sexta-feira, 28 de abril de 2023

Ocidente revela projeto para desintegrar território russo: 'Inimigo está à espreita', diz analista

Revista norte-americana admite esforço de EUA e Europa para desintegrar o território russo. Para professor ouvido pela Sputnik Brasil, Rússia aprendeu com a sua história e sabe enfrentar projeto ocidental de dividir o seu território.

Neste mês, a revista norte-americana Foreign Policy revelou o empenho de EUA e Europa em planejar a desintegração do território russo em diversos países de pequeno porte.

De acordo com a reportagem, a Comissão de Segurança e Cooperação na Europa, uma agência do governo dos EUA, composta por parlamentares e membros dos Departamentos de Defesa, de Estado e Comércio dos EUA, declarou que a "descolonização" da Rússia deve ser um "objetivo moral e estratégico".

Do outro lado do Atlântico, no Parlamento Europeu em Bruxelas, eventos realizados neste ano apresentaram novos mapas da Rússia, que atendem aos interesses geopolíticos ocidentais. A matéria não esconde a ambição ocidental pelas riquezas do território russo, afirmando que o Ocidente "deve se preparar para retirar benefícios [...] e atrair essas ricas nações sucessoras para a sua esfera".

De acordo com o professor doutor da Universidade Federal de Santa Catarina, Fred Leite Siqueira Campos, o desejo ocidental de dividir a Rússia não é uma novidade.

"Essa ameaça de desintegração é crível e algo que os inimigos da Rússia sempre desejaram", disse Siqueira Campos à Sputnik Brasil. "Não é algo novo. A Rússia tem sobrevivido a esse processo por mais de mil anos."

"Não é à toa que a história da Rússia tem sido, ao longo de mais de mil anos, a história de invasões e de tentativas de saques e escravidão de seu povo e de seu território", revelou Siqueira Campos. "Esse parece ser o carma da Rússia: construiu um império extraordinariamente rico e, portanto, defendê-lo tem sido sua história."

O professor nota que a ameaça de desintegração da Rússia não é infundada, uma vez que o Ocidente agiu nesse sentido para lograr a dissolução da União Soviética.

"Mas 'gato escaldado tem medo de água fria'. A Rússia aprendeu e aprende com a sua história", destacou Siqueira Campos. "A defesa de suas fronteiras é, sem dúvida, um pilar central da política atual do país."

"O uso do termo 'descolonização' nesse contexto é pura panfletagem e tem fins propagandísticos", disse Siqueira Campos. "A Rússia sempre foi um país multiétnico, de origens culturais tanto europeias quanto asiáticas."

Outro fator relevante no novo contexto é a relação próxima entre Rússia e China. De acordo com o professor, não interessa a Pequim que o Ocidente logre a desintegração russa, que traria instabilidade para a Eurásia.

"A existência de uma Rússia soberana garantirá à China um aliado contra a hegemonia dos EUA", considerou o professor. "A aliança sino-russa, caso construída de uma forma nova – baseada na real amizade e nos interesses recíprocos – poderá ser importante para a existência soberana e sem pressão da Rússia e da China."

Segundo ele, a peça-chave para a Rússia será manter sua coesão popular, fundamental para coibir mais essa ameaça. Para atingir esse objetivo, são necessários investimentos em educação e tecnologia.

"Isso não é tarefa fácil, porque o inimigo é poderoso e está à espreita", concluiu Siqueira Campos.

Em 17 de abril, a revista norte-americana Foreign Policy publicou artigo no qual revela esforços de EUA e Europa para promover projetos de desintegração do território russo. De acordo com o artigo, organizações governamentais dos EUA e da União Europeia promovem eventos para debater a reorganização do território russo, de forma a atender os interesses ocidentais.

·         Moscou: países ocidentais estão efetuando todo planejamento militar na Ucrânia, não apenas tático

Os países ocidentais estão efetuando o planejamento militar completo na Ucrânia, não apenas tático, declarou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Os ocidentais declaram abertamente que farão todo o possível para garantir que a ofensiva anunciada das Forças Armadas da Ucrânia ocorra em breve. Então eles nem sequer escondem que estão por trás de todo esse planejamento militar. Não apenas a orientação tática, o que temos dito repetidamente. Agora, eles estão construindo toda a disposição [das tropas] no plano estratégico", disse Zakharova na reunião.

