QUAIS AS RELIGIÕES
MAIS ANTIGAS DO MUNDO?
A relação dos
seres humanos com o que eles consideram
sagrado, oculto, divino e espiritual é algo
que atravessa muitos séculos e acompanha a evolução da própria história da
humanidade.
Esse fenômeno é conhecido como religião – e vem se manifestando das
mais diferentes formas, como explica a Encyclopaedia
Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).
Há diversas religiões que se
desenvolveram já na história moderna, mas a conexão do homem com o sagrado
é mais antiga do que muitos imaginam. A palavra religião vem do
latim e pode ter se originado de religio, que significa “restrição”, ou
de religionem, que é “mostrar respeito pelo que é sagrado”, diz
a World History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre
história mundial).
Porém, não é
possível identificar com certeza onde e quando esse conceito começou. Há
uma discussão entre historiadores e arqueólogos sobre se a religião da
Mesopotâmia inspirou a do Egito. Mas é provável que cada cultura tenha
desenvolvido as suas próprias crenças para explicar fenômenos naturais e
para ajudar a dar sentido à vida, como afirma a enciclopédia de história.
Entre mitos e
antigas divindades, desde cerca de 3500 a.C. há registros reais de
práticas religiosas. Sendo que a maioria das pessoas da Antiguidade,
de acordo com os registros escritos e arqueológicos, acreditava em
muitos deuses, cada um com uma esfera de influência. Assim, as mais
antigas crenças se desenvolveram sendo politeístas.
<<<< Confira,
a seguir, algumas das mais antigas religiões do mundo.
·
A
religião da antiga Mesopotâmia era politeísta
O local em que se
desenvolveu a civilização Mesopotâmica é hoje compreendida por Iraque,
parte do Irã, Jordânia e arredores. Como já citado acima, não se sabe
exatamente quando a primeira religião foi criada, mas os registros
iniciais ligados à religião na Mesopotâmia são de 3500 a.C. na Suméria (parte mais
ao sul dessa região), diz a WHE.
Segundo a WHE,
as crenças religiosas da Mesopotâmia sustentavam que os seres
humanos eram colaboradores dos deuses para conter as forças do caos.
A ordem do início dos tempos foi criada a partir do caos pelos deuses e um dos
mitos populares fala do grande deus Marduk, que derrotou
Tiamat e as forças do caos para criar o mundo.
Além de
Marduk, outra imporante divindade era Inanna, reverenciada como
a deusa do amor, do sexo e da
guerra. Ela era tão popular que sua adoração se espalhou para além da
Mesopotâmia, se perpetuando por séculos em outros locais e com outros
nomes.
Ela se
tornou Ishtar para os acádios, Astarte para os fenícios, e
foi associada à Afrodite dos gregos, à Ísis dos egípcios e
à Vênus dos romanos.
·
No
Egito Antigo, a religião trazia deuses, magia e vida após a morte
As crenças e
práticas religiosas egípcias faziam parte
da sociedade desde aproximadamente 3000 a.C., como afirma
a Britannica. A prática religiosa dos egípcios era bastante ampla e
sofisticada, englobava muitas áreas e combinava magia, oráculos, mitologia, ciência, espiritualismo,
além da crença em um poder superior e na vida após a morte.
O rei tinha um
status único entre a humanidade e as divindades, pois ele participava do
mundo dos deuses e, por isso, mandava construir grandes monumentos
funerários para a vida após a morte.
Para os egípcios
antigos, as divindades mais importantes eram o Deus do Sol (que
possuía vários nomes) e Osíris, o Deus dos Mortos e do submundo.
Com sua esposa Ísis, Osíris tornou-se o principal deus
egípcio no primeiro milênio a.C., quando a adoração solar estava em
declínio, revela a Britannica.
·
O
Hinduísmo é uma das religiões mais antigas ainda presente na atualidade
Entre
as religiões da Antiguidade que ainda são praticadas até os dias de
hoje, o Hinduísmo é a mais
antiga, afinal a Sanatana Dharma, como é chamada por seus adeptos,
tem registros de fundação por volta de 2300 a.C., como explica a
enciclopédia de história.
