segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Nagorno-Karabakh: catástrofe da Armênia, derrota russa

A propaganda do Azerbaijão tomou a Rússia como modelo antes de seus militares invadirem novamente a região armênia de Nagorno-Karabakh em 19 de setembro. Semelhante à letra “Z”, que simboliza a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, um “A” invertido apareceu na mídia e nas redes do país do Sul do Cáucaso poucos dias antes do ataque de seu Exército muito superior, que sinalizaria a conquista definitiva das áreas de ocupação armênia. Não houve intervenção das forças militares armênias, que não se recuperaram da derrota sofrida nas mãos do Exército de última geração do Azerbaijão no outono de 2020.

Após a guerra de 2020, quando o Azerbaijão, em cooperação informal com a Turquia, obteve grandes ganhos no terreno em poucas semanas, a situação militar das forças de Nagorno-Karabakh, que foram efetivamente cercadas desde então, tornou-se insustentável. Além disso, a atual campanha de Baku foi precedida por um bloqueio de nove meses, durante os quais a única rota de abastecimento entre a Armênia e Nagorno-Karabakh, o corredor de Lachin, foi bloqueada pelo Azerbaijão. O ataque azerbaijano assemelha-se mais a uma execução, na qual várias centenas de militares e civis morreram em poucas horas nessa região que tem sido efetivamente independente desde o colapso da União Soviética. Depois de um dia, as forças armadas da chamada República de Artsakh, internacionalmente não reconhecida, na área de ocupação armênia, renderam-se. A situação dos cerca de 120 mil residentes de Nagorno-Karabakh é desesperadora. Apesar do bloqueio dos meios de comunicação do Azerbaijão, estão vazando relatos de ataques e assassinatos de civis, enquanto dezenas de milhares de pessoas fogem em busca de abrigo nas bases militares das “forças de paz” russas e no quartel-general russo no aeroporto da capital regional Stepanakert. O exército de Baku está às portas da capital enquanto negociam-se os termos da rendição.

De acordo com o governo de Nagorno-Karabakh estabelecido até aqui, o regime de Aliyev se recusa a fornecer garantias de segurança e anistia à população armênia, que Baku considera terrorista. O Azerbaijão até agora não enviou qualquer ajuda humanitária significativa para os assentamentos armênios capturados. Alguns comboios humanitários da Cruz Vermelha conseguiram chegar a Nagorno-Karabakh vindos da Armênia, escoltados por tropas russas.

A decisão do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, de não responder militarmente ao ataque do Azerbaijão provocou protestos violentos em Yerevan que continuaram no momento da publicação deste texto. O trauma do genocídio turco contra os armênios está ressurgimento com toda força no país sitiado do Sul do Cáucaso. Os confrontos por vezes violentos foram dirigidos contra o chefe de governo liberal e pró-ocidental, cuja demissão foi exigida, e contra a Rússia como a  antiga – “potência protetora” da Armênia. Em frente à embaixada russa em Yerevan, os manifestantes chamaram o chefe de Estado russo, Putin, e seu ministro das Relações Exteriores, Lavrov, de colonizadores, enquanto o propagandista do Kremlin, Vladimir Soloviev, indignava-se na TV russa com esses protestos.

O ataque do Azerbaijão a Nagorno-Karabakh terminou no outono de 2020 com um cessar-fogo mediado por Moscou, que estabelecia tropas russas foram estacionadas na área de conflito para evitar uma nova escalada. Na época, o Kremlin ainda conseguiu se posicionar como um poder ordenador nessa região geoestrategicamente importante, apesar do êxito da ajuda militar turca a Baku. A perda definitiva das áreas de ocupação armênia, que emerge com a atual conquista da República de Arzakh, provavelmente terá amplas consequências para a erosão da hegemonia russa no sul do Cáucaso.

