Festejos dos 200 anos do 2 de Julho terão shows e maratona de Santo Amaro a Salvador
As comemorações pelos 200 anos da Independência da Bahia vão ter uma programação especial. Além da solenidade tradicional no 2 de Julho, haverá shows e uma maratona até Santo Amaro, que também foi palco da luta pela independência do país.
Segundo
o prefeito Bruno Reis, a expectativa é de que a programação seja divulgada até
o mês de abril. "Estamos concebendo novos produtos, muito provavelmente
vamos ter uma maratona que vai sair lá de Santo Amaro até aqui Salvador vão ter
festejos e shows. No máximo, no mês de abril, para que as pessoas possam se
programar, nós vamos lançar o calendário de eventos dos festejos do Dois de
Julho", disse o prefeito, durante a assinatura da ordem de serviço da
reforma do Pavilho 2 de Julho, no Largo da Lapinha.
O
prefeito explica que a ideia é que a data também possa atrair visitantes para a
cidade. "Então a ideia também é atrair essa data visitantes pra nossa
cidade enfim todos que estão aqui pra ser também mais uma data que tem a
capacidade de ativar a nossa economia, permitindo milhares de visitantes em
Salvador, para que a gente possa gerar oportunidades. Enfim, empregos e aí
vamos aproveitar os festejos, esses e essa data marcante de 200 anos pra fazer
uma programação", explicou.
Reforma
No
ano em que será celebrado o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia,
Salvador ganhará um memorial em homenagem à data magna do estado dentro do
Pavilhão 2 de Julho. Isso será possível porque o imóvel, situado no Largo da
Lapinha, Liberdade, será beneficiado com obras de requalificação. Os carros
alegóricos e imagens do Caboclo e da Cabocla também passarão por restauração.
Os detalhes da iniciativa foram divulgados pelo prefeito Bruno Reis nesta
terça-feira (7), durante assinatura da ordem de serviço para o início das
obras, cujo prazo será de quatro meses. O investimento é de R$ 1,8 milhão.
As
intervenções englobam a instalação de um memorial que vai permitir a visitação
pública ao longo de todo o ano. O local também vai abrigar uma pequena
exposição sobre a Independência do Brasil na Bahia e seus principais símbolos,
personagens e acontecimentos, preservando os valores culturais do Pavilhão da
Lapinha.
Embora
o edifício não seja um bem tombado e nem esteja localizado em um sítio
reconhecido como patrimônio, possui valores históricos, arquitetônicos e
artísticos concentrados especialmente na sua fachada, que merecem ser
preservados. Assim, a proposta de requalificação do Pavilhão 2 de Julho busca
potencializar o espaço expositivo existente através da construção de galerias e
mezanino, além de pequena infraestrutura de apoio e novas instalações que
possibilitem expografia adequada.
“Iremos
restaurar e resgatar um dos mais importantes equipamentos culturais da cidade,
que é este pavilhão. O imóvel retrata a data mais importante de nossa história
e isso precisa ser enaltecido, preservado e transmitido para as gerações
futuras. A Prefeitura tomou a decisão, em parceria com o Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia (IGHB), de implantar esse memorial, que contará a história
da Independência da Bahia e dos festejos ao 2 de Julho”, destacou Bruno Reis.
Para
a implantação do memorial, serão construídos três pavimentos no fundo do lote,
abrigando elevador, sanitários, área de exposição e sala administrativa. Tudo
isso conectado ao espaço do pavilhão existente através de estrutura metálica,
aproveitando o amplo pé-direito (altura entre o pavimento e o teto).
Com
isso, os visitantes passarão por galerias, passarelas, escadas com estrutura de
aço com piso e guarda-corpo em vidro, além de mezanino, pelos quais será
possível ter visões privilegiadas dos carros alegóricos e caboclos, que serão
as principais atrações do memorial.
• Outras intervenções
O
projeto de requalificação do Pavilhão 2 de Julho contempla ainda a restauração
da fachada frontal do imóvel para a retirada das camadas de tinta que já
descaracterizam as formas do relevo original, bem como sua repintura e uma nova
iluminação cênica. Com esta intervenção,
a ideia é inserir no pavilhão que foi construído em 1918 uma arquitetura
contemporânea que estabeleça um diálogo harmonioso com a história de mais de um
século atrás.
“Os elementos simbólicos referenciais da
história da Independência do Brasil na Bahia passarão a contar com um espaço
apropriado e digno da sua importância e poderão ser visitados e cultuados
dignamente”, destaca Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira
(FMLF). O órgão elaborou o projeto de requalificação do pavilhão.
