Paraguai: 'Quero
discutir com Lula próximos 50 anos de relação', diz presidente eleito
O
presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, já planeja sua primeira conversa
com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após assumir o
cargo a partir de 15 de agosto.
A
expectativa é grande porque os dois países precisam renegociar este ano o
Tratado de Itaipu, que completou 50 anos em abril e define as condições de
comercialização da energia gerada na hidrelétrica binacional.
No
Paraguai, o acordo de 1973 é considerado por parte da população como
desfavorável ao país. Os críticos defendem que o Paraguai venda sua energia
excedente livremente no mercado e não somente ao Brasil, sob preços regulados.
"Meu
maior desejo, além de conseguir mais recursos, é sentar com o presidente Lula
do Brasil e que nós também possamos imaginar uma relação que dure pelos
próximos 50 anos", disse Peña, em entrevista à BBC News Mundo, serviço em
espanhol da BBC.
Peña,
um economista de 44 anos e ex-ministro da Fazenda do governo do ex-presidente
Horacio Cartes, venceu a eleição presidencial do Paraguai no domingo (30/4) com
43% dos votos, mais de 15 pontos à frente de seu oponente mais próximo, Efraín
Alegre.
O
conservador Partido Colorado, presidido por Cartes, conseguiu assim manter o
poder que exerceu nos últimos 76 anos no país sul-americano, com exceção dos
cinco anos de 2008 a 2013, e conquistar maioria no Congresso.
Peña
descarta romper os laços históricos do Paraguai com Taiwan para estabelecer
relações diplomáticas com a China, uma reivindicação de setores importantes da
economia paraguaia, como pecuaristas e grandes agricultores.
E,
apesar de seu perfil conservador, anuncia que vai restabelecer relações com a
Venezuela, rompidas em 2019 pelo atual presidente Mario Abdo, também do Partido
Colorado.
"Hoje
só há um presidente na Venezuela e esse presidente se chama Nicolás
Maduro", diz o presidente eleito.
"Portanto,
temos que trabalhar com a Venezuela. E trabalhar com a Venezuela não deve
impedir que tenhamos uma posição crítica."
Confira
os principais trechos da entrevista feita por telefone com o homem que se
prepara para a assumir a presidência do Paraguai.
LEIA
A ENTREVISTA:
·
A que o senhor atribui seu triunfo eleitoral por uma
diferença maior do que muitos esperavam, confirmando a hegemonia do Partido
Colorado no poder no Paraguai?
Santiago
Peña -
Acredito que minha candidatura representou uma renovação dentro da política
paraguaia e dentro de um partido de 135 anos, que foi um dos grandes
protagonistas da história.
Esse
protagonismo se deu porque consegui compreender os diferentes momentos da
história do Paraguai.
Hoje
o Paraguai vive uma situação em que houve avanços em termos econômicos, mas há
grandes dívidas em questões sociais.
A
qualidade da educação, o acesso à saúde pública, a infraestrutura, exigem uma
visão mais moderna das políticas públicas. As pessoas precisam de mais e
melhores serviços públicos, de empregos de melhor qualidade.
Minha
passagem pela administração pública como diretor do Banco Central, ministro da
Fazenda, tendo sido uma figura nova na política que começou a falar de
projetos, de como juntarmos os pontos no processo de desenvolvimento, chegou a
um eleitorado que estava acostumado à troca de ofensas e encontrou um candidato
que não respondia às ofensas, que apresentava propostas e que apontava um
caminho para um Paraguai desenvolvido, onde os paraguaios possam estar em
melhor situação.
·
Aos problemas que mencionou, pode-se acrescentar, por
exemplo, uma economia com uma pobreza que castiga um quarto da população do
Paraguai, ou crescentes desafios de segurança relacionados ao crime organizado.
Como você planeja lidar com isso?
Peña - Isso será
enfrentado pela modernização das instituições de controle, uma burocracia
pública que em alguns aspectos melhorou.
