"O branco
matou a mamãe": ataques a indígenas Avá-Guarani vitimizam até crianças no
PR
Uma indígena
Avá-Guarani carrega nos braços uma criança de 7 anos, com as pernas
ensanguentadas, enquanto busca socorro. Ela a entrega a um homem, enquanto
outro amarra uma camisa na perna esquerda do menino para conter o sangramento.
O garoto foi um dos quatro baleados em mais um ataque à aldeia Yvy Okaju –
antiga Y’Hovy – em 3 de janeiro, na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, em
Guaíra (PR). Não é um cenário inédito. Em 29 de dezembro, plantações e barracos
da comunidade foram queimados; no dia 31, duas horas antes da virada do ano,
novas áreas foram queimadas e um indígena foi baleado no braço. Uma série
ocorrida dias antes de ser completado um ano do ataque mais brutal que os
Avá-Guarani sofreram na história recente, em 10 de janeiro do ano
passado.
“Nós não teríamos
coragem de fazer isso com uma criança dos brancos. É uma verdadeira covardia”,
afirmou uma liderança indígena que preferiu não se identificar por falta de
segurança. “Já falamos para as autoridades, mais de uma vez, que a nossa
situação é uma verdadeira calamidade. Parece que ninguém vai conseguir fazer
nada por nós”, desabafa. No ataque do dia 3, um adolescente de 14 anos e dois
jovens, de 25 e 28 anos, também ficaram feridos – os mais velhos passaram por
cirurgia e seguem hospitalizados. Ninguém foi preso ou responsabilizado pela
violência até o momento.
<><> Por
que isso importa?
·
O
padrão de violência contra a integridade física e mental de indígenas em todo o
país mostra que os conflitos devem ser encarados pelo poder público mais do que
como uma questão de disputa de terras, mas como violações à dignidade humana e
um caso de saúde pública envolvendo minorias ameaçadas.
Para os Avá-Guarani
é como se a história se repetisse a cada Natal e ano novo. O temor não é apenas
restrito à memória, já que as ameaças já eram de conhecimento público e das
autoridades na região, como indicam áudios compartilhados em grupos de
mensagens de Guaíra (PR), aos quais a Agência Pública teve acesso.
Neles, homens não identificados planejavam contra a vida dos indígenas e, até
mesmo, dos militares da Força Nacional.
“Enquanto não matar
uns dez caras desse aí, vai continuar essa patifaria de querer invadir tudo…”,
diz um dos áudios. Em outro se ouve: “Tem que meter chumbo nessa Nacional,
nessa polícia que tá protegendo eles [os Avá-Guarani]. Se aparecer um doido com
fuzil e peneirar as viaturas dessa Nacional, quero só ver se eles vão ficar ali
protegendo bugre [forma pejorativa que usam para se referir aos indígenas]”.
Em 2 de dezembro,
os Avá-Guarani enviaram carta ao Ministério dos Povos Indígenas e à Funai
alertando sobre a vulnerabilidade e o risco iminente de novos
ataques. Eles denunciaram que a comunidade está acuada e correndo risco de
extermínio, inclusive pela falta de itens básicos para sobrevivência, após
terem plantações e casas queimadas. Apesar do pedido de socorro, os indígenas
foram, mais uma vez, alvos de ataques.
Ilson Avá-Guarani,
coordenador regional da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), organização que reúne
coletivos do povo Guarani das regiões Sul e Sudeste, conta que a comunidade
está limitada e vive entre o medo, o trauma e a precaução. “À noite, sempre tem
alguém fazendo a guarda da comunidade, de um lado ao outro. Qualquer movimento
estranho é comunicado. A gente sempre fica atento, não consegue descansar”,
relata, acrescentando que “Tudo nos deixa angustiado”.
“Nosso emocional já
não é o mesmo. Um barulho de moto ou do escapamento de um carro já nos deixa
aflitos com as lembranças dos tiros. Os tratores que passam ao redor nos
apavoram, porque nos lembra de quando entraram em nossas terras”, desabafa.
