quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Trump quer EUA fora da OMS em 1º dia de novo governo

Assim como havia feito no primeiro mandato, republicano quer novamente romper laços com organização das Nações Unidas. Eventual saída americana pode fortalecer influência da China na OMS, alertam especialistas.

Membros da equipe de transição do presidente eleito dos EUA Donald Trump estão preparando o terreno para que os Estados Unidos se retirem da Organização Mundial da Saúde (OMS) no primeiro dia de seu segundo mandato, de acordo com um especialista em direito da saúde familiarizado com as discussões.

"Tenho boa autoridade para dizer que ele planeja se retirar, provavelmente no primeiro dia ou muito cedo em sua administração", disse Lawrence Gostin, professor de saúde global na Universidade de Georgetown, em Washington, e diretor do Centro Colaborativo da OMS sobre Direito à Saúde Nacional e Global.

O jornal britânico Financial Times foi o primeiro a divulgar os planos do republicano, citando dois especialistas familiares com as discussões. Entre eles, o ex-coordenador da equipe de resposta à covid-19 de Biden, Ashish Jha.

<><> Trump quer repetir movimento de 2020

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a questionamentos da agência de notícias Reuters.

Em 2020, durante seu primeiro mandato 2020, Trump chegou a suspender o pagamento de contribuições dos EUA para a OMS e anunciar que pretendia retirar o país da organização, em meio a embates sobre o enfretamento da pandemia de covid-19.

Na ocasião, o país foi duramente criticado pela comunidade internacional, que viu danos na interrupção do financiamento para os esforços globais de combate à pandemia e para a qualidade da saúde pública nos EUA. No entanto, o processo de saída ainda não havia sido concluído quando Trump foi derrotado nas urnas e sucecido pelo democrota Joe Biden, que reverteu a decisão em seu primeiro dia de governo, em 20 de janeiro de 2021.

Agora, a expectativa é que o republicano entre novamente nesta queda de braço e volte a desvincular o país da OMS em 20 de janeiro de 2025.

<><> Críticas do republicano

O plano, que está alinhado com as críticas de longa data de Trump à agência de saúde da ONU, representaria uma mudança dramática na política de saúde global dos EUA e isolaria ainda mais Washington dos esforços internacionais para combater pandemias.

Trump critica a agência por não sancionar a China por sua suposta responsabilidade na disseminação do virus da covid-19. Ele repetidamente chamou a OMS de "marionete de Pequim" e prometeu redirecionar as contribuições dos EUA para iniciativas de saúde domésticas.

Agora, o republicano nomeou vários críticos da organização para cargos importantes na saúde pública, incluindo Robert F. Kennedy Jr., um cético das vacinas que deve assumir o cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos, que supervisiona todas as principais agências de saúde dos EUA, incluindo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

O porta-voz da OMS se recusou a comentar diretamente a política americana. Em 10 de dezembro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, defendeu que OMS precisava dar aos EUA tempo e espaço para a transição. Ele também expressou confiança de que os países poderiam finalizar um acordo sobre pandemias até maio de 2025.

Críticos alertam que uma retirada dos EUA poderia prejudicar a vigilância global de doenças e os sistemas de resposta a emergências.

"Os EUA perderiam influência e poder na saúde global, e a China preencheria o vácuo. Não consigo imaginar um mundo sem uma OMS robusta. Mas a retirada dos EUA enfraqueceria severamente a agência", disse Gostin.

EUA usam ativamente na África sistema de armas biológicas testado na Ucrânia e Geórgia, diz MD russo

Os Estados Unidos veem a África como um campo de testes para produtos médicos experimentais, alguns dos quais já foram testados na Ucrânia e na Geórgia, disse o Ministério da Defesa da Rússia na terça-feira (24).

O ministério militar russo diz que segue analisando as atividades biológico-militares dos EUA na Ucrânia e em outras regiões do mundo e que, agora, em foco está a África.

"O governo dos Estados Unidos vê a região como um reservatório natural ilimitado de agentes infecciosos perigosos e um campo de testes para produtos médicos experimentais", diz o comunicado.

De acordo com os dados do ministério, Washington criou um sistema de controle para gerenciar riscos biológicos em outros países.

Ele foi testado com sucesso na Ucrânia e na Geórgia e agora está sendo usado ativamente no continente africano.

O sistema tem como objetivos:

# Obtenção de patógenos em áreas endêmicas e focos naturais;

# Controle e gerenciamento da situação biológica para seu próprio benefício;

# Análise da situação epidêmica ao longo das fronteiras dos adversários geopolíticos nas áreas planejadas para implantação de contingentes militares.

