Lira cita perseguição em investigação dos kits de robótica
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
(PP-AL), disse nesta 2ª feira (31.jul.2023) que o inquérito que investiga
fraudes em kits de robótica em Alagoas só existe para atingi-lo. “O inquérito
não nasceu para investigar robótica. Nasceu para investigar o deputado Arthur
Lira“, disse o congressista a jornalistas no programa Roda Viva, da “TV
Cultura”.
Lira disse que seria “loucura” uma pessoa como ele
vender emendas a prefeituras. “Seria muita imprudência, loucura minha, por
exemplo, defender como eu defendo, discutir orçamento como eu discuto, estar
envolvido com venda de emenda parlamentar para prefeituras”, afirmou.
O presidente da Câmara confirmou ser amigo de
Luciano Cavalcante, seu ex-assessor, alvo da operação da PF (Polícia Federal),
mas reafirmou que não responde pelos atos dele. “O que eu não posso nem ninguém
pode é ser responsável por isso ou aquilo de outro CPF”, disse Lira, que
pontuou que toda a sua renda e patrimônio são declarados ao Fisco.
O presidente da Câmara confirmou ser amigo de
Luciano Cavalcante, seu ex-assessor, alvo da operação da PF (Polícia Federal),
mas reafirmou que não responde pelos atos dele. “O que eu não posso nem ninguém
pode é ser responsável por isso ou aquilo de outro CPF”, disse Lira, que
pontuou que toda a sua renda e patrimônio são declarados ao Fisco.
Também criticou vazamentos dos documentos de
Luciano Cavalcante apreendidos pela Polícia Federal. Em anotações obtidas pela
PF na casa de Cavalcante, constavam pagamentos para “Arthur” no valor de R$ 650
mil.
“Eu recebi a notícia desse vazamento com muita
tristeza no dia do meu aniversário. Isso é sintomático, não é humano, não é
ético. Isso não é ter respeito à instituição que eu represento e ao esforço que
a minha casa faz para colocar o Brasil no caminho que ele está”, afirmou.
Arthur Lira disse, ainda, que não há elemento em
todo o inquérito que o associe a práticas criminosas e que, por ser um “homem
público”, já teve que responder a todo tipo de “delações infames” e de
“mentiras” contadas por adversários, inclusive durante a operação Lava Jato.
O presidente da Câmara, no entanto, evitou comentar
detalhes da investigação. Disse que não costuma fazer os próprios pagamentos e
que tem secretários para essa finalidade. Perguntado se Luciano Santos era uma
das pessoas responsáveis pelos pagamentos, desconversou.
CONDENAÇÃO MIDIÁTICA
O presidente da Câmara citou a prisão de Lula, em
2018, como um exemplo de “condenação midiática” e de abusos do Judiciário e
afirmou que “graças a Deus e a seus méritos” voltou à Presidência da República.
“O que temos que tratar nesse país é de um processo
jurídico correto, perfeito. Tudo aqui a gente já viu e no Brasil a gente saiu
de condenações midiáticas inimagináveis. A Lava Jato, as práticas que foram
feitas. O presidente Lula foi preso por 1 ano e meio. Foi inocentado. Está aí
presidente da República graças a Deus e aos seus méritos pela 3ª vez”, disse
Lira.
O alagoano também citou o exemplo de Aécio Neves
(PSDB), a quem chamou de “amigo”. Lira disse que o tucano foi “execrado no
Brasil” para ser inocentado pela Justiça só 5 ou 6 anos depois.
• Lira
diz que relação com Lula e governo “melhorou bastante”
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse
nesta 2ª feira (31.jul.2023) que a relação com o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) tem “melhorado bastante”.
A fala foi durante participação no programa Roda
Viva, da TV Cultura. Segundo o deputado, houve uma suposta desorganização na
Esplanada no início do ano –com ministros que não seguiam a hierarquia do
cargo. Citou como possível problema um “loteamento de ministérios”, com chefes
de pastas sem autonomia para exercer o cargo.
“O que tem que existir é: senta, conversa, resolve
e cumpre. Isso é o que tem de existir em uma Secretaria de Relações
Institucionais ou em uma Secretaria de Governo, que trata dos interesses do
Executivo com a base no Congresso. Então, o ministro [Alexandre] Padilha, como
todos, sofreu muita dificuldade”, disse.
Segundo Lira, houve acordos feitos com
congressistas e repassados a ministros que não foram cumpridos. Para o
deputado, o cargo nas Relações Intitucionais –hoje ocupado por Alexandre
Padilha– tem “prazo de validade”.
“O presidente Lula teve que fazer uma reunião que
durou mais de 10 horas, com todos os ministros, em que ele cacifou a parte de organização
do governo para o ministro Rui [Costa]“, disse o presidente da Câmara.
O encontro a qual Lira se refere foi realizado em
15 de junho. Lula pediu a todos seus 37 ministros que, antes de anunciar algum
programa, o submeta à Casa Civil, sob comando de Rui Costa.
Arthur
Lira enaltece articulação na Câmara e se esquiva de suspeitas: 'Só respondo
pelo meu CPF'
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
(PP-AL), se esquivou de vinculações com os casos dos kits de robótica e dos
parentes empregados na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), dizendo
que só pode responder pelo próprio CPF, em entrevista ao programa Roda Viva, da
TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 31. Lira também criticou a Operação
Lava Jato e ressaltou, em vários momentos, o protagonismo dele na sobrevivência
das propostas do governo Lula no Legislativo.
