'O tempo está se esgotando': cientista político dos EUA aponta o que
Ocidente mais teme na Ucrânia
O Ocidente tem muito medo de perder na Ucrânia, por
isso ele empurra apressadamente as forças ucranianas para realizar uma ofensiva
"suicida", disse o cientista político dos EUA John Mearsheimer em
entrevista com o Grayzone.
Segundo o especialista, o Exército ucraniano lançou
sua contraofensiva usando unidades armadas e treinadas pela OTAN, o que, no
final das contas, "não funcionou".
"Eles nem chegaram às primeiras linhas
defensivas das tropas russas. Como resultado, eles combateram na zona cinza e
sofreram perdas", disse ele.
De acordo com Mearsheimer, qualquer um que saiba
alguma coisa sobre táticas militares e estratégia entende que Kiev não tinha
chance de conseguir qualquer progresso significativo. Ao mesmo tempo, o
Ocidente pressionava a Ucrânia para iniciar a contraofensiva, bem como tem
ativamente fornecido armas.
Portanto, se pode questionar por que as forças
ucranianas estão sendo empurradas para uma "ofensiva suicida que é
totalmente contraproducente".
"Eu penso que o que acontece aqui é que o
Ocidente tem muito medo de que o tempo esteja se esgotando, que, se os
ucranianos não demonstrarem sucesso significativo no campo de batalha em 2023,
o apoio público à guerra acabará e os ucranianos perderão – o Ocidente
perderá", concluiu Mearsheimer.
A ofensiva ucraniana nas linhas de operações a sul
de Donetsk, Zaporozhie e Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana) começou
em 4 de junho.
Ø 'Conflito ucraniano deve ser levado como sinal para os africanos', diz
chanceler congolês
O conflito na Ucrânia deve ser levado como um sinal
para a África renovar os mecanismos de desenvolvimento e se tornar um dos
líderes econômicos do mundo, afirmou o ministro das Relações Exteriores da
República do Congo, Jean-Claude Gakosso, em entrevista à Sputnik.
Comentando o fornecimento de grãos no contexto da
situação na Ucrânia, o ministro observou que em vários países africanos estão
tentando usar farinha de mandioca, painço e sorgo para fazer pão.
Assim, ele pediu que os países fossem incentivados
a seguir esse caminho e que os governos financiassem a pesquisa e a inovação
nessa área.
"O conflito russo-ucraniano deve ser levado
como sinal para os africanos reverem os mecanismos de desenvolvimento e
acelerarem o crescimento econômico no continente, e no longo prazo
transformarem a África em um cluster econômico autossustentável e
sustentável", disse Jean-Claude Gakosso.
Na opinião do diplomata congolês, a África está
destinada a se tornar um dos principais atores da nova ordem econômica mundial
que está sendo formada.
Ao mesmo tempo, de acordo com ele, a comunidade
internacional deve apoiar a iniciativa de paz africana para resolver o conflito
na Ucrânia.
A iniciativa de paz africana consiste em dez
pontos. Eles incluem garantias de segurança, o livre transporte de grãos
através do mar Negro, a libertação de prisioneiros de guerra e o início de
negociações.
"Não vemos alternativa à paz. Dadas a perda de
vidas e a destruição na Ucrânia, a comunidade internacional deve apoiar a
iniciativa africana, um dos objetivos é enviar um sinal humanitário positivo",
disse o diplomata congolês.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin,
enfatizou que um dos pontos da proposta de paz dos países africanos é o
cessar-fogo. No entanto, é difícil que isso seja cumprido porque quem está
atacando é o regime de Kiev.
Por sua vez, o porta-voz do presidente russo,
Dmitry Peskov, disse que a Federação da Rússia preparou o seu projeto após a
discussão da situação na Ucrânia na cúpula Rússia-África em São Petersburgo e o
entregou à delegação da África do Sul, cujo presidente Cyril Ramaphosa foi um
dos patrocinadores da iniciativa.
·
Líder de Burkina Faso diz que cooperação com Rússia
é prioridade e critica entrega de armas a Kiev
O presidente interino de Burkina Faso, o capitão
Ibrahim Traoré, em entrevista à Sputnik, citou a cooperação militar com a
Rússia como uma prioridade de seu país e elogiou o nível de interação.
O líder burquinense observou que a prioridade das
relações militares com a Federação da Rússia deriva da situação em Burkina
Faso, cujas autoridades estão lutando contra o terrorismo.
"Tudo está indo muito bem, porque a Rússia é
um país que não recusa nada: o que quisermos comprar, a Rússia concorda em
vender para nós [...]. Não há restrições, não são negadas licenças, e essas
armas estão a um bom preço. Com outros países não é assim", disse Traoré.
Segundo ele, a Rússia também está pronta para
fornecer armas gratuitamente para apoiar Ouagadougou na guerra.
Além disso, durante a entrevista, o líder de
Burkina Faso destacou que o fornecimento descontrolado de armas ocidentais para
a Ucrânia está tendo um impacto negativo na segurança regional na África.