Na
gestão econômica, o Paraguai se destaca claramente como uma das economias mais
estáveis e isso se deve ao mérito de duas instituições: o Banco Central,
instituição eminentemente técnica e blindada pelas influências conjunturais de
altos e baixos políticos, e o Ministério da Fazenda, que permitiu ao país
desenvolver uma política econômica com visão de longo prazo.
Temos
que transferir esse êxito para o campo da segurança. O Ministério do Interior e
a Polícia Nacional precisam ser fortalecidos. É necessário trabalhar na luta
contra a corrupção e a impunidade.
E
o mesmo nas instituições responsáveis pela formação do capital humano.
Então
o Paraguai tem gerado alguns avanços e em outros, infelizmente, não temos tido
sucesso. Minha intenção é acelerar esse processo de melhoria nos próximos anos.
·
O senhor acredita que as sanções que os EUA aplicaram
ao ex-presidente Horacio Cartes por "corrupção significativa"
influenciaram de alguma forma as eleições? [O Tesouro americano estabeleceu
sanções contra Cartes em janeiro, acusando o padrinho político de Peña de
corrupção e vínculos com o grupo islâmico Hezbollah.]
Peña - Creio que não. A
verdade é que seria muito difícil argumentar que sim, porque a diferença que
tivemos [em votos] foi a maior da história democrática do Paraguai.
Conquistamos
maioria nas duas casas do Congresso e isso também é um fato histórico: não
acontecia há 25 anos.
Isso
também representa um sinal muito importante. As pessoas entenderam que esse
projeto político tem uma visão muito clara do que queremos para o Paraguai nos
próximos anos: um país moderno, desenvolvido e que crie oportunidades para
todos.
·
Pergunto por que, quando as sanções foram anunciadas,
alguns pensaram que poderiam prejudicar seu Partido Colorado. Mas talvez o
senhor acredite que ocorreu o contrário, levando em conta que a diferença a
favor dos colorados foi maior do que nas eleições anteriores?
Peña - Há argumentos
nesse sentido: que os ataques que o Partido Colorado sofreu, tanto internos
quanto externos, o que mais fizeram foi unir o sentimento nacionalista, que é
de certa forma a bandeira do partido.
É
importante lembrar que o Partido Colorado foi criado após a Guerra da Tríplice
Aliança [mais conhecida no Brasil como Guerra do Paraguai, que opôs o país a
uma aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai, em meio à tentativa do
Paraguai de anexar territórios dos países vizinhos], que quase levou o Paraguai
à beira da extinção. E o grande objetivo do Partido Colorado em sua fundação
era a reconstrução da pátria, a defesa do Paraguai e dos paraguaios.
Isso
ao longo dos anos gerou um sentimento de identidade nacional a partir do
Partido Colorado, praticamente o único partido do mundo que tem 55% de todo o
eleitorado nacional.
Então,
com uma base tão ampla de membros, podemos dizer que o Partido Colorado
representa amplamente os sentimentos de todos os paraguaios.
·
Qual será o papel do ex-presidente Cartes no seu
governo agora?
Peña - O presidente
Cartes por mandato popular é presidente do Partido Colorado, que tem sido o
grande vencedor nas eleições porque, além da minha candidatura a presidente,
também tem maioria nas duas casas do Congresso. Nas 17 províncias do Paraguai,
em 15 candidatos colorados venceram.
Ele
[Cartes] tem uma grande responsabilidade de colocar em prática o que vem
falando, de ter um partido a serviço de todos os paraguaios, independentemente
de sua identidade política.
Então
ele vai ter que ser um grande apoio para o meu governo e acompanhar a partir do
partido a agenda de mudanças que quero levar adiante.
·
Cartes é considerado seu padrinho político, no sentido
de que o convocou para cargos de governo quando era presidente. Por esse
motivo, uma pergunta que muitos se fazem é como o senhor vê essas sanções. O
senhor acha que as sanções aplicadas pelos EUA por "corrupção
significativa" ao ex-presidente Cartes foram injustas ou merecidas?
