segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Seca na Amazônia deve bater recordes e afetar rios importantes

Dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que a seca na Amazônia pode bater recordes este ano e se estender até janeiro de 2024.

A previsão do órgão do governo federal é de que a seca seja amenizada apenas a partir de março ou abril do próximo ano.

A estiagem deve afetar os rios da região, afetando a navegação e aumentando o número de queimadas, com prejuízos para milhares de pessoas que dependem dos rios da região.

Estima-se que trechos de rios importantes para a formação do rio Amazonas, como o Negro e o Solimões, devem ter vazões abaixo da média histórica. O mesmo deve ocorrer com o Juruá, Madeira, Purus e Xingu, segundo dados gerados a partir das medições da Agência Nacional de Águas (ANA).

Estado de emergência

O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou estado de emergência em 55 cidades do estado, nessa sexta-feira (30/9). O decreto vale por 180 dias. Lima também anunciou medidas como a dispensa de licitação de contratos de aquisição de bens necessários para conter os danos da seca.

Impactos da seca na fauna da Amazônia

Mais de 130 botos foram encontrados mortos no Lago Tefé, no Amazonas. A informação foi divulgada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) nessa sexta-feira (29/9).

De acordo com o instituto, é cedo para apontar as causas do evento, mas os especialistas que integram o grupo consideram que a morte dos animais possa estar relacionada ao período de estiagem e ao aumento da temperatura do lago, que chegou a ultrapassar 39°C.

<><> População do Amazonas está sob risco de desabastecimento devido à seca

Uma estiagem histórica tem assolado o Amazonas e causado transtornos para a população local, que utiliza os rios como principal meio de transporte e para distribuição de alimentos. O Metrópoles conversou com amazonenses, que comentaram sobre as dificuldades que têm enfrentado, além do medo do desabastecimento.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), anunciou, na sexta-feira (29/9), decreto de situação de emergência no estado. Dos 62 municípios amazonenses, apenas dois não sentem os efeitos da seca extrema.

Manaus, capital do estado, e outros 18 municípios decretaram situação de emergência. As cidades mais críticas são: Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Envira, Itamarati, Jutaí, Fonte Boa, Japurá e Maraã.

A confeiteira Laila Ramos, 35 anos, moradora de Jutaí, contou ao Metrópoles que só consegue cozinhar e fazer as encomendas à noite, uma vez que não há água na cidade durante o dia.

“A água só vem à noite e bem fraquinha. A gente precisa limpar, lavar as coisas. Isso tem prejudicado geral”, relatou. “Hoje, por exemplo, vou dormir lá pelas 2h, porque preciso produzir, tenho de deixar tudo pronto e limpar as coisas no horário que a gente tem água”, completou a confeiteira.

Segundo Laila, até o momento, a Prefeitura de Jutaí não tem apresentado soluções para a falta de água, e a população local tenta se manter do jeito que dá.

Além da falta de água, a confeiteira disse que sente os efeitos da seca no preço dos alimentos. De acordo com ela, o tambaqui, peixe de água doce e comum na região, está mais caro. “O tambaqui é um peixe maior, comprei por R$ 150 e, antes, custava uns R$ 80. Aumentou bastante [o preço]”, lamentou.

por taboola

O empresário Raimundo Coelho, 37, tem sentido uma baixa no número de hóspedes no hotel dele, localizado às margens no Rio Amazonas, também em Jutaí.

“Os clientes que ficam no meu hotel vêm de barco e, como está muito seco, alguns barcos não têm vindo até aqui”, pontuou Raimundo. O empresário estima que houve queda de, aproximadamente, 30% no negócio devido à estiagem.

Raimundo acrescentou que a seca deste ano está mais severa do que em épocas anteriores. “O calor aumentou. Tá muito quente, não chove, tá só seca mesmo.”

O Metrópoles entrou em contato com a Prefeitura de Jutaí para saber quais medidas têm sido adotadas para atender a população local. No entanto, não obteve respostas, mas o espaço segue aberto.

O músico Valdemir Avelino, mais conhecido como Maraza, 49, destaca que a seca tem afetado o cotidiano de várias formas, principalmente no trabalho e na compra de alimentos. O artista mora em Benjamin Constant (AM) e reclama do preço dos alimentos.

“Tudo o que as pessoas consomem vem da capital. Então, para chegar até aqui, é mais complicado ainda, porque o município fica na entrada de um rio que é um braço do Solimões [Rio Amazonas], e os barcos não têm vindo mais para cá”, ressaltou o músico.

“Frango, arroz, óleo, essas coisas básicas aumentaram muito o preço, e a população fica à mercê dessa situação. A renda do consumidor não aumentou, e o cabra tem de fazer malabarismo para equilibrar as contas do mês”, assinalou Maraza.

