Mundo bate palmas para Lula após Israel massacrar famintos em Gaza
O massacre chocante de 112 civis palestinos promovido pelas forças militares de Israel na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira
(29), gerou revolta generalizada e despertou boa parte do mundo para
as atrocidades que estão sendo cometidas na região.
Centenas de pessoas
estavam em uma fila para receber ajuda humanitária quando foram alvos de
disparos israelenses. As imagens deixaram até mesmo aqueles que relativizavam
as ações de Israel estarrecidos.
A repercussão foi
tamanha que, às 21h30 desta quinta-feira, a hashtag #GazaHolocaust (em
português, Holocausto de Gaza), foi para a lista de assuntos mais comentados do
X, o antigo Twitter. São pessoas de diferentes lugares do mundo repercutindo o
morticínio de palestinos e fazendo comparações não só entre o nazismo e o
sinonismo, bem como entre o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e Adolf Hitler, o líder do regime
nazista na Alemanha que promoveu um genocídio contra o povo judeu.
Indiretamente, essas
associações dão razão ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que no
dia 18 de fevereiro, em uma corajosa declaração durante a Cúpula da União
Africana na Etiópia, comparou a matança de palestinos deflagrada
por Israel ao morticínio de judeus promovido pelo nazismo.
·
Gustavo Petro, presidente da Colômbia:
"Lembra o Holocausto"
O presidente
da Colômbia, Gustavo Petro, endureceu ainda mais o discurso contra o
Estado de Israel e seu governante, o primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu, após a notícia chocante do massacre de civis palestinos que
estavam em busca de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Através das redes
sociais, nesta quinta-feira (29), Petro fez coro ao posicionamento do
presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente comparou
as ações das forças militares israelenses em Gaza à matança de judeus promovida
pelo regime nazista de Adolf Hitler, e disse que o massacre de palestinos
promovido por Netanyahu configura um genocídio que "lembra o
Holocausto".
"Pedindo
comida, mais de 100 palestinos foram mortos por Netanyahu. Isto chama-se
genocídio e faz lembrar o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não
gostem de reconhecer", disparou o mandatário colombiano.
Petro ainda anunciou
que vai suspender todas as compras de armas de Israel e fez um apelo para que
outros líderes mundiais isolem o governo Netanyahu.
"O mundo deve
bloquear Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de
Israel", prosseguiu.
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Apoio a Israel despenca no Brasil
O embaixador palestino
na ONU, Riyad Mansour, fez um apelo para que o Conselho de Segurança da
organização freie a ofensiva do governo sionista na Faixa de Gaza após o
"massacre das farinhas", quando o Exército de Israel abriu fogo e
matou ao menos 112 palestinos que buscavam comida em caminhões de ajuda
humanitária.
"Este massacre
atroz é um testemunho de que, enquanto o Conselho de Segurança estiver
paralisado e vetado, isso está ceifando a vida do povo palestino",
declarou o diplomata palestino a jornalistas nesta quinta-feira (29).
Mansour afirmou ainda
que implorou "que o Conselho de Segurança deve produzir uma ação de
condenação desta matança e punir os responsáveis por este massacre". A
pedido da Argélia, o Conselho de Segurança se reuniu a portas fechadas para
tratar da questão.
No Brasil, o apoio a
Israel despencou desde o início do genocídio perpetrado pelo governo sionista
de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino. Segundo pesquisa Quaest,
divulgada nesta sexta-feira (1º), nos quatro meses da ação, o apoio dos
brasileiros a Israel caiu de 52% para 39% - índice semelhante àqueles que
apoiam Jair Bolsonaro (PL).
A maior queda ocorreu
entre os eleitores de Lula: o apoio a Israel caiu de 42% para 24%. O percentual
daqueles que reprovam Israel saltou de 37% para 56%.
Já entre os apoiadores
de Bolsonaro - principal porta-voz de Netanyahu no Brasil - a imagem positiva
de Israel caiu de 67% para 64% e a reprovação saltou de 17% para 23%.
Entre evangélicos o
apoio a Israel é de 69% e entre católicos 57%.
O apoio à Palestina
variou positivamente, subindo de 43% para 45%. Nesta quinta-feira (29), o
número de palestinos mortos na ação sionista ultrapassou os 30 mil, segundo o
Hamas. A maioria são mulheres e crianças.
·
Declaração de Lula
A pesquisa ainda
analisou a reação à declaração de Lula comparando o genocídio em Gaza à matança
de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.
Segundo o estudo, 60%
dos entrevistados dizem que o presidente brasileiro exagerou em sua fala - 28%
dizem que o tom foi correto.
Entre os lulistas, 45%
aprovam a fala do presidente e 43% afirmam que ele exagerou - índice que chega
a 85% entre os bolsonaristas.
O levantamento mostra
ainda que a reação de Israel, expondo o embaixador Frederico Méyer, não foi
exagerada para 48% dos entrevistados. Sobre a ação de Israel contra o Hamas,
50% dizem que não há exageros.