Peña - Acho que elas não
honram a experiência que temos.
Acredito
que o senhor Cartes não só tem direito à defesa, mas por ser uma figura pública
é obrigado a se defender. É o que pedimos a ele é o que ele está fazendo.
Desde
que foi nomeado em julho do ano passado e novamente em janeiro deste ano, já
com sanções econômicas, ele rejeitou essas acusações e colocou todos os recursos
necessários para sentar-se para conversar com as autoridades americanas, que
podem lhe mostrar quais são as provas que eles têm para que ele possa se
defender dessas acusações.
Acho
que há uma responsabilidade política tremenda e que ele tem muita consciência
de que, sendo uma figura pública que está à frente de um partido, tem a
obrigação de provar que essas acusações não são verdadeiras.
·
E o que seu governo faria se chegasse um pedido dos EUA
para extradição do ex-presidente Cartes?
Peña - Em todo processo
de extradição, o Paraguai tem um histórico de cumprimento desses pedidos. Eles
são protegidos por tratados internacionais.
Os
pedidos de extradição são procedimentos na esfera judicial, fora do âmbito do
poder Executivo.
Portanto
não é uma decisão do presidente da República permitir ou rejeitar uma
extradição.
Acredito
que o Paraguai tem demonstrado uma enorme disposição em cumprir acordos e
tratados internacionais, e isso não mudará sob minha presidência.
·
Como o senhor espera que seja a relação do seu governo
com os EUA, dada esse precedente imediato de sanções contra ninguém menos que o
presidente de seu partido e o homem que o apresentou à política e ao governo?
Peña - Para esclarecer,
antes de conhecer Horacio Cartes, antes de Horacio Cartes ser eleito Presidente
da República, eu já era diretor do Banco Central, já tinha uma carreira
internacional, tinha trabalhado no Fundo Monetário Internacional e era uma
figura pública bem conhecida no Paraguai, mas mais no âmbito técnico.
Ele
[Cartes], com base na minha experiência e currículo, me nomeia Ministro da
Fazenda. E pude construir uma carreira política. Fui candidato há cinco anos,
perdi, e continuei atuando de forma independente dentro do Partido Colorado,
construindo uma base eleitoral muito importante.
No
dia 18 de dezembro me tornei candidato pelo Partido Colorado e desde ontem
[domingo], presidente de todos os paraguaios.
Então
está muito claro que eu posso ter participado de um governo, mas sou senhor de
mim mesmo e tenho conhecimento e personalidade para enfrentar o desafio de ser
presidente da República.
Quanto
à relação com os Estados Unidos ou com qualquer outro país, o Paraguai tem sido
historicamente um bom amigo da comunidade internacional. Em geral, mantemos
laços com todos os países do mundo e a relação bilateral com os EUA tem sido
historicamente muito, muito boa. Isso não vai mudar sob a minha presidência.
Entendo
que os EUA aplicam sanções sob uma lei que os autoriza a fazê-lo. E claramente
respeitamos essa estrutura legal. Só podemos pedir às pessoas que foram
afetadas por essas sanções que, se sentirem que as designações não correspondem
à realidade, entrem em contato para se defenderem dessas medidas.
Este
tipo de sanções também não afetou a relação do atual governo, tendo em vista que
o atual vice-presidente da República também foi sancionado.
Então
eu não vejo que haverá nenhuma mudança nesse sentido.
·
Durante a campanha, o senhor defendeu a continuidade da
relação do Paraguai com Taiwan. Você descarta completamente que seu país possa
romper esse vínculo histórico nos próximos cinco anos para abrir relações
diplomáticas com a China?
Peña - Sim, descarto
totalmente.
·
Pergunto por que existem setores muito importantes da
economia paraguaia, como a pecuária e a agricultura, que demandam maior
comércio com a China. Apontam, inclusive, que para isso é preciso ter relações
diplomáticas, para evitar ter que vender por terceiros como é feito atualmente.