Além do aumento dos preços dos alimentos, o músico contou ao Metrópoles que está cada vez mais difícil fazer shows, uma vez que ele utiliza o rio como meio de transporte.

“Justamente por essa seca está muito complicado. O transporte que a gente usava para fazer os shows custava R$ 35. Agora secou, e, para a gente, está custando R$ 75, só para ir, para voltar, são mais R$ 75”, disse Maraza.

O prefeito de Benjamin Constant, David Bemerguy (MDB), alerta para o risco de desabastecimento da cidade, mas salienta que tem pedido apoio dos governos estadual e federal para tentar atender a população local.

“Se continuar secando mais ainda, a cidade pode passar por um momento muito crítico, de colapso, e risco de desabastecimento total. No momento, estamos apenas com uma redução de produtos”, informou o prefeito de Benjamin Constant.

David contou que mobilizou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) com o intuito de fazer uma “dragagem”, retirada de sedimentos do fundo dos rios. “Seria uma forma de amenizar e evitar o risco de isolamento total de barcos e navios para trazer alimentos e produtos para a região”.

Ele destacou que o Dnit faz ações na região e espera que, até o fim de semana, consiga amenizar a situação da cidade.

·         Ações do governo

O governador Wilson Lima anunciou a compra inicial, sem licitação, de 50 mil cestas básicas, além de kits de alimentos para distribuir aos alunos em situação de vulnerabilidade alimentar.

Wilson Lima esteve em Brasília durante a semana e se encontrou com os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), e do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), a fim de discutir ações da força-tarefa para atender a população local.

Waldez Góes informou que vai atuar, principalmente, na ajuda humanitária, como na distribuição de alimentos, água, kits de higiene e itens de saúde. A ajuda deve chegar aos municípios amazonenses por meio da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha.

 

       Seca na Amazônia é pior no Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas

 

A seca severa que atinge a Amazônia neste ano pode bater recorde e se estender até o mês de janeiro, segundo previsão do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal. A situação de diversos rios estratégicos para a região é crítica, com vazões (volumes) abaixo da média histórica.

🚨 Diante desse cenário, o número de municípios afetados pela estiagem deve aumentar até o final do ano, impactando a navegação e o acesso à água, intensificando as queimadas e contribuindo com perdas na produção agrícola familiar.

A estiagem é mais grave na chamada Amazônia Ocidental: Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas.

Só no Amazonas, o governo local estima que a população atingida chegue a 500 mil pessoas em outubro. Manaus e Rio Branco decretaram estado de emergência.

É possível que essa situação de seca se agrave até o mês de dezembro ou janeiro e comece a desintensificar [enfraquecer] a partir do mês de março ou abril de 2024. — Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden na área de secas e agrometeorologia

👉 Estamos na estação seca na região Norte, quando a vazão dos rios normalmente se reduz. No entanto, de acordo com Ana Paula Cunha, a estiagem deste ano pode ser tão violenta quanto a registrada em 2015 e 2016, que castigou a região, ou até mesmo superá-la.

"Este ano pode ser que a seca seja tão intensa como foi em 2015/2016, ou até mesmo quebre o recorde", diz a pesquisadora.

•        Rios na Amazônia em situação crítica

Análise do Cemaden, com base em medições da Agência Nacional de Águas (ANA), aponta para uma situação preocupante em diversos rios na região, com uma previsão pessimista para os próximos três meses.

Trechos de rios importantes, como o Negro e o Solimões, formadores do rio Amazonas, devem ter vazões abaixo da média histórica, além de outros igualmente cruciais, como Madeira, Juruá, Purus e Xingu.

Os bancos de areia, que a cada dia que passa ficam mais visíveis e extensos, devem aumentar de tamanho. Além da navegação, os desdobramentos podem ser sentidos na pesca, na agricultura e no equilíbrio ambiental.

•        Causas da seca

🔥🌊 Assim como há oito anos, a seca de agora é agravada pela atuação do El Niño , que é o aquecimento anormal do Pacífico equatorial. Para piorar, além de o El Niño estar mais forte neste ano, seus efeitos estão potencializados pelo aquecimento do Atlântico Tropical Norte.

Apesar de os reflexos dos dois fenômenos ocorrerem em regiões diferentes da Amazônia, o aquecimento das águas do oceano desencadeia um mecanismo de ação similar sobre a floresta: a redução de chuvas na região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Com isso, o início do período de chuvas, que deveria ser em novembro, vai atrasar.

A área marrom no mapa abaixo indica previsão de chuva no Norte abaixo da média nos próximos três meses.

A última grande seca que ocorreu na região foi entre os anos de 2015 e 2016, também causada por um evento de El Niño, considerado um dos mais intensos do último século. — Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden na área de secas e agrometeorologia.