De
acordo com Joaci Góes, presidente o IGHB, o espaço dará aos visitantes a
oportunidade de mergulhar na história. “Entre 80% e 90% dos baianos não
compreenderam ainda o que representa o 2 de julho. Muitos pensam simplesmente
com uma festa bonita e animada, mas não sabem na realidade que a data foi a
consolidação da Independência do Brasil. Sem o 2 de Julho teria havido um
fracionamento do país do mesmo modo que aconteceu com as colônias espanholas da
América do Sul. Foi a Bahia que permitiu que o Brasil tivesse hoje as dimensões
que ele possui”, explicou.
As
intervenções no pavilhão ficarão a cargo da Superintendência de Obras Públicas
(Sucop), enquanto o restauro dos carros e das imagens do Caboclo e da Cabocla
será executado pelo artista plástico e restaurador José Dirson. O profissional
é responsável por intervenções em diversos equipamentos públicos da cidade, a
exemplo do que ocorreu no Monumento ao Dois de Julho, no Campo Grande, em 2019.
O
projeto museológico e expográfico do memorial que será implantado em alusão à
Independência do Brasil na Bahia ficará sob responsabilidade da Secretaria
Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Fundação Gregório de Mattos
(FGM).
No
ano imediato à Independência do Brasil na Bahia, ocorrida em 2 de julho de
1823, os heróis patriotas resolveram festejar a magna data. Inicialmente, eles
utilizaram uma carreta tomada aos lusitanos nos combates de Pirajá,
enfeitaram-na e colocaram sobre ela um velho mestiço descendente de indígenas,
antes de desfilar do Largo da Lapinha ao Terreiro de Jesus.
Em
1826, foi encomendado um carro alegórico definitivo, que ficou pronto em 1828.
Em 1835, a Sociedade Dois de Julho mandou fazer uma edificação para resguardar
os preciosos emblemas no Largo da Lapinha e, em 1918, o Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia construiu o atual Pavilhão 2 de Julho.
Secretário de Cultura minimiza ruídos e
revela projetos com Mariene de Castro
Se
depender do secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, a polêmica entre
a gestão cultural do município e a cantora Mariene de Castro, que criticou
severamente o fato de não ter sido convidada para o Carnaval, é água passada.
De
acordo com o gestor, presente no evento em que o prefeito Bruno Reis (União
Brasil) assinou a ordem de serviço para a requalificação do Pavilhão 2 de
Julho, na Lapinha, esses "ruídos" deverão ser minorados com o avanço
da gestão e projetos com Mariene já estão no radar.
"Esse
tipo de ruído irá acontecer eventualmente. O Carnaval é uma festa com muitos
artistas, muitos palcos, muitas demandas, então certamente ruídos assim
acontecerão. A intenção é responder rápido e fazer da melhor forma. Temos uma
agenda com Mariene para o Samba da Bahia que será uma agenda importante. Estou
aqui há 40 dias, então estou aos poucos abrindo pontes e essas conversas, e às
vezes esses ruídos, são até importantes para que essas situações sejam
reveladas e possamos trabalhar em cima disso", ponderou.
O
secretário falou também da importância da obra de requalificação do Pavilhão,
ponto importante para a festa de 2 de Julho, que marca a independência da
Bahia.
Orçadas
em R$ 1,8 milhão, as intervenções têm prazo de 4 meses e englobam construção de
três pavimentos com elevador, sanitários e área de exposição, além de restauro
da fachada, dentre outros itens. O projeto foi desenvolvido pela Fundação Mário
Leal Ferreira (FMLF) e as obras serão realizadas sob a supervisão da
Superintendência de Obras Públicas (Sucop), vinculada à Secretaria Municipal de
Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).
"É
um espaço importantíssimo pra cultura de Salvador, afinal a independência da Bahia
é uma data importantíssima para a independência do Brasil. É uma data cívica,
cultural pra cidade, sabemos o impacto que tem, então essa entrega é um
compromisso nosso em deixar a cultura acessível para todos".
Cantor baiano adota reggae para falar de
espiritualidade pós-pandemia
Atuante
no cenário alternativo baiano há mais de uma década, o cantor e compositor
Pessoa lançou na semana passada nas plataformas de streaming seu novo single, O
Tao.
A
canção é conduzida pelo balanço do reggae e evoca em melodia princípios da
sabedoria chinesa. O Tao conta com produção da Aquahertz e tem sua capa
assinada por @v_u_l_t_o. A faixa antecipa o EP Fotossíntese, que o cantor
pretende lançar no segundo semestre deste ano.
"O
título O Tao é uma referência à filosofia taoísta, que ao longo da história vem
contribuindo com conhecimentos e práticas sobre o fluxo da vida. O Tao é uma
canção sobre a interdependência dos seres vivos, uma expressão em música da
percepção de que somos partes de um todo: únicos e ao mesmo tempo comuns”,
descreve Pessoa, cujo primeiro nome é Leandro, mas que, de forma coerente com a
filosofia que segue, adotou apenas o sobrenome como identidade artística.