É possível atender a essas reivindicações e ter mais comércio com a China sem
relações diplomáticas?
Peña - Sim, totalmente.
Estou convencido de que sim.
A
China continental é o principal mercado de abastecimento do Paraguai. A China,
por meio de uma empresa pública chinesa, é a maior compradora de soja do
Paraguai: opera e tem investimentos no Paraguai, não há restrições de nenhum
tipo.
O
Paraguai opera em mercados de commodities competitivos, que se movem em virtude
da oferta e demanda internacional.
Acredito
que o Paraguai tem capacidade de entrar nos mercados mais competitivos do
mundo, tem produtos da mais alta qualidade. A soja paraguaia é de melhor
qualidade que a produzida em outros países da região, devido à carga calórica
dos grãos.
Então
a China não vai comprar a carne nem a soja do Paraguai porque há um interesse
diplomático; vai comprar porque o Paraguai tem carne de boa qualidade e soja a
preços competitivos.
Vou
trabalhar nos próximos anos para fortalecer o setor produtivo e principalmente
avançar em um processo de industrialização.
O
gigantismo da China, que oferece claramente uma grande oportunidade de acesso a
um mercado de 1,4 bilhão de habitantes, representa também uma situação bastante
desafiadora para um país que hoje é principalmente produtor de matérias-primas.
Portanto,
não podemos focar apenas na venda de matérias-primas; temos que avançar em um
processo de geração de valor agregado às nossas exportações. Ou seja, um
processo de industrialização.
Acho
que estaremos em uma posição melhor se nos integrarmos a mercados como Taiwan,
Japão, Coreia e outros países do Sudeste Asiático do que à China continental,
que tem custos de produção mais baixos para produtos manufaturados e [em
relação a quem] sempre estaremos em desvantagem.
Esta
não é uma questão meramente diplomática ou emocional. É uma combinação de
princípios e valores democráticos, mas também responde à lógica do momento do
processo de desenvolvimento em que o Paraguai se encontra e para onde queremos
avançar.
·
Este ano o Paraguai deve renegociar com o Brasil o
acordo para a distribuição da energia gerada na barragem de fronteira de
Itaipu. O senhor pretende exigir alguma coisa em particular nesta negociação?
Peña - Mais do que
exigir, [queremos] sentar com o Brasil e imaginar nossa relação pelos próximos
50 anos.
O
dia 13 de agosto marcará o 50º aniversário da assinatura do tratado, um evento histórico.
[O tratado foi concluído em Brasília em 26 de abril de 1973 e ratificado em
Assunção em 13 de agosto daquele ano, conforme registrado no decreto brasileiro que promulga o
acordo.]
Além
das questões econômicas e financeiras, o fato a destacar é que, há 50 anos, paraguaios
e brasileiros imaginaram a construção e a amortização de uma hidrelétrica que
continua sendo uma das maiores produtoras de energia limpa e renovável do
mundo.
Esta
é uma conquista magnífica de engenharia, diplomacia e relações bilaterais.
Meu
maior desejo, além de conseguir mais recursos, é sentar com o presidente Lula
do Brasil e que nós também possamos imaginar uma relação que dure pelos
próximos 50 anos.
·
Como o senhor bem sabe, muitos no Paraguai têm a ideia
de que o acordo de 1973, que agora está expirando, foi prejudicial ao país. E
alguns sugerem que o país deveria oferecer livremente o excedente de energia
gerado na barragem ao mercado, em vez de entregá-lo ao Brasil a taxas
reguladas, o que aumentaria a receita de seu governo. O que o senhor pensa
sobre isso?
Peña - Penso que
Itaipu foi uma grande conquista para o Paraguai.
Acredito
que o Paraguai está muito melhor hoje com o Mercosul do que estaria se o acordo
do Mercosul não tivesse sido assinado.
