Turquia não quer piorar relações com Israel, objetivo de Erdogan é
Netanyahu, diz especialista
Na opinião de um analista turco, o premiê de Israel
tenta combater sua baixa popularidade no país com ataques a altos responsáveis
do Hamas na Turquia.
A Turquia não pretende piorar a situação atual com
Israel, o alvo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, é o primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, disse um analista político turco à Sputnik.
As forças de segurança turcas detiveram na
terça-feira (2), em oito províncias, 33 pessoas durante uma operação, por
suspeita de espionagem para Israel, e outras 13 são procuradas. Ali Yerlikaya,
ministro do Interior da Turquia, disse em dezembro que qualquer ataque da
inteligência israelense contra líderes do Hamas dentro da Turquia não seria
tolerado e que, caso ocorresse, Israel pagaria um "preço alto".
"O primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, ameaçou os líderes do Hamas na Turquia com possíveis assassinatos.
Na verdade esses discursos não são expressos pela mídia por países com
tradições estatais sérias; esses discursos são, em si, prejudiciais aos
interesses dos países ameaçadores", disse o analista Engin Ozer.
"Pode-se presumir que Netanyahu está tentando
fazer essa propaganda contra sua popularidade em declínio em Israel. Podemos
entender essa operação de contrainteligência contra a inteligência israelense
como uma resposta diplomática de Ancara a Tel Aviv", avaliou ele.
Para Ozer, os oficiais do Serviço de Segurança
Geral israelense (Shabak) contataram as pessoas recrutadas por meio de sites de
emprego.
"É claro que algumas promessas foram feitas a
cidadãos turcos que estavam procurando trabalho, organizando reuniões na
Europa. As pessoas recrutadas foram instruídas a rastrear alguns ativistas
palestinos e membros do Hamas. Por outro lado, alguns especialistas turcos
expressaram versões de que a localização de 12 soldados turcos mortos por
terroristas no norte do Iraque em 22 de dezembro foi dada ao PKK [sigla em
inglês para Partido dos Trabalhadores do Curdistão, proibido na Turquia] pela
inteligência israelense."
O especialista acredita que Ancara não pretende
piorar a situação atual com o próprio Estado de Israel, o alvo do presidente
Erdogan é o primeiro-ministro Netanyahu.
"Portanto, em vez de transformar essa questão
em um problema interestatal, ela se limitará ao atual governo. Uma operação de
contrainteligência anti-Israel semelhante foi realizada nos últimos meses, e a
administração de Tel Aviv optou por permanecer em silêncio. O rompimento das
relações diplomáticas após essa operação ainda não é possível, e, de acordo com
a tradição do 'mundo da inteligência', o governo israelense negará seu
envolvimento com esses indivíduos", diz o analista político.
·
Chefe do Hezbollah diz que ataque em Beirute não ficará impune e
sinaliza guerra contra Israel
Em discurso, Hassan Nasrallah disse que se Israel
pensa em travar uma guerra contra o Líbano, ela será sem limites. "Eles
sabem o que quero dizer", disse o líder do Hezbollah.
O chefe do movimento libanês Hezbollah, Hassan
Nasrallah, afirmou que o ataque com drone realizado na última terça-feira (2)
contra um gabinete do Hamas em Beirute, no Líbano, que resultou na morte de
seis pessoas, entre elas o vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, e outros dois
chefes militares do grupo palestino, não ficará impune.
"O que aconteceu ontem nos subúrbios do sul de
Beirute não ficará sem resposta e será punido", disse Nasrallah.
A declaração foi dada em um discurso por ocasião do
aniversário de quatro anos da morte do general do Corpo de Guardiões da
Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) Qassem Soleimani, morto em
2020 em um ataque dos EUA próximo ao Aeroporto Internacional de Bagdá, ordenado
pelo então presidente americano, Donald Trump.
No discurso, Nasrallah classificou o ataque como um
crime grave e fez promessas de guerra contra Israel.
"Se o inimigo pensa em travar uma guerra
contra o Líbano, então a nossa luta será sem um teto, sem limites, sem regras.
E eles sabem o que quero dizer. Não temos medo da guerra. Não tememos isso. Não
estamos hesitantes. Se estivéssemos, teríamos parado no front", disse
Nasrallah.
Ele encerrou sua fala se comprometendo a detalhar
mais o assunto em um discurso a ser transmitido na próxima sexta-feira (5).
Até o momento o governo israelense não assumiu a
autoria do ataque, mas é considerado o principal suspeito por conta da ofensiva
travada contra o Hamas após os ataques do dia 7 de outubro de 2023.
A ofensiva israelense já causou pelo menos 22.313
mortes e deixou pelo menos 57.296 feridos. No lado israelense, o número de
mortos nos ataques do dia 7 se mantém em 1.139.
Ø 'Crueldade
e cinismo': Putin condena ataque próximo ao túmulo de general no Irã
Em carta, presidente russo reafirmou o compromisso
de Moscou na luta contra o terrorismo. O ataque ocorreu durante homenagem ao
general Qassem Soleimani, morto em 2020 em um ataque dos EUA, que deixou pelo
menos 103 mortos e 188 feridos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prestou
condolências ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e ao presidente do país,
Ebrahim Raisi, pelas vítimas da explosão ocorrida na cidade iraniana de Kerman
nesta quarta-feira (3).
"Caro senhor Khamenei, querido senhor Raisi,
por favor, aceitem minhas mais profundas condolências pelas trágicas
consequências do ataque na cidade de Kerman", disse Putin em um telegrama
publicado no site do Kremlin.
O líder russo transmitiu seu apoio aos familiares e
amigos das vítimas e expressou desejo por uma rápida recuperação a todos os
feridos.