"Sempre que o meu partido foi governo,
entregou mais votos do que o próprio governo", disse Lira sobre a
influência do PP nas votações. Sob os louros da reforma tributária e de outras
articulações encabeçadas por ele na Câmara, o deputado, que foi um aliado de
primeira hora da gestão presidencial passada, disse que Lula aprovou mais
projetos do interesse do governo na Câmara do que Jair Bolsonaro.
Em mais de uma ocasião, Lira falou da reeleição
para presidência na Câmara como um movimento quase unânime - do "PL ao
PT". Veja a seguir os principais pontos da entrevista de Arthur Lira nesta
segunda-feira:
• Kits
de robótica
Questionado sobre a indicação de R$ 32,9 milhões do
orçamento secreto para compra de kits de robótica para escolas de municípios
suspeitos de desvio dinheiro público, Arthur Lira disse que não é citado nas
investigações. Uma das cidades do Estado natal dele, Alagoas, Canapi, tem 17
mil habitantes e recebeu R$ 5,8 milhões em emendas.
O deputado confirmou a sua amizade com o
ex-assessor Luciano Cavalcante, principal alvo da investigação da Polícia
Federal, mas afirmou reiteradamente: "só respondo pelo meu CPF". Nos
outros momentos em que o assunto voltou à tona durante a entrevista, Lira
repetiu a afirmação de que "em 12 mil páginas de inquérito, não há menção
ao meu nome".
Lira também enquadrou as investigações em um
cenário de "condenações midiáticas inimagináveis" e comparou-as com a
Operação Lava Jato. "Lula foi inocentado. Está aí, presidente da República
pela terceira vez, pelos seus méritos."
• Milhões
do ministro
O presidente da Câmara defendeu as emendas
parlamentares e acusou um ministro do governo, sem citar nome, de destinar R$
150 milhões a sete cidades de seu Estado de origem.
"Eu não acho justo que um ministro que não
teve um voto, que não fez concurso público para ser ministro, mande R$ 150
milhões para sete municípios do Estado dele, usando o mesmo orçamento que vocês
chamavam de secreto ontem. Isso é de agora, não é de ontem não", afirmou.
• Jair
Bolsonaro
O apoio e a proximidade de Lira com Jair Bolsonaro
(PL) também foram abordados. O deputado não negou o voto no ex-presidente nas
eleições de 2022, mas se esquivou de comentar as declarações do ex-chefe do Executivo
sobre urnas eletrônicas, os ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal e
os questionamentos à democracia.
"Teve algum caso meu? Algum caso em que eu
falei da urna, da democracia?", disse Lira. Questionado sobre a decisão do
Tribunal Superior Eleitoral que deixou Bolsonaro inelegível, o presidente da
Câmara foi sucinto. "Decisão judicial eu não comento, eu respeito. Não
faço qualquer entrevero nem com o Judiciário nem com o Executivo."
• PL
das Fake News
Lira negou que tenha sido silenciado pela pressão
das big techs e perdido o controle da articulação da Câmara em torno do Projeto
de Lei 2.630, o PL das Fake News. "Não me calou, fui até onde pude",
disse.
No início da tramitação, o projeto teve regime de
urgência aprovado na Câmara, com o apoio de Lira. No entanto, uma investida
organizada pelas empresas, tanto na Casa quando em nas próprias plataformas,
conseguiu fragilizar o apoio dos parlamentares à proposta, que hoje tramita
"fatiada" - cada parte do mérito virou um projeto diferente. No entanto,
nenhum desses recortes do PL original foi aprovado.
• Companhia
Brasileira de Trens Urbanos
Outro ponto que foi tratado durante a entrevista
são os familiares e aliados de Lira que estão empregados na Companhia
Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Como revelou o Estadão, o deputado teria
emplacado dez parentes e aliados na empresa, que, juntos, recebem R$ 128 mil em
salários. Por conta disso, a CBTU foi apelidada de "Estatal do Lira"
em Brasília.
Questionado pela bancada, Lira disse que o caso é
de "1996 ou 2006, quando não era deputado ainda". Ele justificou que
a legislação veda apenas indicações de familiares de primeiro e segundo grau, o
que tornaria a presença de seus aliados na CBTU lícita. "As indicações não
foram minhas", disse Lira.
• Sede
do PP
A sede do PP de Alagoas é alugada com recursos do
fundo partidário e é de propriedade da madrasta de Arthur Lira. Tereza Palmeira
é casada com Benedito de Lira, que é prefeito de Maceió, cidade em que fica a
sede da sigla. Como mostrou o Estadão, o cheque pago mensalmente à dona do
imóvel é assinado pelo pai do presidente da Câmara.
"Eu não sou gestor do Progressistas de
Alagoas. Eu nem sequer sei se meu pai faz esses contratos. Se tiver
ilegalidade, a Justiça Eleitoral é que tem que se posicionar sobre isso",
disse Lira quando perguntado sobre o caso.
• Sucessão
na Câmara
Lira ainda tem cerca de um ano e meio de mandato na
presidência da Câmara dos Deputados, mas o seu espólio já tem candidatos.
Questionado sobre possíveis nomes que poderiam sucedê-lo, o deputado respondeu
que "a sucessão não está aberta".
"Esse que está aqui (deputado Elmar
Nascimento, União Brasil-BA) e os outros que estão assistindo: eu já disse,
quem colocar a unha para fora, vai arrumar um problema comigo", disse
Lira.
Fonte: Poder 360
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