A pesquisa
Genial/Quaest realizada com 2.000 pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro.
Chefe da ONU condena morte de palestinos
que buscavam ajuda humanitária em Gaza
O secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou a morte de
palestinos que esperavam por ajuda humanitária na Faixa de Gaza nesta
quinta-feira (29). O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, disse
que mais de 100 pessoas foram mortas.
Segundo a pasta, as
forças israelenses abriram fogo enquanto muitas pessoas esperavam por comida.
Os militares e testemunhas oculares de Israel forneceram relatos contraditórios
dos acontecimentos.
“Os civis desesperados
em Gaza precisam de ajuda urgente, incluindo os do norte sitiado, onde as
Nações Unidas não conseguem entregar ajuda há mais de uma semana”, alertou
Stéphane Dujarric, porta-voz do chefe da ONU, em comunicado.
A ONU não esteve
presente durante o incidente, mas pediu uma investigação, ressaltou Dujarric.
O porta-voz das Forças
de Defesa de Israel (FDI), tenente-coronel Peter Lerner, disse à CNN que os
caminhões de ajuda envolvidos nos incidentes mortais desta quinta-feira eram
provenientes de “ajuda internacional de governos que vieram em caminhões
particulares para se moverem para o norte”.
“Precisamos fazer tudo
para aliviar a situação humanitária”, adicionou.
Guterres afirmou que
também está “horrorizado” com o número de habitantes de Gaza mortos na guerra.
O Ministério da Saúde
do território palestino anunciou nesta quinta que o número de mortos
ultrapassou 30 mil, com mais de 70 mil feridos. “Tragicamente, um número
desconhecido de pessoas está sob os escombros”, segundo o comunicado da ONU.
Guterres também
reiterou os apelos por um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação
incondicional de todos os reféns israelenses em Gaza.
Erdogan chama campanha militar de Israel
em Gaza de “tentativa de genocídio”
O presidente turco,
Recep Tayyip Erdogan, descreveu a ofensiva militar de Israel em Gaza como “uma
tentativa de genocídio”.
Falando durante o
Fórum Diplomacia de Antalya, Erdogan disse na sexta-feira (1°): “O que está
acontecendo em Gaza definitivamente não é uma guerra. É uma tentativa de
genocídio”.
“Até a guerra tem
moral, etiqueta e lei que deve ser seguida. Aquela que deixa os bebês nos
braços da mãe à fome e à sede, estamos falando de uma barbárie que bombardeia
hospitais, igrejas, mesquitas, escolas, universidades, campos de refugiados , e
ambulâncias”, acrescentou o líder turco.
Ele reiterou os apelos
por um Estado palestino, dizendo: “A menos que as palavras sejam apoiadas pela
ação, não é possível parar a opressão na Palestina nem reconstruir a confiança
no sistema internacional”.
Especialistas das
Nações Unidas descreveram anteriormente a campanha militar de Israel – lançada
após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro – como um “genocídio em
formação”.
Mais de 30.200 pessoas
morreram em Gaza desde 7 de outubro, informou na sexta-feira o Ministério da
Saúde do enclave, com mais de meio milhão de pessoas à beira da fome, segundo
agências da ONU. As Forças de Defesa de Israel insistiram que estão tentando
limitar as baixas civis no enclave.
Macron exige justiça após mortes de
palestinos em Gaza
O presidente francês,
Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira (1º) que está indignado com a morte de
mais de 100 palestinos em busca de ajuda humanitária em Gaza e exigiu “verdade
e justiça” em relação ao papel dos soldados israelenses no ataque.
As autoridades de
saúde de Gaza disseram que as forças israelenses mataram a tiros mais de 100
palestinos nesta quinta-feira (29) enquanto aguardavam uma entrega de ajuda.
Israel culpou as mortes em multidões que cercaram caminhões de ajuda, dizendo
que as vítimas foram pisoteadas ou atropeladas.
“Profunda indignação
com as imagens vindas de Gaza, onde civis foram alvo de soldados israelenses.
Eu expresso minha mais forte condenação a esses tiroteios e peço a verdade,
justiça e respeito ao direito internacional”, disse Macron em um post no X.
Ele disse que era
imperativo que um cessar-fogo imediato na guerra fosse posto em prática.
Falando na rádio
France Inter nesta sexta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores,
Stephane Sejourne, disse que Paris apoiará o pedido das Nações Unidas para uma
investigação independente.
“A situação
humanitária tem sido catastrófica há várias semanas e o que aconteceu é
indefensável e injustificável. Israel precisa ser capaz de ouvi-lo e precisa
parar”, disse Sejourne à France Inter.
“Demos um passo
adiante, as pessoas estão lutando por comida e há tumultos. Ouvi o pedido do
Secretário-Geral das Nações Unidas para abrir uma investigação independente e
acho que a França apoiará isso”, disse Sejourne.
Fonte: Fórum/CNN
Brasil
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