sábado, 23 de setembro de 2023

Estudo destaca os benefícios de um estilo de vida ativo para idosos

Manter um estilo de vida ativo é fundamental para a saúde, especialmente nas fases mais avançadas da vida. A atividade física ajuda a reduzir o risco de várias doenças e melhora a qualidade de vida, sobretudo dos idosos.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge investigaram a relação entre os níveis de atividade física e a qualidade de vida dos idosos. Neste estudo, publicado na revista Health and Quality of Life Outcomes, eles utilizaram acelerômetros para medir o nível de atividade de 1.433 participantes com 60 anos ou mais do estudo EPIC-Norfolk (uma ampla investigação europeia sobre câncer).

Os pesquisadores também avaliaram a qualidade de vida relacionada à saúde dos participantes através de um questionário, que cobria aspectos como dor, habilidades para autocuidado e humor. Notou-se que pontuações menores na qualidade de vida estavam associadas ao aumento do risco hospitalização e mortalidade prematura.

·         Impacto da sedentariedade nos idosos

Durante quase seis anos, os pesquisadores observaram alterações no comportamento dos participantes e na qualidade de vida. Em média, homens e mulheres diminuíram em cerca 24 minutos por dia suas atividades físicas moderadas à vigorosas, enquanto o tempo total sentados aumentou respectivamente em torno 33 minutos por dia para homens e 38 minutos por dia para mulheres.

Constatou-se que aqueles que se mantiveram mais ativos fisicamente e passaram menos tempo sentados apresentavam uma melhor qualidade na fase posterior da pesquisa. Isto é evidente pois cada hora adicional gasta em atividades físicas estava associada com um aumento no escore da qualidade de vida.

Por outro lado, cada minuto reduzido em atividades moderadas à vigorosas resultava numa queda no score da qualidade. Aumentos no comportamento sedentário também foram vinculados à piora na qualidade da vida.

·         Conclusões importantes do estudo

A Dra. Dharani Yerrakalva do Departamento de Saúde Pública e Cuidado Primário na Universidade Cambridge menciona: “Manter-se ativo e limitar o tempo sentado é importante em qualquer fase da sua vida”. Ela reforça que isso é particularmente crucial na velhice, onde pode melhorar significativamente tanto o bem-estar físico quanto mental.

O estudo sugere uma ligação causal entre a atividade física e a melhora na qualidade da vida. Os pesquisadores são confiantes em afirmar essa ligação medindo tanto as atividades físicas quanto comportamentos sedentários em diferentes momentos.

A Dra. Yerrakalva destaca ainda que se manter ativo contribui para redução das dores crônicas como osteoartrite, fortalece os músculos ajudando os idosos a manterem independência além disso pode aliviar sintomas de depressão e ansiedade, impactando positivamente na sua qualidade de vida.

 

Ø  Mudanças climáticas estão deixando idosos com deficiência visual

 

Em meio à crescente crise climática, surge um estudo alarmante que associa o aumento das temperaturas globais a um risco maior de problemas de visão entre adultos com 65 anos ou mais. Pesquisadores canadenses observaram que esses indivíduos são mais propensos a ter graves problemas visuais se residirem em áreas mais quentes, comparado aos moradores de regiões mais frias.

Esse é o primeiro estudo amplo a identificar uma ligação entre altas temperaturas e problemas visuais. Os autores examinaram as temperaturas médias nos condados dos EUA e descobriram que a probabilidade de desenvolver sérias dificuldades visuais era 44% maior para pessoas vivendo nas áreas onde a temperatura média ultrapassava os 15,5 ºC.

Esme Fuller-Thomson, diretora do Instituto de Curso de Vida e Envelhecimento da Universidade de Toronto e autora principal do estudo, expressou preocupação com essa descoberta. “Será crucial monitorar se a prevalência da deficiência visual entre os idosos aumentará no futuro”, disse ela.

O estudo, publicado na revista Ophthalmic Epidemiology, analisou dados coletados entre 2012 e 2017 por meio do American Community Survey (ACS). Focou-se nos adultos com 65 anos ou mais que viviam no mesmo estado onde nasceram. O ACS incluía uma questão referente à grave deficiência visual.