Praticante
de meditação com a intenção de se conectar espiritualmente, já esteve em instituições
de diferentes expressões da espiritualidade e gosta de trazer para o dia a dia
as sabedorias em comum que aprende com as pessoas praticantes da
espiritualidade. Na sua música, Pessoa se refere à uma força única na frase
“ele está por toda a parte, basta ouvir… tudo está no um”.
“’O
Um’ da canção se refere ao ser integrado ao todo, o eu indíviduo dotado da
consciência de que ele é parte desse todo. Penso que quando estamos nesse
estado de consciência nos expandimos, conseguimos estar ‘em toda parte’, somos
capazes de sentir / escutar que essa é uma dimensão da percepção que está
sempre conosco, aqui e agora”, filosofa o músico.
• “O sociopata só faz”...
A
inspiração para compor é oriunda da vida cotidiana, a imersão da vivência da
paternidade com as novidades que ela traz que tem rendido canções pro seu
filho, ou até mesmo eventos apresentados nos jornais que causam aflição e
desconforto no artista. O dia a dia o provoca a inventar melodias, desenvolver
ideias musicais. “Me sinto montando retratos musicais da realidade a partir da
perspectiva que observo e vivo. Isso me coloca em diálogo com outras pessoas,
com o recorte de realidade delas e me nutre como artista”.
Um
exemplo foi uma vinheta criada para o Instagram no auge da pandemia, com apenas
três frases para expressar sua revolta: “O sociopata só faz falar merda / mas
os milico / os milico é quem governa”, acompanhada de imagens de uma caveirinha
marionete. Depois de dar uma viralizada na rede social, a vinheta foi adotada
pelo celebrado jornalista e escritor Franciel Cruz em suas lives semanais no
YouTube.
“Durante
a pandemia, iniciei estudos de produção musical com o objetivo de não
interromper as atividades artísticas considerando a impossibilidade de fazer
shows. Esse estudo me levou a um reposicionamento como artista nas redes
sociais, passei a produzir conteúdos musicais (pílulas semelhantes a jingles)
que dialogam com elementos do noticiário brasileiro”, relata.
“Isso
me fez rever inclusive o meu uso das redes: o tempo que eu dedicava a debates
políticos nas redes sociais passaram a ser utilizados na produção desses
conteúdos que reúnem elementos do humor, produção musical, expressão em
diferentes gêneros musicais. Alguns desses jingles tiveram alcance para além do
esperado: um deles, que tratava sobre a volta do Zé Gotinha acabou coincidindo
com o dia em que o presidente falou sobre o mascote nas suas redes e foi para
mais de 25 mil acessos no Tik Tok”, acrescenta.
• Redescoberta da vida
Pessoa
é um cantor e compositor baiano. Ao longo de sua trajetória solo já lançou três
EPs : Esse é Pra Tocar no Streaming (2019), Surreal (2020) e Não Fique Jururu
(2021). Suas canções tem como inspiração as reflexões e belezas colhidas no
cotidiano – que no palco são vestidas
com sonoridade pop, envolvente e brasileira.
Ao
longo da sua trajetória musical, o reggae sempre esteve presente, desde sua
época com a banda Truanescos (anos 2000) as possibilidades da banda foram
expandidas graças ao reggae, mudando a formação clássica de rock e se
apresentando com dois percussionistas. Em 2019, Pessoa escolheu seguir a
carreira solo e se lançou com a gravação O Tempo é Bom.
“Me
permita a nostalgia, mas sou de uma geração que viu um reggae se tornar a
música do Carnaval em 1994 (Nayambing Blues, de Sine Calmon). Sinto que é uma
expressão da música negra que dialoga muito com a realidade da nossa cidade que
é culturalmente negra. O reggae parece estar sempre a nos lembrar que a
consciência social e a reflexão também são aspectos musicais importantes.
Salvador tem uma cena de reggae incrível e que hoje se renova em artistas como
Danzi, Mukambu, Ikenfron e outros”, afirma Pessoa.
Para
este ano, Pessoa está trabalhando em um novo EP que reunirá canções similares
ao O Tao, uma das quais foi realizada em parceria com Xauim. A intenção é o
lançamento de um novo single, e então o álbum virá acompanhado de um show no
segundo semestre de 2023.
"É
um trabalho em que estou mergulhado em uma estética que pra mim é nova,
reunindo elementos do new reggae e do reggateon, sob a produção da Aquahertz.
As canções trazem em comum um eu-lírico contemplativo que sintoniza com essa
redescoberta da vida que estamos vivenciado depois de atravessar os dias de
isolamento social da pandemia”, conclui Pessoa.
Fonte:
Correio/BN/Tribuna da Bahia/A Tarde
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