"O assassinato de civis presentes no cemitério
choca por sua crueldade e cinismo", escreveu Putin. "Condenamos
veementemente o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, reafirmamos
nosso compromisso com a luta intransigente contra esse mal", acrescentou.
O ataque na cidade de Kerman ocorreu nesta
quarta-feira durante a cerimônia do quarto aniversário do assassinato do
general do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em
inglês) Qassem Soleimani, morto em 2020 em um ataque dos EUA próximo ao
Aeroporto Internacional de Bagdá, ordenado pelo então presidente americano
Donald Trump.
A explosão ocorreu perto do túmulo de Soleimani em
Kerman, localizada a cerca de 820 quilômetros a sudeste da capital iraniana,
Teerã. O ataque deixou pelo menos 103 mortos e 188 feridos.
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, duas
sacolas com explosivos controlados remotamente detonaram nas proximidades do
túmulo de Soleimani. Uma das sacolas explodiu a uma distância de cerca de 700
metros do túmulo, a outra a uma distância de aproximadamente 1 quilômetro. O
governador da província iraniana de Kerman classificou as explosões como um ato
terrorista.
Ø EUA dizem
que ação da África do Sul contra Israel no TPI é infundada e que não há
genocídio em Gaza
Washington considera o processo da África do Sul
contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TPI) "contraproducente
e infundado", disse John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas
do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
Na última sexta-feira (29), o governo sul-africano
entrou com uma ação contra Israel por genocídio no TPI, principal órgão
judicial da Organização das Nações Unidas (ONU), devido à situação na Faixa de
Gaza, conforme noticiado.
"Consideramos este apelo infundado,
contraproducente e completamente desprovido de qualquer mérito", disse
Kirby em uma coletiva de imprensa na Casa Branca nesta quarta-feira (3).
De acordo com o tribunal, a ação alega uma série de
"violações por parte de Israel das suas obrigações em relação à Convenção
para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio [por agir] contra os
palestinos na Faixa de Gaza".
Washington também disse hoje (3) que "não vê
sinais de genocídio na Faixa de Gaza", mas que considera a
"assistência humanitária aos residentes da região uma prioridade",
disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
"O genocídio é certamente um crime hediondo,
um dos mais terríveis que uma pessoa pode cometer, e as acusações contra ele
não devem ser feitas levianamente. Quanto aos Estados Unidos, não vemos ações
consistentes com genocídio", disse o porta-voz ao responder a um pedido de
comentário sobre o processo da África do Sul contra Israel.
Desde o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de
outubro, 1.200 israelenses foram mortos e cerca de 250 foram sequestrados pelo
grupo palestino. Na Faixa de Gaza, o número de mortos ultrapassou os 22 mil e
de feridos há mais de 57 mil, segundo dados do Ministério da Saúde palestino.
Ø EUA
repreendem ministro israelense que rebate: 'Israel não é mais uma estrela na
bandeira americana'
A administração Biden criticou dois ministros
israelenses por conta de seus apelos para reassentar palestinos fora da Faixa
de Gaza, e acabou ouvindo de um deles que o governo de Israel "fará o que
é melhor para o Estado israelense".
A retórica do ministro das Finanças, Bezalel
Smotrich, e do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, "é
inflamatória e irresponsável" e "deveria parar imediatamente",
disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado na
terça-feira (2).
"Temos sido claros, consistentes e inequívocos
ao afirmar que Gaza é terra palestina e continuará a ser terra palestina, com o
Hamas já não no controle do seu futuro e sem grupos terroristas capazes de
ameaçar Israel", acrescentou Miller, segundo a agência Bloomberg.
As declarações são uma rara repreensão pública que
sublinha o aprofundamento das divisões entre os Estados Unidos e Israel sobre o
destino do território, analisou a mídia.
O jornal israelense Haaretz informou que Ben-Gvir
defendeu um plano que faria com que os palestinos em Gaza emigrassem para
outros países. Já Smotrich apelou à criação de assentamentos israelenses no
enclave.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Ben-Gvir
rejeitou as críticas de Miller, afirmando que o governo faria o melhor
"para o Estado de Israel".
"Agradeço muito os Estados Unidos, mas com
todo o respeito, não somos mais uma estrela na bandeira americana. Os Estados
Unidos são o nosso melhor amigo, mas antes de tudo faremos o que for melhor
para o Estado de Israel: a migração de centenas de milhares [de pessoas] de
Gaza permitirá que os residentes do enclave voltem para casa e vivam em
segurança e protejam as Forças de Defesa de Israel", disse o ministro.
Paris também acrescentou sua voz à condenação das
falas dos ministros apelando a Tel Aviv para "se abster de tais
declarações provocativas, que são irresponsáveis e alimentam
tensões".
"A França recorda que a transferência forçada
de populações constitui uma violação grave do direito internacional na acepção
das Convenções de Genebra e do Estatuto de Roma. […] não cabe ao governo
israelense decidir onde os palestinos devem viver nas suas terras", lê-se
no comunicado da chancelaria francesa citado pelo jornal The Times of Israel.
No entanto, ambas as nações apoiam a campanha
militar de Israel na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 22 mil mortos e mais
de 57 mil feridos, além de quase 80% da população palestina do enclave ter
deixado suas casas e estar nas ruas, sem abrigo ou proteção.
No último 29 de dezembro, Washington aprovou para
Israel uma venda militar de projéteis M107 de 155 mm e equipamentos
relacionados, avaliada em US$ 147,5 milhões (R$ 714 milhões), conforme
noticiado.
Fonte: Sputnik Brasil
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