Zelensky admite que mundo não tem uma
indústria de defesa capaz de se contrapor à russa
O presidente da
Ucrânia, Vladimir Zelensky, afirmou que o mundo carece de uma indústria de
defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças Armadas
ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.
Zelensky falava em uma
coletiva de imprensa em Davos, Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.
"A artilharia,
por exemplo, de calibre 155. No mundo inteiro, a produção de todas as empresas
que fabricam projéteis de artilharia de calibre 155 não é suficiente para
sustentar uma guerra com a artilharia na Ucrânia", admitiu Zelensky.
"Não há produção
suficiente no mundo hoje, usando a artilharia como exemplo, para o Exército
ucraniano resistir o Exército russo"
O presidente
aproveitou a conferência para reforçar a necessidade de manutenção do auxílio
dos países ocidentais à Ucrânia.
"Seremos fracos
no campo de batalha, teremos uma grande escassez de artilharia, não seremos
capazes de repelir ataques de mísseis balísticos, haverá um grande número de
mortos e feridos. [...] Haverá uma grande crise por toda a Europa. Sem a ajuda
dos Estados Unidos e da União Europeia, a Ucrânia enfrentará dificuldades,
ficará mais fraca e a Rússia terá a possibilidade de nos conquistar",
disse aos jornalistas.
·
'Superarmamento' da OTAN não ajudou a
Ucrânia na sua contraofensiva, apontam especialistas
"Superarmamento"
da OTAN não conseguiu garantir à Ucrânia uma contraofensiva bem-sucedida,
apontam em um artigo na Newsweek o ex-chefe da missão da embaixada dos EUA na
Arábia Saudita, David Rundell, e o ex-conselheiro do Comando Central dos EUA,
Michael Gfoeller.
"Superarmas da
OTAN, como os [sistemas de foguetes] Himars e tanques Leopard, não conseguiram
garantir uma contraofensiva ucraniana eficaz", apontam os ex-oficiais.
Eles observam que as
sanções econômicas contra a Rússia também não mudaram a situação na Ucrânia. De
acordo com os autores do artigo, a Rússia obteve uma vitória contra o regime de
sanções usando efetivamente o "ouro, grãos, petróleo e amigos". Por
outro lado, Kiev tem falta de pessoas, dinheiro, munições e tempo, notam
Rundell e Gfoeller.
"O Ocidente deve
parar de dar dinheiro a uma pessoa com um buraco no bolso", escreveram
eles.
Nesta quarta-feira
(17), o presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que o mundo carece de uma
indústria de defesa capaz de se contrapor à Rússia, acrescentando que as Forças
Armadas ucranianas têm uma escassez de drones e bombas.
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Legisladores da Alemanha rejeitam resolução
de entrega de mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia
A proposta, não
vinculativa, foi rejeitada por uma larga maioria no Parlamento do país, e o
chanceler Olaf Scholz ainda se pronunciará sobre ela.
Os legisladores
alemães votaram contra uma proposta da oposição que incluía a entrega de
mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus à Ucrânia, informa o jornal
norte-americano Politico.
Durante o voto final,
178 legisladores do Parlamento alemão votaram a favor da proposta, e 485 se
pronunciaram contra.
Em entrevista à
emissora pública ARD antes da votação, Marie-Agnes Strack-Zimmermann,
presidente do Comitê de Defesa, criticou os democratas cristãos, de
centro-direita, por usarem o que ela chamou de "tática partidária",
de ligar a proposta não vinculante do Taurus a um debate sobre o estado das
Forças Armadas da Alemanha e, na prática, criar um voto negativo.
A decisão final
depende agora de Olaf Scholz, presidente do Conselho Federal de Segurança e
chanceler da Alemanha.
No passado, ele
demonstrou oposição a legisladores com iniciativas semelhantes para o
fornecimento de mísseis Taurus à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a
França, o Reino Unido e os Estados Unidos têm enviado alguns sistemas de longo
alcance semelhantes às mãos de Kiev, no caso deles os SCALP, Storm Shadow e
Atacms, respetivamente.
Egor Cherniev,
vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional ucraniano, previu que haverá um
novo voto sobre a questão até 22 de fevereiro.
Ø
China esnobou Zelensky, que pediu ajuda a
Pequim
Em meio às tensões na
Ucrânia e aos esforços por uma solução pacífica, o presidente ucraniano,
Vladimir Zelensky, causou agitação ao comentar a disponibilidade da China em
participar das negociações. Em conferência de imprensa em Davos, na Suíça, o
líder ucraniano não se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
A postura levantou
questionamentos sobre a eficácia da estratégia diplomática da Ucrânia e sobre a
possibilidade do envolvimento chinês na resolução do conflito, conforme
publicou o site Politico.
"O líder da China
não está aqui, ele não está aqui. Mas o primeiro-ministro dele está aqui, então
o nosso primeiro-ministro se reunirá com o primeiro-ministro da China. Eu
adoraria me encontrar com o líder da China. Pelo que eu sei, Xi Jinping toma decisões,
e na Ucrânia eu tomo decisões", afirmou.
Apesar de ter se
encontrado com outros líderes internacionais de menor hierarquia em Davos,
Zelensky pareceu desconsiderar a importância de dialogar com o
primeiro-ministro chinês, essencial para uma resolução pacífica.
Segundo o veículo de
imprensa, uma reunião é esperada por parte da Ucrânia.
Moscou considera a
"fórmula de paz" proposta por Kiev fora de sintonia com a realidade e
destaca a prontidão para negociações, enquanto os ucranianos introduzem
proibições legislativas.
