segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Heranças de Rui Costa: antigo Centro de Convenções de Salvador completa sete anos em ruínas após desabamento

desabamento do antigo Centro de Convenções de Salvador completou sete anos no sábado (23). Desde então, o equipamento segue em ruínas . O terreno onde fica a estrutura foi avaliado em R$ 300 milhões e está sem utilidade.

g1 entrou em contato com o Governo da Bahia, para saber o posicionamento do Estado sobre o abandono do antigo Centro de Convenções, mas ainda não obteve resposta. Na noite do desabamento, dois policiais militares do Batalhão Especializado de Polícia Turística ficaram feridos.

Uma terceira policial, que também estava no local, passou mal com o susto. Todos foram socorridos e levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para um hospital e liberados em seguida. Eles faziam rondas no local, que virou rota de fuga e esconderijos para criminosos.

·         Histórico

O antigo Centro de Convenções foi erguido em 1979, e era um importante equipamento para a realização de eventos na capital baiana. O moderno edifício chegou a chegou a ser comparado a uma refinaria, mas acabou incorporado à paisagem urbana, em meio aos bairros do Stiep e da Boca do Rio.

A modernidade, no entanto, não resistiu à ação do tempo e desabou por falta de manutenção e oxidação das estruturas, conforme laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT), divulgado em 2017 — pouco mais de um ano após o incidente.

Cerca de um ano e meio antes de desabar, o antigo Centro de Convenções havia sido interditado, depois que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) constatou da falta de projeto e equipamentos de incêndio e pânico, e de manutenção predial.

Ainda em 2015, o governo abriu licitação para as obras emergenciais, que custariam R$ 5,3 milhões. A empresa Metro Engenharia e Consultoria Limitada, cujos principais clientes são prefeituras e o próprio governo estadual, foi a vencedora da licitação. Apesar disso, as obras não foram realizadas.

Antigo Centro de Convenções de Salvador após desabamento — Foto: TV Bahia

Quatro dias depois da queda da estrutura, em setembro de 2016, o Governo da Bahia informou que o edifício seria demolido. Dois meses depois, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) penhorou o Centro de Convenções, para garantir o pagamento de dívida trabalhista avaliada em R$ 50 milhões da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa).

Só em dezembro de 2019, o Governo da Bahia anunciou que o equipamento seria leiloado, o que ainda não aconteceu. Em junho de 2021, o Estado enviou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei para a venda de 27 imóveis, incluindo o antigo Centro de Convenções.

Apesar disso, uma liminar da Justiça impediu a votação do projeto de vendas, dando um prazo de 10 dias para o órgão dar detalhes técnicos, jurídicos e sociais. O destino da estrutura segue incerto.

Salvador ficou por três anos sem um espaço de convenções, para a realização de feiras, eventos e congressos. Em janeiro de 2020, a prefeitura da capital inaugurou uma estrutura semelhante, na orla da Boca do Rio.

 

Ø  "Um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil", diz Dino sobre a Bahia

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, disse neste domingo (24) que a situação na Bahia "é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil". Segundo o ministro, o governo federal segue em diálogo com o governo estadual para tentar estabilizar a situação no estado.

"Nós temos conversado com o governador [Jerônimo Rodrigues], com o secretário de segurança [Marcelo Werner], para que haja um aperfeiçoamento, um aprimoramento dessas ações. É um quadro muito desafiador, muito difícil. O que nós, do governo federal, fizemos neste momento, foi fortalecer a presença da Polícia Federal para apoiar essas ações. Sobretudo, visando a pacificação. Infelizmente as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos, aumentaram o acesso às armas em todo o Brasil, por conta de uma política errada que havia no nosso país", disse após participar de homenagem ao padre Júlio Lancellotti, na capital paulista.

·         Violência

Após a morte de um policial federal no dia 15 de setembro, foi deflagrada na Bahia uma operação policial que já contabiliza ao menos nove mortes em situações apresentadas como confronto. O policial participava da Operação Fauda, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) da Polícia Federal (PF) e da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas, homicídios e roubos.

Em agosto, a líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete, de 72 anos de idade, foi assassinada, no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador (BA). Além da investigação pelas autoridades locais, a Polícia Federal também abriu um inquérito sobre o caso. Três homens foram presos por suspeita de participação no crime.

Dino disse que no momento o governo federal está apoiando as ações que ajudem a solucionar os casos de homicídio, como forma de tentar conter a violência no estado. "O mais importante neste instante, sem dúvida, não é propriamente a realização de julgamentos, são boas investigações, boas ações, para que a gente consiga ter uma situação estável pelo menos na Bahia. Hoje, sem dúvida é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil", ressaltou.

 

Fonte: g1/Terra

 

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