O Ministério da Defesa russo relata que as autoridades estadunidenses planejam criar, dentro de um ou dois anos, um centro para diagnóstico de doenças, testes de produtos médicos, estudo de patógenos perigosos e mecanismos de suas mutações, além do desenvolvimento e teste de vacinas modernas.

Para tal, os EUA já alocam de US$ 5 a US$ 10 milhões (R$ 40 a R$ 62 milhões) e podem expandir o financiamento até US$ 20 milhões (R$ 124 milhões).

"O resultado da 'ajuda seletiva' dos EUA à África é a degradação dos sistemas nacionais de saúde, a imposição de fornecedores de equipamentos médicos e medicamentos", concluiu o ministério.

¨      CIA usou drogas e hipnose para interrogar suspeitos de espionagem na década de 1950, diz memorando

Agentes da CIA interrogaram suspeitos de espionagem com uso de drogas e hipnose na década de 1950, segundo um memorando de arquivo publicado.

O Arquivo da Segurança Nacional dos EUA, fundado por jornalistas e cientistas em 1985, publicou o memorando ao chefe da CIA de julho de 1952 sobre o interrogatório de um suspeito "agente duplo russo " com uso de drogas e hipnose e de acordo com a metodologia "Artichoke".

"O interrogatório foi muito bem-sucedido, sob hipnose conseguimos obter a regressão – o sujeito lembrou incidentes do seu passado, foi possível obter amnésia sobre o fato do próprio interrogatório", diz o memorando.

A seguir ao memorando, esta abordagem foi usada duas vezes, agentes interrogaram os "objetos", dando a eles a combinação de sedativos e estimulantes.

"Os testes foram convincentes e demonstraram a eficiência da metodologia químico-hipnótica combinada", finaliza o memorando.

¨      Congresso dos EUA revisa projeto de orçamento na véspera de Natal depois de pressão de Musk

O empresário norte-americano Elon Musk forçou o Congresso dos EUA a revisar o projeto de orçamento do país na véspera de Natal ao fazer mais de 150 postagens na sua página da rede social X, causando o caos entre os parlamentares dos EUA, reporta mídia.

"Os republicanos na Câmara dos Representantes estão em um estado de caos depois de aprovar um pacote elaborado às pressas para financiar o governo", diz a mídia.

Note-se, que a frustração com o presidente da Câmara, Mike Johnson, está fervendo, brigas internas desagradáveis entre os republicanos estão se espalhando para o público, e os democratas estão reivindicando a vitória, enquanto o presidente eleito Donald Trump está tentando colocar parte da culpa por tudo isso em Joe Biden.

Como a mídia ressalta, a abordagem de Musk de "agir rápido e sobreviver" está completamente em desacordo com a cultura de Washington, onde as pessoas trabalham de forma muito diferente - sem uma propensão ao risco.

"Para o Congresso é um sinal de alerta: planos cuidadosamente elaborados estão sendo destruídos por decreto do homem mais rico do mundo. Para Musk, é apenas mais um dia no escritório", alerta a mídia.

Conforme a mídia, como parte de seus esforços para cortar custos e simplificar o governo, Musk está considerando "destruir a estrutura do governo até o chão" - mesmo que isso leve à desordem e ao caos.

"É uma filosofia de negócios em torno da destruição - é melhor quebrar algo do que reformá-lo", explicou Charles Peterson, historiador do Vale do Silício.

Anteriormente, o vencedor da eleição presidencial dos EUA, Donald Trump, anunciou que Elon Musk e o empresário Vivek Ramaswamy chefiarão o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) durante sua segunda presidência.

 

¨      O aliado de Trump que pagou milhares de dólares por sexo e drogas, segundo relatório

Um dos aliados mais fiéis de Donald Trump, o ex-deputado republicano Matt Gaetz gastou dezenas de milhares de dólares em sexo e drogas enquanto atuava como congressista, de acordo com um relatório da Comissão de Ética da Câmara dos Estados Unidos.

Logo após a vitória de Trump nas eleições americanas, Gaetz foi considerado pelo presidente eleito para ser o procurador-geral do novo governo, um dos cargos de mais destaque do gabinete presidencial, já que é quem dirige o Departamento de Justiça.

O documento é resultado de uma investigação sobre acusações de má conduta sexual e uso ilícito de drogas por Gaetz.

A comissão da Câmara também encontrou evidências de que Gaetz, de 42 anos, recebeu presentes que ultrapassaram os valores permitidos em relação a uma viagem às Bahamas em 2018.

O ex-parlamentar negou repetidamente qualquer irregularidade, alegando ser vítima de uma campanha de difamação.

O relatório da comissão acusa Gaetz de ser "não cooperativo" durante o processo. Segundo o documento, ele forneceu documentação mínima, nunca aceitou uma entrevista voluntária e prolongou o processo.