O ministro das
Relações Exteriores ucraniano, Dmitry Kuleba, enfatizou o desejo de relações
mais dinâmicas com Pequim e a crença de que a China poderia desempenhar um
papel construtivo na resolução do conflito.
A posição chinesa
sobre a crise ucraniana foi delineada em um documento publicado em fevereiro
passado, incluindo apelos por um cessar-fogo, pelo respeito aos interesses de
segurança e por uma solução para a crise humanitária.
O representante da
China para os Assuntos da Eurásia, Li Hui, também realizou uma reunião europeia
para discutir a iniciativa de paz chinesa.
Ø
Moscou: quem não faz 'saudação nazista' ao
Ocidente é visto como ameaça
Para a representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os
países que não fazem a "saudação nazista" ao Ocidente,
"abraçando os valores neocoloniais", são vistos como ameaça pelos
representantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A declaração aconteceu
quando Zakharova foi questionada sobre os comentários da primeira-ministra da
Estônia, Kaja Kallas, ao alegar que a Rússia vai representar uma "séria
ameaça" entre três e cinco anos para os membros orientais da OTAN.
"Aqueles que
chamam verdade à verdade e mentira à mentira são uma ameaça para eles. Aqueles
que defendem os princípios básicos da humanidade e da nossa civilização, os que
têm a coragem de dizer e defender o que sempre acreditamos ser coisas basicamente
óbvias", afirmou Zakharova.
A porta-voz considera
que não é a Rússia que ameaça o Ocidente, mas que o Ocidente vê o país como
ameaça porque, nas últimas décadas, criaram um "mundo de fantasia" de
valores inexistentes, chamando-os de "neoliberais".
"Todos aqueles
que, a nível estatal, individualmente ou como comunidade sociocultural,
defendem a preservação de nossa civilização, suas conquistas e experiência, são
uma ameaça para eles", acrescentou.
Conforme a
representante oficial, há uma substituição de noções que levam a tratar a
Rússia como uma ameaça.
"Eles equiparam a
liberdade ao ditado, consideram possível abolir e colocar em um pedestal apenas
aquelas obras que são do seu interesse", explicou. "Eles não serão
atacados ou ameaçados e se sentem ameaçados pelo seu frágil mundo de valores
neoliberais. É um problema deles", concluiu.
Ø
Bruxelas começa a 'avaliar' leis ucranianas
para enquadrar país no bloco europeu
A mudança e as
reformas legislativas são vistas como um passo em frente na tentativa de Kiev
de eventualmente aderir à União Europeia (UE).
Bruxelas anunciou o
lançamento de um "processo de avaliação e elaboração do quadro de
negociação" como parte das tratativas com a Ucrânia sobre a sua ambição de
aderir à UE.
Alguns Estados-membros
disseram anteriormente que Kiev estava muito distante de atingir o seu
objetivo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mencionou a
nova fase durante um discurso nesta quarta-feira (16) perante o Parlamento
Europeu.
Von der Leyen refletiu
que quando o processo formal de adesão foi lançado no ano passado, "os
corações de milhões de ucranianos estavam cheios de esperança e alegria" e
afirmou que os legisladores ucranianos tinham feito progressos na adoção das
reformas necessárias para o ingresso.
No início desta
semana, von der Leyen se encontrou com o presidente ucraniano, Vladimir
Zelensky, à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O seu
gabinete disse que a análise da legislação nacional foi discutida lá e vai
conduzir a Ucrânia à adesão plena.
A liderança da UE
recorreu a manobras políticas incomuns quando empurrou o início das negociações
de adesão através do Conselho Europeu em dezembro. O primeiro-ministro húngaro,
Viktor Orbán, um crítico veemente da abordagem de Bruxelas em relação a Kiev,
abandonou a reunião quando a votação foi lançada. Isto permitiu que o requisito
da UE de aprovação por unânimidade fosse tecnicamente cumprido sem que ele
apoiasse explicitamente a decisão.
Tanto Kiev como von
der Leyen instaram os Estados-membros a garantir o financiamento contínuo do
governo ucraniano com o dinheiro dos contribuintes europeus. Durante a mesma
sessão do Conselho, Orbán vetou uma proposta da Comissão para atribuir € 50
bilhões (cerca de R$ 267,8 bilhões) ao longo de quatro anos para apoiar Kiev.
Budapeste pretende que qualquer financiamento seja feito anualmente, sob
revisão, e fora do orçamento conjunto da UE.
Os líderes da UE vão
discutir ambas as questões durante uma cúpula extraordinária em 1º de
fevereiro. É necessário "financiamento estável e substancial para a
Ucrânia" a longo prazo para "apoiar o funcionamento diário do Estado,
estabilizar a economia e aproximá-la da nossa União [Europeia]", disse a
chefe da Comissão em seu discurso.
A Hungria não está
sozinha no seu ceticismo em relação à candidatura da Ucrânia. O presidente
francês, Emmanuel Macron, por exemplo, disse à imprensa nacional que a UE
estava "muito longe" de aceitá-la como novo membro, comentando o
resultado da cúpula de dezembro.
Entretanto, o novo
governo da Eslováquia tomou o partido da Hungria na sua atitude em relação à
Ucrânia. O primeiro-ministro Robert Fico classificou as condições de Budapeste
para financiar Kiev de "racionais e sensatas" durante uma visita à Hungria.
Fonte: Sputnik Brasil
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