A
questão é se podemos conseguir mais. Estou convencido de que podemos fazer
muito mais. Mas isso depende de nós, paraguaios, não de uma negociação.
O
Paraguai tem e desfruta da disponibilidade gratuita de seus 50%. O que é
necessário? Investir em redes de transmissão e distribuição. Essa é uma decisão
unilateral nossa; não temos que negociar com o Brasil.
O
que muitos falam há muito tempo sobre reivindicar a disponibilidade gratuita disso
nada mais é do que simples retórica política.
Temos
50%. O que temos que fazer é a capacidade de usá-la, que é o que eu quero
planejar.
Que
possamos fazer uma revolução no emprego no Paraguai e que o investimento em
linhas de transmissão e distribuição seja a grande estrada que permita que
indústrias e empresas nacionais e estrangeiras cheguem ao país para gerar
empregos e se beneficiar de energia limpa e renovável a preços muito
competitivos.
No
outro ponto, que é a possibilidade de vender para países terceiros, também não
há restrições. O problema é operacionalmente como fazemos isso.
A
infraestrutura para poder fazer isso necessariamente tem que passar pelas redes
da Argentina e do Brasil para poder ir a mercados como Uruguai ou Chile.
·
O que vai fazer com as relações diplomáticas com a
Venezuela, que o atual presidente paraguaio Mario Abdo rompeu em 2019 quando
Nicolás Maduro assumiu um novo mandato que considerava ilegítimo?
Peña - Muitos de nós
vimos o processo eleitoral e a defesa dos direitos humanos na Venezuela por
muitos anos com grande preocupação.
Quando
estávamos no governo tínhamos uma posição muito crítica quanto a isso e
reconhecíamos o governo Maduro.
Aconteceu
o que aconteceu nas últimas eleições. Tentou-se estabelecer Juan Guaidó como presidente
da Assembleia e que ele pudesse exercer a presidência da República. Essa
tentativa não teve sucesso. E acredito claramente que o Paraguai deve
restabelecer as relações com o povo venezuelano.
Temos
que avançar em um processo de integração e respeitar cada um dos países. Temos
todo o direito de ser sempre uma voz firme em defesa dos direitos humanos e de
pedir eleições justas, participativas e que não haja dúvidas sobre as
autoridades que têm de julgar.
Em
termos concretos, quero restabelecer relações com a Venezuela, para que
possamos aproximar nossos povos, e espero que o povo venezuelano consiga, pelo
livre exercício da vontade popular, a eleição de suas autoridades.
·
Mas, para o senhor, o governo de Maduro é legítimo ou
ilegítimo, conforme definido pelo presidente Abdo, que é membro do seu mesmo
partido?
Peña - Hoje só há um
presidente na Venezuela e esse presidente se chama Nicolás Maduro. Não há
alternativa.
Portanto,
temos que trabalhar com a Venezuela. E trabalhar com a Venezuela não deve impedir
que tenhamos uma posição crítica, contra a falta de garantias.
A
resposta concreta é restabelecer as relações com a Venezuela, ter um embaixador
em Caracas e dialogarmos com as autoridades daquele país.
·
Como o senhor se define ideologicamente?
Peña - Eu me
defino como uma pessoa que quer ver o progresso de nossos países sem prejuízo
daqueles que possam ter uma visão mais enviesada para a direita ou para a
esquerda.
O
que eu quero para o meu país é progredir. Eu acredito no estado de direito. Eu
acredito no mercado livre. Mas também acredito numa presença forte do Estado
naquelas áreas em que ele tem um papel indelegável: na prestação de serviços
públicos como saúde, educação e segurança.
Eu
provavelmente poderia me identificar como uma pessoa de centro, com forte
crença nas forças do mercado e uma enorme sensibilidade social. [Acredito] que
em países como o nosso, que têm tanta riqueza, não há o direito de ter pessoas
na pobreza.
Fonte:
BBC News Mundo
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