·
Infância
devastada
Há cerca de um ano,
o pequeno G. Avá-Guarani, de apenas 7 anos, também sofria com o impacto de toda
essa violência. Desde então, ele já não dorme como antes. Mesmo quando
todas as luzes de sua casa se apagam, é difícil fechar os olhos. Ele se levanta,
abre a porta e olha para o quintal. Não contente, ainda dá a volta em torno de
casa. Para ele, é necessário checar o terreno e garantir que não há ninguém à
espreita. Seu medo é de os “brancos” voltarem. Aqueles que atiraram e quase
mataram sua mãe no dia 10 de janeiro de 2024, além de deixar outras três
pessoas feridas.
Naquele dia, a
aldeia Yvy Okaju foi atacada de surpresa. Na ocasião, a mãe de G. teve a perna
perfurada em nove pontos por balas de chumbo. A perda de sangue foi tanta que
durante o atendimento foi necessária uma transfusão. Até ver a mãe viva no
hospital, G. repetia ao pai uma única frase: “O branco matou a mamãe”.
Esse é apenas um
exemplo do que as crianças Avá-Guarani estão sofrendo. “É difícil imaginar o
estado das crianças que testemunharam seus pais sendo alvejados, suas mães
feridas. Elas deveriam dormir e descansar, mas não conseguem. Fecham os olhos,
mas passam a noite se revirando na cama”, desabafa Ilson Avá-Guarani.
O impacto dessa
violência é devastador na saúde física e mental da comunidade, conforme relato
de M., também liderança do povo Avá-Guarani. Seu nome foi omitido por estar sob
proteção do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos,
Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) do governo federal.
M. recebeu a
reportagem da Agência Pública, em outubro de 2024, e contou um episódio
marcante envolvendo sua filha de apenas 2 anos: “Quando vê um não indígena
entrando na aldeia, ela diz: ‘Ele está vindo nos matar'”. “Essas violências vêm
causando transtornos mentais, não só nas lideranças, não só nas mulheres, nas
mães, mas também nas crianças, porque até então a gente vinha vendo que quase
todas as aldeias tinham jovens com problemas mentais”, explica a líder
indígena. “Eu falo de crianças de 2 anos, de 4 anos, que ficam apavoradas e
desenvolvem crise de ansiedade. Quando há tiroteio, elas desesperam e não
conseguem respirar“, lamenta.
A TI Tekoha Guasu
Guavirá, com 24 mil hectares de terras dos Avá-Guarani no Paraná, é composta
por 20 aldeias e abrange os municípios limítrofes de Guaíra, Terra Roxa e
Altônia. Sobreposto por aproximadamente 165 propriedades rurais, o território é
alvo de 30 processos de reintegração de posse e interditos proibitórios, além
de duas ações que buscam anular o processo de demarcação: uma movida pelas
prefeituras de Guaíra e Terra Roxa e outra pela Federação da Agricultura do
Estado do Paraná (Faep).
Enquanto o Estado
não assegura os direitos dos indígenas, pelo menos sete retomadas de terras
foram realizadas entre o final de 2023 e o início de 2024, o que desencadeou
reações violentas de fazendeiros.
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Morte
e vida Avá-Guarani: uma identidade questionada
O relatório sobre
violações de direitos humanos contra os Avá-Guarani do oeste do Paraná,
elaborado pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), expõe uma série de violações
enfrentadas pela etnia. Entre os problemas apontados estão a violência
constante de fazendeiros e jagunços, a precariedade no acesso a serviços
básicos como água potável e energia elétrica, condições de vida degradantes
agravadas pela perda de biodiversidade, desmatamento e atendimento de saúde
insuficiente. O documento aponta ainda a lentidão e a omissão do Estado no
processo de demarcação das terras, bem como decisões judiciais que favorecem
interesses privados.
As comunidades
também sofrem racismo e campanhas de deslegitimação, sendo frequentemente
rotuladas como “falsos índios” para negar seus direitos territoriais. Os
questionamentos da identidade dos Avá-Guarani perpassam órgãos públicos e
entidades ligadas ao agronegócio no estado.