Por um lado, uma era geopolítica parece estar chegando ao fim. A Rússia tem sido a potência protetora dos armênios cristãos há séculos, e Yerevan era um aliado próximo de Moscou até alguns anos atrás. Isto mudou depois que Pashinyan chegou ao poder na sequência de uma onda de protestos liberais em 2018, quando o aumento dos acordos de armas entre Putin e o regime autoritário de Ilham Aliyev, cujos gastos militares eram superiores ao orçamento do Estado armênio devido às enormes receitas do gás natural, levou a Armênia a uma orientação ocidental cautelosa. Facilitada por acordos de bilhões de dólares, a relação entre os regimes autoritários de Moscou e Baku era melhor do que entre Putin e o liberal Pashinyan. A atitude passiva da Rússia durante a guerra de 2020, na qual o Kremlin não forneceu nenhuma assistência substancial ao aliado armênio, enquanto os drones turcos esmagavam as forças armênias, foi amplamente interpretada como uma forma de penalização.

O Kremlin vendeu efetivamente a Armênia a Baku e Ancara, que estão nadando em petrodólares, por alguns negócios de armas e energia – com o cálculo de que o país empobrecido não teria, de qualquer forma, outra opção geopolítica para além dos laços com a Rússia. Em Yerevan, no entanto, as pessoas agora parecem determinados a entender a perda de Nagorno-Karabakh como o preço pela orientação forçada para o Ocidente, a fim de se libertarem do controle ruinoso do Kremlin. Os representantes do governo armênio agora exigem publicamente a substituição das tropas russas de Nagorno-Karabakh por forças de paz da ONU, enquanto o Kremlin está pedindo abertamente uma “mudança de regime” em Yerevan.

Com a conquista de Nagorno-Karabakh pelo exército do Azerbaijão, a hegemonia russa no Cáucaso também pode chegar ao fim. O Azerbaijão não precisa mais de boas relações com a Rússia, já que um objetivo estratégico do regime de Baku foi alcançado. A guerra do Kremlin contra a Ucrânia torna improvável uma intervenção militar russa no Cáucaso, fazendo dos atuais ataques do Azerbaijão às tropas russas e aos centros logísticos na região, que mataram vários soldados e oficiais russos, um risco calculado.

Enquanto isso, a Turquia, parceira da Otan, está entrando na região estrategicamente importante com toda a sua força – e com as ameaças de sempre. Logo no início da limpeza étnica de Nagorno-Karabakh (o Azerbaijão tentou apagar os vestígios históricos da colonização armênia nas áreas conquistadas em 2020), o presidente turco Erdogan fez novos gestos ameaçadores contra a República da Armênia. O corredor Zangesur é o nome turco para o território do sul da Armênia, que fica entre a Turquia, incluindo o exclave azerbaijano de Nakhichevan, e o Azerbaijão. Após a conquista de Nagorno-Karabakh, o objetivo estratégico central de Ancara e Baku é estabelecer uma ponte terrestre entre os dois estados – e esse projeto só pode ser realizado através do território armênio. Os ataques azerbaijanos ao território armênio já ocorrem esporadicamente após a guerra de 2020.

Há, portanto, uma grande convergência de interesses entre as aspirações imperiais de Ancara e os cálculos geopolíticos do Ocidente, que tradicionalmente gosta de olhar para o outro lado quando seus aliados e fornecedores de gás em Ancara e Baku atropelam os direitos humanos ou realizam limpeza étnica – como aconteceu mais recentemente em Afrin. O estabelecimento de uma ligação terrestre estável com o Azerbaijão criaria outra porta de entrada para os combustíveis fósseis do Mar Cáspio e da Ásia Central, ao sul da esfera de influência russa, que está se desgastando. Além disso, seria cortado o eixo norte-sul entre Rússia e Irã no Cáucaso, que é um importante alvo geopolítico na escalada dos conflitos entre o Ocidente e a Eurásia impulsionada pela crise.