Apesar de uma intimação, ele nunca compareceu para seu depoimento.

O relatório concluiu que "há evidências substanciais de que o representante Gaetz violou as regras da Câmara e outros padrões de conduta que proíbem prostituição, estupro de vulnerável, uso ilícito de drogas, presentes proibidos, favores ou privilégios especiais e obstrução ao Congresso".

Entre 2017 e 2020, Gaetz fez pagamentos que totalizaram mais de US$ 90 mil (mais de R$ 550 mil) para 12 mulheres diferentes. "A Comissão determinou serem provavelmente em conexão com atividade sexual e/ou uso de drogas", conforme o relatório de 42 páginas.

Além disso, o relatório contém depoimentos de que Gaetz pagou por sexo com uma jovem de 17 anos em uma festa em 2017, dando a ela US$ 400 (R$ 2,5 mil), "que ela entendeu ser pagamento pelo sexo".

A jovem disse que Gaetz não perguntou sua idade, e ela não contou a ele que tinha 17 anos. A comissão afirmou que não recebeu nenhuma evidência que sugerisse que ele sabia que a jovem era menor de idade.

Gaetz negou ter tido relações sexuais com uma menor.

O Departamento de Justiça também investigou a alegação de que ele teve relações com uma menor, mas, no fim, não apresentou acusações criminais contra ele.

A Comissão de Ética também encontrou evidências de que Gaetz "concedeu privilégios e favores especiais" a pessoas com quem ele tinha um relacionamento pessoal.

O relatório afirma que Gaetz organizou para que seu chefe de gabinete ajudasse uma mulher – com quem ele teve relações sexuais – a obter um passaporte.

Em um pedido judicial buscando uma ordem de restrição temporária antes da divulgação do relatório, Gaetz acusou a Comissão de Ética de tentar exercer sua jurisdição sobre um cidadão privado.

Gaetz representou o primeiro distrito congressual da Flórida na Câmara dos Representantes dos EUA, tendo chegado ao poder na mesma eleição de 2016 que levou seu aliado Trump à Casa Branca pela primeira vez.

·        Fora do alcance?

O ex-parlamentar da Flórida acreditava estar fora do alcance da comissão quando renunciou ao Congresso no mês passado, após ser nomeado por Trump para o cargo de procurador-geral dos EUA.

Embora seja incomum a comissão divulgar suas conclusões após um parlamentar deixar o cargo público, o relatório destacou que uma "maioria" dos membros considerou que era do interesse público fazê-lo neste caso.

Um intenso debate surgiu sobre a divulgação ou não do relatório, especialmente depois que Gaetz retirou seu nome da consideração para o cargo mais alto do Departamento de Justiça.

Ele afirmou que esperava evitar uma "disputa desnecessariamente prolongada em Washington".

O papel de procurador-geral planejado para Gaetz exigia a confirmação dos senadores dos EUA, e parecia que ele não tinha o apoio necessário.

A secreta Comissão de Ética investigou Gaetz de forma intermitente desde 2021 – não apenas sobre as alegações de sexo e drogas, mas também sobre acusações de que ele aceitou subornos e usou indevidamente fundos de campanha. Em todos os casos, ele negou veementemente qualquer irregularidade.

Anteriormente, os republicanos da Câmara bloquearam os esforços democratas para revelar os resultados do relatório, mas dois deles mais tarde votaram a favor da divulgação, segundo a emissora CBS, parceira da BBC nos EUA.

Ao responder na semana passada à notícia de que o documento seria divulgado, Gaetz publicou no X: "Fui acusado de nada: TOTALMENTE INOCENTE. Nem mesmo uma violação de financiamento de campanha. E as pessoas que me investigaram me odiavam."

Ele acrescentou: "Em vez disso, a Comissão de Ética da Câmara aparentemente publicará um relatório online que eu não tenho a oportunidade de debater ou refutar como ex-membro do órgão."

Gaetz também escreveu: "É embaraçoso, embora não criminoso, que eu provavelmente tenha festejado, mulherizado, bebido e fumado mais do que deveria no passado. Eu levo uma vida diferente agora."

Advogado, Gaetz foi um dos defensores mais fervorosos de Trump no Capitólio.

Ele ajudou o presidente eleito a se preparar para o debate televisionado contra Joe Biden, que efetivamente eliminou o democrata da corrida pela Casa Branca.

Embora tenha renunciado ao cargo de legislador após a nomeação de Trump, ele recentemente anunciou planos para se tornar âncora em uma rede de notícias conservadora – e insinuou que poderia concorrer a outros cargos políticos, incluindo a vaga no Senado da Flórida.

 

Fonte: DW Brasil/Sputnik Brasil/BBC News Mundo

 

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