Em outubro, um
vídeo da Câmara Municipal de Guaíra circulou em grupos de WhatsApp na cidade.
Nele, uma funcionária anunciava a aprovação de um requerimento à Funai no qual
o órgão era questionado sobre o número de Registros Administrativos de
Nascimento de Indígena (Ranis) emitidos, os critérios utilizados e a capacidade
de identificar não indígenas nas comunidades locais. Segundo a Câmara, o
requerimento teria sido motivado pelo “clima de tensão entre os autodenominados
índios e os produtores rurais”.
No mesmo mês,
ocorreu uma manifestação promovida por produtores rurais de Guaíra e Terra
Roxa. Segundo eles, “o objetivo foi chamar a atenção da população e
principalmente das autoridades para o risco iminente de novas invasões e de
violência que os produtores rurais estão enfrentando”. Vídeos de
entrevistas gravadas durante a manifestação mostram produtores rurais chamando os
Avá-Guarani de “pseudoíndios” e “campesinos paraguaios que estão invadindo
áreas produtivas e promovendo a quebra da soberania nacional”. Até o momento,
nenhuma investigação denúncia formal foi instaurada para apurar o episódio de
discriminação.
A Funai disse à Pública que
“os indígenas alvo de ataques são indígenas brasileiros, com documentos de
identificação brasileiros e direitos como qualquer outro cidadão brasileiro.
Situações que questionem a identidade individual e coletiva desses povos legitimam
um pensamento racista e deve ser tratado pela lei n° 7.716/89, de combate ao
preconceito e racismo”.
No Brasil, a etnia
Guarani é composta por três grupos: Mbya, Kaiowá e Avá-Guarani, também
conhecidos como Ñandeva. Segundo dados do Distrito Sanitário Especial Indígena
Litoral Sul (Dsei LSul), entre 2020 e dezembro de 2023, foram registrados
28 casos de suicídio entre indígenas Guarani. Outros quatro foram computados
entre janeiro e julho de 2024, três no Paraná e um no Rio de Janeiro.
Os números
referem-se à área de abrangência do Dsei, que inclui os estados do Paraná, Rio
de Janeiro e São Paulo, e dizem respeito exclusivamente aos Mbya e Avá-Guarani.
Os dados epidemiológicos apontam para um quadro preocupante de adoecimento
psicossocial da população indígena.
Para combater esse
quadro, os Avá-Guarani têm buscado fortalecer o que chamam de “autoperdão”. “Os
que moram em uma comunidade indígena estão sempre cheios de terra, de poeira,
com cheiro de fumaça. Aí, quando a criança ou o jovem vão para a cidade, a
sociedade não evita e logo solta comentários como: ‘Ah, esses índios aí, ou
estão cheirando fumaça, ou estão sujos’. Essas ofensas magoam. […] A juventude
volta para a aldeia e, de certa forma, acredito que, se não houver um
autoperdão por terem nascido indígenas, aos poucos vão desenvolvendo uma
vergonha de ser quem são”, relata M.
“A sociedade tem
transformado o ser indígena em algo bárbaro, algo ruim e muito negativo, que,
segundo eles, atrapalha até o desenvolvimento do país. E isso acaba entrando na
nossa mente”, lamenta a líder indígena.
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Além
do campo, disputa sem fim também no Judiciário
Identificada e
delimitada pela Funai em 2018, a TI Tekoha Guasu Guavirá chegou a ter o
processo demarcatório suspenso e os processos administrativos relacionados à
identificação e demarcação de terras indígenas anulados pela Justiça Federal do
Paraná, em novembro de 2018, no processo movido pela Faep e, em fevereiro de
2020, como resultado da ação conjunta das prefeituras.
Embora a decisão da
suspensão fosse imediata, a anulação dependia de confirmação em segunda
instância em ambos os processos. Contudo, a TI teve seus estudos anulados
durante a gestão de Marcelo Xavier na Funai, no governo Bolsonaro, apesar de
recomendações do Ministério Público Federal (MPF) para revalidação do
documento, sob pena de responsabilização. Apenas em 2023, no governo Lula, com
a indígena Joenia Wapichana presidindo a órgão, os estudos foram
revalidados.
