Estudo destaca os benefícios de um estilo de vida ativo para idosos
Manter um estilo de
vida ativo é fundamental para a saúde, especialmente
nas fases mais avançadas da vida. A atividade física ajuda a reduzir o risco de
várias doenças e melhora a qualidade de vida, sobretudo dos idosos.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge
investigaram a relação entre os níveis de atividade física e a qualidade de
vida dos idosos. Neste estudo, publicado
na revista Health and Quality of Life Outcomes, eles utilizaram acelerômetros para medir o nível de atividade de
1.433 participantes com 60 anos ou mais do estudo EPIC-Norfolk (uma ampla
investigação europeia sobre câncer).
Os pesquisadores também avaliaram a qualidade de
vida relacionada à saúde dos participantes através de um questionário, que
cobria aspectos como dor, habilidades para autocuidado e humor. Notou-se que
pontuações menores na qualidade de vida estavam associadas ao aumento do risco
hospitalização e mortalidade prematura.
·
Impacto da sedentariedade
nos idosos
Durante quase seis anos, os pesquisadores
observaram alterações no comportamento dos participantes e na qualidade de
vida. Em média, homens e mulheres diminuíram em cerca 24 minutos por dia suas
atividades físicas moderadas à vigorosas, enquanto o tempo total sentados
aumentou respectivamente em torno 33 minutos por dia para homens e 38 minutos
por dia para mulheres.
Constatou-se que aqueles que se mantiveram mais
ativos fisicamente e passaram menos tempo sentados apresentavam uma melhor
qualidade na fase posterior da pesquisa. Isto é evidente pois cada hora
adicional gasta em atividades físicas estava associada com um aumento no escore
da qualidade de vida.
Por outro lado, cada minuto reduzido em atividades
moderadas à vigorosas resultava numa queda no score da qualidade. Aumentos no
comportamento sedentário também foram vinculados à piora na qualidade da vida.
·
Conclusões importantes do
estudo
A Dra. Dharani Yerrakalva do Departamento de Saúde
Pública e Cuidado Primário na Universidade Cambridge menciona: “Manter-se ativo
e limitar o tempo sentado é importante em qualquer fase da sua vida”. Ela
reforça que isso é particularmente crucial na velhice, onde pode melhorar
significativamente tanto o bem-estar físico quanto mental.
O estudo sugere uma ligação causal entre a
atividade física e a melhora na qualidade da vida. Os pesquisadores são
confiantes em afirmar essa ligação medindo tanto as atividades físicas quanto
comportamentos sedentários em diferentes momentos.
A Dra. Yerrakalva destaca ainda que se manter ativo
contribui para redução das dores crônicas como osteoartrite, fortalece os
músculos ajudando os idosos a manterem independência além disso pode aliviar
sintomas de depressão e ansiedade, impactando positivamente na sua qualidade de
vida.
Ø Mudanças climáticas estão
deixando idosos com deficiência visual
Em meio à crescente crise climática, surge um
estudo alarmante que associa o aumento das temperaturas globais a um risco
maior de problemas de visão entre adultos com 65 anos ou mais. Pesquisadores
canadenses observaram que esses indivíduos são mais propensos a ter graves
problemas visuais se residirem em áreas mais quentes, comparado aos moradores
de regiões mais frias.
Esse é o primeiro estudo amplo a identificar uma
ligação entre altas temperaturas e problemas visuais. Os autores examinaram as
temperaturas médias nos condados dos EUA e descobriram que a probabilidade de
desenvolver sérias dificuldades visuais era 44% maior para pessoas vivendo nas
áreas onde a temperatura média ultrapassava os 15,5 ºC.
Esme Fuller-Thomson, diretora do Instituto de Curso
de Vida e Envelhecimento da Universidade de Toronto e autora principal do
estudo, expressou preocupação com essa descoberta. “Será crucial monitorar se a
prevalência da deficiência visual entre os idosos aumentará no futuro”, disse
ela.
O estudo, publicado na revista Ophthalmic Epidemiology, analisou dados
coletados entre 2012 e 2017 por meio do American Community Survey (ACS).
Focou-se nos adultos com 65 anos ou mais que viviam no mesmo estado onde
nasceram. O ACS incluía uma questão referente à grave deficiência visual.