A chancelaria russa sublinhou que os países ocidentais "confirmam em voz alta a sua participação no conflito".

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, disse no início de abril que o contra-ataque poderia começar na primavera ou no verão (no Hemisfério Norte). Mais tarde, ele afirmou que começaria "em breve". A mídia americana informou que a contraofensiva da Ucrânia está supostamente programada para 30 de abril.

Especialistas entrevistados pela Sputnik observaram que é impossível acreditar nas declarações contraditórias de Kiev e Washington: isso pode ser parte de uma campanha de desinformação.

Por sua vez, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, observou que todas as declarações sobre a planejada contraofensiva dos militares ucranianos são cuidadosamente monitoradas e levadas em conta no planejamento da operação militar especial.

 

Ø  Conselheiro de Zelensky culpa EUA por conflito na Ucrânia e reforça aspiração nuclear de Kiev

 

Mikhail Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, elogiou uma resolução sobre a Ucrânia proposta por legisladores dos EUA na quarta-feira (26).

Segundo o conselheiro, Washington pretende emendar um "erro histórico", admitindo Kiev na OTAN e elevando seu apoio com armas.

"A resolução da Câmara dos Representantes é inequívoca: os EUA, infelizmente, juntamente com outros países ocidentais, encorajaram a Ucrânia a abdicar das armas nucleares e de outras armas para garantir a segurança e a estabilidade na região sob garantias. Isso foi um erro político que foi mal interpretado pelo agressor e responsável por uma grande guerra na Europa", afirmou Podolyak.

As declarações de Podolyak surgem em resposta a uma resolução proposta pela Câmara dos Representantes dos EUA que não foi revelada publicamente.

Contudo, os especialistas apontam que a resolução inclui a restauração das fronteiras ucranianas de 1991, com a Rússia tendo que pagar pelos reparos e "crimes de guerra".

"Talvez a mais importante característica da cultura da civilização Ocidental seja a capacidade de analisar a experiência passada e aprender com os erros", afirmou Podolyak.

A Ucrânia segue pressionando os EUA e se mostrando disposta a abrigar e produzir armas nucleares, o que justifica a operação russa em seu território.

 

Ø  Lula abre o jogo e revela motivo de não atender pedido de Scholz para fornecer munições à Ucrânia

 

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, explicou a razão de ter negado ao chanceler alemão, Olaf Scholz, o fornecimento de armas para a Ucrânia, bem como de ter sido contra a "participação do Brasil na guerra".

No final de janeiro de 2023, Lula negou a solicitação das autoridades alemãs de fornecer munições para os tanques Leopard.

Na ocasião, Lula afirmou que o Brasil não estava interessado em enviar munições para serem usadas no conflito na Ucrânia.

"Quando [o chanceler] da Alemanha visitou o Brasil ele nos pediu que enviássemos mísseis de tanques comprados da Alemanha para a guerra. Eu disse a [Olaf] Scholz que não venderíamos, por que se lançam um míssil e a Rússia descobre que foi vendido pelo Brasil, [então] o Brasil entrou na guerra. E quando entra, você não pode falar de paz", declarou Lula.

Anteriormente, a Rússia enviou uma nota à OTAN sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, onde alertou que qualquer carga contendo armas e munições à Ucrânia seria um alvo legítimo do Exército russo.

 

Ø  Fala de Xi Jinping sobre 'objetivos narcisistas' no conflito na Ucrânia deixa EUA perplexos

 

O jornal The Washington Post relatou que a fala do líder chinês, Xi Jinping, durante conversa com seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky, causou apreensão nos EUA.

"A China sugeriu uma proposta de paz na Ucrânia de 12 pontos e declarou que não vai explorar a situação com objetivos narcisistas", relatou o jornal, ressaltando que a fala chinesa sobre os objetivos do conflito atingiu e deixou os Estados Unidos perplexos.