Em janeiro de 2024,
o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin,
suspendeu todas as ações judiciais possessórias relacionadas à demarcação da TI
Tekoha Guasu Guavira e revogou decisões que impediam a Funai de avançar no
processo, por terem sido tomadas sem direito ao contraditório e à ampla defesa
das comunidades indígenas.
O ministro também
acionou a Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) para mediar a questão, ressaltando que a solução exige equilíbrio
entre “a garantia das terras essenciais à cultura e ao bem-estar dos povos
indígenas e o direito à indenização justa para proprietários de boa-fé com
títulos anteriores à Constituição”.
Para a CGY, o
Estado Brasileiro insiste em negociar os direitos indígenas enquanto ignora as
necessidades vitais desses povos. “Para os Avá-Guarani, a falta de segurança
territorial e o abandono em áreas sem infraestrutura básica perpetuam o ciclo
de vulnerabilidade e etnocídio. Enquanto o Judiciário tenta conciliar, o
cotidiano dessas comunidades segue marcado pela violência, ausência de água potável,
saneamento e saúde”, afirmou em nota o jurídico da organização.
O CNJ informou que
acompanha os fatos envolvendo a comunidade indígena e atua na busca de soluções
pacíficas por meio da mediação. Em visitas técnicas realizadas em março e
agosto, o órgão implementou ações para: a elaboração de diagnóstico
socioterritorial das famílias indígenas, que deve ser conduzido por
profissionais da Funai e dos municípios de Terra Roxa e Guaíra; congelamento de
ocupações para evitar novas entradas, vendas ou locações de lotes e barracas,
resguardando direitos de terceiros de boa-fé; e encaminhamento das questões
fundiárias ao Comitê de Conflitos Fundiários do Tribunal Regional Federal
(TRF-4).
O tribunal,
responsável pela Justiça Federal nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, informou que, em conformidade com a decisão do STF, a
desembargadora federal Gisele Lemke, relatora do caso, determinou em 3 de julho
deste ano a suspensão por seis meses da tramitação da apelação sobre a anulação
dos estudos e delimitação da TI Tekoha Guasu Guavirá. A medida visa
possibilitar um consenso entre as partes no âmbito da comissão do CNJ.
As prefeituras de
Guaíra e Terra Roxa não responderam os questionamentos sobre o processo e, tão
pouco, sobre a decisão do STF. A prefeitura de Guaíra também não respondeu
sobre o requerimento feito à Funai e o que a levou a pôr sob suspeita o
registro de indígenas da região.
A tentativa de
conciliação ocorre no âmbito da Ação Cível Originária (ACO) 3.555, ajuizada em
2021 pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento aponta um longo
histórico de violências sofridas pelos Avá-Guarani do oeste do Paraná, desde a
perda de terras até agressões durante a construção da Usina Hidrelétrica de
Itaipu na década de 1970 – fato
que a empresa reconheceu pela primeira vez, em junho de 2023.
Relatos na ação
descrevem assassinatos e ocultação de corpos nas Cataratas do Iguaçu, enquanto
aldeias foram submersas pelo reservatório da usina. Além de destruir espaços
sagrados, casas e cemitérios, a instalação fragmentou famílias e redes
comunitárias. Dentre os pedidos na ACO 3.555, destaca-se a responsabilização da
União, Funai, Incra, do estado do Paraná e da Itaipu Binacional pelas violações
históricas e atuais, além da devolução das terras não alagadas.
O relator da Ação é
o Ministro Dias Toffoli que, desde maio de 2022, tem nas mãos um pedido liminar
formulado pelas Comunidades Indígenas Avá-Guarani para regularização fundiária
de seus territórios por meio da aquisição de imóveis por Itaipu Binacional, o
que, na visão da CGY seria a mais importante medida emergencial para a
pacificação social na região.
