evacuadas.
Após combates quase
diários com o Hezbollah na região, a situação piorou nesta semana por conta de
detonações de dispositivos de comunicação, incluindo pagers e rádios, que
deixaram 32 pessoas mortas e mais de três mil feridas.
Até o momento, não se
sabe o que causou a explosão simultânea. Hezbollah e as autoridades libanesas
responsabilizaram Israel pelo ocorrido. As autoridades de Tel Aviv ainda não
confirmaram nem negaram sua participação.
Em julho, Israel
chegou a atacar um prédio residencial no sul de Beirute, quando sete pessoas
morreram, incluindo o alto comandante do movimento Hezbollah, Fouad Shukra.
Na ocasião, o líder da
resistência xiita, Hassan Nasrallah, afirmou que as ações de Israel
"ultrapassaram todas as linhas vermelhas" e que uma resposta a tal
ataque seria realizada em breve. Tel Aviv, por sua vez, alertou que qualquer
ato de agressão contra Israel poderia resultar em consequências destrutivas em
grande escala para o Líbano.
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Israel teria criado
empresa de fachada para produzir pagers entregues depois ao Líbano
Israel criou uma
empresa de fachada para produzir pagers explosivos que foram fornecidos ao
Líbano, informou o jornal norte-americano The New York Times, citando suas
fontes informadas sobre a operação.
Anteriormente, a
agência de notícias Reuters relatou que a agência de inteligência israelense
Mossad colocou explosivos em pagers fabricados pela empresa taiwanesa Gold
Apollo.
Por sua vez, a empresa
alegou que o modelo particular dos pagers detonados foi fabricado e projetado
pela BAC Consulting sediada em Budapeste, Hungria.
A Sputnik conseguiu
entrar em contato com um representante da empresa húngara, que desejou
permanecer anônimo, declarando que a BAC Consulting não fabrica pagers, mas
presta serviços de consultoria empresarial.
"Nunca estivemos
envolvidos na produção de pagers, a empresa presta consultoria a empresas.
Absolutamente não entendo o que está acontecendo", afirmou.
Agora, fontes do The
New York Times da inteligência israelense dizem que Israel teve planos de criar
uma empresa fantasma para produzir pagers porque o movimento Hezbollah vê os
celulares comuns como uma ferramenta de inteligência.
"Ao que tudo
indica, a BAC Consulting era uma empresa sediada na Hungria que tinha contrato
para produzir os dispositivos em nome de uma empresa taiwanesa, a Gold Apollo.
Na verdade, ela fazia parte de uma fachada israelense", confirmaram três funcionários
da inteligência de Israel ao jornal norte-americano.
Segundo as fontes,
pelo menos duas outras empresas de fachada foram criadas para ocultar as
identidades reais das pessoas que fabricaram os pagers, funcionários da
inteligência israelense.
Como a publicação
aponta, a BAC também tinha clientes regulares para os quais produzia pagers sem
explosivos.
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Explosões de aparelhos no Líbano
Pagers detonaram em
diferentes partes do Líbano na terça-feira (17), ferindo mais de 2.800 pessoas
e matando 12.
As explosões
continuaram no dia seguinte (18). De acordo com notícias, desta vez foram os
walkie-talkies, que o movimento libanês Hezbollah havia comprado quase
simultaneamente com os pagers há cerca de cinco meses.
De acordo com os
últimos relatórios, 20 pessoas foram mortas e outras 450 ficaram feridas nesse
ataque.
O Hezbollah usa pagers
como um sistema de comunicação fechado que é menos suscetível a hackers e
escutas.
O movimento e as
autoridades libanesas consideraram Israel responsável pelo incidente, e o
primeiro prometeu a Tel Aviv uma resposta dura.
¨ Ministro japonês apela aos EUA para criar uma 'OTAN asiática'
unindo rede de alianças na Ásia
Um alto funcionário do
Departamento de Estado dos EUA disse que é "muito cedo" para falar
sobre a criação de um bloco semelhante à OTAN na Ásia, depois que o ministro da
Defesa japonês Shigeru Ishiba apelou a Washington a discutir o assunto com mais
profundidade.
Shigeru Ishiba, que é
um dos principais candidatos à sucessão do primeiro-ministro Fumio Kishida,
apelou na semana passada para a criação de uma "versão asiática da
OTAN" através da união das várias iniciativas de segurança na região em um
pacto formal de defesa. "Pelo menos devemos aprofundar nossas discussões
sobre este tema", disse ele.
Falando em uma
conferência em Washington na terça-feira (17), o secretário de Estado dos EUA
para a Ásia Oriental e o Pacífico, Daniel Kritenbrink, rejeitou a sugestão de
Ishiba.
"É muito cedo
para falar sobre segurança coletiva nesse contexto, e [a criação de]
instituições mais formais", disse Kritenbrink, segundo o jornal japonês
Nikkei. "No que estamos nos focando é em investir na arquitetura formal
existente na região e continuar construindo essa rede de relações formais e
informais. E então veremos onde isso vai", acrescentou ele.
Uma OTAN asiática
"não é o que estamos procurando na região", disse um funcionário
anônimo dos EUA ao jornal japonês.
Não obstante o alto
funcionário ter afirmado que os EUA não desejam a criação de uma "aliança
de estilo bloco" na região da Ásia-Pacífico, na verdade Washington passou
décadas construindo uma rede de parcerias e acordos multilaterais na região que
seus rivais, particularmente a China – veem como passos em direção a uma
"OTAN asiática" de fato.
Fonte: Sputnik Brasil
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