 

       Com 55 cidades afetadas pela seca severa, AM decreta emergência e instala gabinete de crise

 

O Amazonas decretou situação de emergência nesta sexta-feira (29), após 55 municípios do estado serem afetados pela seca severa que atinge os rios da região. O decreto tem duração de 180 dias e pode ser prorrogado.

Para enfrentar a estiagem, o governador Wilson Lima também instalou um gabinete de crise.

>>>> Entre as ações emergenciais anunciadas pelo governo do estado para minimizar os efeitos da sseca, estão:

•        a dispensa de licitação de contratos de aquisição de bens necessários para os desastres, incluindo a compra inicial de 50 mil cestas básicas;

•        flexibilização da licença para abertura de novos poços artesianos em áreas afetadas;

•        aquisição e distribuição de kits alimentares para alunos em vulnerabilidade alimentar;

•        amparo a produtores rurais por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);

•        isenção do valor de R$ 1 do programa Prato Cheio nas cidades em emergência.

O governador também destacou os impactos da estiagem sobre a econômica, em virtude das cotas dos rios, que estão próximas de atingirem os menores índices já registrados.

"Tem muita gente já com dificuldade para ter acesso a alimentos, segurança alimentar, água potável e outros insumos que são importantes. Temos dificuldades porque é exatamente por esse rio que chegam os insumos, a matéria prima para a Zona Franca e também por onde saem os produtos acabados", completou.

Lima também instituiu um Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental, coordenado por ele e secretariado pelo secretário executivo de Defesa Civil, Franciso Máximo. O grupo irá monitorar e direcionar a implementação das estratégias do Governo para levar ajuda humanitária e outras ações às famílias impactadas.

•        Atual cenário

Segundo levantamento da Defesa Civil do Amazonas, divulgado nesta sexta-feira (29), 19 municípios das calhas do Alto Solimões, Baixo Solimões, Juruá, Médio Solimões e Purus estão em situação de emergência, afetando 174,7 mil pessoas; outras 36 cidades estão em alerta; e cinco em atenção.

A previsão é que, devido a influência do fenômeno El Niño, a estiagem afete mais de 50 municípios e 500 mil pessoas.

Conforme a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas (Arsepam), 90% das 136 embarcações que atuam nas 116 linhas no estado operam com algum tipo de restrição, implicando no transporte de 50% da capacidade de cargas e apenas 45% do total de passageiros.

Dos 62 municípios, 59 dependem do transporte hidroviário. O Rio Negro atingiu 15,88m nesta sexta.

De 1º de janeiro a 28 de setembro deste ano, foram registrados 14.593 focos de calor em todo o estado, número que é de 20,37% menor do que em 2022 quando foram registrados 18.327 focos. Só de 1º a 28 deste mês, são 6.782 focos de calor.

O Corpo de Bombeiros do Amazonas atua em 21 municípios, com mais de 1,3 mil incêndios combatidos (de 12 de julho a 26 de setembro) na capital e interior, por meio de operações como a Aceiro (no sul do estado) e Céu Limpo (na região metropolitana).

•        Operação Estiagem

No último dia 12 de setembro, o governador assinou o decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus e também apresentou o plano de ação da Operação Estiagem 2023, envolvendo 30 órgãos da administração direta e indireta do Governo do Amazonas, com o recurso estimado em R$ 100 milhões em ações.

Entre as medidas anunciadas estão apoio às famílias afetadas em áreas como saúde e abastecimento de água, bem como na distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.

 

Ø  Estiagem no Acre afeta distribuição de água e combustível

 

Em Rio Branco, milhares de famílias só podem contar com a água de caminhões-pipa. O baixo nível dos rios já impede o envio de combustível para o interior do Acre.

Desde julho, essa é a rotina da Dona Mariusa. Ela mora em uma vila na zona rural de Rio Branco. "Tomar banho, lavar roupa, lavar louça, pra tudo, porque não tem da onde tirar água aqui", diz ela.

Dezessete mil pessoas dependem dos caminhões-pipa.

Em Rio Branco, o nível do Rio Acre está abaixo de dois metros e se aproxima da mínima histórica registrada em outubro de 2022, quando marcou 1,25 metro. A prefeitura decretou situação de emergência.

O rio Acre fornece água para 65% da população do estado.

"Nós não temos previsão para os próximos dias que haja melhora na situação hídrica de Rio Branco. Pelo menos, nós temos ainda todo o mês de outubro pela frente, parte de novembro, até que as chuvas regulares comecem a acontecer. E aí nós vamos ter já uma situação melhor em relação à parte hídrica", diz o coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel Cláudio Falcão.

Em Jordão, normalmente se só chega de barco e avião. Mas os rios Jordão e Tarauacá estão tão baixos que é possível passar de carro pelo leito.

"Isso tem dificultado muito a vida do povo jordãoense, dificultado a navegação, causando pra nós um grande transtorno de se trazer mercadorias para abastecer o mercado local", diz o empresário Elson Farias.

