sábado, 27 de janeiro de 2024

Zelensky admite que mundo não tem uma indústria de defesa capaz de se contrapor à russa

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, afirmou que o mundo carece de uma indústria de defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças Armadas ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.

Zelensky falava em uma coletiva de imprensa em Davos, Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.

"A artilharia, por exemplo, de calibre 155. No mundo inteiro, a produção de todas as empresas que fabricam projéteis de artilharia de calibre 155 não é suficiente para sustentar uma guerra com a artilharia na Ucrânia", admitiu Zelensky.

"Não há produção suficiente no mundo hoje, usando a artilharia como exemplo, para o Exército ucraniano resistir o Exército russo"

O presidente aproveitou a conferência para reforçar a necessidade de manutenção do auxílio dos países ocidentais à Ucrânia.

"Seremos fracos no campo de batalha, teremos uma grande escassez de artilharia, não seremos capazes de repelir ataques de mísseis balísticos, haverá um grande número de mortos e feridos. [...] Haverá uma grande crise por toda a Europa. Sem a ajuda dos Estados Unidos e da União Europeia, a Ucrânia enfrentará dificuldades, ficará mais fraca e a Rússia terá a possibilidade de nos conquistar", disse aos jornalistas.

·        'Superarmamento' da OTAN não ajudou a Ucrânia na sua contraofensiva, apontam especialistas

"Superarmamento" da OTAN não conseguiu garantir à Ucrânia uma contraofensiva bem-sucedida, apontam em um artigo na Newsweek o ex-chefe da missão da embaixada dos EUA na Arábia Saudita, David Rundell, e o ex-conselheiro do Comando Central dos EUA, Michael Gfoeller.

"Superarmas da OTAN, como os [sistemas de foguetes] Himars e tanques Leopard, não conseguiram garantir uma contraofensiva ucraniana eficaz", apontam os ex-oficiais.

Eles observam que as sanções econômicas contra a Rússia também não mudaram a situação na Ucrânia. De acordo com os autores do artigo, a Rússia obteve uma vitória contra o regime de sanções usando efetivamente o "ouro, grãos, petróleo e amigos". Por outro lado, Kiev tem falta de pessoas, dinheiro, munições e tempo, notam Rundell e Gfoeller.

"O Ocidente deve parar de dar dinheiro a uma pessoa com um buraco no bolso", escreveram eles.

Nesta quarta-feira (17), o presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que o mundo carece de uma indústria de defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças Armadas ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.

·        Legisladores da Alemanha rejeitam resolução de entrega de mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia

A proposta, não vinculativa, foi rejeitada por uma larga maioria no Parlamento do país, e o chanceler Olaf Scholz ainda se pronunciará sobre ela.

Os legisladores alemães votaram contra uma proposta da oposição que incluía a entrega de mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus à Ucrânia, informa o jornal norte-americano Politico.

Durante o voto final, 178 legisladores do Parlamento alemão votaram a favor da proposta, e 485 se pronunciaram contra.

Em entrevista à emissora pública ARD antes da votação, Marie-Agnes Strack-Zimmermann, presidente do Comitê de Defesa, criticou os democratas cristãos, de centro-direita, por usarem o que ela chamou de "tática partidária", de ligar a proposta não vinculante do Taurus a um debate sobre o estado das Forças Armadas da Alemanha e, na prática, criar um voto negativo.

A decisão final depende agora de Olaf Scholz, presidente do Conselho Federal de Segurança e chanceler da Alemanha.

No passado, ele demonstrou oposição a legisladores com iniciativas semelhantes para o fornecimento de mísseis Taurus à Ucrânia.

Ao mesmo tempo, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos têm enviado alguns sistemas de longo alcance semelhantes às mãos de Kiev, no caso deles os SCALP, Storm Shadow e Atacms, respetivamente.

Egor Cherniev, vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional ucraniano, previu que haverá um novo voto sobre a questão até 22 de fevereiro.

 

Ø  China esnobou Zelensky, que pediu ajuda a Pequim

 

Em meio às tensões na Ucrânia e aos esforços por uma solução pacífica, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, causou agitação ao comentar a disponibilidade da China em participar das negociações. Em conferência de imprensa em Davos, na Suíça, o líder ucraniano não se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

A postura levantou questionamentos sobre a eficácia da estratégia diplomática da Ucrânia e sobre a possibilidade do envolvimento chinês na resolução do conflito, conforme publicou o site Politico.

"O líder da China não está aqui, ele não está aqui. Mas o primeiro-ministro dele está aqui, então o nosso primeiro-ministro se reunirá com o primeiro-ministro da China. Eu adoraria me encontrar com o líder da China. Pelo que eu sei, Xi Jinping toma decisões, e na Ucrânia eu tomo decisões", afirmou.

Apesar de ter se encontrado com outros líderes internacionais de menor hierarquia em Davos, Zelensky pareceu desconsiderar a importância de dialogar com o primeiro-ministro chinês, essencial para uma resolução pacífica.

Segundo o veículo de imprensa, uma reunião é esperada por parte da Ucrânia.

