Heranças de Rui Costa: antigo Centro de Convenções de Salvador completa
sete anos em ruínas após desabamento
O desabamento
do antigo Centro de Convenções de Salvador completou sete anos
no sábado (23). Desde então, o equipamento segue em ruínas . O terreno onde
fica a estrutura foi avaliado em
R$ 300 milhões e está sem utilidade.
O g1 entrou
em contato com o Governo da Bahia, para saber o posicionamento do Estado sobre
o abandono do antigo Centro de Convenções, mas ainda não obteve resposta. Na
noite do desabamento, dois policiais militares do Batalhão Especializado de
Polícia Turística ficaram feridos.
Uma terceira policial, que também estava no local,
passou mal com o susto. Todos foram socorridos e levados pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para um hospital e liberados em seguida.
Eles faziam rondas no local, que virou rota de fuga e esconderijos para
criminosos.
·
Histórico
O antigo Centro de Convenções foi erguido em 1979,
e era um importante equipamento para a realização de eventos na capital baiana.
O moderno edifício chegou a chegou a ser comparado a uma refinaria, mas acabou
incorporado à paisagem urbana, em meio aos bairros do Stiep e da Boca do Rio.
A modernidade, no entanto, não resistiu à ação do
tempo e desabou por
falta de manutenção e oxidação das estruturas, conforme laudo do
Departamento de Polícia Técnica (DPT), divulgado em 2017 — pouco mais de um ano
após o incidente.
Cerca de um ano e meio antes de desabar, o antigo
Centro de Convenções havia sido interditado, depois que a Secretaria Municipal
de Urbanismo (Sucom) constatou da falta de projeto e equipamentos de incêndio e
pânico, e de manutenção predial.
Ainda em 2015, o governo abriu
licitação para as obras emergenciais, que custariam R$ 5,3 milhões.
A empresa Metro Engenharia e Consultoria Limitada, cujos principais clientes
são prefeituras e o próprio governo estadual, foi a vencedora da licitação.
Apesar disso, as obras não foram realizadas.
Antigo Centro de Convenções de Salvador após
desabamento — Foto: TV Bahia
Quatro dias depois da queda da estrutura, em
setembro de 2016, o Governo da
Bahia informou que o edifício seria demolido. Dois meses depois, o
Tribunal Regional do Trabalho (TRT) penhorou o Centro de Convenções, para
garantir o pagamento de dívida trabalhista avaliada em R$ 50 milhões da
Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa).
Só em dezembro de 2019, o Governo da Bahia anunciou
que o equipamento seria leiloado, o que ainda não aconteceu. Em junho de 2021,
o Estado enviou
à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei para a venda de 27
imóveis, incluindo o antigo Centro de Convenções.
Apesar disso, uma liminar da Justiça impediu a
votação do projeto de vendas, dando um prazo de 10 dias para o órgão dar
detalhes técnicos, jurídicos e sociais. O destino da estrutura segue incerto.
Salvador ficou por
três anos sem um espaço de convenções, para a realização de feiras, eventos e
congressos. Em janeiro de 2020, a prefeitura da
capital inaugurou uma estrutura semelhante, na orla da Boca do Rio.
Ø "Um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil", diz
Dino sobre a Bahia
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP),
Flávio Dino, disse neste domingo (24) que a situação na Bahia "é um dos
maiores desafios da segurança pública no Brasil". Segundo o ministro, o
governo federal segue em diálogo com o governo estadual para tentar estabilizar
a situação no estado.
"Nós temos conversado com o governador [Jerônimo
Rodrigues], com o secretário de segurança [Marcelo Werner], para que haja um
aperfeiçoamento, um aprimoramento dessas ações. É um quadro muito desafiador,
muito difícil. O que nós, do governo federal, fizemos neste momento, foi
fortalecer a presença da Polícia Federal para apoiar essas ações. Sobretudo,
visando a pacificação. Infelizmente as organizações criminosas se fortaleceram
muito nos últimos anos, aumentaram o acesso às armas em todo o Brasil, por
conta de uma política errada que havia no nosso país", disse após
participar de homenagem ao padre Júlio Lancellotti, na capital paulista.
·
Violência
Após a morte de um policial federal no dia 15 de
setembro, foi deflagrada na Bahia uma operação policial que já contabiliza ao
menos nove mortes em situações apresentadas como confronto. O policial
participava da Operação Fauda, conduzida pela Força Integrada de Combate ao
Crime Organizado (Ficco) da Polícia Federal (PF) e da Secretaria da Segurança
Pública da Bahia (SSP-BA) contra uma organização criminosa envolvida com
tráfico de drogas e armas, homicídios e roubos.
Em agosto, a líder quilombola e ialorixá Mãe
Bernadete, de 72 anos de idade, foi assassinada, no Quilombo Pitanga dos
Palmares, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador (BA).
Além da investigação pelas autoridades locais, a Polícia Federal também abriu
um inquérito sobre o caso. Três homens foram presos por suspeita de
participação no crime.
Dino disse que no momento o governo federal está
apoiando as ações que ajudem a solucionar os casos de homicídio, como forma de
tentar conter a violência no estado. "O mais importante neste instante,
sem dúvida, não é propriamente a realização de julgamentos, são boas
investigações, boas ações, para que a gente consiga ter uma situação estável
pelo menos na Bahia. Hoje, sem dúvida é um dos maiores desafios da segurança
pública no Brasil", ressaltou.
Fonte: g1/Terra
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