A tragédia da Armênia no século XXI consiste em estar literalmente no caminho desses planos. Isso também explica as reações reservadas em Bruxelas, Berlim, Washington ou Londres à nova agressão do Azerbaijão. Além disso, o empobrecido país do Cáucaso simplesmente não tem os recursos ou as fontes de energia para usá-los como alavancagem geopolítica, tal como o Azerbaijão. Pashinyan parece estar depositando todas as suas esperanças em uma rápida integração com o Ocidente para, pelo menos, conservar a integridade territorial do país. Mas, mesmo em tal constelação, Yerevan está em desvantagem em relação ao regime do gás de Baku: enquanto o Exército azerbaijano invadia Nagorno-Karabakh, o presidente dos EUA, Biden, posava diante das câmeras com o ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão em Nova York, em 21 de setembro. O petróleo azerbaijano vale mais que o sangue armênio.

 

Ø  O que está por trás da crise em Nagorno-Karabakh

 

Em 28 de setembro, o presidente da autodeclarada república de Nagorno-Karabakh, Samvel Shahramanyan, anunciou que ela deixaria de existir em 1º de janeiro de 2024. De acordo com um decreto assinado por ele, todas as instituições estatais terão sido dissolvidas até essa data.

O anúncio veio após a tomada militar de Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão e a subsequente fuga de quase toda a população armênia étnica – uma reviravolta dramática no longo conflito sobre a região, que gira em torno da independência do território disputado.

O Azerbaijão, que é predominantemente muçulmano, é apoiado pela Turquia, enquanto a Rússia tem agido como uma potência protetora da Armênia, que é majoritariamente cristã.

·         Consequências geopolíticas

A autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, que declarou independência em 1991, tem uma população predominantemente armênia, mas está localizada em território azeri. De acordo com a lei internacional, o enclave pertence ao Azerbaijão, não à Armênia.

A Armênia nunca reconheceu a república separatista. Embora alguns considerem a região como uma "parte inseparável" da Armênia, os projetos de lei para reconhecer a independência de Nagorno-Karabakh foram bloqueados no Parlamento armênio e pelo governo.

O conflito tem relevância geopolítica muito além dos dois Estados devido a vários oleodutos e gasodutos importantes na região, que transportam milhões de barris por dia do Mar Cáspio para a costa mediterrânea da Turquia.

Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, o Azerbaijão vem fornecendo mais gás para a União Europeia (UE).

·         Séculos de disputa

O conflito entre armênios e azeris tem suas origens no século 7, quando os bizantinos cristãos lutaram pelo controle de Nagorno-Karabakh contra os árabes muçulmanos. Mais tarde, sob o domínio otomano, a população armênia buscou proteção na Rússia.

Quando os armênios cristãos sofreram pressão da Pérsia no século 18, a czarina russa Catarina 2ª emitiu cartas de proteção a eles.

Depois que Nagorno-Karabakh ficou sob controle russo como resultado da Guerra Russo-Persa de 1804 a 1813, a população armênia cristã recebeu tratamento preferencial em relação aos muçulmanos turcos da região mais ampla, mais tarde conhecidos como azeris.

·         Genocídio armênio

O genocídio armênio de 1915-1916 no Império Otomano levou muitos armênios a fugirem para Nagorno-Karabakh, o que acabou exacerbando o conflito com a população azeri. Em março de 1918, houve pogroms contra os azeris e, em seguida, pogroms antiarmênios na capital do Azerbaijão, Baku. Em 1920, os pogroms na cidade de Shusha, em Nagorno-Karabakh, mataram mais de 30.000 armênios.

Após a queda do Império Russo, a Revolução Russa e a Primeira Guerra Mundial, a região continuou a ser disputada entre a Armênia e o Azerbaijão, enquanto ambos os países desfrutavam de um breve período de independência.

Em 1922, a Armênia, o Azerbaijão e a Geórgia formaram a República Soviética Federativa Socialista Transcaucasiana, que foi dissolvida em 1936 e desintegrada em repúblicas soviéticas individuais. No entanto, os tumultos e pogroms entre armênios e azeris não cessaram.