Em um posto da cidade, falta combustível. "O verão muito complicado. O rio, baixou muito o nível da água. Para carregar combustível, é quantidade muito pequenininha", diz o dono do posto Antonio Rodrigues Maia.

"Essa época, a gente vinha mais puxando do que o motor empurrando, mais puxando na corda. Porque está muito seco o rio, a gente anda mais por dentro puxando o barco", diz o barqueiro Vicente Neves de Lima.

 

       Defesa Civil decreta estado de alerta, após rio Madeira atingir menor cota da série histórica de seca em Porto Velho

 

O período de estiagem está castigando os rios da Amazônia. Em Porto Velho, a Defesa Civil decretou estado de alerta, o transporte de cargas foi restrito e o abastecimento de água da capital rondoniense já é motivo de preocupação para a Companhia de Água e Esgoto, tudo isso após o rio Madeira atingir a menor cota da série histórica.

"Aqui no rio Madeira, por exemplo, os nossos equipamentos estão com dificuldades em extrair essa água devido ao nível do rio que baixou. A gente acaba tendo um pouco de dificuldade na produção e distribuição de água", explicou Lauro Fernandes, diretor técnico da Caerd.

Cerca de 20 portos também dependem do rio Madeira para fazer o escoamento da produção de grãos e de carga, mas com a seca e com a navegação noturna proibida, o transporte caiu pela metade.

"Mil toneladas é a média que o pessoal tem conseguido transportar. No período de cheia, essas mesmas embarcações conseguem transportar duas mil toneladas", disse Alfredo Toshmitsu, diretor de Fiscalizações e Operações.

Para tentar minimizar o impacto financeiro causado pela queda no transporte de carga, o Governo Federal anunciou, na última semana, intervenções em pontos estratégicos em alguns rios da Amazônia.

"Vamos realizar duas dragagens emergenciais nos rios Solimões, Amazonas e Madeira, para garantir a navegabilidade e garantir a chegada de insumos", revelou Renan Filho, Ministro dos Transportes.

•        Estado de alerta

Ao atingir 1,43 metros e chegar ao menor nível já registrado na história, a Defesa Civil decretou estado de alerta na capital rondoniense.

Segundo o órgão, a estimativa é de que a seca se prolongue, pois não há previsão de um volume de chuva expressivo na cabeceira do rio. Caso o rio baixe para 1,22 metros, o município passa para estado de emergência.

"A gente não tem uma perspectiva de elevação nesse momento. O prognóstico para as próximas duas semanas é chuva abaixo da média e consequentemente, o nível do rio deve se manter em baixa", explicou Astrea Jordão, Coordenadora de Hidrologia do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).

Em nota, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), revelou que o "prognóstico de 15 dias indica que é provável que o nível do Rio Madeira se mantenha com uma tendência de estabilidade".

 

Ø  Quase metade do estado do Piauí está em alerta por causa da seca

 

No Nordeste do país, quase metade do estado do Piauí está em alerta por causa da seca. Alguns municípios já enfrentam racionamento.

Rios, açudes, barragens...Nem os grandes reservatórios resistem à estiagem prolongada. Muitos secaram e em outros a água está no fim. A escassez de chuva devastou as plantações e os animais estão morrendo de sede e fome.

"Para o agricultor, para o criador, pecuarista, a situação é triste. Porque nós não temos pastagem para os animais e a água", diz Luís Nobre, agricultor.

A falta de chuva também já compromete o abastecimento de água em 15 municípios no sul do estado.

A barragem da Salgadinha foi construída para abastecer os quinze mil moradores do município de Simões, mas por causa da estiagem prolongada o reservatório secou praticamente inteiro.

Com a torneira vazia, muita gente tem que comprar água potável. O caminhão -pipa com sete mil litros chega a custar R$ 700. Algumas famílias deixam de comprar comida para ter água em casa.

"Até que você estando com fome, você toma um copo de água e você se alimenta, você se sustenta", diz Teresinha de Sousa, dona de casa.

Sem a água da chuva, milhares de cisternas também secaram. Seu Valdivino foi obrigado a comprar água para o consumo da família e do pequeno rebanho de ovelhas.

"Aquilo que vem para a boca da gente, reparte. Quem é que quer ver um bichinho morrer com fome e sede", diz Valdivino da Silva, agricultor.

Para tentar amenizar os efeitos da seca, o governo federal reativou o programa Água Doce que usa tecnologia israelense para transformar a água salobra retirada de poços em água potável. O projeto atualmente beneficia 3 mil famílias.

"Todo mundo tem água para beber seja na seca ou no inverno, sem ter aperreio", diz Gustavo Rodrigues, agricultor.

 

Fonte: Agencia Estado/Metrópoles/g1

 

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