Além disso, o jornal destaca que Zelensky e outros funcionários de alto escalão se negaram a excluir Pequim como intermediadora, para que uma resolução pacífica para o conflito possa ser alcançada.

A mídia norte-americana ainda enfatizou que a China, segunda economia mundial, talvez seja poderosa demais para ser ignorada".

"Se os EUA e seus aliados não puderem sugerir alternativas, a Ucrânia não terá outra escolha a não ser arriscar [um acordo com a China]", destacou o jornal.

Na quarta-feira (26), o presidente da China, Xi Jinping, conversou ao telefone com seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky. Pequim comunicou que um enviado especial da Eurásia irá a Kiev em breve e a chancelaria russa disse "notar a prontidão chinesa".

·         Conversa entre Xi Jinping e Zelensky é um passo importante para resolver a crise, diz MRE chinês

A conversa telefônica entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, é um passo importante para a China promover uma solução política da crise na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, durante a reunião dos ministros das Relações Exteriores da Ásia Central e da China em Xian.

"O presidente da China, Xi Jinping, conversou ao telefone com seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky. Isso é um passo importante dado pela China para ajudar a resolver a crise ucraniana, que mais uma vez mostra a posição da China voltada para a realização de negociações", disse Qin Gang, citado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês.

Segundo Qin, o fato de a crise ucraniana se ter desenvolvido até o estado atual tem premissas históricas profundas e razões complexas.

"Mas por mais complexa que seja a crise, ela no final deve ser resolvida por meio de negociações. Por mais complexo que seja o conflito, ele deve ser resolvido apenas por meios políticos", ressaltou o chefe do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Nesta quarta-feira (26), o presidente da China, Xi Jinping, conversou ao telefone com seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky. Pequim comunicou que um enviado especial para os assuntos da Eurásia irá a Kiev em breve e a chancelaria russa disse "notar a prontidão chinesa".

 

Ø  Biden diz que ataque nuclear da Coreia do Norte contra EUA e aliados resultará no fim do governo

 

Presidente fez a afirmação durante coletiva conjunta com líder sul-coreano hoje (26) na capital americana enquanto divulgava a "Declaração de Washington", documento assinado pelos dois países em resposta "à crescente ameaça nuclear da Coreia do Norte".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que seu governo terminaria se ele lançasse um ataque nuclear contra os EUA ou seus aliados, segundo a agência Yonhap.

"Um ataque nuclear da Coreia do Norte contra os Estados Unidos ou seus aliados ou parceiros é inaceitável e resultará no fim de qualquer regime que tome tal ação", disse Biden em entrevista coletiva conjunta com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, nesta quarta-feira (26) em Washington.

Biden também destacou que a "Declaração de Washington", texto assinado entre Coreia de Sul e EUA, foi uma resposta à crescente ameaça nuclear da Coreia do Norte.

"Trata-se de fortalecer a dissuasão e a resposta ao comportamento escalonado da Coreia do Norte", disse ele sobre a declaração.

Yoon complementou a declaração do mandatário estadunidense afirmando que a paz na península virá pela força, e que as armas nucleares norte-americanas desempenharão seu papel em um contra-ataque caso Pyongyang use suas armas nucleares contra Seul.

Contudo, Biden disse que o compromisso não levará ao estacionamento de nenhum ativo nuclear dos EUA na Coreia do Sul.

"O que a declaração significa é que faremos todos os esforços para consultar nossos aliados quando for apropriado. O ponto principal aqui é uma cooperação ainda mais estreita, consultas mais estreitas, e não vamos posicionar armas nucleares na península, mas teremos visitas, visitas a portos de submarinos nucleares e coisas assim", afirmou o líder norte-americano citado pela agência.

Hoje (26) mais cedo, antes da "Declaração de Washington" ser oficialmente divulgada, já havia sido ventilada a visita de um submarino balístico nuclear dos EUA à Coreia do Sul, o que não acontecia desde o início da década de 1980, conforme noticiado.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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