Legado
de Rui: TCU aponta indícios de superfaturamento milionário nas obras do metrô
de Salvador
O acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU),
apontando indícios de superfaturamento milionário nas obras do metrô de
Salvador, acendeu a luz de preocupação no núcleo do governo baiano esta semana.
O modal foi o carro chefe da campanha de 2018 para a reeleição do então governador
Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil, em quem pode respingar eventuais
desdobramentos da operação que está em curso. A batata quente, por ora, está
com a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), a quem o TCU deu prazo
de 90 dias para colocar as coisas em pratos limpos. A lista de suspeitas
formulada pelos ministros do TCU inclui "Superfaturamentos quantitativos -
Análise Engevix/UFC", "saldo do adiantamento contratual" e
"medições a serem estornadas".
• Para
colocar nos trilhos
Depois da manifestação do TCU, o Tribunal de Contas
do Estado (TCE) também vai revisitar os contratos do Governo da Bahia com o
consórcio Metrosal, responsável pelo trecho do Tramo II, que liga as estações
Acesso Norte e Pirajá. A nova análise do TCE atende a um pedido do bloco de
oposição na Assembleia Legislativa para que sejam esclarecidos os descaminhos
numéricos que levaram o TCU a determinar a devolução de R$ 113 milhões aos
cofres públicos federais. Além do TCE, o Ministério Público de Contas foi acionado
para acompanhar cada detalhe da operação.
A
digital de Wagner e Rui na derrota do governo na CPMI
O senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa
atuaram intensamente para evitar que o deputado federal Arthur Maia (União
Brasil) fosse eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) do 8 de janeiro, inclusive com acompanhamento direto do presidente Lula.
Na articulação, a dupla de petistas baianos tentou convencer o senador Eduardo
Braga (MDB-AM) a enfrentar Maia na disputa pelo comando da CPMI. Contudo,
lideranças do União Brasil no Congresso, como o senador Davi Alcolumbre e o
deputado Elmar Nascimento, entraram em cena e impuseram mais uma derrota ao
governo.
• Na
conta da Bahia
Esse é mais um capítulo no desgaste da relação entre
o governo e o União Brasil. No início do mês, a Câmara dos Deputados já havia
derrubado mudanças feitas pelo Executivo no marco do saneamento, cujo principal
interessado nas alterações era o ministro Rui Costa, por conta de interesses da
Embasa em Salvador. Agora, mais uma vez o governo sofre uma derrota. O que se
comenta no Congresso é que o presidente Lula tem perdido e se desgastado devido
à insistência de seus liderados em querer continuar brigando na e com a Bahia.
Mais uma derrota e os petistas baianos já podem pedir música no Fantástico.
Lua de
mel de Jerônimo com deputados chegando ao fim
A insatisfação de deputados estaduais com o
governador Jerônimo Rodrigues (PT) avançou mais um degrau esta semana, com
novas reclamações públicas e até retaliações no plenário da Assembleia. A
demonstração mais evidente veio na votação do projeto do Executivo que
reajustou em até 8% os valores do Planserv para os servidores públicos, quando
os governistas sequer formaram quórum mínimo de 32 parlamentares exigidos pelo
regimento interno para que a matéria pudesse ser apreciada. Da bancada de 42,
apenas 31 compareceram, e mesmo assim os assessores da liderança da maioria
tiveram trabalho para preservá-los no plenário. Alguns diziam que não votariam
nada até que seus pedidos fossem contemplados. As principais resistências
vieram do PP, cujo apetite por cargos ainda não parece ter sido saciado.
• Acabou
a lua de mel
Mas houve também fogo amigo vindo do próprio PT, e
de uma forma inusitada. Enquanto se preparava para discursar na tribuna,
Euclides Fernandes resmungou com o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), que
não gostou nada da partilha inicial de cargos em Juazeiro e deixou uma ameaça
no ar: “Querem que eu pegue meu pessoal e coloque em outro candidato lá. E a distribuição
[dos cargos] é do presidente do PT”. A conversa indigesta ao pé de ouvido
acabou sendo captada pelos microfones da Casa e expôs o clima nada amistoso do
novo governo com sua bancada. Ao que parece, a lua de mel e os afagos já
ficaram no passado.
• Fogo
amigo
Nos corredores da Alba, parlamentares avaliam, em
conversas reservadas, que a administração de Jerônimo está empacada e que o
governador tem se preocupado mais com a política do que com a gestão. Eles
dizem que Jerônimo não demonstra preocupação com os índices negativos do estado
que, sim, foram herdados por seus antecessores - Jaques Wagner e Rui Costa -,
mas que seguem piorando, a exemplo do recente dado de que a Bahia tem a maioria
da população vivendo em situação de pobreza. Enquanto isso, em conversas com
aliados mais próximos, Jerônimo tem dito que quer um foco especial nas eleições
de 2024 em Salvador e nas grandes cidades do estado.
• O
preço da contradição
O governador Jerônimo começa a sofrer uma pressão
interna para derrubar o contingenciamento que seu antecessor Rui Costa (PT)
colocou sobre o orçamento das universidades estaduais nos últimos anos. Os
bloqueios aconteceram enquanto Jerônimo era secretário de Educação entre 2019 e
2022, mas que agora enquanto dono da caneta ele não tem desculpas para manter o
arrocho sobre o caixa das instituições.
Fonte: Correio
Nenhum comentário:
Postar um comentário