segunda-feira, 4 de março de 2024


 Mundo bate palmas para Lula após Israel massacrar famintos em Gaza

O massacre chocante de 112 civis palestinos promovido pelas forças militares de Israel na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (29), gerou revolta generalizada e despertou boa parte do mundo para as atrocidades que estão sendo cometidas na região. 

Centenas de pessoas estavam em uma fila para receber ajuda humanitária quando foram alvos de disparos israelenses. As imagens deixaram até mesmo aqueles que relativizavam as ações de Israel estarrecidos. 

A repercussão foi tamanha que, às 21h30 desta quinta-feira, a hashtag #GazaHolocaust (em português, Holocausto de Gaza), foi para a lista de assuntos mais comentados do X, o antigo Twitter. São pessoas de diferentes lugares do mundo repercutindo o morticínio de palestinos e fazendo comparações não só entre o nazismo e o sinonismo, bem como entre o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e Adolf Hitler, o líder do regime nazista na Alemanha que promoveu um genocídio contra o povo judeu. 

Indiretamente, essas associações dão razão ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que no dia 18 de fevereiro, em uma corajosa declaração durante a Cúpula da União Africana na Etiópia, comparou a matança de palestinos deflagrada por Israel ao morticínio de judeus promovido pelo nazismo

·        Gustavo Petro, presidente da Colômbia: "Lembra o Holocausto"

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, endureceu ainda mais o discurso contra o Estado de Israel e seu governante, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após a notícia chocante do massacre de civis palestinos que estavam em busca de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

Através das redes sociais, nesta quinta-feira (29), Petro fez coro ao posicionamento do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente comparou as ações das forças militares israelenses em Gaza à matança de judeus promovida pelo regime nazista de Adolf Hitler, e disse que o massacre de palestinos promovido por Netanyahu configura um genocídio que "lembra o Holocausto"

"Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos por Netanyahu. Isto chama-se genocídio e faz lembrar o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecer", disparou o mandatário colombiano. 

Petro ainda anunciou que vai suspender todas as compras de armas de Israel e fez um apelo para que outros líderes mundiais isolem o governo Netanyahu. 

"O mundo deve bloquear Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de Israel", prosseguiu. 

·        Apoio a Israel despenca no Brasil

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, fez um apelo para que o Conselho de Segurança da organização freie a ofensiva do governo sionista na Faixa de Gaza após o "massacre das farinhas", quando o Exército de Israel abriu fogo e matou ao menos 112 palestinos que buscavam comida em caminhões de ajuda humanitária.

"Este massacre atroz é um testemunho de que, enquanto o Conselho de Segurança estiver paralisado e vetado, isso está ceifando a vida do povo palestino", declarou o diplomata palestino a jornalistas nesta quinta-feira (29).

Mansour afirmou ainda que implorou "que o Conselho de Segurança deve produzir uma ação de condenação desta matança e punir os responsáveis por este massacre". A pedido da Argélia, o Conselho de Segurança se reuniu a portas fechadas para tratar da questão.

No Brasil, o apoio a Israel despencou desde o início do genocídio perpetrado pelo governo sionista de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino. Segundo pesquisa Quaest, divulgada nesta sexta-feira (1º), nos quatro meses da ação, o apoio dos brasileiros a Israel caiu de 52% para 39% - índice semelhante àqueles que apoiam Jair Bolsonaro (PL).

A maior queda ocorreu entre os eleitores de Lula: o apoio a Israel caiu de 42% para 24%. O percentual daqueles que reprovam Israel saltou de 37% para 56%.

Já entre os apoiadores de Bolsonaro - principal porta-voz de Netanyahu no Brasil - a imagem positiva de Israel caiu de 67% para 64% e a reprovação saltou de 17% para 23%.

Entre evangélicos o apoio a Israel é de 69% e entre católicos 57%.

O apoio à Palestina variou positivamente, subindo de 43% para 45%. Nesta quinta-feira (29), o número de palestinos mortos na ação sionista ultrapassou os 30 mil, segundo o Hamas. A maioria são mulheres e crianças.

·        Declaração de Lula

A pesquisa ainda analisou a reação à declaração de Lula comparando o genocídio em Gaza à matança de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.

Segundo o estudo, 60% dos entrevistados dizem que o presidente brasileiro exagerou em sua fala - 28% dizem que o tom foi correto.

Entre os lulistas, 45% aprovam a fala do presidente e 43% afirmam que ele exagerou - índice que chega a 85% entre os bolsonaristas.

O levantamento mostra ainda que a reação de Israel, expondo o embaixador Frederico Méyer, não foi exagerada para 48% dos entrevistados. Sobre a ação de Israel contra o Hamas, 50% dizem que não há exageros.