·         Colapso da União Soviética

Após o colapso da União Soviética em 1991, a Armênia e o Azerbaijão declararam sua independência. A região de Nagorno-Karabakh fez o mesmo em 3 de setembro de 1991. Dois meses depois, o Azerbaijão retirou sua autonomia e lançou um bloqueio de energia.

O conflito se escalou novamente e, no início de 1992, houve mais assassinatos em massa em vilarejos azeris e armênios. Em 12 de maio de 1994, entrou em vigor um acordo de cessar-fogo que fortaleceu Nagorno-Karabakh.

Estima-se que cerca de 35.000 pessoas tenham morrido na década de 1990 e mais de 1,1 milhão tenham sido deslocadas.

Uma segunda guerra em Nagorno-Karabakh eclodiu em 2020, levando a região a sofrer grandes perdas territoriais, apesar do apoio da Armênia. O conflito chegou ao fim devido a um acordo de cessar-fogo mediado por Moscou que ajudou o Azerbaijão a recuperar partes do território disputado.

Do ponto de vista armênio, o Azerbaijão em nenhum momento garantiu autonomia a Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão, por outro lado, declarou repetidamente que reconhecia uma "ampla autonomia" para o enclave, mas não a independência.

 

·         Azerbaijão já expulsou quase todos os armênios de Nagorno-Karabakh

 

A república separatista de Nagorno-Karabakh foi quase totalmente abandonada pelos seus habitantes neste sábado (30/09), após a vitória relâmpago de Baku, com mais de 100 mil refugiados deslocados para a Armênia por medo de represálias do Azerbaijão.

Enquanto o acolhimento destes refugiados é organizado com dificuldade e a Organização das Nações Unidas (ONU) é esperada no enclave este fim de semana, os opositores do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, acusado por Moscou de passividade e omissão, aumentam a pressão sobre ele.

Ao todo, “100.417 pessoas” já “entraram na Armênia” desde a capitulação de 20 de setembro, de acordo com Nazeli Baghdassarian, porta-voz do primeiro-ministro, o que corresponde a mais de 80% dos 120 mil armênios que viviam oficialmente no enclave antes da ofensiva do Azerbaijão.

“Ainda há algumas centenas de funcionários públicos, trabalhadores que atuam em emergências e pessoas com necessidades especiais que também se preparam para partir”, escreveu na rede social X o ex-ministro de Estado e defensor de Direitos Humanos de Nagorno-Karabakh, Artak Beglarian, especificando que esta informação é “não-oficial”.

Necessidades humanitárias

A ONU anunciou que vai enviar uma missão ao território este fim de semana para avaliar principalmente as necessidades humanitárias, apesar de a organização não ter acesso a esta região “há cerca de 30 anos”.

Um balanço relata quase 600 mortes em consequência da vitoriosa ofensiva militar de Baku. O conflito matou cerca de 200 soldados de cada lado.

O enclave decretou na quinta-feira (28/09) a surpreendente dissolução “de todas as instituições governamentais (…) em 1º de janeiro de 2024”, um anúncio histórico que marca o fim da existência da autoproclamada “República de Nagorno-Karabakh”, fundada há mais de três décadas.

·         Região militarizada

Esta região predominantemente cristã, que se separou do Azerbaijão majoritariamente muçulmano após a desintegração da União Soviética, se opôs a Baku com o apoio da Armênia durante mais de três décadas, principalmente durante duas guerras entre 1988 e 1994 e em 2020.

A região foi massivamente militarizada e todos os cidadãos homens tinham experiência em combate. Seus residentes, em pânico, abandonaram suas casas com medo de represálias. Mas, antes de fugirem, as famílias destruíram todos os pertences pessoais que pudessem comprometer sua segurança.

