Bolsonaro
é condenado por ‘grave ofensa à moralidade pública’
Por unanimidade, os desembargadores da 4ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmaram nesta
quinta-feira, 25, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao pagamento de
indenização por ataques ‘reiterados e agressivos’ a jornalistas.
Os magistrados, no entanto, reduziram pela metade o
valor que havia sido arbitrado em primeira instância – segundo o colegiado, o
ex-chefe do Executivo terá de pagar R$ 50 mil, a serem revertidos para o Fundo
Estadual de Defesa dos Direitos Difusos.
A decisão que foi confirmada pelo Tribunal de
Justiça de São Paulo foi assinada pela juíza Tamara Hochgreb Matos, da 24ª Vara
Cível da capital paulista no dia 7 de junho de 2022, dia nacional da liberdade
de imprensa.
Bolsonaro recorreu à Corte Estadual. Não conseguiu
reverter a condenação, mas reduziu o valor inicial ao qual havia sido condenado
a pagar, de R$ 100 mil.
O ex-presidente foi sentenciado no bojo de uma ação
civil pública movida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de
São Paulo. A decisão de primeira instância ressalta que os ataques de Bolsonaro
ao jornalistas configuram ‘assédio moral coletivo contra toda a categoria’.
Tamara Hochgreb Matos viu ‘grave ofensa à moralidade
pública e a valores fundamentais da sociedade e da democracia’.
À época, a avaliação foi a de que o ex-presidente se
manifesta de ‘forma hostil e belicosa’ contra os jornalistas profissionais,
‘desprezando-os e desqualificando-os, como categoria e até mesmo como pessoas,
visando desmoralizá-los, utilizando-se de termos ofensivos, vulgares e até
mesmo ilícitos, incompatíveis com a urbanidade e maturidade e com os princípios
da dignidade humana, da moralidade e da impessoalidade que devem nortear o
exercício de tal’.
Ø Feliciano reconheceu que Dino “engoliu” deputados bolsonaristas
O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) afirmou
que o ministro Flávio Dino (Justiça) “engoliu uns 10 deputados” durante a
audiência que o chefe da pasta participou na CCJ da Câmara, em março. A
declaração foi dada pelo parlamentar em abril, no podcast do youtuber Monark. O
que aconteceu? Para Feliciano, Dino “fez um passeio” ao responder às perguntas
feitas pela comissão. “A ida do Flávio Dino lá na Câmara acho que foi um
termômetro. Acho que o PT já não tem mais medo da CPMI [dos atos golpistas].
Porque o Flávio Dino fez um passeio na CCJ. Ele engoliu uns 10 deputados lá”,
disse o deputado. Na conversa, Feliciano também disse que seus colegas de
partido estavam “despreparados” para questionar o ministro. Um dos momentos da
audiência que ele usou como exemplo foi a fala do deputado André Fernandes
(PL-CE) sobre Dino responder a 277 processos.
O dado citado por Fernandes foi encontrado após ele
fazer uma busca com o nome do ministro no site Jusbrasil. Essa plataforma, no
entanto, não mostra só processos em que pessoas aparecem como réus, mas também
como testemunhas, por exemplo, além de candidatos que prestaram contas à
Justiça Eleitoral. “A essas alturas, dizer com base no Jusbrasil que respondo a
277 processos, se insere no mesmo continente mental de quem acha que a terra é
plana, mais ou menos”, respondeu Dino, na ocasião. Na avaliação de Feliciano,
esse episódio foi “horrível” para a oposição. “O ministro é juiz de Direito,
conhece a linguagem, foi governador de estado, comunista de carteirinha,
extremamente preparado e guerrilheiro. Você vai tentar lacrar um cara desses?
Você vai tomar uma invertida. […] Ele moeu o cara. Ele destruiu o cara. Nós
ficamos com vergonha. E assim, na ‘maciota’, batendo devagarinho”, afirmou.
PGR dá
15 dias para Nikolas Ferreira explicar sociedade em empresa que recebeu verba
de campanha
A Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou
um prazo de 15 dias para que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)
apresente explicações sobre sua participação como sócio em uma empresa
registrada em Minas Gerais em setembro do ano passado. Segundo uma denúncia
feita ao órgão, a empresa Destra Cursos LTDA recebeu recursos da campanha de
Bruno Engler poucos dias após sua criação. As informações são do jornal Correio
Braziliense.
Em 2020, Bruno Engler, ex-deputado estadual,
concorreu como candidato a prefeito de Belo Horizonte, enquanto Nikolas
Ferreira se lançou e saiu vitorioso na disputa para vereador. Os dois são
próximos e fizeram a campanha eleitoral de 2022 juntos.
A representação foi feita ao Ministério Público
Federal (MPF) pelo jornalista Diego Feijó de Abreu, na qual foram apresentados
comprovantes de que a empresa Destra Cursos recebeu um montante de R$ 67 mil
para a prestação de serviços à campanha de Bruno em setembro.
Posteriormente, 2 meses depois, Nikolas adquiriu 15%
das cotas sociais da Destra Cursos, as quais foram avaliadas em R$ 45 mil na
época.
No entanto, somente em fevereiro deste ano foi
oficializada em cartório a entrada do atual deputado federal na sociedade. O
caso, que está sendo analisado pela PGR, está sob responsabilidade da
vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
De acordo com informações apresentadas, o nome da
empresa estaria relacionado a um site utilizado por Nikolas para a
comercialização de cursos online. "O representante aduz, ainda, que tal
inovação teria estreita relação com site utilizado pelo Deputado Federal
Nikolas Ferreira para a venda de seus cursos,soudestra.com.br", destaca Lindôra.