O líder burquinense citou relatos da mídia de que
Vladimir Zelensky havia demitido um grande número de altos funcionários devido
à corrupção no fornecimento de equipamentos militares.
"Isso significa que esse equipamento não é
controlado e acaba indo para o continente africano também, o que é um
perigo", disse Traoré.
Assim, ele observou que os terroristas estão
adquirindo armas em zonas de conflito, o que agrava a situação.
"Portanto, consideramos o fornecimento
descontrolado dessas armas [para a Ucrânia] muito perigoso, pois essas armas
caem nas mãos de inimigos que matam nosso povo", acrescentou.
• Golpe
militar: líder de Burkina Faso é deposto e Constituição é suspensa
Na noite de 30 de setembro, a mídia local informou
que um grupo militar liderado pelo capitão Ibrahim Traoré anunciou a deposição
do tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, chefe do governo interino do
país, a suspensão da Constituição do país, a dissolução do governo e o
fechamento de fronteiras.
Os militares, que reivindicaram sua fidelidade ao
Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), acusaram Damiba de se
desviar dos ideais do movimento.
Ibrahim Traoré informou que os oficiais que lideram
o golpe decidiram tirar Damiba do poder porque ele não conseguiu lidar com um
levante armado de militantes islâmicos no país.
·
Bolívia vai participar da Cúpula do BRICS com
interesse de ingressar no bloco
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que
atualmente ocupa a presidência do bloco, convidou seu homólogo boliviano, Luis
Arce, para a reunião do mês de agosto, na África do Sul.
De acordo com o Correo Del Sur, o presidente da
Bolívia, Luis Arce, vai participar da Cúpula do BRICS (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul) em agosto, bloco para o qual o país sul-americano já
comunicou anteriormente sua intenção de integrar.
O encontro vai acontecer de 22 a 24 de agosto em
Joanesburgo, na África do Sul. Arce foi convidado por seu homólogo sul-africano
Cyril Ramaphosa, informou o Ministério das Relações Exteriores boliviano.
"O presidente Arce se sente honrado em poder
contribuir com os diálogos sobre integração e desenvolvimento do Sul Global,
dividindo este espaço com os presidentes de economias de países emergentes que
representam 40% da população mundial e mais de 30% do produto interno bruto
[PIB] global atual", disse o chanceler Rogelio Mayta.
"Arce terá a oportunidade de divulgar as
conquistas e experiências do modelo econômico social e produtivo, que permite à
Bolívia avançar para uma industrialização acelerada, por meio da substituição
de importações e para um modelo aberto, transparente, inclusivo e não
discriminatório", acrescentou.
Em uma reunião em julho do Mercado Comum do Sul
(Mercosul), Arce disse que a Bolívia está buscando alianças estratégicas com os
países do BRICS e novas parcerias que desafiem a ordem econômica global
existente.
Segundo a Reuters, na semana passada, a Bolívia
disse que estava trabalhando para concluir mais de suas transações financeiras
em yuan chinês, ecoando os líderes do BRICS que anunciaram objetivos de
diminuir sua dependência dos dólares americanos.
A China e a Rússia, membros do bloco, recentemente
intensificaram os investimentos para desenvolver os enormes recursos de lítio
da Bolívia, incluindo três acordos com duas empresas chinesas e uma russa no
valor total de US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 13,2 bilhões), assinados este ano.
Ø Mídia explica verdadeira razão pela qual a China poderia não integrar
acordo comercial do Pacífico
O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria
Transpacífica é a nova versão de um acordo comercial anterior, que foi
abandonado pelos EUA em 2017.
Os principais obstáculos para a entrada da China no
Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP, na sigla
em inglês) são políticos, escreve na segunda-feira (31) a agência britânica
Reuters.
Em julho, o Reino Unido aderiu ao pacto dois anos
após a primeira candidatura, abrindo o caminho para a entrada de candidatos
como a China, a Costa Rica, o Equador, Taiwan, a Ucrânia e o Uruguai.
No entanto, o atual pacto é uma evolução do Tratado
de Parceria Trans-Pacífico Abrangente e Progressivo (TPP-11, na sigla em
inglês), originalmente criado para excluir a China. Sua assinatura pelos EUA
foi torpedeada em 2017 pelo então recém-eleito presidente Donald Trump, o que
impediu sua entrada em funcionamento.
Desde então, ele foi recriado como CPTPP, mas os
EUA também ainda não mostraram vontade de integrar, enquanto a China se
expressou a favor.
A China pode cumprir os exigentes requisitos de
ingresso, forçando os membros a tomar uma decisão politicamente desconfortável
sobre se deixarão Pequim aderir a um acordo criado para combater sua crescente
influência.
A ausência da maior economia do mundo incentiva o
país asiático a ingressar, pois "o motivo oculto" de Pequim é
"derrotar o esquema dos EUA de usar o CPTPP como forma de conter a
China", opinou Henry Gao, professor de direito da Universidade de
Administração de Cingapura, à Reuters.