Moscou considera a "fórmula de paz" proposta por Kiev fora de sintonia com a realidade e destaca a prontidão para negociações, enquanto os ucranianos introduzem proibições legislativas.

O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmitry Kuleba, enfatizou o desejo de relações mais dinâmicas com Pequim e a crença de que a China poderia desempenhar um papel construtivo na resolução do conflito.

A posição chinesa sobre a crise ucraniana foi delineada em um documento publicado em fevereiro passado, incluindo apelos por um cessar-fogo, pelo respeito aos interesses de segurança e por uma solução para a crise humanitária.

O representante da China para os Assuntos da Eurásia, Li Hui, também realizou uma reunião europeia para discutir a iniciativa de paz chinesa.

 

Ø  Moscou: quem não faz 'saudação nazista' ao Ocidente é visto como ameaça

 

Para a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os países que não fazem a "saudação nazista" ao Ocidente, "abraçando os valores neocoloniais", são vistos como ameaça pelos representantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A declaração aconteceu quando Zakharova foi questionada sobre os comentários da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, ao alegar que a Rússia vai representar uma "séria ameaça" entre três e cinco anos para os membros orientais da OTAN.

"Aqueles que chamam verdade à verdade e mentira à mentira são uma ameaça para eles. Aqueles que defendem os princípios básicos da humanidade e da nossa civilização, os que têm a coragem de dizer e defender o que sempre acreditamos ser coisas basicamente óbvias", afirmou Zakharova.

A porta-voz considera que não é a Rússia que ameaça o Ocidente, mas que o Ocidente vê o país como ameaça porque, nas últimas décadas, criaram um "mundo de fantasia" de valores inexistentes, chamando-os de "neoliberais".

"Todos aqueles que, a nível estatal, individualmente ou como comunidade sociocultural, defendem a preservação de nossa civilização, suas conquistas e experiência, são uma ameaça para eles", acrescentou.

Conforme a representante oficial, há uma substituição de noções que levam a tratar a Rússia como uma ameaça.

"Eles equiparam a liberdade ao ditado, consideram possível abolir e colocar em um pedestal apenas aquelas obras que são do seu interesse", explicou. "Eles não serão atacados ou ameaçados e se sentem ameaçados pelo seu frágil mundo de valores neoliberais. É um problema deles", concluiu.

 

Ø  Bruxelas começa a 'avaliar' leis ucranianas para enquadrar país no bloco europeu

 

A mudança e as reformas legislativas são vistas como um passo em frente na tentativa de Kiev de eventualmente aderir à União Europeia (UE).

Bruxelas anunciou o lançamento de um "processo de avaliação e elaboração do quadro de negociação" como parte das tratativas com a Ucrânia sobre a sua ambição de aderir à UE.

Alguns Estados-membros disseram anteriormente que Kiev estava muito distante de atingir o seu objetivo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mencionou a nova fase durante um discurso nesta quarta-feira (16) perante o Parlamento Europeu.

Von der Leyen refletiu que quando o processo formal de adesão foi lançado no ano passado, "os corações de milhões de ucranianos estavam cheios de esperança e alegria" e afirmou que os legisladores ucranianos tinham feito progressos na adoção das reformas necessárias para o ingresso.

No início desta semana, von der Leyen se encontrou com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O seu gabinete disse que a análise da legislação nacional foi discutida lá e vai conduzir a Ucrânia à adesão plena.

A liderança da UE recorreu a manobras políticas incomuns quando empurrou o início das negociações de adesão através do Conselho Europeu em dezembro. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um crítico veemente da abordagem de Bruxelas em relação a Kiev, abandonou a reunião quando a votação foi lançada. Isto permitiu que o requisito da UE de aprovação por unânimidade fosse tecnicamente cumprido sem que ele apoiasse explicitamente a decisão.

Tanto Kiev como von der Leyen instaram os Estados-membros a garantir o financiamento contínuo do governo ucraniano com o dinheiro dos contribuintes europeus. Durante a mesma sessão do Conselho, Orbán vetou uma proposta da Comissão para atribuir € 50 bilhões (cerca de R$ 267,8 bilhões) ao longo de quatro anos para apoiar Kiev. Budapeste pretende que qualquer financiamento seja feito anualmente, sob revisão, e fora do orçamento conjunto da UE.

Os líderes da UE vão discutir ambas as questões durante uma cúpula extraordinária em 1º de fevereiro. É necessário "financiamento estável e substancial para a Ucrânia" a longo prazo para "apoiar o funcionamento diário do Estado, estabilizar a economia e aproximá-la da nossa União [Europeia]", disse a chefe da Comissão em seu discurso.

A Hungria não está sozinha no seu ceticismo em relação à candidatura da Ucrânia. O presidente francês, Emmanuel Macron, por exemplo, disse à imprensa nacional que a UE estava "muito longe" de aceitá-la como novo membro, comentando o resultado da cúpula de dezembro.

Entretanto, o novo governo da Eslováquia tomou o partido da Hungria na sua atitude em relação à Ucrânia. O primeiro-ministro Robert Fico classificou as condições de Budapeste para financiar Kiev de "racionais e sensatas" durante uma visita à Hungria.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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