“A ACO 3.555 é mais
do que uma ação judicial; ela é um marco na luta histórica por justiça de
transição. Trata-se de reparar os danos materiais e morais causados pelos
alagamentos e expulsões que devastaram as terras Avá-Guarani durante a
construção da Usina de Itaipu, garantindo que a memória dessas violações não se
perca e que a verdade impulsione um futuro mais justo”, disse o jurídico da
CGY.
Embora a Funai
tenha afirmado à Pública que tem intensificado seus esforços para
monitorar e mediar os conflitos violentos que afetam as comunidades indígenas
até os tempos atuais, lideranças indígenas continuam sendo perseguidas e
atacadas por defender o território em que vivem. Muitas vítimas de ataques
carregam os fragmentos dessa violência no corpo.
Em um dos ataques,
M. foi atingida com uma bala de chumbo no peito, ainda alojada no corpo. A
lembrança da espingarda apontada em sua direção, enquanto ouvia gritos de “sua
índia falsa”, ainda ecoa em sua cabeça. “Pedi à equipe do programa de
defensores que encontre uma forma de remover esse chumbo do nosso corpo. Não
precisamos carregar essa bala, além do peso desse sentimento. Não é justo que,
toda vez que nos olhamos no espelho, sejamos lembrados de que ainda carregamos
isso em nós, do dia que tentaram nos matar”, desabafa.
“Não é só o chumbo
que eles deixam no nosso corpo. Eu tive pesadelos. Noites e noites sonhando que
atiravam em mim. Que tiravam a minha filha dos meus braços. Toda vez que saio,
não fico tranquila”, completa a líder indígena.
Os relatos dos
Avá-Guarani é que durante os episódios também são utilizadas contra os
indígenas armas de fogo, motosserra, bombas caseiras e machadinhas, bem como
incêndios criminosos e ataques com agrotóxicos.
O cacique Bernardo
Avá-Guarani também foi vítima em um dos ataques, quando foi atingido na cabeça
por uma pedra. Apesar dos ferimentos, não vê outra alternativa senão resistir.
“Isso não significa que não queremos viver. Eu clamo por justiça, por
segurança. Por favor, nos protejam”, apela, sem abrir mão: “Podem nos
sitiar, matar nossos bichos e lavouras, mas a gente vai continuar aqui”.
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Após
ataques, reação estatal para conflito segue distante de solução
A Justiça Federal
do Paraná determinou a ampliação imediata das forças de segurança na região de
Guaíra e Terra Roxa, em resposta à escalada de ataques violentos contra a
comunidade indígena Yvy Okaju. A decisão, motivada por denúncias do Ministério
Público Federal e da Defensoria Pública da União, apontou a insuficiência das
medidas adotadas até então para proteger os indígenas, que enfrentaram disparos
de armas de fogo, incêndios de abrigos e ferimentos graves.
Entre as
providências determinadas, destacam-se o envio permanente de efetivos da
Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Militar, a elaboração de um plano de
segurança integrado e a consulta obrigatória às lideranças indígenas para
definir ações preventivas. A Justiça ressaltou que a violência crescente,
agravada por conflitos fundiários, coloca em risco não apenas a vida, mas
também os direitos constitucionais e a integridade cultural dos povos
indígenas.
O Ministério dos
Povos Indígenas (MPI) disse que, ainda no domingo (29), reforçou a solicitação
de aumento do efetivo da Força Nacional e que, em dezembro de 2024, foi
realizada agenda interministerial junto aos Avá-Guarani, no âmbito da Sala de
Situação para Acompanhamento de Conflitos Fundiários Indígenas, para coletar
informações sobre as condições de vida das comunidades indígenas da TI.
O Ministério da
Justiça e Segurança Pública (MJSP) comunicou que determinou um aumento de 50%
no efetivo da Força Nacional, que está totalmente operacional desde o sábado
(4), para reforçar o patrulhamento e proteger a comunidade. “A situação
permanece sob vigilância contínua, com esforços integrados para garantir a
segurança e evitar novos episódios de violência”, disse em nota. As
investigações estão a cargo da Polícia Federal.
Fonte: Por Leandro
Barbosa, da Agencia Pública
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