A pesquisa Genial/Quaest realizada com 2.000 pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro.

 

       Chefe da ONU condena morte de palestinos que buscavam ajuda humanitária em Gaza

 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou a morte de palestinos que esperavam por ajuda humanitária na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (29). O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, disse que mais de 100 pessoas foram mortas.

Segundo a pasta, as forças israelenses abriram fogo enquanto muitas pessoas esperavam por comida. Os militares e testemunhas oculares de Israel forneceram relatos contraditórios dos acontecimentos.

“Os civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente, incluindo os do norte sitiado, onde as Nações Unidas não conseguem entregar ajuda há mais de uma semana”, alertou Stéphane Dujarric, porta-voz do chefe da ONU, em comunicado.

A ONU não esteve presente durante o incidente, mas pediu uma investigação, ressaltou Dujarric.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), tenente-coronel Peter Lerner, disse à CNN que os caminhões de ajuda envolvidos nos incidentes mortais desta quinta-feira eram provenientes de “ajuda internacional de governos que vieram em caminhões particulares para se moverem para o norte”.

“Precisamos fazer tudo para aliviar a situação humanitária”, adicionou.

Guterres afirmou que também está “horrorizado” com o número de habitantes de Gaza mortos na guerra.

O Ministério da Saúde do território palestino anunciou nesta quinta que o número de mortos ultrapassou 30 mil, com mais de 70 mil feridos. “Tragicamente, um número desconhecido de pessoas está sob os escombros”, segundo o comunicado da ONU.

Guterres também reiterou os apelos por um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação incondicional de todos os reféns israelenses em Gaza.

 

       Erdogan chama campanha militar de Israel em Gaza de “tentativa de genocídio”

 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, descreveu a ofensiva militar de Israel em Gaza como “uma tentativa de genocídio”.

Falando durante o Fórum Diplomacia de Antalya, Erdogan disse na sexta-feira (1°): “O que está acontecendo em Gaza definitivamente não é uma guerra. É uma tentativa de genocídio”.

“Até a guerra tem moral, etiqueta e lei que deve ser seguida. Aquela que deixa os bebês nos braços da mãe à fome e à sede, estamos falando de uma barbárie que bombardeia hospitais, igrejas, mesquitas, escolas, universidades, campos de refugiados , e ambulâncias”, acrescentou o líder turco.

Ele reiterou os apelos por um Estado palestino, dizendo: “A menos que as palavras sejam apoiadas pela ação, não é possível parar a opressão na Palestina nem reconstruir a confiança no sistema internacional”.

Especialistas das Nações Unidas descreveram anteriormente a campanha militar de Israel – lançada após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro – como um “genocídio em formação”.

Mais de 30.200 pessoas morreram em Gaza desde 7 de outubro, informou na sexta-feira o Ministério da Saúde do enclave, com mais de meio milhão de pessoas à beira da fome, segundo agências da ONU. As Forças de Defesa de Israel insistiram que estão tentando limitar as baixas civis no enclave.

 

       Macron exige justiça após mortes de palestinos em Gaza

 

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira (1º) que está indignado com a morte de mais de 100 palestinos em busca de ajuda humanitária em Gaza e exigiu “verdade e justiça” em relação ao papel dos soldados israelenses no ataque.

As autoridades de saúde de Gaza disseram que as forças israelenses mataram a tiros mais de 100 palestinos nesta quinta-feira (29) enquanto aguardavam uma entrega de ajuda. Israel culpou as mortes em multidões que cercaram caminhões de ajuda, dizendo que as vítimas foram pisoteadas ou atropeladas.

“Profunda indignação com as imagens vindas de Gaza, onde civis foram alvo de soldados israelenses. Eu expresso minha mais forte condenação a esses tiroteios e peço a verdade, justiça e respeito ao direito internacional”, disse Macron em um post no X.

Ele disse que era imperativo que um cessar-fogo imediato na guerra fosse posto em prática.

Falando na rádio France Inter nesta sexta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores, Stephane Sejourne, disse que Paris apoiará o pedido das Nações Unidas para uma investigação independente.

“A situação humanitária tem sido catastrófica há várias semanas e o que aconteceu é indefensável e injustificável. Israel precisa ser capaz de ouvi-lo e precisa parar”, disse Sejourne à France Inter.

“Demos um passo adiante, as pessoas estão lutando por comida e há tumultos. Ouvi o pedido do Secretário-Geral das Nações Unidas para abrir uma investigação independente e acho que a França apoiará isso”, disse Sejourne.

 

Fonte: Fórum/CNN Brasil

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