Os pesquisadores cruzaram essas respostas com os dados climáticos fornecidos pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA). Eles descobriram que moradores de condados onde as temperaturas médias eram inferiores a 10ºC apresentavam menor risco em comparação àqueles residentes em áreas mais quentes.

Além disso, ZhiDi Deng, um dos coautores do estudo, destacou o impacto da perda visual na vida das pessoas afetadas. Problemas visuais podem causar quedas, fraturas e reduzir significativamente a qualidade de vida. Portanto, essa conexão entre temperatura e perda da visão é extremamente relevante.

Curiosamente, esta correlação foi ainda mais forte para certos grupos populacionais. Homens, indivíduos com idade entre 65-79 anos (em vez dos com 80 anos ou mais) e americanos brancos tiveram uma correlação maior entre o aumento da temperatura e o risco de perda severa da visão.

Ainda não está claro como exatamente as altas temperaturas impactam nossa visão. Os pesquisadores sugerem possíveis motivos como exposição excessiva à luz ultravioleta, poluição atmosférica ou até mesmo decomposição acelerada do ácido fólico sob calor intenso.

Embora este estudo identifique uma associação preocupante, serão necessários novos estudos para entender totalmente essa relação intrigante. Particularmente considerando o continuado aumento das temperaturas globais projetadas pelos cientistas climáticos.

Fuller-Thomson concluiu dizendo que eles ficaram “muito surpresos” com esta forte ligação encontrada. Ela revelou também que sua equipe planeja investigar se há outras implicações relacionadas ao calor para a população idosa, como problemas auditivos ou limitações nas atividades diárias.

 

Ø  Ter um hobby pode aumentar a sua expectativa de vida

 

Um estudo focado em avaliar se a prática de hobbies estava associada às taxas de mortalidade em uma comunidade de idosos revelou que aqueles que mantinham um hobby sentiam que tinham um propósito na vida. Este sentimento não apenas prolongou suas vidas, mas também aumentou a expectativa de uma vida saudável.

Outra pesquisa, publicada na Psychological Science, reforçou essa descoberta. Cientistas aplicaram questionários a 6.000 adultos de todas as idades para determinar se sentiam que sua vida tinha um propósito. Quatorze anos depois, os participantes foram revisados em um exame similar. Aqueles que inicialmente relataram ter um forte propósito na vida apresentaram 15% menos risco de morte em comparação com aqueles que não tinham.

Hobbies estão diretamente ligados ao nosso sentido de propósito na vida, pois nos incentivam a aprender e nos sentir apaixonados por algo além do trabalho. Quando você se diverte com uma atividade, seu cérebro libera substâncias químicas do bem-estar, que podem equilibrar os hormônios, reduzir o estresse e melhorar o funcionamento do seu coração e sistema imunológico.

Para quem ainda não encontrou sua paixão na vida, a busca por um novo hobby pode começar por algo que sempre lhe despertou interesse. Reflita sobre as matérias que mais gostava na escola ou atividades que sempre admirou. Considere algo que gostaria de melhorar, como a forma física ou a memória, e procure um hobby que atenda a esse objetivo.

Por exemplo, o tiro com arco pode melhorar tanto a forma física quanto a capacidade do cérebro de processar memórias. Jogos de lógica são outras ótimas maneiras de manter o cérebro em forma. Se jogos não são a sua praia, experimente reacender seu entusiasmo pela culinária ou pela pintura.

Misture atividades físicas e sociais visitando seu centro esportivo local ou participando de clubes de leitura. Para os amantes da natureza, jardinagem, caminhadas e fotografia são excelentes pretextos para sair de casa. Há também hobbies como yoga e meditação, que já foram cientificamente provados para aliviar os sintomas do estresse e melhorar a função imunológica.

Lembre-se de ser gentil consigo mesmo e de ter paciência. É um mito que algumas pessoas são melhores em certas coisas do que outras; quase qualquer um pode dominar uma habilidade, desde que tenha a mistura certa de determinação e paixão. Registre sua evolução, seja por meio de fotos ou vídeos, para acompanhar o desenvolvimento nos primeiros meses e observe como sua confiança e autoestima florescem.

 

Fonte: Só Cientifica

 

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