O Hinduísmo muitas
vezes é visto como uma fé politeísta, mas na verdade, ele é
henoteísta: ou seja, possui um deus supremo, Brahma, e todas as
outras divindades são seus aspectos e reflexos,
como Vishnu e Shiva.
Praticado
inicialmente na Índia, essa religião possui milhões de deuses, desde
aqueles muito conhecidos (como Krishna) até divindades locais
menos populares, de acordo com a World History Encyclopedia. Seus
muitos textos sagrados em sânscrito e em idiomas vernáculos serviram
como veículo para difundir a religião em outras partes do mundo.
·
Os
antigos persas praticavam o Zoroastrismo
Onde hoje
está localizado o Irã, no antigo
Império Persa, há cerca de 3 mil anos a.C. a população acreditava
em uma crença politeísta com um deus supremo, Ahura Mazda,
que comandava divindades menores, como Atar (deus do
fogo), Mithra (deus do sol nascente), Hvar Khshaita (deus
do sol pleno) e Anahita (deusa da fertilidade, da cura e da
sabedoria).
Entre 1700-1000
a.C. o profeta Zaratustra (também
conhecido como Zoroastro) teve uma revelação de Ahura Mazda após uma
imersão em um rio na qual ele entendeu que esse deus era o ser
supremo, criador do universo e que não precisava de outros
deuses. A visão de Zoroastro se tornaria a religião do Zoroastrismo –
uma das mais antigas que ainda é praticada atualmente, como explica
o texto do site da National Geographic norte-americana
intitulado “Heard ofzoroastrianism? The ancient religion still has fervent
followers” (“Já ouviu falar do zoroastrismo? A antiga religião ainda tem
seguidores fervorosos", em tradução livre).
De acordo com
a Britannica, o zoroastrismo contém características monoteístas e
dualistas (do bem e do mal) e é provável que tenha influenciado as
outras principais religiões ocidentais que foram criadas muito depois,
como o Judaísmo,
o Cristianismo e o Islamismo.
·
Maias
e astecas: os povos mesoamericanos também tinham crenças seculares
Do outro lado do
mundo, e descobertos séculos depois, na América Latina da
Antiguidade, diferentes povos e impérios tinham suas próprias
religiões desenvolvidas em cerca de 700 d.C. Os povos originários dessa
região são milhares e com diversas crenças, mas os maias tinham sua
fé bem definida, como conta a enciclopédia de história.
Para os maias, os deuses
estavam presentes em todos os aspectos da vida. Como em outras culturas
antigas, eles possuiam mais de 250 divindades, todas com sua própria
esfera especial de influência que controlavam o clima, a colheita,
ditavam o nascimento e a morte – e o conceito de vida após a
morte era semelhante à dos mesopotâmicos.
Os maias
acreditavam na natureza cíclica da vida, que todas as coisas que morrem
simplesmente se transformam, e a vida humana fazia parte desse padrão. Por
isso, realizavam cerimônias para lembrar os mortos e honrar seu
espírito – algo ancestral ao que hoje é o “Dia de los Muertos” no México. Essa
crença também era mantida por outras culturas mesoamericanas, como a dos
astecas.
·
As
religiões da antiga Grécia e Roma
Os gregos, assim
como outros povos antigos, acreditavam em vários deuses. A religião grega não é a mesma
coisa que a mitologia grega, que trata de contos tradicionais, embora as duas
estejam ligadas, como explica a Britannica. A religião grega durou
mais de mil anos, desde a época do poeta épico Homero (provavelmente
no século 9 a.C.) até o reinado do imperador Juliano (século 4
d.C.).
A crença
grega se espalhou pelo Mediterrâneo e influenciou também o Império Romano, que adotou vários
de seus deuses usando outros nomes. Os gregos consultavam suas
divindades para assuntos variados que iam desde questões de
Estado até decisões pessoais relacionadas a amor ou
emprego.
Já em Roma, a
adoração dos deuses estava ligada aos assuntos de Estado e acreditava-se que
a estabilidade da sociedade dependia do quanto as pessoas reverenciavam
os deuses e participavam dos rituais, conta a WHE.
Fonte: National
Geographic Brasil
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