Os pesquisadores cruzaram essas respostas com os
dados climáticos fornecidos pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica
dos EUA (NOAA). Eles descobriram que moradores de condados onde as temperaturas
médias eram inferiores a 10ºC apresentavam menor risco em comparação àqueles
residentes em áreas mais quentes.
Além disso, ZhiDi Deng, um dos coautores do estudo,
destacou o impacto da perda visual na vida das pessoas afetadas. Problemas
visuais podem causar quedas, fraturas e reduzir significativamente a qualidade
de vida. Portanto, essa conexão entre temperatura e perda da visão é
extremamente relevante.
Curiosamente, esta correlação foi ainda mais forte
para certos grupos populacionais. Homens, indivíduos com idade entre 65-79 anos
(em vez dos com 80 anos ou mais) e americanos brancos tiveram uma correlação
maior entre o aumento da temperatura e o risco de perda severa da visão.
Ainda não está claro como exatamente as altas
temperaturas impactam nossa visão. Os pesquisadores sugerem possíveis motivos
como exposição excessiva à luz ultravioleta, poluição atmosférica ou até mesmo
decomposição acelerada do ácido fólico sob calor intenso.
Embora este estudo identifique uma associação
preocupante, serão necessários novos estudos para entender totalmente essa
relação intrigante. Particularmente considerando o continuado aumento das
temperaturas globais projetadas pelos cientistas climáticos.
Fuller-Thomson concluiu dizendo que eles ficaram
“muito surpresos” com esta forte ligação encontrada. Ela revelou também que sua
equipe planeja investigar se há outras implicações relacionadas ao calor para a
população idosa, como problemas auditivos ou limitações nas atividades diárias.
Ø Ter um hobby pode aumentar a sua expectativa de vida
Um estudo focado em avaliar se a prática de hobbies
estava associada às taxas de mortalidade em uma comunidade de idosos revelou
que aqueles que mantinham um hobby sentiam que tinham um propósito na vida.
Este sentimento não apenas prolongou suas vidas, mas também aumentou a
expectativa de uma vida saudável.
Outra pesquisa, publicada na Psychological Science, reforçou essa descoberta.
Cientistas aplicaram questionários a 6.000 adultos de todas as idades para
determinar se sentiam que sua vida tinha um propósito. Quatorze anos depois, os
participantes foram revisados em um exame similar. Aqueles que inicialmente relataram
ter um forte propósito na vida apresentaram 15% menos risco de morte em
comparação com aqueles que não tinham.
Hobbies estão diretamente ligados ao nosso sentido
de propósito na vida, pois nos incentivam a aprender e nos sentir apaixonados
por algo além do trabalho. Quando você se diverte com uma atividade, seu
cérebro libera substâncias químicas do bem-estar, que podem equilibrar os
hormônios, reduzir o estresse e melhorar o funcionamento do seu coração e sistema
imunológico.
Para quem ainda não encontrou sua paixão na vida, a
busca por um novo hobby pode começar por algo que sempre lhe despertou
interesse. Reflita sobre as matérias que mais gostava na escola ou atividades
que sempre admirou. Considere algo que gostaria de melhorar, como a forma
física ou a memória, e procure um hobby que atenda a esse objetivo.
Por exemplo, o tiro com arco pode melhorar tanto a
forma física quanto a capacidade do cérebro de processar memórias. Jogos de
lógica são outras ótimas maneiras de manter o cérebro em forma. Se jogos não
são a sua praia, experimente reacender seu entusiasmo pela culinária ou pela
pintura.
Misture atividades
físicas e sociais visitando seu centro esportivo
local ou participando de clubes de leitura. Para os amantes da natureza, jardinagem, caminhadas e fotografia são excelentes pretextos para sair de casa.
Há também hobbies como yoga e meditação, que já foram cientificamente provados
para aliviar os sintomas do estresse e melhorar a função imunológica.
Lembre-se de ser gentil consigo mesmo e de ter
paciência. É um mito que algumas pessoas são melhores em certas coisas do que
outras; quase qualquer um pode dominar uma habilidade, desde que tenha a
mistura certa de determinação e paixão. Registre sua evolução, seja por meio de
fotos ou vídeos, para acompanhar o desenvolvimento nos primeiros meses e
observe como sua confiança e autoestima florescem.
Fonte: Só Cientifica
Nenhum comentário:
Postar um comentário