Este medo entre os residentes é alimentado, na opinião de Ierevan, por uma série de “prisões ilegais”, embora as autoridades do Azerbaijão tenham se comprometido em permitir a saída dos rebeldes que entregarem suas armas. Mas diversos funcionários do enclave foram detidos, acusados de “terrorismo” e outros crimes.

Entre as cidades de Kornidzor e Goris, em uma parada para abastecer seu carro, o ex-soldado Garri Harioumian, de 38 anos, diz que apagou do seu telefone as fotos de todos os seus “amigos mortos” no front.

·         Explosão

Durante a fuga na única estrada que liga o território à Armênia, pelo menos 170 pessoas morreram na explosão de um depósito de combustível na segunda-feira (25/09). O acidente também deixou 349 feridos, a maioria com queimaduras graves.

Samvel Hambardsioumian é um desses feridos: socorrido na cidade fronteiriça armênia de Goris, ele descansava em uma tenda da Cruz Vermelha na sexta-feira (29/09). Seu rosto está parcialmente queimado e ambas as mãos estão envoltas em bandagens grossas. “Havia nove pessoas na minha frente na fila. Se não estivessem lá, eu teria sido carbonizado”, relatou à AFP o homem de 61 anos, pai de nove filhos.

“Nossa principal preocupação nos primeiros dias foi com as vítimas da explosão do tanque de combustível, que deixou dezenas de mortos. Nos casos mais graves, tivemos que organizar a transferência por ambulância ou helicóptero”, conta Susanna Hovasapyan, médica voluntária ouvida pelo enviado especial da RFI à Armênia, Daniel Vallot.

Ela acrescenta que outro grande problema são os colapsos nervosos, os choques sofridos na semana passada com os bombardeios, tiroteios e depois com a fuga. “Estes são outros problemas com que tivemos que lidar ao acolher todos estes refugiados. Além disso, devido ao bloqueio que durou dez meses, há muitos casos de desnutrição. As pessoas estão muito debilitadas e seu sistema imunitário é deficiente”, descreve a médica.

Este fluxo ininterrupto e caótico de refugiados reacendeu acusações de “limpeza étnica”, tendo Ierevan lançado um novo apelo ao Tribunal Internacional de Justiça, exigindo medidas urgentes para proteger os habitantes do enclave.

“Artsakh, ou Nagorno-Karabakh, faz parte da Armênia há milhares de anos. Para nós, é parte integrante da Armênia histórica. Faz parte da nossa pátria. E os armênios deste território são atualmente submetidos a uma limpeza étnica, perpetrada pelo Azerbaijão”, denuncia Hagop Djernazian, um armênio da comunidade de Jerusalém, em entrevista ao correspondente da RFI Sami Boukhelifa.

·         Oposição

Em uma Armênia sobrecarregada pela presença dos exilados, o sentimento de raiva aumenta a cada dia. Os opositores do primeiro-ministro Nikol Pashinian, acusado de passividade face à vitória relâmpago de Baku, planejam organizar uma manifestação neste sábado, depois de terem evitado expor suas críticas nos últimos dias.

“Na hora de qualquer derrota, existem críticas justificadas e injustificadas. Não é em tempos de paz ou de vitória que isso acontece. Ele [Nikol Pashinian] foi reeleito, é um poder legítimo incorporado nas urnas. Não sei o que mais alguém poderia ter feito [no seu lugar]. Ele está muito preso entre diversas pressões, mas não sei quais seriam as alternativas”, avalia a historiadora Claire Mouradian, especialista no Cáucaso, entrevistada por Romain Lemaresquier, da RFI.

Ierevan culpa a Rússia, um aliado tradicional que deveria garantir o pleno respeito do cessar-fogo desde 2020 e que não interveio. Moscou deve discutir com o Azerbaijão o futuro da sua agora obsoleta missão de manutenção da paz.

 

Fonte: Por Tomasz Konicz, no Blog da Boitempo/Deutsche Welle/rfi 

 

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