A China tem também mostrado alguma vontade de
efetuar reformas, em linha com os padrões do acordo comercial, apesar de a
Reuters referir várias preocupações, como a forte influência e apoio às
empresas estatais, e o suposto roubo de direitos de autor de empresas
ocidentais.
Quando perguntado se havia um prazo para a análise
dos próximos pedidos, o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O'Connor,
país anfitrião da CPTPP, respondeu que "não".
Segundo a mídia britânica, todos os Estados-membros
do CPTPP têm de acordar a aprovação de um membro. A Austrália, por exemplo,
disse que não apoiaria o pedido da China enquanto Pequim continuar a bloquear a
importação de produtos australianos, incluindo vinho e cevada. Além disso, ela,
o Canadá, EUA, Japão e a Nova Zelândia emitiram em junho uma declaração
conjunta que condena a "coerção econômica", em uma alusão ao alegado
comportamento da China.
Ø Irã e Iraque se beneficiarão de esquema de troca de energia apesar dos
EUA, diz empresário iraniano
O Irã fornecerá gás e eletricidade ao Iraque, com o
último oferecendo em troca petróleo e fuelóleo (que é uma fração obtida da
destilação do petróleo), para suprir as necessidades mútuas, de acordo com a
Press TV.
O Irã e o Iraque chegaram a um acordo para trocar
gás e eletricidade iranianos por petróleo bruto e fuelóleo iraquianos, apesar
da pressão dos Estados Unidos, escreveu no sábado (29) a agência iraniana Press
TV.
"Com esse acordo com o Iraque para a troca de
petróleo por gás, a capacidade dos EUA de bloquear [pagamentos] será restrita
e, dada a situação do Iraque, o acordo pode beneficiar o Irã", anunciou
Hamid Hosseini, presidente do Conselho da União Iraniana de Exportadores de
Petróleo, Gás e Produtos Petroquímicos (OPEX, na sigla em inglês).
Ele disse que o Irã poderá receber cerca de 30.000
barris por dia de petróleo bruto e outros 70.000 barris diários de fuelóleo do
Iraque para compensar uma parte de seu fornecimento de gás natural e
eletricidade para o Iraque, que, segundo cita a Press TV, acredita-se que
esteja entre US$ 10 milhões (R$ 47,5 milhões) e US$ 15 milhões (R$ 71,02
milhões) por dia.
Tal medida vem após o Iraque enfrentar intensas
oscilações de energia em meio à onda de calor e a um menor fornecimento de gás
natural do Irã para suas usinas de energia.
O acordo veio após repetidas tentativas dos EUA de
impedir o pagamento de quase US$ 11 bilhões (R$ 52,08 bilhões) em fundos ao Irã
que o Ministério da Eletricidade do Iraque havia depositado em contas no Banco
de Comércio do Iraque.
Segundo Hosseini, o acordo de troca entre o Irã e o
Iraque já irritou os Estados Unidos, depois que Washington impôs sanções a 14
bancos iraquianos por causa de sua cooperação com o Irã. O empresário iraniano
declarou que Teerã será capaz de aumentar gradualmente suas importações de
petróleo bruto e fuelóleo do Iraque sob o acordo para resolver todos os atrasos
devidos por Bagdá a Teerã.
Ø NSA se opõe às tentativas do Congresso de impedir a espionagem de
cidadãos americanos, diz mídia
Funcionários da Agência de Segurança Nacional dos
EUA (NSA, na sigla em inglês) têm feito tentativas de frustrar um esforço dos
legisladores norte-americanos para impedir efetivamente que a agência rastreie
cidadãos sem um mandado.
A emenda em questão, apresentada pelos representantes
da Câmara, Warren Davidson e Sara Jacobs, basicamente impediria agências dos
EUA, como a NSA e a Agência de Inteligência de Defesa, de "comprar dados
que, de outra forma, exigiriam um mandado, ordem judicial ou intimação"
para obter, de acordo com um meio de comunicação dos EUA que noticiou pela
primeira vez sobre este assunto.
A emenda já foi aprovada pela Câmara durante a
apreciação da Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês),
mas resta saber quais políticas vão ser incluídas na versão do Senado desse
projeto de lei, aponta a mídia.
Agora, os funcionários da NSA estão abordando os
legisladores e tentando convencê-los a se opor à emenda mencionada.
Embora a NSA tenha confirmado anteriormente que usa
dados obtidos de fontes "comerciais" para fins de defesa cibernética,
não ficou imediatamente claro até que ponto ela usa esses meios para obter os
dados sobre a localização e navegação na web das pessoas, observa o meio de
comunicação, acrescentando que a agência não respondeu aos seus vários pedidos
de comentários.
Um relatório desclassificado do escritório do
diretor de Inteligência Nacional que ganhou as manchetes nos Estados Unidos no
mês passado também confirmou que as agências de inteligência e espionagem dos
EUA compram grandes quantidades de dados disponíveis comercialmente sobre
cidadãos americanos, incluindo informações de navegação na web e dados de
smartphones.
Fonte: Sputnik Brasil
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