"Pelo exposto, determina-se a expedição de
ofício ao Deputado Federal Nikolas Ferreira de Oliveira, preferencialmente por
meio eletrônico, com cópia do presente despacho, para que, caso queira,
apresente resposta, no prazo de(15) quinze dias, acerca das mencionadas
representações", completa a vice-procuradora.
Pesquisa
bolsonarista diz que Tarcísio é novo Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), foi apontado como o principal candidato a ser o sucessor
político de Jair Bolsonaro caso o ex-presidente seja declarado inelegível em razão
dos vários processos dos quais é alvo na Justiça. A conclusão é de levantamento
feito entre os dias 16 e 21 de maio pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado
nesta quinta-feira, 25. Segundo a pesquisa, 25,8% dos entrevistados apontaram
Tarcísio como o sucessor político de Bolsonaro. Na sequência aparecem a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 14,3%; o governador de Minas
Gerais, Romeu Zema (Novo), com 9,3%; o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com
8,2%; e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), com 6,8%.
Entre os entrevistados, 22,3% disseram que não sabem
ou não opinaram, e 13,3% apontaram que ninguém será o sucessor de Bolsonaro. A
pesquisa ouviu 2.023 eleitores em 164 municípios dos 26 estados e do Distrito
Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Segmentos Tarcísio de Freitas consegue os seus maiores índices, segundo a
pesquisa, entre os homens (34,4% o apontam como sucessor político de Bolsonaro)
e entre quem têm ensino superior (34,1%). Já Michelle Bolsonaro vai melhor
entre os jovens de 16 a 24 anos (19,2% dizem que ela será sucessora política do
marido) e eleitores do Nordeste (19,1%). Entre as mulheres, 16,2% apontam a
ex-primeira-dama como herdeira política do bolsonarismo.
Zambelli
sai em apoio a Dallagnol e toma invertida de bolsonaristas
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se tornou
alvo de uma polêmica nesta quinta-feira. De licença médica da Câmara dos
Deputados, a parlamentar bolsonarista fez uma postagem nas redes em prol do ato
organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) em defesa do deputado cassado
Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
‘Nunca foi pessoal’: Deltan Dallagnol vê
‘animosidade’ no meio político e lembra denúncia que apresentou contra Lira e o
pai
Acontece que o movimento de Zambelli não foi
combinado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e rendeu inúmeras críticas de
apoiadores. O assessor do ex-mandatário Fábio Wajngarten foi um dos
entusiastas: “Faz-se mais do que necessário avaliar quem esteve de fato ao lado
do Governo nos últimos 4 anos antes de sair apoiando e promovendo manifestação
oportunista. A DIREITA teima em ser vagão e rebocada por quem nunca conseguiu
ser locomotiva”, escreveu Wajngarten.
Nas redes, outros bolsonaristas chamaram a deputada
de “traidora”. Por este motivo, Zambelli voltou atrás e fez uma live
desconvidando os apoiadores.
— Bolsonaro pediu para não fazer a manifestação. Não
consultaram o Bolsonaro sobre uma data e erraram. Estão me chamando de
traidora, mas sei que não sou. Se ele (Bolsonaro) falou para não ir, não vamos.
Mas não desistam do Dallagnol — disse a deputada.
A parlamentar também divulgou uma nota em suas redes
sociais. No pronunciamento ela cita que o MBL foi “omisso em várias ocasiões”,
diz que pode errar, mas que não age sem antes “refletir”. Em seguida faz um
apelo: “Hoje é o Deltan, amanhã pode ser o Nikolas ou eu…. (não é difícil, de
verdade), vocês não gostariam que esses movimentos também fossem às ruas por
nós?”, questionou Zambelli.
Em seguida, aproveitou o espaço para elogiar o
ex-procurador da República, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com
base na Lei da Ficha Limpa. De acordo com a bolsonarista, Dallagnol foi um
“excelente, ativo e responsável” deputado.
• Ministro
do STJ e do TSE vai processar Dallagnol
Benedito Gonçalves, ministro do STJ e do TSE,
decidiu processar o agora ex-deputado Deltan Dallagnol — ao menos é o que ele
anunciou a alguns interlocutores na tarde de ontem.
Motivo: em entrevista ontem à “Folha de S. Paulo”,
Deltan mandou ver.
Acusou Benedito, relator no TSE do processo que o
cassou, de ter trocado sua decisão pela possibilidade de uma vaga no STF:
— O ministro condutor do voto trouxe um voto que
objetiva entregar a minha cabeça em troca da perspectiva de fortalecer a sua
candidatura ao Supremo.
• Ajufe
reage a ataques de Dallagnol ao TSE
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)
repudiou nesta quinta-feira as declarações do deputado federal Deltan Dallagnol
(Podemos-PR) sobre o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral,
feitas em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”.
Em nota, a Ajufe chamou as afirmações de Dallagnol
de “inadmissíveis ataques pessoais a magistrados no cumprimento do seu dever
constitucional de julgar”.
Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, o
deputado afirmou que os magistrados do TSE combinaram nos bastidores a decisão
de retirar seu mandato e disse que Benedito Gonçalves, relator do processo,
“entregou sua cabeça” em troca da “perspectiva de fortalecer a candidatura ao
Supremo”.
A Ajufe diz ainda na nota que a “legislação
brasileira dispõe dos instrumentos processuais para se questionar qualquer
decisão” e que “lançar ofensas descabidas e fazer ilações contra os magistrados
só serve para alimentar narrativas e conjecturas desprovidas de fundamentação
fática e jurídica”.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da República que
coordenou a operação Lava-Jato, teve seu mandato de deputado federal cassado
por unanimidade na última semana. Os ministros entenderam que Dallagnol deveria
ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa por deixar o MP enquanto estava
envolvido em processos administrativos.
Fonte: Agencia Estado/UOL/Terra/Veja/O Globo
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